Monday, December 29, 2025

Amelie Et La Métaphysique des tubes

 Todos os anos quando começam a surgir os nomeados para os premios percursores aos Oscares surge atenção para longas metragens de animação que passaram despercebidas, algumas delas com influencias europeias ou asiaticas que começam a chamar a atenção. Foi isso que aconteceu com este filme frances com clara influencia niponica que brilhou em Cannes com excelentes avaliações e surge agora com expetativa da nomeaçao para o oscar da especialidade. Em termos comerciais não sendo um filme de multidões teve resultados medianos.

Sobre o filme podemos dizer que temos um filme que pese embora seja europeu é claramente um filme de influencia asiatica, não só porque se passa nesse espaço, mas acima de tudo no estilo de comunicação e das personagens. Isso faz com que o filme seja sempre intenso emocionalmente, mas por outro lado fica sempre a sensação que um filme menor quando comparado com a maior parte dos registos semelhantes dos ultimos anos.

O filme é curto, o lado metafisico do filme é na maior parte das vezes incompreensivel não o dotando de dados particularmente relevantes para se tornar diferenciado. Na historia mais de base na relação entre a criança e o prestador de cuidado o filme é mais emotivo, mais sentido e funciona melhor. O que é reflexo de um cinema mais europeu do que propriamente asiatico.

Por tudo isto um competente filme de animação, curto, com um tipo de desenho que vimos muito no cinema oriental, que perde por comparação no que de melhor se faz por aqueles lados. Fica a sensação que num ano com mais concorrencia seria um filme que ficaria pelo caminho da maior parte dos circuitos mas preenche a cota normalmente estabelecido para este tipo de animaçao.

A historia fala-nos de uma nova vida de um ser e da ligação que a mesma faz com uma prestadora de cuidados para o seu desenvolvimento, num contexto social marcado por uma guerra que deixou marcas culturais entre a familia de base e o contexto.

O argumento do filme funciona melhor no plano mais térreo e menos quando tenta funcionar no plano mais metafisico é mais vago, fica a sensação que o filme deambula a procura de algo que não é propriamente muito claro. Na ligação entre as duas personagens principais o filme funciona melhor, mais emotivo, mais intenso e mais direto.

Na realização temos uma ligação entre um realizador asiatico que já tinham colaborado noutros projetos europeus de resultado mais mediano. Este filme vai buscar um estilo de expressão mais classico oriental, que serve os propositos do filme, embora sem o detalhe de outros realizadores.

O cast de vozes funciona sem grandes floridos, embora fique a ideia que neste tipo de filme as vozes são quase irrelevantes.


O melhor - A ligaçao central

O pior - O mundo metafisico


Avaliação - C

She Rides Shotgun

 Num inicio de Dezembro em que a Prime esteve hiperatica com filmes para todos os gostos para preencher espaços festivos, eis que tambvém surgiu um filme de ação total com um Egerton cada vez mais um ator de ação o filme estreou com boas criticas, mas acabou por ficar um pouco aquem em termos comerciais se calhar porque a competição criada pela propria operadora não facilitou o percurso comercial do filme.

Sobre o filme podemos dizer que temos um filme com uma estrutura simples, apostado num jogo do gato e do rato de um pai e uma filha preseguidos por um terrivel gang apenas com a ajuda de um inspetor que analisou o caso de uma forma mais global. não é um filme com grande conteúdo, diálogo ou personagem é um filme de ação puro com sequencias razoaveis, mesmo sendo um claro serie B.

E um filme que encaixa no perfil que normalmente o streaming se propõem um filme sem grande narrativa, que exige pouco do espetador, embora um pouco longo para o estilo, nota-se que uma ou outra cena poderia ser totalmente cortada sem que a forma de comunicar do filme sofresse grandes alterações significativas.

Por tudo isto um standart filme de ação, que tem como maior proposito criar um pouco um Egerton proximo de um Neeson como heroi disruptivo de ação. Não e um filme de grande estudio e isso limita algumas sequencias de ação, mas cumpre os curtos objetivos que se propõem. E um filme para passar o tempo tipico de streaming de base.

