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Oposto ao desencontro e ao desencanto, encontro e encanto-me com o meu mar de tranquilidade! E nele vivo tranquilamente até ao fim dos meus dias!
Oposto ao desencontro e ao desencanto, encontro e encanto-me com o meu mar de tranquilidade! E nele vivo tranquilamente até ao fim dos meus dias!
Cá vão as respostas exigidas pelas regras:
Qual o seu nome completo?
Maria Teresa Monteiro (fiquei-me por menos de metade, fico muito cansada quando o escrevo todo)
Como se auto define?
Extrovertida; optimista; tolerante; amante de gente jovem e menos jovem, de animais, de livros e de plantas; paciente; organizada; lutadora; apaixonada pela Vida; romântica; ousada,…(só estou a escrever qualidades, o melhor é ficar por aqui antes que comecem a surgir os defeitos…)
O que a motivou a criar o blogue?
O Tio do Algarve e a JS incentivaram-me a fazê-lo, (não conheço nenhum deles pessoalmente, nem sequer a voz), talvez porque gostassem dos comentários que fazia (ainda faço) nos seus. Eu sempre gostei de escrevinhar, fiquei com mais público, o que confesso, até me agrada. Talvez no meu íntimo também sinta que é um modo de estar ligada a novas pessoas, sempre tive essa hipótese toda a minha vida, no meu dia-a-dia, por inerência à minha profissão mas foi cortada com a minha passagem à reforma. Com o blogue partilho muito daquilo que registo para meu prazer, também pode ser um legado, tal como outros rabiscos meus, para os meus familiares directos.
O que não pode faltar na sua mala?
Tanta coisa! A minha mala parece a arca de Noé, pesa toneladas…
O que lhe dá força para ir em frente?
A busca incessante pelo AMOR em toda a sua plenitude. A vontade e a esperança de conseguir viver em harmonia com o que me rodeia.
Conte algo de engraçado que já aconteceu consigo.
Há muitos anos, num baile de angariação de fundos, já não me lembro para quê, ver um rapaz todo jeitoso a dirigir-se para a mesa que ocupava com familiares mais próximos, levantar-me por pensar que ele estava a convidar-me para dançar e ele ser um dos “angariadores”… (para os mais curiosos, dancei mesmo...e ele era um excelente bailarino, nunca mais o vi)
Agora, é a minha vez de oferecer este belo selinho.
É fácil, como não vi número limite para esta oferta e se vi já me esqueci, esta cabeça já não funciona como funcionava, aqui vai ele para todos os bloguistas que eu comento. Levem-no sem falsas modéstias, tenho a certeza que todos dão o seu melhor naquilo que escrevem...Façam-me esse miminho por favor...
Cem anos
O crespúsculo
que engravida de sombras
o corpo da noite
como um toque de sinos
chamando à prece
e à oração
é o amanhã
da folha do destino
que esvoaça nas cicatrizes
insensatas
dos contornos
do adultério
que escondo
na algibeira rota das calças
Miguel Barbosa, in A Eternidade de um Segundo de Amor (HUGIN)pág. 32
PARA TODOS UM FIM DE SEMANA PRIMAVERIL…QUE UMA BRISA SUAVE TRAGA ATÉ VÓS OS CHEIROS DA PRIMAVERA!
Também nesse passeio a pé consegui entrar pela primeira vez na Igreja de Santo António dos Congregados, nunca a tinha visto com a porta aberta. É uma igreja que se encontra situada muito perto da belíssima estação ferroviária de São Bento, construída no início do séc. XVIII, sobre uma capela do século anterior, possui uma frontaria em estilo barroco forrada com azulejos modernos, da autoria de Jorge Colaço, representando cenas da vida de Santo António. No seu interior, com uma só nave, encontrei painéis descritivos de passagens da vida deste santo. Merece ser visitada!
Num dos dias, lanchei no Majestic, permaneci lá algum tempo, menos do que gostaria, porque embora houvesse música ao vivo, os clientes eram demasiado barulhentos e pouco respeitadores do pianista que tocava, além disso uma multidão de jovens, acompanhados de adultos que me pareceram ser professores, invadiram o espaço e a confusão começou a ser demasiada até para mim que estou habituada a lidar com muita gente. O local, na minha opinião, não é o mais indicado para este tipo de invasões.
Mesmo assim o lanche foi agradável, um chá servido em loiça de porcelana com uma torrada…
Noutro dia, lanchei noutro local, um lanchinho diferente bem agradável …mas isso é outra história!
Foto via satélite (tirei uma no local, com telemóvel, mas ainda não sei enviá-la para o computador)
um café de nome Satélite, no rés-do-chão de um prédio bastante degradado, idêntico no seu aspecto, aos que num passado não muito distante, existiam em todos os bairros das cidades portuguesas. Bastante espaçoso, com um só empregado que me pareceu ser o dono e um quiosque de jornais. Lá dentro só homens (poucos), lendo “matinais e desportivos” e saboreando o seu cafezinho da manhã, parecendo que todos se conheciam.
