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quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Meus descaminhos confusos

Sou neta de famoso benzedor de minha cidade e há muito falecido Na casa de meus avós sempre havia uma fila de gente esperando pela reza, pelas receitas de ervas. Aprendi disso menos do que gostaria, mas talvez o bastante para entender que a ciência não é o unico caminho quando se trata dos males do corpo e que são tambem males da alma a que se chama mente, e que o dinheiro não é a unica retribuição pelo bem feito, pelo serviço prestado por essa tarefa. Mas fui adolescente rebelde, neguei os caminhos aprendidos, chamei superstição, mesmo sabendo do bem que recebera. Ainda bem que foi erro rapidamente corrigido, antes ainda de iniciar minha jornada efetiva  pelos caminhos da ciência médica.
Talvez por isso os amigos medicos me viam como  desviante e os amigos do saber tradicional não me aceitavam entre eles, por defender a ciência ( tambem ). Por perceber outros caminhos, uma síntese possivel.
Hoje em dia, ainda em meu grande período sabático sei qual caminho gostaria de seguir, mas estou cansada de lutar demais por ele, então prolongo meu descanso até que seja solicitada naquilo que creio. E não afirmo.

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ser demersal perdido, como perdidos estão esses animais, de sua essencia

Perdi o acesso a um dos meus alter egos virtuais.  Esqueci-me dos caminhos para chegar. Era tão secreto e tão pouco usado que nem eu mesma sei mais  como manipular novamente, depois de tres anos  sem movimentos naquele sentido. Justo agora que eu decidira partir para uma sintese dela com a Urtigão. Fiquei triste pelo falecimento  daquele ser demersal. Estranha sensação de poder visitar, mas não mais ser meu espaço. Visitar memorias, como a uma sepultura, ou um pequenino museu. Ver sem tocar, presa em uma espécie de aquário


Ubbalda, fica bem !

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Tristes dias

Um drama que se inicia, ou apenas uma fase de coisas que acontecem a todos e comigo acontecia muito raramente, então me causa essa estranheza  e esse pânico ?
  Tenho tido pequenos lapsos de memoria. Nomes de pessoas ou coisas que demoram a aflorar e algumas vezes até me obrigam a uma pesquisa, uma consulta para que me lembre do que sempre soube.
  O susto começou há poucos meses, quando por alguns breves minutos eu não reconhecia uma pessoa muito conhecida e que estava comigo já  há horas, um dia,  apos meses, anos de afastamento. Atribuido ao problema que gerou o afastamento, um bloqueio psicológico quando do reencontro e perdão, associados a duas noites de pouquíssimo sono.Tá.
  Sabedora da minha situação potencial de alto risco para Alzheimer, devido a uma vida de privação de sono pelo trabalho noturno e diurno continuados, associados à violencia sofrida na infancia com pancadas na cabeça  e  depois, bem mais tarde, quando vitimizada por violencia domestica, novamente a cabeça,por alvo, por não deixar marcas, assim como a tortura que incluia a privação de sono nas noites em que poderia dormir entre plantões, mantidas por anos pelo medo das ameaças proferidas, caso eu reagisse ou denunciasse, de que  meus filhos seriam vitimas fatais, antes da Lei Maria da Penha,  e jamais tive coragem de arriscar romper esse circulo, até que por outros fatores e muito trabalho e ações ocultas , ele se rompeu.   Mesmo que a ameaça, distante, persista sobre mim, espada de Dâmocles, infinitamente, de tempos em tempos, fazendo  o medo se manifestar,  por ser ativado pela presença do torturador que insiste em se mostrar, tenho tentado a libertação. E alimentação precaria, com abuso de estimulantes à base de cafeína.
  Novamente  alguns esquecimentos, nos nomes, em atos., apesar de estar dormindo bem, me alimentando conforme se deve, segundo os manuais . Talvez uma, duas  ou tres situações de stress recentes, preocupações inevitaveis,  apenas, tenham acarretado isso, dessa vez. Talvez uma visão pessimista e assustada do que são fenômenos comuns, normais. Talvez.
Tomara

domingo, 1 de dezembro de 2013

ALOHA

Bom dia amigos Com tantos afazeres, atribulações, não tenho vindo contar das minhas indignações. Mas é porque estou contando lá, intensivamente, e porque estou sem acesso às minhas fotos, perdidas no pc que envirei, ou, permiti que ao usar baixassem virus, por aceitar que outros usassem, por minha dificuldade em dizer NÃO, por não querer ser egoísta aos meus queridos, filhas, netos. Então estou usando um antiguinho, emprestado - cedido, doado, por um filho, mas maquina que não aceita que se baixe fotos,e enquanto aguardo a recuperação do meu. Acontece que, pelo mesmo motivo, permitir, a filha baixou nesse um virus - ( parenteses para um palavrão contra mim, contra ela ) e antes disso, o netinho que mora comigo, arrancou a tecla " O " e danificou a do espaço que tem que se apertada repetidas vezes até "espaçar", o O acionado no buraco que ficou, de forma repetida até funcionar e a cada intervalo curto, apagar as porcarias que o virus aciona e aparece na tela, propagandas e propagandas, um desespero, um teste de paciência, uma lição, que mostra o quanto o NÃO é necessário e que nem sempre um erro - o egoismo é na verdade um erro, pode ser um bem. Então o não-perdoar poder ser também um acerto, quando a violência se repete, por quem SABE o que faz. Exemplo, encontrar ao chegar em casa, no portão, no exato momento que chego em casa, de um passeio agradável, a praia, ontem, o algoz de outros tempos (?), que mora em outra cidade, uma das causas para eu ter me mudado de lá - o que foi bom, vir morar aqui, mas ver essa criatura em minha rua,que não é passagem, serve apenas aos mradores, em minha cidade, num flagrante de violento desconforto, intimidação, desrespeito, reacendendo lembranças de tudo que fez, materialmente,fisicamente, psicologicamente, não, perdoar se torna impossível, já é muito não ter me tornado também violenta por represália. É mais que impossível, uma afronta ao meu EU, e até ao meu espírito. Ver em seu olhar o deboche, a crueldade, sentir medo novamente.Humilhação. Não é a primeira vez que surge aqui, assim, e se hospeda em pousadas na vizinhança e eu o encontro nos exatos momentos em que saio ou chego... Mas estou forte, estou bem, estou feliz, estou praticando um esporte que é mais que um esporte, é solidariedade, amizade, respeito.

A Akahai - Bondade - ser gentil
L Lokahi - União - ser receptivo
O Olu'olu -concordia
H Ha'aha'a - humildade
A Ahonui - paciência

 ALOHA

 e vou remar na Wa'a "canoa hawaiana " com gente alegre, jovial, jovens e velhos em cronologia mas que não parecem ter a idade que dizem que tem. Estar com elas e eles, aprendendo coisas novas, isso me faz muito feliz, estou acima da maldade que trazem até mim
 MAHALO


quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Deslocamento

A noticia abaixo, apesar  de comum, me choca, me deprime. Mas também fico chocada pelo deslocamento dos sentimentos de raiva por parte  da população, da família. Frente a um fato terrível como esse, a família "culpa a demora do atendimento medico" pela morte da criança e certamente encontrarão uma pessoa  a ser responsabilizada, ou culpabilizada por essa demora. Um  médico.  Não o governo. Não a instituição hospitalar. E sequer tentam atribuir a culpa aos atiradores, que dispararam os tiros. Nem à policia, que raramente prende esses criminosos. Quem sabe, algum membro desse grupo-alvo que teria feito algo para atrair sobre si tal violência poderia ser pensado como culpado. Num extremo, Deus seria o culpado, porque não protegeu uma inocente criança que estava em um culto Lhe rendendo homenagem, devoção. Nem ao menos compartilhar essa culpa entre tantos, mas a culpa é da demora do atendimento.

http://www.jornalfolhadebuzios.com.br/?p=6718

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Zona de desconforto

Bom dia !  Dia 19
Ando medrosa, escaldada , intensa, recolhida. E evito sair da zona de conforto. Eu ! Assustada.
E como sempre, um "sinal", não encontro as sandalias de rua, de dirigir, não posso não ir, um sinal, um ato falho, atender a qual filosofia, teologia, tudo corre sempre bem, de qualquer jeito, é o unico jeito que corre, a não escolha é imaginação, o não possivel, porque não feito, não é,  estou no melhor possivel, sempre.