A historia segue um pai que rapta a sua filha depois da mãe da mesma ter sido assasinada começando uma fuga em virtude de ambos estarem na lista de pessoas a matar de um terrivel gang, que conduz a uma fuga onde ninguem confia em ninguem.

O argumento de base do filme é simples em todos os momentos, personagens pouco trabalhadas, dialogos curtos, uma intriga previsivel. Mesmo assim como tem objetivos curtos o filme vai de encontro aos mesmos com alguma simplicidade acabando por nesses momentos cumprir o que se propoem, entreter sem entusiasmar.

Na realizaçao temos Nick Rowland um realizador que vem do cinema britanico mais independente com alguns premios mas que não tem conseguido assumir-se por si só nas longas metragens. Temos um filme apesar de ação simples, sem grande risco ou protagonismo estetico, mas é um filme funcional.

No cast Egerton tornou-se num heroi de ação algo improvavel depois do seu Elton John, não foi um ator que evoluiu particularmente e esta fuga parece-me a possível em face dos atributos que o ator demonstra. Nos secundários fica a ideia que o filme não é muito potenciado.


O melhor - A capacidade do filme preencher os objetivos minimos.

O pior - Sendo um filme algo simples, necessitava de mais trabalho na realização


Avaliação - C+

Sunday, December 28, 2025

Bugonia

 Lathimos e Emma Stone estão numa colaboraçao imparavel que já conduziu a atriz ao seu segundo oscar da academia e os mesmos continuam a colaborar em diversos e arriscados projetos, os ultimos dos quais com Jess Plemons a apoiar. Este Bugonia estreou com avaliações positivas mas longe do lado mais hollywodesco funcional que foi tendo em projetos anteriores. Comercialmente os resultados tiveram longe principalmente do sucesso de Poor Things.

Sobre o filme podemos dizer que na primeira parte do filme temos um Lathimos mais normal, com uma estrutura narrativa mais linear que acaba por criar uma boa intensidade narrativa, alimentada essencialmente nas teorias da consipiração e na satira a esse tipo de personalidade. Tem momentos de dialogos de primeiro nivel e o filme consegue ir encontrar esses momentos por diversas vezes com poucos o conseguem fazer.

Na segunda parte e principalmente na conclusão aparece a excentricidade de Lathimos e o filme acaba por dar a passagem total ao espetador. E a cereja que o realizador prepara para fazer o jogo do gato e do rato com o espetador, num filme que parece durante muito tempo o mais simplista do realizador para no final o mesmo nos ensinar que não é bem assim, e nesse particular o efeito choque funciona por completo.

Por tudo isto não sendo o filme mais original ou estetico do realizador acaba por ser um dos filmes mais eficaz a cumprir os seus objetivos principalmente comparando com a opera excentrica de Poor Things ou o exagero narrativo do anterior. Lathimos pode ter um filme mais distante da estetica que os seus fãs mais gostaram mas fica a ideia que sabe o que quer fazer com a sua historia.

A historia segue um duo de primos que acabam por raptar uma magnata de uma empresa farmaceutica depois de alimentarem uma teoria da consipiraçáo que levam a pensar que a mesma se trata de uma poderosa rainha alienasna com o objetivo de dominar a terra.

O argumento do filme pode inicialmente parecer confuso no paralelismo, mas no final tudo faz sentido. A escolha final acaba por ser um momento forte no filme pela forma como ludibria como poucos o espetador. E um filme com bons dialogos embora por vezes exagerados na forma.

Lathimos foi um realizador que surgiu para fazer a diferença estetica e narrativa e conseguiu marcar a sua posição.E dos seus filmes menos esteticos mas mais adultos. E um filme que quer fazer funcionar a historia e os dialogos e como realizador ficou mais comedido. Podemos gostar muito ou menos mas ninguem fica indiferente ao realizador grego.

No cast Stone ganhou muito pelo facto de a fazer arriscar em papeis intensos que marcam qualquer tipo de carreira. Não sendo o seu melhor papel, e forte, de uma atriz num nivel altissimo. Plemons e quem domina o filme, ganhando algum estatuto nesta colaboraçao que tem aqui o projeto mais forte, veremos se suficiente para o conduzir a nomeaçao ao oscar.


