BeatBossa

sábado, abril 25, 2009

Versinho

Hoje eu vou brincar de felicidade
anotar na mente um pensamento
mesmo que pela metade
tirar um cochilo
e acordar
para as outras verdades.
____________
Tirinha do Arnaldo Branco sobre os poetas:


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sexta-feira, dezembro 19, 2008

Winter in Chicago

It doesn’t seem that cold
And as the day begins
Small tiny dazzling-shinning snow stars to fall
Slowly, patiently
As there’s no rush no hurries
And falls, on and on
Slowly
It is Monday
A blues moon-day
With all the sour that a Monday can have
And snows
But I don’t feel cold or sad or bad
I don’t know what sort of feeling is this
As I walk in the snowed sidewalks
Feet getting wet, step by step
With my books, also getting wet
As the snow falls, on and on
Sometimes I miss home
Sometimes I don’t
As a matter of a poetic fact
I feel warm in the snow
In the freezing streets of Hyde Park
And some sort of empathy, pitifully
Grows up inside me, slowly
Exactly as the falling snow
And the time passes
Step by step through nowhere
Through nowhen
Just like the snow
Some felling grows up
And accumulates inside me.
______________
E la' vamos no's em mais uma viagem intelectual des-organizada pelo Caio.
Visitem, linquem, divulguem e comentem: http://cidadesimpossiveis.blogspot.com/
ps. se houver algum deslize no ingles, please, let me know.

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quinta-feira, novembro 20, 2008

Ela não vai ler mesmo

Eu nem sei quem és
que ares povoam essas imagens
ou que canções embalam tuas dores
aconteceste,
um dia pálido de usualidade trabalho café e segurança
e eis que me amanhece um outono colorido e primaveril
mais ainda com esse gosto de saudade
que os outonos ressendem
antes eu não te soubesse não 
me surpreenderia cometendo um poema 
em teu nome, como um desejo que se faz
urgente um conhecimento que tem fome
de troca de mais mais e mais...
há um quê de novidade em tudo isso
e as novidades me atrapalham o pensamento
a leitura o estudo
e me pego tentando advinhar 
o som do teu sorriso
a textura da tua pele
o humor que te faz rir
inventando uma palavra que cole
no teu pensamento como minha
e me pergunto se você não é apenas
mais um personagem que invade 
meu filme minha novela meu conto fantástico
que me surpreendo perdendo.
______
pois é...
uma musiquinha da PJ Harvey pra vocês: Kamikaze 
Vi aqui uma coletânea de 25 versões pra Yesterday dos Beatles, tem até uma com a Elis Regina.
No Freak Show Business também tem um portfólio do Saul Bass, que entre outras coisas desenhou a cena clássica de Psicose.

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terça-feira, novembro 18, 2008

Tô na Lasanha

Saiu um poeminha meu na revista virtual Lasanha :
clica aí e vai lá conferir o resto do cardápio.

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quinta-feira, novembro 13, 2008

Um poeminha

Lamento
(ou um reggae-sambado)

Ando meio cansado
vou dar um tempo de
ser eu mesmo, vou
pegar uma onda,
fazer uma trilha
ouvir um jazz e fumar
até meus pulmões explodirem
vou olhar o mar
sentar na areia e ficar
por horas pensando em nada
vou acender uma fogueira
vou olhar as estrelas
cantar uma canção do caetano, depois
de barriga pra lua
imaginar a vida em
outros planetas outras galáxias
Hey Ziggy!
e você vai estar ali
do meu lado me dando um abraço
me lavando desse cansaço
compartilhando do meu tédio
bebendo na minha melancolia,
no meu vinho barato
me fazendo acreditar
que o meu vazio é
a falta da tua alegria.
______
Eu sei que tem cara de arcadismo-reggae-tipo-armandinho, praia, onda, natureza, blá-bla-bla. É só uma forma de dizer que estou com saudade de casa, e depois pensando no que tinha escrito lembrei de uma música do Armandinho "eu hoje acordei, querendo ver o mar..." Isso explica o querer dar um tempo de ser eu mesmo, porque não gosto de Armandinho, não pego onda, fiz poucas trilhas na vida, mas essa semana foi uma daquelas em que se eu pudesse eu teria ido pra praia só pra escutar o barulho do mar e pensar em nada, tô precisando de um relaxamento mental, uma sessão de yoga, queimar um incenso...

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segunda-feira, novembro 10, 2008

OUTONO EM CHICAGO

As folhas secas cobrem os gramados
os passeios os carros as ruas e
caem levadas indefesas pelo vento e
colorem em tons crepusculares
o solo das manhãs sob o
qual agitam-se os esquilos
eu caminho sem pressa e cruzo com pessoas
que me são estranhas faces
desconhecidas que também
não aparentam pressa ou necessidades
urgentes, o dia apenas começa,
há de haver tempo para todos os afazeres

agora as ruas já quase me conhecem
e nos cumprimentamos passeamos juntos
como velhos conhecidos
como amigos gostam de fazer um com o outro
caminhando lado a lado
tornando-se íntimos, com o vagor das relações
amigos calados,
que se entendem por silêncios

os carros nas ruas as casas fechadas
há um friozinho que não chega a
arrepiar, e apenas nos conta que
o verão é findo e esse calor é passageiro
e logo segue viagem, nos despeçamos

uma jovem tem pressa e
esboça um sorriso de bom dia quando
surpreendido viro o rosto ao vê-la
passar por mim com passos menores
mas mais velozes que os meus
talvez atrasada para a primeira classe da
do dia talvez a mãe a
esteja esperando com o café na mesa
torradas geléia de frutas suco de laranja
quem sabe ovos mexidos...
e
me pergunto se esse sorriso
é uma nesga de alegria que resvala e
cai-se como pétala murcha, esquecida
de primavera ou apenas
mais uma folha seca desprendendo-se
cobrindo com tons de vermelho
essa manhã que principia.
_____
ps. desculpem, tive que cometer um poema.