A 70 km de casa, atravessadas zonas urbanas lentamente, lembro: esqueci! O celular!  Os dois.
Voltar, atrasar-me muito, muito, o que fazer, eu não tinha, antes de ter, e  tambem vivia, e tambem fazia, resolvia, quatro encontros programados, sérios compromissos, interligados, a serem definidos ao se chegar próximo, ao próximo, circuito inicial de quase 300km. Arrisco. Sigo.
Primeira complicação em urgência, fora de programação pretendida, superada, vencida, atingida a primeira programada, como um rallye, mais um , desses de vida.  Um erro, tá fora. Na cidade que não queria, buscar quem eu queria, no portão de quem não queria, seguir, buscar, reunir, passar
Intuição ou inteligencia cogitativa em plena função. Previsão ? Algo insiste, incomodando.
Segunda missão cumprida, exito 95%, mas talvez os 5% faltantes tenham mesmo ficado de fora, sei com o que lido. E ganhei flores, e muitos sorrisos e abraços.
Areias e lamas, do principio ao fim, por onde passei, tantas obras nas rodovias, expandir, tantos carros, eu também vou de carro, meus motivos, justificativas, minhas apenas, bem poderia ser diferente. Escolha. Tanta árvore picada.amontoada arrumada, ou revirada, a terra vermelha obscenamente exposta, extensamente. E seus violadores. Eles,respondendo em suas maquinas,  mas todos nós, culpados,  meus motivos, seus motivos.
A grande-cidade-grande, que sorte, o transito se arrastava sempre no outro lado, no outro sentido. Etapa tres vencida, pouco atraso, somado pouco a pouco desde o inicio. Etapas quatro, e cinco  e seis, havia sido previsto que uma teria, certamente que ser excluída, não foi, trabalho em equipe, a cada etapa, mais um ou dois membros efetivos eficazes somaram. A trupe.
Tão abstrato e chato, parece, quem me conhece, amigos daqui e de onde, imaginam.
A intuição vira fato, espanto, duplo espanto, pelo cogitado, ou intuído, pelos motivos, tudo tem motivo. Ou não! A partir daí, a força atuando, o esforço, as lutas internas, e atitudes externas. Superação sem humilhação. Ou confusão. Nem relação.
Tudo se ajeita, muita alegria, reunião entre quem se reunia,(mantidas as desuniões), tudo certo, aguardar mais um dia.
Li Pondé. Rio de Janeiro, poluição. Poluição.





domingo, 6 de outubro de 2013

Bom dia ! Dia tres
Se eu não estiver aprendendo algo, definho. Se definhar, morro.
Se eu não estiver plantando, vendo crescer, colhendo, eu murcho, seco, e se murchar, eu morro.
Por que nasci e sou essa pessoa com tamanha ânsia de liberdade se minhas possibilidades sempre são de grilhões, porque os escolho, porque mesmo sem escolher me são apresentadas como unica opção para exercer certas condições de responsabilidade que também me são essenciais ? Entendeu ? Duvido.
Sem poder estudar, tenho apenas para aprender a tolerar, a suportar. Sem poder plantar e só sabendo que sempre pode piorar, pois se não posso agora, quando a caracaça não mais aguentar então não poderei mesmo. Esperança é a palavra do dia.
Bom dia !  dia seis
A cada dia uma nova flor em algum cantinho de um misero jardim/jardineira. A cada dia uma colheita de fruta ou folha para desfrute dos humanos que aqui moram e que cuidam. A cada dia algo morre nesse jardim, uma fruta cai verde da árvore, arrancada pelo vento, uma flor de seu vaso arrancada, dilacerada pelos cães, estranha e móvel imutabilidade. Fé, eu diria...

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Em dobro é melhor

Subi a Serra novamente,a mesma serra, o mesmo caminho, mas com chuva fininha, frio fininho, nem precisei usar casacos, só um, fininho.

Nada é apenas um acontecimento, uma ação, um fato. Tudo faz parte de uma cadeia de eventos com alcances inimagináveis.



Esse mundo mágico me surpreende.

sábado, 28 de setembro de 2013

Ontem

Enquanto eu subia a Serra, ontem, eu "meditava"  e dirigia meu carro, o Valente Quartomóvel, dirigindo e digerindo meus piores sentimentos como sempre, descobri que, afinal, eu tenho fé, sim. Sempre pensei que minha mente que duvida de tudo e de mim mesma e se mantém como se suspensa, investigando sempre sem concluir nada, nunca  fosse capaz disso, fé em algum Deus. Mas descobri que minha fé em um Deus é enorme, pois a divindade em que creio, caso exista, não precisa que lhe puxem o saco. Não é dependente de bajulação, oração, nem precisa ou deseja que se grite ou brade seu nome. Afinal é Perfeição. E isso não é compatível com vaidade, arrogância, intolerância, como vejo nesses deuses cultuados por todo lado, criados à imagem e semelhança de seus adoradores.  Não precisa de religião, não quer que se fale seu Santo Nome em vão. A Divindade Ama e Cuida  em todos os momentos. Senão, não seria Divina.


Mais, http://serdamata.blogspot.com.br/

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Atualização

Porém não tornando em ato, apenas no sentido quase de fofoca, informando passos e pensamentos. Confusos, como sempre, desordenados, os pensamentos, porque os passos se repetem  sempre e sempre  pelas mesmas pegadas, mesmo trajeto, outra e outra vez. Já os pensamentos, surgem, desaparecem, embolam-se, não naquele temivel sentido do esquecimento, ameaça constante, pairando como a morte, desde a amostra dada, mas no sentido de renovação e  falar de fênix, novo eu, coisas assim,  é tão lugar-comum, que ultrapassa a minha capacidade de repetir expressões desse tipo, mas é isso que quero dizer. Ao ter ido a lugares mentais além da imaginação, revolvido sujeiras que sequer considerava possivel ainda existirem  em meus pensamentos e memórias, atolada no lodo de mim e, ao mesmo tempo brilhando colorida sobre a superficie, como aqueles encantadores nenufares que estão em meus caminhos, me constato tão  humana !  Eu, que me considerava em uma posição, de certa forma, sobre humana, além do humana.  ( Friedrich, me perdoe a apropriação, mas somos irmãos, voce e seu gênio, eu e minha admiração pelo Gênio).
Cairam meteoros de acontecimentos na instabilidade estável de minha vida, poeira subiu, poluiu, emoções explodiram, dispersaram, ricochetearam, me feriram
Adoro viver, adoro aprender, quero  ter esperança de ter muito pela frente e quero  ter capacidade de olhar para traz, de forma carinhosa e crítica.


foto de domingo ao  anoitecer, em Viçosa, MG
aniversario do Gabriel, 7 anos,vai  ter postagem no espaço das historinhas.vou fazer,ainda pois  Arthur acordou, quer ver video no pc. Quem quiser saber, que volte aqui, entre nos links que vou pôr, venha me visitar  de novo.