O melhor - O final

O pior - Pode ser muito terreo para lathimos


Avaliação - B

Merv

 A quantidade de filmes de Natal das diferentes operadoras de Streaming é cada vez mais elevado que dá espaço para tudo, até para um filme de natal com um protagonista canideo, numa especie de comedia romantica para serões de inverno pouco exigentes. Criticamente este projeto da Prime passou por uma mediocridade sofrivel, comercialmente fica a ideia que o projeto simples poderá chegar uma larga população cada vez mais entregue a Prime.

Sobre o filme podemos dizer que temos uma tipica comedia romantica, cheia de cliches e vazia de novos atributos. Temos um animal protagonista, para chegar a um publico Pet Frendly que acaba por ser o ponto mais diferenciador do filme, ja vimos isto com crianças, agora temos uma adaptação para cães sem grandes diferenças, num filme que sabemos como se vai desenvolver do primeiro ao ultimo minuto.

Sobre a comedia romantica um dos pontos importantes para a quimica de um casal e percebermos o que os separa, e neste filme isso nunca é trabalhado ou potenciado e o filme acaba por conduzir-se a um ritmo lento para um intriga que fica a sensação nunca realmente existir. Num cinema onde cada vez existe mais projetos para todos os gostos, pelo menos do ponto de vista romantico não chega uma dança entre os dois para criar o que outros pontos não chegam.

Por tudo isto temos um filme pouco trabalhado, que tenta sublinhar o lado do animal de estimação como ligaçao entre personagens, mas pouco mais, em termos de humor fica sempre a sensação que o espirito que o filme quer ter, acaba por não proporcionar grandes gargalhadas, e o resto fica a sensação que ja vimos muito melhor quer em termos de filmes de animais quer em comedias romanticas.

O filme fala de um ex casal que tem que se juntar novamente depois do cão que tem guarda partilhada começar a evidenciar sinais de depressão o que leva a que o casal se tenha de organizar para tentar ultrapassar os problemas do cão.

O argumento do filme é simples, fica a sensação qiue as personagens acava por ser algo limitado, e em termos de humor o filme é um total deserto de ideias. Ja vimos muito melhor do que temos hoje, mas é pouco, so podendo funcionar em streaming.

Na realizaçao temos Swale uma realizadora de comedias simplistas, aqui pouco trabalhada esteticamente numa comedia simples de estudio com poucos atributos. Este tipo de registo acaba por ser para carreiras totalmente simples sem grandes sublinhados.

No cast temos uma dupla de atores que procuram o seu espaço depois de anos mais fortes. Cox tem dificuldade em ir para alem do seu papel MArvel, e aqui tambem parece fora de tom. No que diz respeito a Deschanel fica a ideia que a menina descontraida desapareceu e tornou-se em algo com pouca quimica com o espetador.


O melhor - Uma comedia sem grandes pertensões de natal.

O pior - A incapacidade do filme ter qualquer tipo de graça.


Avaliação - C-

Saturday, December 27, 2025

Goodbye June

Este drama natalicio foi uma das apostas da Netflix para este fim de ano, num estilo diferente de filme de natal, o qual acaba por ser mais dramatico e mais pesado, mas com toda a envolvência familiar esperada para este tipo de quadra. O filme que marcou a estreia de Kate WInslet como realizadora ficou pela mediania critica, sendo que comercialmente acabou por ficar aquem quando comparado com outros produtos mais alegres para a quadra em questão.

Sobre o filme temos um drama sobre perda no natal, sobre conflitos familiares e como os mesmos se encontram no momento da proximidade da morte. O filme acaba por nos dar personagens que preenchem os diferentes espaços, mas fica a ideia que o ritmo demasiado dramatico até pode ser interessante para esta epoca mas nao sera um produto porque mesmo sendo um filme com algumas mensagens positivas a perda acaba sempre por ser o protagonsita maior do filme.

