BeatBossa

terça-feira, março 02, 2010

A aventura da pesquisa científica

Pois é, agora sou um doutor em linguística. quatro anos de graduação, dois de especialização, dois de mestrado e quatro de doutorado pra chegar até aqui. Um amigo diria que agora estou no topo da cadeia alimentar. Eu continuo a mesma pessoa, agora com um novo certificado que me permite lecionar em universidades federais (não que isso seja ou sempre tenha sido pre-requisito, todos sabemos disso). Não quero me vangloriar disso, mas acho que fazer um doutorado, ou mesmo um mestrado é para poucos.
Assim como a sociedade precisa de trabalhadores para diversas coisas a universidade precisa de professores para formar esses trabalhadores. Além disso, a curiosidade não mata o gato sempre. A curiosidade humana é o que nos leva a pesquisar. Metodologia da pesquisa científica básica: toda pesquisa começa com uma pergunta. Se você não tem uma pergunta, não sabe o que procurar, também não vai saber onde chegar.
Não sei se me apaixonei pelo meu objeto de pesquisa durante estes últimos 6 anos em que estudei sobre as sentenças comparativas, mas o que aprendi no caminho fez valer o preço. Se a minha tese vai ficar juntando poeira na biblioteca isso eu tenho certeza, afinal em tempos de pdf, quem precisa ir a uma biblioteca procurar uma tese ou dissertação? (a Unicamp, por exemplo, está digitalizando o seu acervo de teses e dissertações e no Pro-quest a gente acha teses defendidas nos EUA pelo menos desde os anos 70, Great!). O livro não vai morrer, mas a informação circula bem melhor digitalmente. O negócio é que aprendi um bocado, tanto tecnicamente (sei usar um modelinho matemático para explicar o significado das línguas e vocês não, rsrsr). Claro, tem gente lá fora que manja barbaridade de psicanálise, de Foucault, de teoria quântica, de polímeros e outros seres esquisitos. Eu faço semântica de modelos (e acho que entendo um pouco de sintaxe). Acho que pelo menos seria estranho eu ter escrito 200 páginas de algo sobre o qual eu nada conhecesse.
Já vi gente desistir do mestrado ou do doutorado. Pessoas que por alguma razão se desiludiram com sua própria pesquisa ou com a vida acadêmica. Também tive meu momento de negação. Aqueles momentos em que você pensa: por que diabos não fiz administração ou direito? Ter uma graduação em qualquer coisa ainda te permite fazer concurso pra trabalhar no Banco do Brasil ou na Caixa ou mesmo fazer algum desses concursos que pedem qualquer graduação. Mas não desisti. Na verdade, o que me moveu a fazer uma pós-graduação foi o desejo de saber mais, de entender melhor as coisas que me eram estranhas, no caso a linguagem humana. Hoje acho que entendo razoavelmente como os humanos de comunicam, e fico feliz com isso. Não senti alívio por defender minha tese, porque não foi algo difícil. Difícil ou trabalhoso é lavar roupa, limpar banheiro, lixar uma parede, estas tarefas são difíceis pra mim. Escrever e estudar são coisas que fiz sempre com prazer e acho que isso me candidata a ser o que sou: um pesquisador (ou cientista, se vocês preferirem). O gostar de "pensar sobre". É isso que algumas pessoas perdem no caminho ou simplesmente não possuem essa habilidade desenvolvida (provavelmente por razões históricas e psicológicas), não acredito em dom. Todos nascemos iguais. Só que as escolhas que fazemos, que nossos pais e professores fazem, constrói o que seremos.
Nada foi complicado. Claro, exigiu trabalho, dedicação, horas na frente do pc, horas lendo e relendo o trabalho, re-escrevendo, pensando, procurando novas fontes bibliográficas. Só que nada disso foi penoso pra mim, as coisas simplesmente seguiram seu curso natural, o que me faz pensar que talvez eu esteja no rumo certo. Há quatro, cinco meses atrás estava preocupado em ficar desempregado. Agora tenho três opções de trabalho. Ótimo. Espero que vocês aí fora tenham a mesma sorte (não acredito em sorte, mas vocês sabem o que quero dizer).

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terça-feira, abril 28, 2009

Porque eu parei de ler revista masculina (mas ainda não resisto e compro uma de vez em quando)

Não precisa ser muito esperto pra perceber que todas as revistas masculinas tratam seus leitores como homens solteiros, bem sucedidos, que trabalham em escritórios, não querem compromisso sério com mulheres, tomam cerveja na sexta com os amigos e cujo principal passatempo é ver futebol ou jogar futebol.