sábado, 10 de agosto de 2013

Dia dos Pais



Comprei flores novas, humildes, para enfeitar a casa, a natureza retribuiu meus esforços e deu-me flores no jardim, efêmeras, mas suficientes para alegrar um tantinho minha alma dolorida nessa data. Não por saudades do meu pai, até penso em como deveria ser bom ter pai, afinal, ele não era como a Mãe, cruel, mas simplesmente fugiu da convivência. Pagava uma pensão minima aos filhos, entendo, não queria dar dinheiro aquela mulher e afinal, com seu histórico, descobri muito depois, nem sabia se seus filhos eram seus. Então não doou amor, afeto, apenas o dinheiro para evitar a fome, aliviar a culpa do abandono, cumprir sua responsabilidade legal,  enquanto assistíamos sua nova familia com recursos aos quais nós não tínhamos acesso, numa vida que era a de nossos sonhos. E como era ruim o ter que ir buscar o dinheiro do mes, uma, duas vezes até que "dava"  sempre associado a algumas" broncas".  Dele, me lembro bem, só mau humor, reclamações. Muito depois fui saber de enormes esforços que fizera quando éramos bem pequenos, eu e o mano um pouco mais novo. Está perdoado, certamente. Fez o que podia, mais, não conseguiria.
 Mas o que me fere nesse dia dos pais, o fim de semana dos pais, é que eu não ganho presentes e não sou homenageada. Eu, que fui pai de um irmão, bem mais novo, esse confirmadamente não filho do mesmo pai e cuja chegada causou a separação do casal, finalmente. Trabalhei para ele, para que estudasse, vestisse, tratasse seus dentes.  Depois fui pai, ou como dizem, Pãe,  de meus filhos, desde que nasceram.  Do meu trabalho exclusivamente que puderam morar, alimentar-se, vestir, estudar. Do meu trabalho é que puderam desenvolver seu caráter, sua formação. Costumo dizer que mãe, fui nota 8, afinal sou um fracasso na cozinha, mas sempre providenciei alimento no prato, então, como pai, fui nota 10 .O pai, biológico, que se dizia estudante quando convivíamos, de psicologia, era na verdade um exímio mentiroso. Até livros comprava, não posso dizer que desperdicio, pois li todos, muitos tratados da área. Mas descoberta a fraude, dito que eu servia para dar casa, comida e dinheiro para o Motel, continuei, só, mas sem ser roubada por um tempo. Poucos anos. Como Pai e Mãe. Aí, acreditando que a recompensa viria, seduzida por alguém que mostrava ser bom pai de seu filho, da idade dos meus, pimba, caí no conto dos mentirosos, de novo.  Mas pior, pois agora, a mentira exposta, a situação foi mantida por violência, intimidação, ameaças. O Medo implantado manteve o laço. E continuei "Pai", e lutando contra um padrasto, pela segurança das minhas crianças. Explorada, humilhada, constrangida. De cabeça baixa, escondendo-me na vergonha, acusada de fraca, enquanto buscava  forças para sobreviver, na esperança de um dia escapar. E tanto fiz que consegui, conseguimos. Apanhei muito para que eles pudessem estudar. Apanhei literalmente, na cara, na cabeça, pernas, costas, muito, muitas vezes, mas não cedi, no limite das ameaças de morte a eles, aos filhos, caso não fosse como determinava o algoz,violencia cometida  por alguem que sabia que ficaria impune,  que descrevia o quadro futuro, como faria, como se livraria. E com um filho  a mais, aquele que ele trouxe ao "casamento", que tambem vivia as custas dos meus esforços e trabalho, para prover, para fazer.
Então surgiram elas, mais duas, acolhidas, vindas  de um passado mais duro que o meu, com um futuro tenebroso caso nada fosse feito, ninguem fazia, então fiz. Com medo, o Monstro ainda era meu senhor, enfrentei, dei meu nome, elas me deram um pouco de paz;  na sua frente, o mostro suavizava-se, mas não deu seu nome na certidão de adoção. Para elas, ele dá algum presente, paga alguma conta, nada ainda perto da restituição de tudo que me tirou, dos bens extraidos a socos e pontapés e nada perto da real necessidade, dos gastos necessários para sobrevivência.
E agora um neto, filho de uma das meninas, moça já, quase  adulta, estudante universitaria e de um  pai que não provê, que não cuida, que espancava  a moça grávida ou no resguardo, até que eu soube e retiramos ela da casa, com força policial, e que exige direitos de pai  por uma pensão em lei de 200 reais. Moram, mãe e filho,  aqui, lógico. Minha casa se torna a alegria dos netos, meus espaços de quinquilharias de valor afetivo, substituidos por brinquedos. E divido do que tenho para que ele possa ter casa, sua casa, espaço de amor, algo como seus primos tem com seus pais e mães.  E sou mantenedora, pai, sem poder ser totalmente avó, pois não posso mimar como quero quem precisa de alguem mais para educar. Agora bem mais fácil,  é verdade, pois meus meninos, homens de bem, cuidam de complementar as necessidades financeiras para que sejamos classe média.
Mas no dia dos pais, todos vão para algum lugar  em busca de Pai, seja o sogro, seja o que não deu nome de pai na certidão, e eu, fico só. Num absurdo e solitário dia dos pais.
Lagrimas sempre escapam nesse dia. Sou chorona mesmo.  E nesse fim de semana nem posso viajar, como faço quando fico muito triste, passear , pois aqui estou, de repouso obrigatório, convalescendo de procedimentos dentários extensos, sérios, e dolorosos tanto no físico quanto na alma, e que não mais podiam ser adiados.
Eu devo mesmo ter sido muito má na ultima vida.

domingo, 28 de julho de 2013

" Dona Oswaldina " - segunda parte

 Sempre que a ambulância era chamada,  Dona Oswaldina era encontrada caida na calçada, a poucas dezenas de metros de sua casa,  numa curva de uma ladeira moderada. Certa vez, cansada daquela rotina, considerando ser injusto com todos os pacientes que de fato precisavam do atendimento de urgencia, fui pesquisar. Vi que do ponto onde ela era encontrada sempre " desmaiada"  no chão,  se avistava a ambulancia, ou qualquer carro mais alto,  bem abaixo, antes de curvas, na rua. Então, no plantão seguinte, ao ser acionado o socorro, fui eu mesma  atender. Não poderia, já que como chefe de equipe, não deveria sair, mas era pertinho, designei  substituto e fui. Seguimos por outro intinerário, um pouquinho mais longo, mas que nos faria chegar ao local pelo outro lado, no sentido da descida. Sem sirenes. E, conforme esperado, encontramos a pobre senhora de pé, esticando-se para ver se chegava seu transporte e poder deitar-se a tempo. Voces podem imaginar o susto da coitada ao pararmos ao seu lado. E ouvir do motorista a afirmação : " Que bom que hoje a senhora melhorou ! "
 De outra feita, num raro dia de sala de urgência de mulheres praticamente vazia, e apenas eu no atendimento, por tratar-se da hora da refeição noturna da outra colega, confesso, sem saber se devo envergonhar-me ou não, que tomei uma atitude que,  na época considerei educativa. Ao chegar dona Oswaldina, desmaiada, com sinais tipicos e reconheciveis de longe do tal DNV, distonia neuro vegetativa, ou" piti" , ou simulação,  não  levantei imediatamente para atende-la. Pelo contrario, deixei que permanecesse na cadeira até que, com medo de passar a hora do jantar, ela acordou expontaneamente.  Como sempre, perguntando " onde estou", olhando ao redor, " que frio" , ao que respondi:  - Calma, esse frio é  efeito da injeção que a senhora tomou para ficar boa.  Ela fuzilou-me com os olhos. Deu até medo. Mas não ousou desmentir-me, pois seria desmascarar-se. Sabia que não havia tomado nada. Mas sabia que dizer isso seria assumir sua farsa.
Medico sozinho  não faz saude. Essa, e tantos outros. precisava mesmo era de acompanhamento psicológico, alem do acompanhamento do serviço social, que providenciamos, por ser este disponivel.
E eu, já deveria parar de ser médica, por ter diminuida a compaixão. Mas compaixão por  ela acarretava a menor compaixão por outros. Seu atendimento, desnecessário e inutil  naquele local, prejudicava a necessidade de atendimento de outros. O que fazer ?
 Ela passou, por algum tempo, a evitar meus dias de plantão.  Por algum tempo, curto.



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Médico sózinho não faz saúde

Em primeiro lugar, é necessario um ambiente saudável. Ar, água. Saneamento, higiene, alimentos. Acrescenta-se educação, para saber discernir e fazer escolhas saudáveis.Vontade. Sem falar de outras como trabalho, lazer, etc. Então, se mesmo assim houver  um desequilibrio da matéria, uma falta do" completo bem estar", ou mais, se uma  doença acometer, por causas externas ou internas, e não puder ser resolvido  pelas formas da tradição familiar, chás, infusões, técnicas eficientes há milênios, que venham o médico e sua ciência. Cada vez mais cientifica.  Mas justamente pelo carater cientifico, especulativo, empírico, a saúde da pessoa não pode  ser abordada em apenas uma de suas dimensões. Negar a complexidade é anticientifico.
Então, vou contar aqui umas historinhas. De pacientes que ocupavam serviços de emergência, quando na verdade deveriam estar sendo cuidadas por outros profissionais. Pena, que com tanto avanço cientifico, e de informação, nossos politicos, governantes, ainda não perceberam isso. A necessidade de uma abordagem integral para a saúde. Mais é menos, nesse caso. A contradição aparente é fundamento.  Mais profissionais de diferentes áreas equivalem a menos doentes.  Certa vez um prefeito médico afirmou que investir na saúde é  aplicar recursos em um poço sem fundo. Eu penso que investem errado. Da forma com que é feito, nenhum poço nunca será suficientemente preenchido. Tragam mil, dez mil, cem mil médicos e venham de onde vierem.

Depois dessa longa introdução, vamos contar historias.




Aí está. A mais marcante, pela assiduidade, primeiro.

