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Gravura de Roy Lichtenstein, Garota com laço no cabelo
A HISTÓRIA SEM FIM
(da série 'Memória do Menino')
Minha infância não tem estória.
Uma história de menino.
Não li a aventura de
Crusoé, ou brinquei com os soldadinhos
De chumbo de Jorge de Lima.
Minha infância; o cheiro da pinga
Que buscava na cancha de bocha no
Copo de duralex; o sonho de goiabada
da Vó Celina; o chuá da cascatinha da
chácara do Tio Juca; o cheiro das
tintas de tecido com que a mãe pintava
as toalhas do altar da Capela de São Jorge;
O pó laranja da rua de terra batida.
As primeiras tristezas, uma
bicicleta que nunca ganhei no natal;
o time de futebol da escola em
que nunca joguei; a mala de couro
com os gibis do Tio Patinhas que sumiu;
meu joguinho de xadrez roubado;
a recuperação em português
na quinta-série.
Fiz catequese, e me sorria com as
mágicas dos Freis das Missões,
e as estorinhas da bíblia animadas;
do gol na sorte no campinho de terra
da escola básica;
das aventuras de Xisto; e da
casa engraçada do Tio Vina.
ca alfabetização com logos
Casas Pernambucanas Ford Coca-Cola
Pepsi Plaza Ritz Campeão;
do quintal de terra preta batida da
Vó Celina, do cachorro Neguinho;
da olaria, das casas populares; e
do pequeno bairro que crescia mata adentro.
Não sinto a nostalgia do colégio
de padre do poeta burguês, do seminário;
do latim, do francês, de um romance de
algum Dumas. Porque na minha infância
não tinha essas coisas
que as estórias bonitas dos poetas têm.
Nunca fiz pipa voar; mas
roubei fruta no vizinho araçá noz cana pitanga
gavirova pêssego-pelado laranja-do-céu butiá;
caí de bicicleta; cortei a perna
em caco de vidro; tomei banho na
sanga no rio na lagoa preta; e
me arranhei em espinhos à cata
da mimosa mais doce
mais azedinhamente perfeita;
ateei fogo no capim do barranco
e coloquei a culpa em outro.
Eis que me fazia homem,
Na tipografia do tio;
No dinheiro que levava pra casa;
Na fila dos bancos em horas infindas;
Nem vi quando minha infância acabou.
Minha infância é a história sem fim
Que vi na Quinta-série, mas
Cadê a Imperatriz Menina?
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- chega uma hora que enche falar só da mesma coisa. Passado é passado, mas ele não sai de dentro da gente: "nada pode o olvido/ contra o sem sentido/ apelo do não." Drummond.
- Deu um vírus doido no pc. Fiquei sem poder acessar a internet. Agora consegui fazer ele voltar ao normal. Agora o video-cassete quebrou.
- Achei "234" e "Capitu sou eu" do Dalton no sebo :D. Já devorei o primeiro. 234 fragmetnos de contos, ministórias, como ele diz;
- Baixei "O navio negreiro" musicado pelo Caetano Veloso. É impressionante como não consigo parar de ouvir essa canção, o poema é de uma musicalidade espantosa;
- Li "Introducing Chomsky" uma divertida e gostosa introdução ao pensamento de Noam Chomsky, tanto na lingüística como na ciência política. Terminei o livro com a mesma sensação do autor que entrevistou o pensador: "When I first heard Chomsky speak, I just wanted do run out into the street and shout: Hey listen, listen! Somebody’s telling the truth!"
- A gravura não tem nada a ver com o texto. Fiquei admirado com a beleza da estética do Roy, que é um dos grandes nomes da Pop Art.
- Deu um vírus doido no pc. Fiquei sem poder acessar a internet. Agora consegui fazer ele voltar ao normal. Agora o video-cassete quebrou.
- Achei "234" e "Capitu sou eu" do Dalton no sebo :D. Já devorei o primeiro. 234 fragmetnos de contos, ministórias, como ele diz;
- Baixei "O navio negreiro" musicado pelo Caetano Veloso. É impressionante como não consigo parar de ouvir essa canção, o poema é de uma musicalidade espantosa;
- Li "Introducing Chomsky" uma divertida e gostosa introdução ao pensamento de Noam Chomsky, tanto na lingüística como na ciência política. Terminei o livro com a mesma sensação do autor que entrevistou o pensador: "When I first heard Chomsky speak, I just wanted do run out into the street and shout: Hey listen, listen! Somebody’s telling the truth!"
- A gravura não tem nada a ver com o texto. Fiquei admirado com a beleza da estética do Roy, que é um dos grandes nomes da Pop Art.
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