Daí, com o passar do tempo, como você, homem normal, que talvez se encaixe apenas no quesito gostar de um churrasco com os amigos, ou ver um futebol de vez em quando, vai perceber que as matérias são sempre as mesmas. Pega a Men’s Health por exemplo. Todo mês tem uma matéria sobre diminuir a barriga, ou aumentar o bíceps, dicas de paquera, ou como melhorar o desempenho na cama. Ou seja, a revista é voltada para aqueles retardados que vão todo dia pra academia porque são inseguros com o próprio corpo e logo são inseguros na cama. Além é claro daquelas pitadas de ciência: cientistas da universidade X mostram que comer berinjela no café da manhã dá mais disposição. Playboy e VIP são a mesma merda, mas não fazem questão de dizer que são nada além de revistas mostrando o corpo das mulheres que todo mundo gostaria de comer, e com matérias para você ter sobre o que conversar no bar ou durante a pausa pro cafezinho no escritório (viu, acabei de usar um clichezão aqui). Sim, tem umas entrevistas bacanas, artigos bacanas às vezes, dicas de viagem, dicas sobre carros, pra caras como eu que não cresceram ajudando o pai a fazer pegar o fusca ou a brasília. Ou seja, mastigadinho, você aproveita umas duas matérias de cada revista dessas.

Daí o sujeito, navegando inocentemente na internet se depara com um site como esse (Papo de Homem) e se dá conta que quando ele pensava que não havia a possibilidade de aparecer mais uma revista pra te chamar de alienado por tabela, os caras conseguem criar um blogue reunindo todos os estereótipos possíveis de sujeitos para escrever sobre os mais comuns casos da vida masculina. Feministas devem ficar enojadas com esse tipo de coisa, e não tem como não dar razão pra elas. Mas o oposto também vale, as revistas femininas ainda só falam com o estereótipo, já que as mulheres não sabem mais cozinhar e cuidar dos filhos, que pelo menos sejam boas de cama e cuidem do seu corpo.

Quando vejo reações de praticamente ódio contra pessoas como a Mallu Magalhães (acho que é o mesmo tipo de sentimento que estimula o racismo, a homofobia, o ódio entre religiões, etc), percebo que tudo está relacionado, a lei é: não seja diferente, seja igual. Não importa quem ou você é, todo mundo está desesperado pra te colocar dentro de uma gavetinha com um rótulo, é a síndrome de Aristóteles, e se você for um pouco diferente então... 

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fazia algum tempo que não escrevia uma crônica. Acho que ando meio amargo, não sei se é influência dos caras que ando lendo com frequência (Alan Sieber, Arnaldo Branco, André Dahmer, Onion), ou vai ver é só a constatação de estar vivendo num mundo idiota, e que é tão difícil escapar disso. Se você quer falar sobre filmes e livros, é um pseudo-intelectual, se você tentar conversar sobre outras coisas vê que não tem assunto, e como falar de mim mesmo não é meu assunto favorito... sei lá então. Acho que preciso de uma personalidade nova.

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sábado, abril 25, 2009

Versinho

Hoje eu vou brincar de felicidade
anotar na mente um pensamento
mesmo que pela metade
tirar um cochilo
e acordar
para as outras verdades.
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Tirinha do Arnaldo Branco sobre os poetas:


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quinta-feira, abril 23, 2009

MInha pátria é minha língua

quero minha língua de volta. você percebe que tá perdendo a sua língua quando começa a xingar em inglês. negócio estranho. às vezes digo um "puta que pariu" pra mim mesmo só pra não esquecer. 

Além disso, como tenho escrito muito em inglês também, quando aparece uma palavra no word em português no meio do inglês (já que estou discutindo fatos do português brasileiro) o word sublinha como errado. Fica aquela coisa, nossa, escrevi errado essa palavrinha tão fácil? "muito" no caso. É quando você percebe que palavra estranha é essa "muito". Parece nome de salgadinho feito de mandioca:

- Garçon, traz mais uma porção de muito e uns predicados pra gente beliscar.


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quinta-feira, março 19, 2009

sem título

Ando preguiçoso pra escrever. Por isso só tenho postado bobagens ultimamente. Além do que tenho a sensação de que a linguística me suga a criatividade, como se fazer ciência e literatura ao mesmo tempo fossem coisas incompatíveis pra mim. Vai ver é só falta de uma disciplina que não tenho. Escrever é prazer e linguística é meu ganha pão, além de ser divertido também. Afinal, foi o que me deu a oportunidade conhecer vários lugares no Brasil e vir pra cá. Se um dia vou ser um grande linguista não sei.

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domingo, fevereiro 08, 2009

meu site

Tá online meu site acadêmico. Tá em construção ainda, aos poucos vou adicionando mais coisas. Mas o básico e essencial tá ali.
Vai lá dar uma olhada.
http://mendesouza21.googlepages.com/luisandromendesdesouza
eu sei, o enderço tá muito grande, mas não descobri como mudar, então fica esse mesmo. Afinal, é só clicar em cima.