Vamos chamá-la  Dona Oswaldina. Uma senhora de seus cinquenta anos, pequenina, como são muitas das senhoras de sua classe econômica e social . Magra, pelo biotipo ou pelas restrições nutrológicas ao longo de sua vida,  Chegava trazida por ambulância, sempre.  Aos olhos leigos, desmaiada. Em maca de remoção ou as vezes em cadeiras de transporte, quando as macas estavam em falta, insuficientes,  por ocupadas. Chegando na sala naquele estado, era imediatamente examinada por um dos médicos da emergência, em detrimento de outros pacientes que aguardavam na  fila, interminável , ou no lugar de reavaliações de pacientes que aguardavam liberação ou  vaga para internação.. Avaliados os  sinais vitais, sempre normais e o estado de consciência, só " acordava" ante uma injeção. Os colegas novatos e inexperientes apicavam algum antidistônico, sedativo  e ela dormia algumas horas. Os mais experientes em atendê-la aplicavam um placebo ao que a resposta era imediata. Abria os olhos, tremendo, perguntando onde estava e queixando-se de muito frio e logo a seguir, de fome. A enfermagem, solícita e por autorização médica liberava um prato de refeição. Interessante notar que sua chegada sempre coincidia com o horário das principais refeições do pronto socorro no hospital do qual fazia parte. Agasalhos, frequentemente lhe eram fornecidos. A cidade é fria. E dia após dia, vinha dona Oswaldina. A assistente social promovera visita domiciliar, ela tinha uma casinha em uma comunidade  próxima, do jeito que são essas casinhas, barracos, em comunidades carentes, onde vivia com um filho adulto, doente, insuficiência renal, com historia de diversos abandonos de tratamento. Nessas visistas do serviço social  foi levantado que as roupas que ganhava,  mal usadas eram jogadas fora quando sujavam. Que os alimentos da cesta basica que lhe foi garantida, eram jogados no lixo, sob alegação de que não prestavam. E persistia chamando ambulância, quase diàriamente, o que deixava outros pacientes esperando mais tempo pelo atendimento, e ocupando  serviço de emergência, macas, tempo das equipes e algum medicamento desnecessario.E quando atendida por calouros do serviço, novatos, ainda utilizava recursos diagnosticos como exames de sangue, RX, eletro.ardiograma, Quando haviam novatos em varios dias, fazia exames varios dias da mesma semana. Afinal, serviço de emergência, pronto socorro, não tem ficha de acompanhamento para pacientes liberados. E  não se pode recusar atendimento. Vai que dessa vez... E ao chegar na sala, nem se pode deixar para depois, pois além do "vai que", ainda o risco do profissional ser linchado por omissão de socorro, pelas pessoas que aguardavam seu proprio atendimento  e seus acompanhantes. Afinal, todo médico é mesmo safado, filho da puta, negligente, vagabundo.
Depois conto mais, dela e de outros.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Sucateamento da Saude

Eu sempre dizia, e  pessoas que comigo conviveram, devem se lembrar disso, que essa era uma das estratégias dos politicos para  acabar com a pobreza:  atraves do exterminio  dos pobres. E isso vem sendo sistematicamente conduzido. Enquanto fingem ser bonzinhos, dando o peixe, envenenam a água.  Metaforicamente falando, ou não : o caso em andamento das mortes em Alagoas . Ensinam pelas midias como NÃO ter saúde e sucateiam os serviços de atendimento médico, transformadas em antecâmeras da morte. Os médicos são treinados, condicionados, pelos sistemas, midiaticos e educacionais a acreditar na cura  pelos remédios e tecnologias produzidos por essas mesmas  "forças", deixando a prevenção relegada aos interesses das corporações que produzem dinheiro, sendo que este nem mais existe, apenas cifras inimagináveis em arquivos de computador, sistemas bancários, sem lastro, sem realidade. Imagino o cofrezinho do sr Eike, ou de  Bill Gates, ao modo do cofre do Tio Patinhas. E no entanto, a miséria crescente, permanente na historia, essa é bem visível. A fome no campo ou nas cidades, aqui, nesse país, ou lá, Africa, e outros do Oriente, de onde mal  se houve falar,  aliviada, enganada, com milho transgênico , ou quimicos colocados no feijão, para sua conservação, para livra-los das brocas, mais uma forma insidiosa de assassinato em massa, lento o bastante , para permitir que consumam ainda dos produtos criados, enquanto se espera pelo crescimento de novos consumidores, filhos daqueles,  enquanto as pessoas são expulsas das terras, afastadas materialmente e culturalmente da salvadora agricultura familiar, para acúmulo de tão poucos e seus cofrezinhos imaginários.
Sim, eu sinto muita raiva. Porque fui acreditar, na infância, em um deus misericordioso e justo, e depois, descrente desse, ainda na juventude, na possível igualdade social, marxista, que só se mostrou uma outra força de dominação e não de promoção de direitos, liberdade, fraternidade . É, também acreditaria nos ideais da Revolução Francesa, que se tornou apenas outra forte fome de sangue, de vingança, e não promoção do BEM.
  Aristoteles escreveu que o Bem é aquilo para o que todas as coisas tendem. Engano seu ? O que estaria pensando, agora, de seus conceitos éticos ?  Tão utópicos quanto a Republica do Platão . E os  demais profetas de todas as religiões ?  Jesus, Maomé ?
Por que essa raiva ainda não me matou ?  Pois raiva mata, pelo coração, pelo figado, pela vontade.  Respondo: entre as hipóteses  que escolho para sobreviver, está a da reencarnação, onde cada um está vivendo o que escolheu para si, antes do nascimento, o primeiro arbítrio, e  para seu desenvolvimento, ou conhecimento, para seu caminho maior. Só assim olho a fome ou dor de criancinhas, sem me desesperar até a morte, sem desistir da vida.
 A duvida ainda persiste, principalmente entre os principios taoistas, da Não Ação  e os da caridade cristã, islâmica, budista, esses, o da compaixão, que assumi para minha vida. Compaixão, de Compassio, sentir junto  e daí, fazer o que for possivel, sem colocar limites nesse possivel, tentar sempre ir além de. Principios  que frequentemente tenho questionado, mesmo sem abandoná-los.
Trabalho de formiguinha, sem a  colônia, ou  apagar incendios com a agua que carrega no bico o beija flor.
Da Saude do Outro, eu quase desisti, aposentada, não quero voltar a dar murro em ponta de faca, ensinar a quem não quer aprender, tão endurecidos estão pelo que lhes ensina o sistema.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Nada muda, eu não mudo

Um dia desses postei em outro espaço daqui, lá no "SER..."  que era urgente me reinventar. Porque tinha levado um grande susto da tal Vida  e se não fizesse algo, as consequências seriam funestas. Mudei um pouquinho, tão pouquinho que nem notei e passados poucos dias, nem esse pouco existe mais em minhas mudanças necessárias. Continuo a mesma, revoltada, inconsequente, mas muito feliz e infeliz também.
Como fazer, se de dois passos à frente, voltamos um atras, como diz sempre uma grande amiga ? E se nesse passo de volta, ao seguirmos, não vamos em frente, mas para o lado, como carangueijo? Dependendo do ponto de vista, não avanço nada.  Nem aprendo. Apenas me recordo que ainda não aprendi a mesma lição. 







sexta-feira, 28 de junho de 2013

Então tá.

Pedem mais saúde, mas ninguem quer tomar os cuidados necessarios para a saude, como uma alimentação adequada e responsável, ou repouso, o seja, o cuidado de si.
Os jovens pedem mais educação, mas não querem prestar atenção às aulas, cumprir tarefas escolares, respeitar seus professores. Vão para as universidades, mais ocupados com as chopadas e festas do que com as aulas.
Bradam contra a corrupção, mas desviam material de  escritorio de seus empregos, falsificam carteirinhas de estudante, pagam propinas ao policial que os vão multar ou apreender e sonham com enriquecer as custas do outro, a qualquer custo.
Jogam lixo, muito lixo nas ruas e reclamam da limpeza publica.
Reclamam das bolsas de ajuda social, mas não se preocupam se sua ajudante do lar cumpre horarios alem do proposto em lei , se seus funcionarios não ganham o bastante para mau viver, enquanto eles,  os patrões  aumentam seu capital,   e nem  se suas condutas individualistas aumentam a pobreza, ou despertam desejos em quem jamais terá acesso ao que exibem,  por mais que trabalhem.
  E querem que o governo, qualquer governo, lhes garanta aquilo para o qual não se esforçam.  querem milagres, para os quais não contribuem.
 E pelo que digo, vão me chamar de "direitona"  ou fascista. Ou comunista.  Então tá.

Eu sei que as taxas de impostos são abusivas, que nossos desgovernos são de ladrões, que nossas midias são manipuladoras. Sei bem.  Mas sei bem que eles, os politicos,  são representantes do povo que aí está, que permite e os elege, e que os inveja.
E por sermos todos politicos, é a natureza humana, somos todos farinha do mesmo saco.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Tem tanta coisa...

...  que  não posso falar , ou, não deveria. Se eu fosse uma pessoa adulta, de bom senso, senso comum. Tenho até me controlado, disfarçado, mas a indignação aumentaaaaaaaaaaa, passo a julgar  e isso é muito feio, dizem aqueles de principios religiosos ou morais.  Mas se não julgar, como estabelecer criterios de valores ?  E sem esses criterios, com atender a principios éticos ? E como não fazer uso de meu raciocínio ? Pois quero e preciso usa-lo por muito tempo .É  bom  que seja assim.
 Mas bom mesmo é ouvir ideias sobre as minhas ideias, o que pensam meus poucos e muito bons amigos daqui.
Escrevi hoje, lá naquela rede, onde amigos se multiplicam, onde voce encontra quase todos de seu passado, e tudo vira presente  e frequentemente, tambem presente, de grego,  dizem, sem xenofobia, apenas uma expressão politicamente incorreta e usual.  Mas escrevi :
" POR QUE NÃO CONFIO ?
EM NENHUM POLÍTICO?
 PRECISA EXPLICAR ? DESENHAR? OU POR "FOTINHA" ?
 É tudo questão de tempo, questão de preço
. E TODOS os humanos são seres politicos."