Claro que o filme tem alguns elementos que o tornam interessante, concretamente a diferrença entre irmás e os conflitos continuos, bem reais em algumas familias. O adorno que o filme faz na forma como a personagem principal vivencia a sua situação, ou mesmo o lado ausente do pai acaba por preencher todos os espaços de lidar com a situação, embora muitas vezes com bonecos demasiado esteriotipados.

Por tudo isto um filme dramatico de familia, sobre perda. Um filme que acaba por ter alguns cliches para se diferenciar, principalmente naquilo que e uma procura de um encontro de personalidades que percebemos que nunca seria compativeis. O filme e daqueles projetos que acaba por notar-se a si proprio pelo seu antagonimos, mesmo com uma mensgaem positiva, fica a sensação que o filme nunca consegue ir a procura de excelencias no seu espaço.

A historia segue uma familia que se junta depois da saberem que a mãe encontra-se em plena epoca de natal nos ultimos dias de vida, o que faz uma familia separada por conflitos e estilos de vida ter que se reunir

O argumento é real, interessante na forma como cria as personagens e como as desenvolve em cada espaço, permite conflitos reais e acima de tudo consegue ir buscar alguns momentos em que a tensão parece ser impossivel de ultrapassar. E um filme algo triste para a epoca e o sentimento de perda nunca e ultrapassado.

WInslet e uma das melhores atrizes das ultimas decadas, arriscada e agora entra na realização com um projeto ok que nunca é propriamente brilhante. Uma forma de filmar simples, apelando as emoçoes mas acima de tudo deixando a historia e a intriga funcionar.

No cast temos um naipe de bons atores, todos britanicos acabando por ser Mirren; Spal e Risemborogh os que melhores momentos dão ao filme nas suas ambiguidades. E um elenco competente que permite as dinamicas de conflito e drama funcionar aos diversos momentos.

O melhor - Alguns conflitos reais

O pior - Ser um filme razoavel que nunca tem atributos para ir mais longe


Avaliação - B-

Monday, December 22, 2025

Oh. What. Fun.

 A Prime que teve um ano recheado de projetos, sem que os mesmos tivessem sido propriamente sucessos instantaneos lançou a sua comedia de Natal, com um elenco recheado de grandes estrelas e expetativas de um filme que pelo menos comercialmente resultasse. O problema do filme começou desde logo criticamente com avaliações que provocaram muito dano ao filme. Comercialmente fica a sensação que com um numero elevado de estreias todas as semanas, o espaço foi-se reduzindo para o sucesso comercial deste filme.

Os problemas do filme residem essencialmente no humor, fica a sempre a sensação que o filme quer colocar as personagens sempre em espaços muito proprios para essa preocupação quando os dialogos e os momentos das mesmas não tem essa capacidade tão individualizada de ser engraçada, e uma comedia que começa mal no tipo de humor dificilmente consegue ser exequievel.

Em termos de espirito natalicio temos o cliche familiar do reencontro, os conflitos, o lado familiar, isso acaba por ser se calhar dos pontos onde o filme funciona melhor, pelo regresso a casa depois de um ano onde tudo acontece. Claro que é uma tradiçao muito americana do Natal mas isso acaba por dar ao filme a cor e a toada que podera levar as familias a visualização.

Por tudo isto uma sem sabor comedia de natal, podemos achar engraçado o enfoque na personagem feminina e todo o seu trabalho pelo premio de reunir a familia, e o filme nisso tem um enfoque interessante, mas o caminho comico para tal fica a sensação que se perde demasiado tempo em alguns momentos demasiado pensados para uma graça natural que o filme não tem.

A historia fala de uma reunião familiar no NAtal onde a mãe depois de não ser reconhecida acaba por sair para cumprir o sonho de ser a mãe natal de um programa de televisao.

O argumento do filme até tem uma base narrativa interessante na forma como faz crescer a figura feminina. COmicamente o filme não funciona, muitas personagens, esteriotipos e pouco mais, para uma aposta moderna de natal.

