Há já alguns dias venho iniciando e desistindo dessa postagem. Hoje ao sentar-me frente á máquina defeituosa, e entre os mosquitos, mais uma vez fico perdida entre tantas confusões de meus pensamentos.
Afinal, jogo a toalha ? Desisto do que acredito, ou não ? Mas reli páginas e páginas de mim, do que tenho deixado aqui , escrito, e percebo que, afinal, nada muda mesmo, e os problemas que quero desistir de resolver me perseguem e são essencialmente os mesmos, com roupagens novas ou disfarces, circunstancias diferentes, mas o ser que permanece atribulado é o mesmo . Será ? Ouso contradizer outro grande e respeitado filósofo, que afirmou que somos, nós e nossas circunstãncias ? Ou SOU, além de cada coisa - acontecimento- que me rodeia ?
Será, como disse uma grande e confiável amiga, o tal do Marte retrógrado, em meu trânsito astral ? Ou, como dizem as revistas de entretenimento, apenas decorrencias do meu inferno astral ? Veremos ! Tanto um como outro estão prestes a encerrar-se. Eu, que nada sei e em nada confio, que não recebi a graça da fé, apenas a da dúvida insistente, persistente, infinita, que corro atras do (auto) conhecimento, que não me satisfaço jamais, pois em nada vi a verdade que acredito que exista, que sei que de alguma forma, em algum lugar a felicidade se faz existente, tanto que se deixa perceber em rápidos lampejos, mas não mostra como ser definitivamente alcançada, talvez porque este mundinho em que vivo seja isso mesmo, que a luz não existe sem a escuridão, o bem sem o mal, pois senão como seriam conhecidos? Talvez seja essa mesma a trajetória humana que escolhi para minha existencia nesse espaço-tempo e agora, brigando comigo mesma, queira e insista em alterar esse estado de coisas?
Momentos longos onde questiono o por que se vive e para que, se não aprendo nada, se vivo e revivo as mesmas emoções as mesmas dores e alegrias, sempre, eterno retorno, e por que, principalmente, não consigo ensinar nada do pouco que aprendi ? Se as pessoas que me foram confiadas pela Vida, rejeitam meus valores, insistem em perseguir o que sei que não vai dar em nada, ou pior, sei onde vai dar, no prejuizo de anos de existencia, em prejuizos ao ambiente, ao planeta ? Como ter paciência para ver jovens tropeçando, caindo e recusando a mão estendida ? Eu sei, eu sei, cada um tem seu tempo, sua capacidade, mas a minha incapacidade de aceitar isso me corrói, destrói o pouco de vontade que ainda tenho de conviver, estar com pessoas, pois não suporto a dor, nem a do outro, e sei tambem, conforme a sapiência dos ditos populares, que o que os olhos não veem, o coração não sente, mas a razão imagina, a memória cogita, a fantasia cria dores alheias que eu sinto que deveria evitar. Ou poderia. Se me ouvissem.
Então, lavo as mãos, olho para outro lado, faço como os tres macacos? Ou sigo nesta luta que tantos ferimentos e cicatrizes deixam ? Continuo, por acreditar que o Bem é possivel, mesmo que meu coração, a cada derrota ou vitória fique mais e mais convertido em pedra ? Que a raiva comece a ocupar mais e mais espaços de mim ? Que tenha que ser sublimada pela duvida do que possa ser ?