Aguardo . Os amigos do passado que viraram politicos e vivem "curtindo"  o que posto. Os amigos dos amigos que adoram presepadas e puxassaquismos. O que farão ? Foi uma provocação ?  Ou exposição do que sou ? Aguardo.
 Tantos amigos legais  e não  andaram saindo daquela rede. Uns até , educadamente, avisaram que se retiravam. Outros apenas apagam seu perfil e somem. Que coisa.! Tambem fui excluida por alguns, apenas por dizer o que achava. Minha opinião mal formada e deformada sobre tudo.
 Mas vim aqui, em casa, nessa casa, para falar de outra coisa, está me entalando  e antes que sufoque por não dizer ou que me sufoquem por dizer, aí vai:


É, passei o dia todo sem tempo para concluir, tanta confusão aconteceu, que vou deixar para depois. Mas quero falar sobre a tal situação dos médicos. Quem sabe o Universo conspirou para que eu calasse a boc...os dedos. Quem sabe, pedras iriam rolar...


quarta-feira, 19 de junho de 2013

O que penso ?



É tudo lixo
Mais uma onda, o povo se levanta, as massas são manobradas, os grandes interesses, Interesses dos Grandes  serão mantidos e favorecidos.De algum modo. Apenas brinquedos nas mãos de Deus. Ou Deuses.   Suas hierarquias, o poder dos Grandes da Terra, demônios caídos ?  Capital  contra o Social  ?   Por que ?  Posso pensar o mundo metaforicamente,   posso afirmar que não descobri nada de Verdade,   do tipo   Certeza Absoluta, e que não posso afirmar nada. Estudei. li, vivi, experimentei, apanhei da Vida, oscilei entre extremos. E podemos ser apenas o sonho de alguem.
O que penso ?  Que dá uma raiva danada  ver comida sendo jogada fora, enquanto existe Fome. Que dá uma raiva danada ver  massa manobrada.  Ver cachorro massacrado, bicho ou gente torturada.  Que raiva ver boiada no pasto, o bife vosso de cada dia .  Mas é bonito ver boiada no pasto. Ter estrada. Pó de asfalto. Pó de barro. Óleo Diesel. Avião. Meditação, paisagens, reflexão. Floresta.
Temores, sempre os tive. Oh!  E  quantos. Tive Medo, mesmo, também. Mais de uma vez. De saber que ali chegara ao fim, não mais haveria escapatória.  Como  não ter medo, se não se tem certezas, fé em alguma coisa ?  Hoje em dia, tenho medo até de seguir sozinha pelas estradas. E tenho medo de mim. Tenho medo de ter medo.
Compaixão,  parcial, raiva  bastante. Intolerância com a burrice teimosa, até perceber que esta é minha burrice teimosa. E repito. Empacada . E não mudo. Poderia dizer : não aprendo,  ou seria  mesmo , não quero mudar meus valores.Não encontrei ainda nada melhor.  Ao mesmo tempo que se deva sentir compaixão, aquele está apenas vivendo :   1.  seu carma  a) carma segundo o espiritismo. b)  Carma segundo tradições orientais    b.1 hinduísmo  b.2   e por   aí vai qualquer raciocínio meu e desse amplo leque, um algoritmo, devo fazer minhas escolhas determinar nelas o que, quanto e como afetam ao que estão ao meu redor. Logicamente e magicamente.
 E se , Pascal ?  Tudo é possível ?
Tambem tive amores.  Amei.
Não aprendi  nada ! 
Ou seria para isso  que Somos , SER,  sentir, viver, não deixar pegadas ?  Ou deixar marcas ?


segunda-feira, 17 de junho de 2013

Fui e voltei

no sábado e segunda, hoje.
 Eu vi :
Um velho caminhando na beira da estrada, vestido como um tipico homem daquelas regiões, calças, talvez botinas nos pés, camisa e chapéu de palha estilo vaqueiro. Nas mãos uma galho, com o qual varria o chão onde iria pisar. Um monge budista matuto ? Por que fazia aquilo ? Deveria ter parado para perguntar.
 Boiadas sendo tocadas, sol brilhando nos rios, tão vazios agora ; das margens esbarrancadas, lembrei-me frequentemente da frase de Brecht, que anda circulando nas redes : "Do rio que tudo arrasta se diz violento, porém ninguém diz violentas as margens que o comprimem.". Tanto tenho pensado nisso, não pelos motivos sociais que a trouxeram à luz, mas por meus pequenos motivos pessoais.  Festas sendo preparadas, passando rápido por cidades pequenas, e outras  pouco mais do que vilas, depois que troquei a grande rodovia, eixo sul-norte, por outras menores, atalhos,  porque me vi duas vezes seguidas forçando ultrapassagens  por exaustão de fumaças de caminhão, da lentidão, da segunda, chamei repetidamente por um Deus que não acredito, a curva se aproximando, meudeus, meusdeus e consegui espaço entre o que parecia vagões em ferrovia, ia, porque de mim precisavam, me chamaram, e porque tanto gosto desses passeios, não há porque correr riscos como os que  forcei. Gentes de muitos tipos, vistas de longe são até simpáticas. Gentes de perto, mais perigosas do que minhas ultrapassagens. Fui e voltei, eu e meus cachorros, dois deles, filhotes ainda, que não sabem ficar sozinhos, ou eu não sei mais ficar sozinha, tanto medo tenho sentido, ou, tenho envelhecido, em saltos enormes, sustos, uma antevisão de um inferno, maior do que todos os infernos onde estive em vida, nessa vida. Vi tantos velhos caminhando pelas margens das MG qualquer coisa, RJ outras coisas, BRs, mas vi também poucas mulheres idosas rindo juntas, em grupos, tres, duas, caminhando, paradas nas portas, porteiras. Jovens ao telefone, mocinhas ruidosas,  bêbados em bares, pés sujos os bares, os bebados não sei. Vi um caminhante, enxada sobre o ombro de onde pendiam duas trouxas. Na volta, 100 km adiante e  ao norte na mesma estrada, o  mesmo caminhante, seguia.  Estive em um paraíso, assim me parece, crianças brincando, alegres em suas adversidades não percebidas, só por mim imaginadas , espelho criado pelo que passei. Caminhei em trilhas nas matas, sem paisagens, ocultas na neblina do amanhecer, trombei com teia de aranha, descuidadas, elas pelas teias nas trilhas, eu olhando apenas para o chão, passei a tomar mais cuidado, abaixei-me nas seguintes, quase a rastejar, mais cuidado ainda na volta, descendo vai-se mais rápido, eu e meus filhotes, enlameados, tão felizes estávamos, pés molhados, os meus apesar das botas, no carro deixara botas de borracha e as câmeras, fui sem fotos, subi com agasalho,  desci sem, aquecida pelo movimento no frio, roupas travadas pelos carrapichos, sementes de varias espécies grudadas, força para migrarem.  Feliz, feliz. Um pai sobe alto em uma árvore para resgatar a flecha de brinquedo que seu filho perdera. Ele diz : meu pai é muito técnico, aprendeu isso no trabalho dele. Enquanto eu descansava e lia , um netinho pede a câmera, vó fiz muitas fotos lindas, muito lindas mesmo e fotografei você.  Agora, olha, com a sua, os dois,  um dois três i já,  fotos simultâneas,  fotografando. Uma Mamãe terminando a tese, outra Mamãe fora, em aperfeiçoamento profissional, outras Mamães ocupadas com os bem pequeninos ou com tarefas indispensáveis, crianças juntas lanchando pipocas com o suco do maracujá daqui,  que levei, do quintal da Vovó da praia, fogueira, brincadeiras, gritos estridentes para fazer os perus glugluzarem, disseram. Por que voltei ? Porque, como disse já por aí em páginas passadas, sempre para dizer Olá, tenho que dizer Adeus . Para abraçar, preciso me despedir, para chegar, tenho que partir, coração infinitamente partido.