Na realizaçao temos Showalter um experiente realizador que teve como maior sucesso um The BIG SIck que foi uma das grandes surpresas do ano de lançamento. Depois disso nenhum dos outros filmes conseguiu aproximar-se. Aqui temos espirito natalicio mas pouco mais, um otimo inicio que nunca se concretizou

No cast temos uma Pfeiffer que nem sempre aparece numa aparição interessante, e um conjunto de secundarios em fase diferentes, alguns para ainda aparecerem num projeto maior como Moretz e outros em boas fases que entram aqui sem grande sentido como Jones e Sessa


O melhor - ALgum espirito natalicio

O pior - Nao tem graça quando tenta ser comico


Avaliação - C-

Wednesday, December 17, 2025

The Family Plan 2

 


Depois do sucesso comercial que o primeiro filme desta saga teve, dando à Apple uma vertente comercial que nunca teve propriamente, seria uma questão de tempo surgir uma sequela. Esta sequela trás novos elementos familiares e a tradição de levar a familia para outros locais. Criticamente as coisas não melhoraram com avaliações negativas, por sua vez comercialmente numa altura de Natal a Apple em expansão terá sempre resultados consideráveis com este tipo de registo.

Sobre o filme posso dizer que já o primeiro filme era um completo cliché sobre vidas duplas, com algum humor ligeiro que poderia funcionar, acabando este filme por ser o mesmo ponto, com o ingrediente de ir para cidades europeias de primeira linha, um ingrediente que funciona sempre em alguns planos de ação mas pouco mais.

Um dos problemas para o filme não resultar são os secundários introduzidos, um vilão muito pouco competente, demonstrando sempre estar inferioridade perante o herói, alguns atalhos narrativos sem grande utilidade, e um humor que apenas funciona em espaços, nunca sendo coerente ou particularmente trabalhado.

Por tudo isto parece sempre que este projeto e uma forma de ganhar dinheiro fácil, que nunca consegue trazer dinâmicas próprias para um filme onde o primeiro já tinha tido algumas destas adversidades. Claro que o seu caracter simples poderá sempre trazer um funcionamento comercial, mas em termos de historia o filme vale muito pouco.

A historia fala da familia do primeiro filme, a qual numa viagem pela europa percebe o aparecimento de um novo elemento da familia, com o objetivo de enternizar o trabalho de familia, e que necessita que a familia se organize para responder a essa ameaça.

Em termos de argumento temos uma historia muito próxima do primeiro, alguns elementos novos, mas pouco brilhantes, um cliché narrativo e algumas piadas que funcionam bem e outras que não funcionam. Esta longe de ser uma historia particularmente interessante.

Na realização Simon Cellan Jones repete o leme, sendo um filme de estúdio com pouca arte. Boas escolhas nas cidades que acabam por ser protagonistas mas pouco mais de um realizador que parece um tarefeiro de comedia de estúdio.

No que diz respeito ao cast Whalberg na sua vertente cómica de ação que tem, na essência preenchido o seu percurso nos últimos anos, numa personagem cliché. Algumas vezes estes filmes ganham alguma vivacidade com as escolhas dos atores mais novos o que não acontece neste filme. No lado do vilão Harrington tenta ganhar espaço pos Game of Thrones mas este papel fica muito aquém de um controponto que o filme necessitava.

 

O melhor – Algumas localizações do filme.

O pior – O cliché do primeiro filme replicado com piores vilões

 

Avaliação – C-

Monday, December 15, 2025

Left-Handed Girl

 A netflix preenche diversos espaços, sendo o cinema do mundo um dos mais meritorios na forma como torna global alguns projetos mais localizados. Pode não ser o caso deste filme baseado em Taipei, porque a produção do recem oscarizado Sean Baker acaba por ser um cartão de visita bem permanente. Criticamente o filme obteve boas criticas com resultados interessantes, mas parece não ser suficiente para encaixar o filme nos premios, talvez porque comercialmente ao invés de outros titulos da Netflix o filme teve pouca expansão ou visibilidade, sendo necessário alguma procura para o encontrar.