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terça-feira, fevereiro 03, 2009

Everett e o Pirahã

Matéira bem legal na folha online, com entrevista com o Daniel Everett.
Até que enfim alguém chegou e disse: tornar os índios cristãos não vai melhorar a situação deles.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u497009.shtml

Eu acho que estou perdendo minha fé. fui criado por família católica e antes de aprender a ler já sabia rezar. Respeito isso, mas quanto mais estudo sinto mais desgosto pelas religiões, e prefiro ter a posição do Bertrand Russell, já que não posso provar que Deus não existe, e você não pode me provar que Deus existe, ficamos cada um na sua. As diferenças são o sal da vida. Como acho que as diferenças teóricas são o que fazem a ciência crescer.

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segunda-feira, janeiro 26, 2009

Eu na Lasanha

Saiu mais uma edição da Revista Lasanha, e tem um poema do piá de novo no cardápio.
Vai lá conferir.

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quinta-feira, novembro 20, 2008

Ela não vai ler mesmo

Eu nem sei quem és
que ares povoam essas imagens
ou que canções embalam tuas dores
aconteceste,
um dia pálido de usualidade trabalho café e segurança
e eis que me amanhece um outono colorido e primaveril
mais ainda com esse gosto de saudade
que os outonos ressendem
antes eu não te soubesse não 
me surpreenderia cometendo um poema 
em teu nome, como um desejo que se faz
urgente um conhecimento que tem fome
de troca de mais mais e mais...
há um quê de novidade em tudo isso
e as novidades me atrapalham o pensamento
a leitura o estudo
e me pego tentando advinhar 
o som do teu sorriso
a textura da tua pele
o humor que te faz rir
inventando uma palavra que cole
no teu pensamento como minha
e me pergunto se você não é apenas
mais um personagem que invade 
meu filme minha novela meu conto fantástico
que me surpreendo perdendo.
______
pois é...
uma musiquinha da PJ Harvey pra vocês: Kamikaze 
Vi aqui uma coletânea de 25 versões pra Yesterday dos Beatles, tem até uma com a Elis Regina.
No Freak Show Business também tem um portfólio do Saul Bass, que entre outras coisas desenhou a cena clássica de Psicose.

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terça-feira, novembro 18, 2008

Tô na Lasanha

Saiu um poeminha meu na revista virtual Lasanha :
clica aí e vai lá conferir o resto do cardápio.

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quarta-feira, junho 18, 2008

man at work

meio que to dando um tempo disso aqui, sem saco pra atualizar, sem saco pra zapear blogues e comentar; meio sem ter o que dizer também.
uma hora eu volto, ou não

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quinta-feira, março 27, 2008

episódio III



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minhas comédias



Pois é, esse carinha aí sou eu. pra quem é meu amigo no orkut já viu alguns episódios anteriores. esse é o IV. aos poucos vou postando os outros. senão eu relaxo e abandono de vez o boteco. espero que gostem.

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quarta-feira, fevereiro 13, 2008

diário

moçada, esqueci de avisar, tá on-line meu outro blogue recém inaugurado. esse aqui eu fiz pra sair um pouco da vida acadêmica, aquele é só pra falar dela. visitem:
diariodeumlinguista.blogspot.com

fui

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quarta-feira, fevereiro 06, 2008