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domingo, fevereiro 24, 2008

o melhor cigarro



The Best Cigarette

There are many that I miss
having sent my last one out a car window
sparking along the road one night, years ago.

The heralded one, of course:
after sex, the two glowing tips
now the lights of a single ship;
at the end of a long dinner
with more wine to come
and a smoke ring coasting into the chandelier;
or on a white beach,
holding one with fingers still wet from a swim.

How bittersweet these punctuations
of flame and gesture;
but the best were on those mornings
when I would have a little something going
in the typewriter,
the sun bright in the windows,
maybe some Berlioz on in the background.
I would go into the kitchen for coffee
and on the way back to the page,
curled in its roller,
I would light one up and feel
its dry rush mix with the dark taste of coffee.

Then I would be my own locomotive,
trailing behind me as I returned to work
little puffs of smoke,
indicators of progress,
signs of industry and thought,
the signal that told the nineteenth century
it was moving forward.
That was the best cigarette,
when I would steam into the study
full of vaporous hope
and stand there,
the big headlamp of my face
pointed down at all the words in parallel lines.

Billy Collins
_____________
Como dizia o Leminski, que coisa sensacional é essa capacidade que o ser humano tem de causar sensações nas outras pessoas usando as palavras, sentir prazer em ouvir palavras, sentir tesão lendo palavras, sentir prazer estético porque as palavras são apenas o que elas são, tautológicas em si mesmas, apenas palavras.

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terça-feira, janeiro 15, 2008

um pelego velho

quero um espaço nesse
mato sem cachorro um regaço
uma aventura de duas mãos novas
calos quentes nas pontas dos dedos
que não se desmancham

minhas feridas, como chagas vivas
atormentam minhas ilusões de felicidade
como se na mais bela cena do filme
ousasse chover
e sempre chove
(a noite de antonioni)

quero um pelego velho pra me deitar
estirar os ossos
uma rede talvez pra ler uma aventura
um conto de Rubem Fonseca
ou passear em terras distantes

hoje uma bruxa me visitou
eu tinha as tampinhas de coca-cola
mas não ganhei o prêmio
eu acordei.

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quarta-feira, janeiro 09, 2008

voltei

tua carne





como se de tua carne eu me fizesse


mais gente mais homem


mais bicho




como se desse suor água


eu me desprendesse sal e gosto


um aquilo acolá entredentes







eu sou mais gente


mais bicho


depois


sempre depois que me entranho das tuas carnes

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domingo, setembro 02, 2007

surto

Eu só queria ser feliz
dia de festa, não o
atrapalho do desespero, não
a loucura dos títeres e mulambos.

Mas eu quero essa insanidade
de bolso, esse desvairio que me faz
e alguém capaz de pirar
como quem surta diante da beleza de um poema.

_______

16.500 visitantes. em novembro faz dois anos que esse blogue está no ar!

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terça-feira, agosto 07, 2007

hj eu não estou pra ninguém

hoje eu não estou pra ninguém
nem pra ela que voltou com gosto de perdão
e foi embora com o sol
nem pro camarada que
traz uma cerveja
pro carteiro trazendo novidades usadas
contas atrasadas e notícias de amanhã
pra primavera que logo virá me dizer acorda!
acorda! que a vida é mais forte que essa dor
esse sono essa vontade de dizer adeus pra sempre

hoje não quero estar pra ninguém, nem
nem pra Deus que é meu amigo e vai
entender meus motivos
que ele mesmo não entende
nem pro Nelsinho que vem de Curita
esse sim azarar as pequenas daqui

hoje não quero estar nem pra mim...
mesmo assim
não sei não se vou...

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sábado, maio 12, 2007

eita filme bom


o amor simples susto
quase frio de sono suado
e o amor escurece cresce
incandece e vela noites inteiras

entre um amor e outro
acordo
e sonho que o dia acabe logo.
___________

O fotógrafo desse filme é um cara foda.

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quinta-feira, março 22, 2007

eu menino


A noninha feiticeira
miúda e queimada
os santos e velas da cigana
amiga da Vó Celina
eram o susto do queu não entendia
Vó Celina parecia cigana
me ensinou a rezar:
Santo Anjo do Senhor
meu zeloso guardador
quero um brinquedo novo
e mais uma vitória do Flamengo
_____________
ps.: Às vezes me confundo, não sei se sou o que sou, ou sou o que fiz de mim, ou sou o que essas misturas fizeram de mim o que de fato sou e penso ser...

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quinta-feira, março 15, 2007

dessas coisas

Ali no cantinho
do teu esquecimento
o meu amor te
pede um lamento
um por cento
um pelo menos
um incêndio

(ouvindo 'Marry You' na voz do B.B. King e do Clapton)

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sábado, fevereiro 24, 2007

essas mulheres

A poesia
ingrata mulher
me trocou
por outro poeta qualquer

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quarta-feira, fevereiro 21, 2007

você


Nesse carnaval o sol foi embora
com parangolés paetês e serpentinas
com o calor a alegria
a vontade de cantar bem alto
como se não estivesse nem aqui
o sol era você Patrícia.

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