Entrei, e era esperada por vários pares de olhos vidrados em mim (senti-me uma ET que tinha acabado de chegar a um local pouco habituado a receber exemplares do sexo feminino e desconhecido). Acomodei-me num cantinho, por baixo do televisor, colocado bem alto na parede. Fiquei com uma vista panorâmica para a sala e para a rua, toda a minha plateia estava bem visível e na frente dos meus olhos, (ainda pensei fazer um número dos meus que não posso relatar aqui)… pelas caras de quem entrou e saiu observei a estupefacção de verem “uma sénior” sozinha, lendo e saboreando um chá, sentada numa mesa que ninguém deve querer e num café quase deserto.
Como gostava de saber ler mentes…
O tempo não perdoa, começaram a surgir algumas mesas preparadas para receber comensais para almoçarem, era hora de me retirar e assim fiz, depois…isso já foi outra história, uma história com muito tempero…
Não conseguiram alcançar o porto de abrigo almejado! Antes de partirem para águas mais calmas, algures no horizonte do imaginário de cada um, havia já uma despedida anunciada…
Ela disse adeus não “àquele” que tinha conhecido, que amava, mas a “outro”, outro que a deixou profundamente infeliz, tal a falta de vontade de viver visível na sua face, onde se espelhava uma tristeza profunda, uma aceitação do inevitável sem luta, uma fácies a roçar o patético…
Pelo rosto, ela permitiu que durante um tempo intemporal, escorressem rios de água salgada e, com uma força que pensava não possuir, ergueu-se com dignidade, pronta para a luta, pronta para enfrentar todos os medos, todos os obstáculos que se têm oposto à sua felicidade.
Caminhando com passadas bem assentes no terreno que pisava e pisa, resistiu à tentação de olhar para trás…
Viagem
É o vento que me leva.
O vento lusitano.
É este sopro humano
Universal
Que enfuna a inquietação de Portugal.
É esta fúria de loucura mansa
Que tudo alcança
Sem alcançar.
Que vai de céu em céu,
De mar em mar,
Até nunca chegar.
E esta tentação de me encontrar
Mais rico de amargura
Nas pausas da ventura
De me procurar...
Miguel Torga, in 'Diário XII'
São apenas uns dias! Até breve...
PARA TODOS VÓS, DEIXO UMA QUANTIDADE INFINITA DE BEIJINHOS EMBRULHADOS!
Maria Teresa
Pintura a óleo de Robert Doesburg (retirada do blogue do Rolando Palma)
Poema sem nome
És mais um que passaste
E atrás de ti nada deixaste,
Que uma triste canção de treva
E de mentira,
Qual fantasma que na noite
Mais uma pedra atira.
Na noite te encontrei
E na noite te perdi.
Infiltraste a minha carne
De carícias, nada senti!
Essa ânsia que existia em ti
De me sentires mulher,
De desvendares o que existia
No recôndido do meu ser.
Sou agora um ímpeto de dor
Na imensidade calma
E tu, és mais um corpo que toquei
Com voz, sem alma!
Maria de Deus Melo, in Raízes do Ser (Universitária Editora, pág.49)
NESTE FIM-DE-SEMANA, PARA ALGUNS PROLONGADO, DIVIRTAM-SE…NADA DE EXCESSOS! FAÇAM MUITO MAIS DO QUE EU VOU FAZER!!!!
A minha avó é a jovem da direita, a outra é uma das suas 4 irmãs (a minha tia-avó Felismina que faleceu muito jovem).
Lembro-me muitas vezes dela! Relembro amiúde os provérbios e as citações que gostava de usar… usava e abusava, tenho que reconhecer, fazia-me pensar nos subentendidos dos mesmos, esmiuçava-os e isso só me trouxe vantagens.
Afirmo, sem perigo de me enganar, que ela não se importava de fazer papel de “idiota”, sendo muito inteligente, quando os idiotas se exibiam pensando que eram inteligentes.
Foi a primeira pessoa a quem contei,em cumplicidade, que desconfiava que estava grávida…chorou de alegria e durante uns tempos manteve o “segredo” até dos meus pais ( a minha mãe quando soube teve uma “birra”, ficou cheia de ciúmes).
Não era dada a muitas provas de afecto, não nos lambuzava com beijos como fazia a minha mãe, as suas provas de amor revelavam-se nas atitudes que tinha para com quem amava. Era muito respeitada, uma excelente ouvinte e uma óptima conselheira, junto da família, dos amigos e dos conhecidos.
Teve uma vida emocionalmente muito dolorosa, ficou viúva muito nova, por volta dos trinta anos, com três filhos e um enteado para criar, tinha um diploma de professora primária mas não se serviu dele, era imprescindível a sua presença em casa, tinha jóias e essas “foram-se”, nunca se lamentou, nem sequer falava nisso, aliás nunca a ouvi lamentar-se do que quer que fosse.
Perdeu uma filha poucos meses antes de enviuvar e mais dois já na casa dos vinte anos, em menos de um ano.
Era uma guerreira mas sem espalhafato!
Partiu na altura que tinha que partir! Mas primeiro realizou um grande sonho da sua vida, ajudou a criar o menino dos seus olhos, o primeiro bisneto…
Tanto, mas tanto, que podia dizer sobre ela e para ela...
Mas só me ocorre… continuo a AMAR-TE minha querida! PARABÉNS!