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quinta-feira, 6 de junho de 2013

Escolhas



Tenho pensado muito e avaliado, depois de tempos passados ou nem tanto, minhas escolhas. Parece-me que na maioria dos casos  o resultado não me é muito favorável,  longe de ser  o que eu esperava. Ou, claramente, só faço escolha errada. Exemplo, hoje, decido-me pelo caminho de terra, irritada estava pela quantidade de carro e lentidão no asfalto. Adiante, alguns radares de velocidade e muitos quebra-molas, cruzamentos se fosse pelo trecho calçado.  Entro no atalho, que só atalha trânsito, já que a distância é exatamente a mesma, já medi. Gosto mais de ir pela terra, com pressa  melhor pelo asfalto, com transito no caminho considerado normal, melhor pela terra, estradas sempre desertas e bem conservadas, quase lisinhas.  Primeiro, não avaliei o estrago que as chuvas recentes fizeram ao barro-saibro. Buracos,  "costelas de burro" e lama, muita lama. Bem, que me esperassem um tiquinho mais, sei que a hora do compromisso não era tão rígida, bem que meu filho me diz que vez ou outra devo acionar a tração nas 4, oba, quase que preciso, tração, lá vou eu, uma curva, outra e... congestionamento... de bois. Pensei termos de baixo calão, pensei raiva de minhas escolhas, pensei em repensar sempre, não pensar, fazer. Gentis meninos que tocavam a boiada. Nenhum deles aparentava mais de quinze anos, manobraram os bichões e bichos filhotes e fui seguindo entre chifres, fechei os vidros, como se isso me protegesse daquelas enormes armas, caso decidissem investir contra mim. Pensei no carma. Já comi muito boi, antes de me conscientizar  de suas vidas sensíveis, ou quem sabe, poderiam estar também irritados, como eu estivera ao decidir entrar ali,  e súbito, bem no vazio onde eu iria passar, uma briga, ou brincadeira, boi sobe em boi e ali ficam, até serem tocados. Vi que nenhum era vaca.  "Carma, muita carma nessa hora".  E passei, cheguei a tempo, eita vidinha mais ou menos. E ainda ganhei um magnífico por do sol,com reflexos na lagoa e  que não fotografei, pois meu filho que, então estava comigo, era esse o motivo de meu passeio, buscá~lo e levá-lo onde devia  ir , tinha hora para chegar e argumentou: "nem adianta, na foto não fica igual, melhor guardar na memória". Tá. Amanhã tentarei na mesma hora e local, sem acompanhantes o por do sol, que será outro, quem sabe mais bonito. Escolhas...

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terça-feira, 14 de maio de 2013

Pelo Dia da Mães





Tantas décadas para perceber que o problema não era ela, ausente, negligente,  limitada  em suas possibilidades de ser carinhosa, cruel frequentemente, mas só era quem podia ser. Pela consequencia do que sofreu ,ou  pela sua escolha, arbitrio livre? Ou determinado ?
O problema fui eu. Intolerante, incapaz de perdoar ou compreender.  E ainda sou o problema, pois carrego tanto ressentimento, por anos, tentando desprender-me, mesmo consciente do mal que faz esse torto apego, a uma imagem do que não foi. Consequencia do que sofri, ou arbítrio livre ?  Determinada a ser assim ?
E carrego a culpa de não amar minha mãe, acentuada, por ter filhos que me amam e demonstram.

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Tenho pensado muito

E fico só matutando, deitada em minha cama nova, tinha comprado antes do Natal, para as visitas, usaram, mas a visita redundou em tanta coisa ruim, e mais o ataque dos cupins depois, e o trabalho de sempre, foi ficando o quarto do entulho, do que ainda está por arrumar  e eu dormindo na sala em um micro e extremamente desconfortável sofá, por meses . Tres quartos vazios na casa. Bem, quase-arrumei o quarto, e estou curtindo compulsivamente deitar de papo pro ar. Como tudo que faço. Desmedida.
(  " Onde durmo "  ver AQUI )




Há cerca de quinze dias, em dias sombrios, tanto ou mais na alma do que nas nuvens, aquelas do céu, talvez tambem nessas de agora, onde reside o virtual, dias sombrios, medo e escuridão, um simples e pequeno raio de sol incidindo sobre algo tão velho o faz realçar, lindamente iluminado, e me acendeu uma nova visão dos problemas velhos. Assim, outro olhar. Simples.

terça-feira, 19 de março de 2013

Quando eu atolei...

as estradas não estavam em seu nivel normal de lama. Um projeto de recuperação das nascentes dos rios de uma parte do municipio de Coimbra, MG  havia removido a terra quase sólida, ou por sobre essa parte foi despejada boas quantidades de terra removida na escavação dessas...piscinas(?), qual será o nome técnico, estou mesmo com preguiça de pesquisar. Mas a questão é que a proposta de escavação desses reservatorios, para que a água de lixiviação  das estradas e terras adjacentes ali seja acumulada, e desviada, para não atingir assoreando,  as nascentes do Rio Turvo  está me parecendo uma ótima ideia - agora que a lama assentou. Sem conhecer a parte teórica do projeto, penso que a água retida nessas piscinas penetra  pela terra. atingindo  os lençõis subterraneos, mais um beneficio, já que reflorestar  os entornos das águas, parece impossivel a medio prazo. A tal Economis Rural..Escava  menos as estradas. retem água, evita assoreamento.Entre plantações de eucaliptos e pastos.





Ali, do outro lado da vertente do morro, um grupo optou por criar uma ecovila, montes de soluções sustentaveis  e reflorestamento total do vale acima e em torno das  nascentes. Sucesso, que recebe visistantes do ensino básico até a pós graduação  com intuito de conhecer os projetos e seu desenvolvimento. Mas desse, eu falo sempre.

sábado, 16 de março de 2013

Reflexos de dezembro de 2012 ? Ou abril de 52 ?

Sou obrigada a arrolar por testemunha um Ser ao qual  questiono a existência ? Sòmente Deus por testemunha!  Quem ou quantos saberiam apontar uma porta, saída, uma solução ética sob as multiplas perspectivas ? Todas as vezes ? Com tantas pessoas ? Quantos estendem a mão, ou um olhar ? Mas jogaram muitas pedras. Algumas só estou sentindo agora . Existem algumas teorias que afirmam que voce não vê aquilo que não acredita ser possível. Não vi  as primeiras. Paciência. Como ? O queixo treme, lágrimas insistem em formar-se. NÃO. Dessa vez não, essas pessoas queridas não vão me pôr a chorar ou sofrer. Paciência de esperar o Tempo mudar as circunstâncias e as coisas ganharem outra perspectiva. Ah !  O  Tempo. As vezes até mostra a Verdade. E  nem poderia mais desejar que passe rápido. Mas quero !?!   Percebo-me, nas devidas proporções, como personagens miticos da tragédia teológica grega, ou de livros do Antigo Testamento da Biblia. Me defronto com o dilema de Arjuna. Arquétipos comuns, sei lá o que seja isso, representações e questões  de uma  questão ética  fundamental.  A guerra com parente pode ser justa ?  É necessária ? Como reagir à injúria, a difamação  cruel, sem ter voz, já que não me ouviram. Sem direito de resposta. Porque até agora ninguem veio me dizer o por que do movimento que percebi e que só confirmei agora.  De novo. E outra vez, quantas vezes ? Sete vezes quanto perdoar, quantas vezes me pergunto, e aqui mesmo sobre isso , ou então, o corte pela espada - simbólica, óbvio. Parafraseando Castaneda, confundir a historia pessoal, desfazer laços, reorganizar-me.
Embora negue-me a reconhece-las, as lições são óbvias. E frequentes, cada vez mais frequentes. Assustadora coincidência de acontecimentos do acaso ou descaso.  Odeio lições duras  ao modo de castigo. Odeio aquele(s) que pune(m). Recentemente descobri em mim uma capacidade de tornar-me má frente as maldades recebidas repetidamente. A primeira constatação é o prazer que passei a sentir ao estalar mosquitos com uma raquete de circuito elétrico  Tec, oba ! tec tec UAU !  TECTECTEC  Adoro isso. Sem compaixão pelo ser vivo que não teve compaixão de mim. Em genero e espécie. Não considero o indivíduo. Como uma deusa, mato "mosquitos" com prazer em punição ao que me picou. Como  prevenção. Assusta-me essa mudança recente em  meu comportamento. Algo porém  não mudou, a capacidade de reagir as lições de uma forma diferente, com rebeldia. Sendo severamente punida e humilhada ao ser pega numa tentativa de "cola" num teste da quarta série, tentando olhar a prova da colega, prometi que jamais aquilo voltaria  a acontecer. Eu iria colar muito e sempre e nunca mais seria pega. E assim foi. Elas não sabem ,a quase ninguem falei disso, mas humilhei aquelas arrogantes professoras irmãs de caridade Só voltei a estudar para prova, quando do vestibular. Passei, de primeira, em Medicina de  Universidade Federal.  Rebelde, teimosa, tinhosa, vaidosa.Não aquela vaidade superficial e futil de modas de aparência, mas da vaidade mais arraigada, do se saber melhor do que...  Avaliando minha vida, passado e presente, meus atos e pensamentos, domados ou não,  permaneço em essência assim, do contra. E  se ?
 Posso sempre ser melhor, eu sinto e sei,  e trabalho por isso. Aperfeiçoar meus modos de matar mosquitos,  cupins e sentimentos. E quanto mais vejo coisa ruim em volta, mais eu mostro e faço o contrário.
Tenho uma cachorrinha nova aqui em casa. Ela vem me mordiscar, chamar para brincar. Ou roer os fios, se eu não for rapidamente.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

NÃO É O QUE PARECE !