ressaca

carnaval é o tipo de época estranha e ao mesmo tempo fascinante. somos um povo privilegiado por termos cinco dias apenas para fazer festa. que se dane toda aquela baboseira capitalista que detesta feriados porque são dias a menos de produção. carnaval gera muita grana, por isso ele ainda existe, gera muita natalidade, trabalho pra polícia, para os hospitais, de alguma forma o país continua vivo depois de tudo isso. nada como uma boa chuva pra tirar o cheiro de mijo que impesta o centro de Floripa. Enquanto algumas pessoas preferem pagar cinquenta reais para não se misturar com a multidão e curtirem o carnaval com pessoas limpas e educadas como elas eu sinceramente prefiro a experiência antropológia da muvuca. tem todo tipo de gente, das boas e das ruins, das feias e das bonitas, das fantasiadas e das sérias, as saudáveis e aquelas para quem você pode oferecer até xixi de cachorro gelado que elas bebem e ainda pagam crendo ser uma alucinógeno novo. tem mulheres que querem sexo (todas querem na verdade), algumas explicitamente outras escolhem demais e ficam sem ninguém, muito adolescente que é até engraçado ver como eles correm e pulam de um lado para o outro como se ansiosos para agitar os hormônios em ebulição. meu carnaval começou legal, beijei na boca, fiz um sexo casual e foi isso. no sábado uma festa de quinze anos com meninas de quinze anos e casais, solteiras grávidas, solteiras muito feias para terem um namorado e as únicas mulheres que me interessaram eram a garçonete e a fotógrafa. voltei sozinho pra casa. domingo. uma festa de gente bonita, com dinheiro e bem cheirosa, bem vestida, bem educados, e com todos os dentes na boca. o jeito foi encher a cara mesmo para aguentar tanta rasgação, tanta empáfia e pra ser literal cu-doce. beijei na boca e foi uma bosta, porque sou ainda no tempo em que era bom pelo menos saber o nome de quem você estava beijando, hoje nem precisa isso, não precisa mais conversar, o que não passa de uma grande estupidez. segunda foi uma completa decepção porque não consegui um dedo de prosa com nenhuma mulher que seja; o que às vezes corrobora uma tese que tenho segundo a qual todas às mulheres interessantes a minha volta parecem estar comprometidas ou não me dão a mínima. às vezes acho que tenho um pouco de sorte e acho alguma safada pra fazer um sexo comigo, mas faz um longo tempo que não tenho um relacionamento sério e isso tem me incomodado, porque sou o tipo que gosta de relacionamentos sérios; às vezes me sinto meio ingênuo ou idealista demais, um pouco pessimista por vezes (e dá pra ser depois de ler Nelson Rodrigues e Dalton Trevisan?), o jeito é ir tomar mais uma pra suportar tudo isso.

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terça-feira, janeiro 15, 2008

ajeitando a casa



bom, to tentando aos poucos ajeitar a casa. blogar é um vício e quando se perde é difícil voltar. mas quero ver se volto: a cuidar daqui e a visitar os amigos. atualizei os livros que estou lendo. enfim consegui comprar o "notas de um velho safado", e estou gostando. eu havia começado a ler o volume 1 do "fabulário geral do delírio cotidiano" mas não me empolguei, já o notas está interessante. O "impostura científica" é empréstimo do meu amigo Renato que sempre me indica coisas interessantes para ler, comecei esta semana e o livro trata de grandes falcatruas que alguns cientistas que buscam apenas fama e não a verdadeira ciência acabam pregando. entre algumas delas está os erros de cálculos propositais de Ptolomeu para provar que a terra era o centro do universo e as órbitas dos planetas eram circulares, ou o golpe de um geneticista que descobriu o gene gay, e o importante é que tudo tem referência bibliográfica, Michel coletou tudo através de seu trabalho como jornalista científico. Como tem muita gente aqui em casa por causa das férias, essa semana tá complicado trabalhar na minha tese, espero voltar com o gás todo semana que vem. e além disso quero ver uns filmes que baixei e ainda não vi, sabem como é, não sei quem inventou essa que o filme tem que ser lançamento pra ser bom, ou vai dizer que quando lançaram "amarcord" em 1973 ele não era bom? o resultado é que tenho que ver filmes sozinho, o que por um lado é até bom, assim não preciso ficar ouvindo comentários sarcásticos daqueles que não estão entendendo o filme. adicionei uma lista de coisas que ando escutando ultimamente. ainda nada me demove da idéia que os melhores discos do Dylan são os dos anos 60-70, e toda vez que escuto algo pós oitenta isso se confirma ainda mais. o Jethro tinha uma pegada mais blues no começo. bom, evolução faz parte da arte e como gosto é gosto eu prefiro ficar com os meus. vanguart foi uma descoberta. li como indicação em um blogue e baixei. gostei muito. alternando algumas composições em português e outras em inglês o rock deles soa desprentensioso e bem humorado, com uma cara indie mas sem soar como rock britânico na onde de arctic monkeys, keane, ou franz ferdinand.
já que chegou até aqui, volta lá pra cima e repara na ruiva do Klimt, o olhar da moça, como que distante, ausente, ou olhasse através do expectador, das quatro é a única de olhos abertos.

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quarta-feira, agosto 29, 2007

desviciando

Tô querendo me desviciar de algumas coisas ruins, tipo cigarro, cerveja, vodka, amor à primeira vista, amor mal-resolvido, e outras coisas de baco que dão um puta prazer. Mas parece que certas coisas estão além do meu controle. Bem. Faz dois dias que não escuto "Rhapsody in Blue" do George Gershwin, isso quer dizer que estou me desviciando dessa música. Eu vi um filme imensamente sensacional no domingo e acho que amanhã se nada der errado eu posto uma resenha dele aqui.
Agora eu preciso voltar pro meu artigo.

ps1. sim estou lendo quatro livros ao mesmo tempo (fora os de lingüística)
ps1.1. sim, ainda estou lendo "a pedra do reino"! quer o quê? já viu o tamanho dessa odisséia tapuia-barroca-sertaneja?

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