Os mares que lhe transbordam dizem tudo de mim
Que sou pequena e feia
E não consigo passar por nenhuma janela...
Que hoje carrego apenas uma flor despedaçada
Ensinando-me sabiamente a lição de morrer!
Contemplo-te, oh oceano de mim
Vejo-te sem penetrar-te e desembrulho palavras
De um universo abstrato
Que me oferta saudades e me traduz loucuras
Toda minha imensidão me machuca
Me devora, pisa-me nos meus pequenos pedaços
E quando consigo ser eu
Abandono-me
Guardo-me naquela que todos conhecem
Então retorno...
Decido não ser feliz
E dizer que este imenso mundo não é meu
Ainda que tanto lhe devore
Ainda que tanto lhe admire
Em seus azuis espalhando outros oceanos...
( Betha Mendes )
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