Disso se sabe, com muita frequencia somos iludidos pelas aparencias, enganados por nossa proprias suposições. Esse "causo"  que conto agora é um desses.
Lá fui eu trabalhar, fazer um "biscate"  já que como aposentada a renda é insuficiente. O que não quer dizer que quando na ativa recebia  o que eu ( familia)  necessitava (mos), mas pelo menos fazendo muitas e muitas horas extras fui tocando a vidinha criando filhos, paridos e não, do mesmo modo e sozinha, sem outros recursos. Então, atualmente, aos "ganhos extras" para o básico, "não-extra", fazendo plantão em eventos, onde e quando me chamam.
Desfile de Carnaval, 2013, em Macaé, grupo B. Meu posto, na concentração das escolas, oba ! Pouca ralação, esperava e confirmei. Muitas fotos,  que gostei,  e bastante aprendizado. Como existem coisas que desconheço ! Quanto conhecimento, costumes ainda vou descobrindo e certamente no caminho a trilhar, mal esboço alguns passos . Pena,  eu queria mesmo saber tudo, mas vou aberta aos ensinamentos, práticos ou morais. Como se a moral não fosse prática.
Mas foi possivel, no muito tempo livre, do meu posto, fazer fotos, observar e vi que as pessoas ao voltarem do final do desfile, iam largando pedaços das fantasias pelo caminho, correndo para vestir a outra de outra escola e ao chão aquele monte de coisas brilhantes, toscamente bonitas. Abandonadas, Percebi então que algumas pessoas da equipe que estava comigo recolhiam uma e outra peças e por que não ? Que ótimas brincadeiras com os netos poderiam se desenvolver dali,   e peguei tambem um treco, que depois fui saber, chamar-se " esplendor" e mais uns trequinhos avulsos, plumas, adereços. Com parcimônia, afinal, voltariamos para o ponto de reunião em ambulancia, não poderíamos atravancar o espaço util com nossos brinquedos.  Ao final do desfile caminhões de lixo recolhendo montes de fantasias, que triste desperdício !
Isso até merece muitas considerações, mas não é o motivo desse relato.
Volta para a base, pego meu quartomóvel  ,( recordar AQUI ) , decido não dormir, afinal, nem muito cansada estava e sigo para casa. Chego às 7:10, horario de verão, de uma segunda de carnaval. Sol nascido, manhã brilhante. Se entrar com o carro no portão, os "peludos" vão latir, muito, vizinhos e visitas não merecem, deixo o quartomóvel na rua, defronte ao portão, os vizinhos vão ver aquela fantasia enorme dentro, que mico, o que vão pensar, decido levar para dentro aquela cangalha e penduro no ombro, junto com bolsa pessoal, bolsa de equipamentos técnicos, câmera,  vou trancando o carro e ... ao mesmo tempo, o vizinho da frente, o rapaz da casa ao lado e o outro, duas  casas abaixo abrem os portões e saem - de madrugada num feriado !   E  sorrindo, acenam..."Ora! A velhinha da casa dos cachorros é foliã ! "

fotos:AQUI

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Eu conto no blog...



 Ou não?  Personagens  da vida e das historias se tornaram leitores/censores, detentores de direitos de imagens, certos estão, mesmo que se falo quase que metafòricamente. Como falar dos sentimentos reais em publico  quando nesse publico estão alem de envolvidos,  nós mesmos, Eu ?

Passar  de relatos na primeira pessoa, para terceira pessoa, personagem diferente daquela que vivo  e represento cotidianamente, mesmo sendo estes multiplos, ao absurdo.?


Enquanto reflito, eu conto algo





A Caetana morreu. Ontem. Minha orelhuda favorita, aquela que eu queria ter sempre ao lado, calma, mas que era impedida pelas agitações dos outros. Mesmo agora, cada vez menos e mais velhos ,ela esperava.  Caetana. orelhuda e tranquila, morreu assim, deitou-se, dormiu, à tarde, e não acordou para comer à noitinha. Ontem. O primeiro dia que fiquei sozinha em casa, depois de muitos, muitos mais do que conto por hora. Casa cheia, de gente, de alegrias e confusões, tantas que multiplicou o tempo passado, semanas seguidas, um entre e sai, dormir na espera do quarto amanhã, 50 dias ininterruptos, nem nas estradas estive sozinha e eu aprensiva, será que ainda sei ficar só, sou capaz de gostar? E , no jardim abraço os cães, agradeço a companhia, presença e fidelidade e ...Será que não acariciei naquele momento a Caê?   Ela se foi. Para onde , e a partir  daqui mesmo em tão pouco tempo  estão indo, um após outro, todos. Dos 11, meus amigos de mais de 10 anos, que estavam comigo quando comecei a blogar, agora são tres. Meus amigos que me deram a força necessaria para mudar e para ver o quanto valho, na verdade. Minha pequenez humana. Ainda vejo vagar as imagens , fantasmas,  da Jade e Docinho,  pelos pátios e plantas, na cozinha. Ainda choro pela dor de minha incompetência em administrar  os grandes, feras, sem castra-los e garantir a sobrevivencia dos pequenos - presas, o que acarretou em prisão de alguns, injusta para o Dingo, submeteu-se pelo bem de todos, dos vizinhos principalmente. Espaçosa. limpa, é verdade, a prisão com espaço para banho de sol e alguns passos,compartimentada,  protegidos do sol e chuva, abrigos para o frio pouco, aqui. O melhor possível, certamente; como em quase tudo, superestimei minha capacidade, mas iso já é passado, dois, tres anos, quando as feras se foram para a liberdade do paraiso dos seres sem culpas, onde não entrarei...Tenham piedade de mim.

A foto é de 9  de janeiro, dois dias antes do Arthur completar seu primeiro aniversario. Ele explora o Teddy, enquanto Caetana olha.Ultima foto dela.

Todos se foram. O que isso representa ? De modo cínico, concluo que outros virão, serão amados, cuidados, sempre. Não é assim ? Gente ou bicho ?  Até eu?

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Chegando em casa

Ainda não me acostumei aos ventos da região.  Fortes mesmo, algumas vezes ainda me assustam aqui. De onde venho de toda a minha vida,antes daqui,  ventos eram sempre tempestades.  E enchentes e desmoronamentos, mortes, feridos, desabrigados. Eu mesma,  sem casa uma vez, outra quase, felizmente todos bem, "perdas materiais" sòmente. Emocionais não conta. Afetivas, tambem.. Certa vez um filho, pré adolescente  à época, em uma chuvarada  poucos meses depois de termos sido desalojados por uma combinação natureza-civilização, andava pelo corredor, com uma vela - sempre cortes de luz, e me disse:  " Mãe, eu nunca mais vou ser o mesmo ".  Nem eu. Ventos fortes, décadas depois, aqui, são apenas ventos da estação, ainda não os aprendi, sudoeste, noroeste, palavras que ouvi. Mas ouço trovões, não sei se o que não ouço, o silêncio dos pássaros é pela noite que se avizinha, ou prenuncio de tempestade. Então, pequenos cortes de luz. É tempestade !
Levei  o dobro do tempo  na viagem de volta.  Ainda bem que foram solucionadas  todas as questões que  fizeram necessaria essa viagem, sempre um passeio. Apesar do trafego imenso de megacaminhões, enormes retenções inabituais para locais e horários.  São percursos que conheço bem, Segunda feira, meio da tarde, após o almoço, o dobro do tempo, horas paradas e eu calma. Exceto, lógico,  a revolta com os " passantes do acostamento ".  Rogo pragas, chingo, até pela janela, faço gestos obscenos  e hoje cheguei a arremessar uma garrafinha pet para assustar o "piloto de acostamento" . Ixe!  Que a viagem foi calma. Imbecis me transformam num monstro. Ainda bem que vinha de dias de problemas bem resolvidos, uma enorme satisfação interior e exterior, pois me peguei sorrindo, coisa tão rara longe dos netos.
E depois, na estrada tranquila, já perto de casa, um arcoiris  e depois outro  e uma nuvem iluminada por cores, não em arco, mas ramos coloridos, nunca vi.  Tinha que compartilhar..

 Queimavam pneus ou algo assim na beira da rodovia, mas nem tão distante, menos de 100 km  comecei a ver outro céu.

(  Gente!  Ainda trovões,ao longe, ao sul,  mas ao poente o céu todo dourado, que se reflete pelas vidraças e chão molhado   e AAII !!! de repente o ceu explodiu num gigantesco trovão  de fim de mundo, mas foi rápido, a luz do Humano  permaneceu )

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sábado, 1 de dezembro de 2012

Depois de postar até sobre comida, resta o que ?

Não,  ainda não ao nível do que me ocorreu enquanto digitava a frase do título. Mas apenas contar sobre trivialidades.
Faz hoje uma semana  que um pequeno acidente/incidente  me fraturou o 5º pododáctilo esquerdo - e com direito a fotos. Como o dedinho e seus vizinhos  já são tortos mesmo, sem "eixo"  optei por não imobilizar. Mesmo com esparadrapo, afinal, neste alto índice de umidade  onde habito, associado  a areia - seria areiidade, ou isso remete à essência da areia em si, divagações, vamos ao que importa, a historia , microhistória, de meu cotidiano. Bem, muita água, areia, no meu ecosistema, me fariam ter que remover o complexo tala-esparadrapo toda hora e isso poderia torcer o dedinho e doer.   Abre" janela " :  aconteceu em um evento profissional, onde eu estava no fim de semana, e onde não gosto muito de ir, e pela segunda vez, às vésperas  da viagem que me leva ao local do  seminário, minha autoimune doença do eu-me-odeio  se manifesta, visivelmente, imenso edema inflamatório  de mucosas , principalmente na boca, edema facial unilateral, parecendo " dente inflamado" e dores, em todas as articulações do corpo, essas, frequentes, cotidianas, nem muita importância têm.  Pelo estético, assim como pelo funcional, sucumbi, e já iniciei viagem tomando anti inflamatórios da alopatia. é, amigos, eu certamente teria que falar, expor minhas ideias,e  como, sem poder abrir a boca ?  Meu subconsciente manifestando-se na matéria , meu espirito obrigando-me  a calar onde eu sou voz discordante, distoante e solitária. Tomei remédios. Eu não uso drogas, apenas princípios ativos de plantas. Mas não daria tempo, eu precisava de ação rápida. Funcionou. bastante bem, "cara pouco inchada"  E  o dedinho pouco doeu.  Chegando em casa, na segunda feira, sem drogas, afinal, o trabalho a fazer, cuidar de coisas e mais coisas para facilitar a vida de quem facilita a minha, era mais fácil, embora eu deteste obras e construções, tem coisas que detesto mais. O tortinho começou a doer forte na terça e dói, e dói. Até para dormir.Tomar outras medidas, eu sei. Tala.  Moxa. Dirigir menos, a tal da embreagem, tem um pedal que parece que perfura o pé. Eu nunca tinha notado.

Foto  1 -  o dedinho
Foto  2  - a areia





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domingo, 25 de novembro de 2012

Zero

Bicho-da-mata, não precisava ser bicho do mato, fobia social, mas é assim que sou. Insisto contra a minha natureza em ser normal, ou parecer normal, com pouco ou nenhum sucesso, há décadas. Quanto mais procuro desaparecer na multidão, mais ressaltam,  parece,  minhas estranhas características. Pior, acho, e tenho certeza de que estranhos são eles, são os outros, os conhecidos como normais, adequados, felizes em sua uniformidade.  Os que seguem regras e costumes sociais, os que vivem como rebanhos, arrebanhando os seus, todos tão iguais, que hoje em dia reconheço em um que vejo, o outro e o o outro, embora ainda identifique apenas forte semelhança. Chegará o dia, quem sabe, que não mais identificarei indivíduos, apenas imagens de seres iguais. Repito as mesmas palavras, não é estilo, não é falta de estilo, apenas reforço do sentimento, da angustia, nesse inicio de madrugada, onde deveria estar festejando com meus pares e fugindo, vim esconder-me em meu quarto. Porque, ouso dizer aqui, em publico, e bom que esse publico seja pequeno, são todos loucos, entorpecendo-se em álcool, demonstrando uma alegria que não me parece verdadeira, dançando saltitantes, mulheres "  em longas e sedosas vestes, com sapatos brilhantes de altos  e elegantes saltos"  na grama, cravados no barro. Aquele barro onde eu gostaria de pisar descalça, fosse outro o lugar, fosse onde atolei com prazer. Mas é o fim dessa jornada, e quem disse que seria fácil cumprir certas obrigações que assumi. Outra, caso eu continue com essas responsabilidades, só daqui a um ano. Muita coisa boa pode acontecer nesse período. Logo, logo, esqueço o mal estar, diluído em boas lembranças. Logo, logo, outras tarefas me apontarão o quanto quero estar longe dessas tarefas.  E assim é.

domingo, 18 de novembro de 2012

Sexagenária aventureira ou metida a besta


Meus dois  netim mineirm  ficaram aqui 4 dias. Chuva.  Muitas brincadeiras, invenções. Aí chegou a hora de voltar para casa. Fui levá-los. Na rodovia principal começou o sol. Reclamaram que não foram à praia, queriam até voltar, mas sol incerto e lá no destino atividades divertidas programadas e já acontecendo, mesmo sob chuva, então seguimos. Viagem longa, sete horas pelo menos.  Alguma chuva, céu enorme ora totalmente nublado, ora nesgas de azul. Ligo de Itaperuna, onde certamente tem sinal de telefonia móvel, o penúltimo do percurso e a ajudante da casa me diz que a estrada mais curta estava transitável, havia sido "cascalhada". Sigo por mais duas horas, saio do asfalto, pego a estrada, passo por dois lamaçais, a curva  onde muita lama impedia o trafego sempre que chovia, está ótima, consigo passar, começo a subir, a cerca de 200  m da porteira, numa ladeira de 45°  o carro desliza, desliza , rebola, dança, fico preocupada com os meninos, e atolo. Sabia que deveria ter dado a volta pela outra, habitualmente mais transitável na chuva, detesto cometer erros bobos. Davi nas costas,cavalinho,  ele, que dormia, acordara assustado, 4 anos, diz que tem medo de escorregar, que não gosta de lama.  Tá, eu finjo que acredito, vi alguma vezes o menino,  literalmente, mergulhar nas poças de lama. Mãos dada com o mais velho de 6 anos, passo a passo na ladeira de piso mole, sem sequer levar a bolsa, mãos livres. Chegamos em casa. O evento, um curso de arquitetura natural, onde se constrói uma casinha  com técnicas tradicionais, adobe e pau-a-pique,  acontecendo, vamos lá, falo do meu deslize - em todos os sentidos, assim que estiverem liberados alguém irá me ajudar, me consolam, contam que na semana um expert atolou ali a Land Rover, precisaram esperar secar, me dizem para esperar, quando irá secar  não faço ideia, o céu esta em tons de cinza chumbo, mais chuva começa, o Valente lá, logo ali,  obstruindo a estrada; impaciente sou mesmo muito, deixo os meninos  e saio de fininho, ao menos pegar parte da bagagem, digo aos amigos; deixo recado à filha que não quer que eu vá, por que os rapazes irão depois, quem disse que conheço o significado de "depois".  Começo a recolher gravetos para fazer uma esteirinha sobre a lama, já saí assim de atoleiros, com fusca, coloco um pedrão na roda, para que não chegue mais ainda na valeta, no barranco, deslizando, descalça no barro, a bota, de tanta lama ficara pesada, difícil de caminhar, tirei. Descalça na lama. Passo a passo, como se reaprendendo andar de patins. subitamente  surfo no barro, desço deslizando  cerca de dois metros e pumba, quinto apoio no chão! Nem vi.  Com escassos glúteos e idade nem tanto, ainda bem que a lama estava mesmo muito fofa. Levanto, aparentemente- e felizmente- sem lesões graves, sigo, o carro sobe 1m.  Vou recomeçar a pôr apoio no solo, meu genro chega, começa a cavar para retirar a lama fofa, fazer uma trilha para as rodas em solo firme,  e assim de metro a metro, sempre na esperança de que " agora ele vai", acabamos por chegar ao topo.
Pobre do meu genro, ele agora entende o que é "sogra"  e caso comece a fazer piadinhas, terei que entender.
Mas tenho que voltar, sair de lá, cedo no dia seguinte, tinha compromissos cá, impossivel, me dizem, porque na estrada "boa"  um caminhão de material, atolara e escavando para retirar o dito, deixaram um imenso atoleiro, só mesmo com sol e depois da água escorrer, o que fazer. No dia seguinte  sigo bem mais tarde do que deveria. Ligo para casa, o que deveria fazer já não dará tempo, aproveito então para  passar devagar e conhecer lugares que só via em velocidade.Vontade de voltar. Mas sem saber onde mora meu coração, partido, digo sempre, ele mora em muitos lugares.  Cheguei. Isso tudo  pode ser chamado FELICIDADE, não fosse pelo outro lado, aquela tristeza  por sempre dizer adeus para dizer olá.

Esta foto é da estrada boa, no dia seguinte.

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