Sobre o filme podemos dizer que temos um filme muito baseado em Florida Project com uma menina a visualizar o caos da vida das suas familiares a procura de um espaço para o sucesso. O filme acaba por ter muito do filme de Baker na forma de realizar e como a personagem deambula no caos, mas o restante é de um filme que quer mostrar os problemas sociais e pouco mais.

O final e positivo, na forma como transmite uma mensagem de confiança na familia mas pouco mais. Fica a sensação que a primeira meia hora promete um filme mais intenso, com uma narrativa mais definido, sendo que no desenvolvimento o filme divaga um pouco principalmente na intriga da personagem mais velha, acabando por deixar o ponto mais curioso a forma como o filme de caracteiza socialmente.

Os filmes que olham para um caos social sob a forma de ver de uma criança tem sempre algum encanto junto ao espetador, embora aqui o filme se pareça demasiado com um dos sucessos iniciais de Baker, fazendo com que o filme nao seja propriamente intenso para valorizar-se de uma forma inequivoca, sendo apenas curioso analisar o estilo social distante que o filme trata.

O filme fala de uma mãe e duas filhas com idades diferentes que se tentar fazer a vida numa cidade caotica, sendo que a filha mais velha tenta atalhar para ganhar dinheiro, equanto a mãe abre um negocio de noodles.

O argumento do filme não é propriamente brilhante, ate tem uma introduçao que lança os dados de forma interessante mas a narrativa e um pouco cinzenta para a forma como o filme tenta sublinhar o estilo de cinema universal. 

Na realizaçao pese embora a produçao e o argumento seja de Baker o leme foi entregue a uma realizadora local, produtora dos primeiros sucessos de Baker um pouco como uma transição de influencia. Nota-se o conhecimento do espaço mas o filme segue demasiado as pisadas de FLorida Project.

No cast e claro que a ternura da interprete mais pequena acaba por ser o coraçao do filme. Nos mais velhos fica a barreira cultural para assimilar o realismo de cada interpretação.


O melhor - Um bom inicio introdutivo

O pior - A narrativa e a intriga não é tão interessante como o filme faz prever


Avaliação - C+

Regretting You

 O cinema romantico parece ter tido nos ultimos meses alguns impulsos com alguns filmes de produtoras maiores com um pendor claro para o romantismo. Este filme com um razoavel elenco, com uma premissa de base igual a muitas, surpreendeu por trazer como protagonistas jovens atores mais crescidos, mas falhou desde logo na avaliação critica, com avaliações muito sofriveis. Comercialmente as coisas correram melhor mas Thames e um dos atores jovens do momento e isso poderá ter ajudado o resultado comercial do filme, bem como o facto de ser baseado numa nova historia da escritora romantica do momento.

Sobre o mesmo podemos dizer que temos um puzzle romantico, cheio de diades e casais resolvidos e por resolver, sendo o quadrado do filme confuso, mal interpretado nunca conseguindo tirar qualquer intensidade de nenhum desses momentos. O amor juvenil, mais descontraido começa bem, mas rapidamente entre num paradigma mais perdido mais cliche que também vai levando os atores para interpretaçoes mais sofriveis.

Enfim com um elenco de primeira linha e com uma base tão simples, o filme tinha pouco por onde falhar, principalmente na proximidade com o espetador, mas falha, principalmente por não conseguir alimentar as relações basilares do filme em realismo, em emoção, principalmente a central fica sempre aquem em quimica e mesmo no desenvolvimento das personagens dentro da propria relação.

Por tudo isto um cliche que não funciona em quase nenhum dos vertices, pode ser minimamente funcional no lado juvenil, quer na relação amorosa, quer na inclusão comica da personagem de Lexie mas e muito pouco para quase duas horas de filme onde o amor não convence a maior parte dos espetadores.

O filme fala de uma mãe que tem que ver a sua filha crescer e apaixonar-se num momento em que o seu marido morre tragicamente num acidente de carro com a sua irmã como quem mantinha uma relação até então desconhecida, tendo de gerir o luto familiar com a traiçao.

O argumento do filme tem muitas arestas romanticas, mas fica longe de conseguir lidar com a maioria delas. Fica a sensação que as personagens nunca conseguem tirar o melhor delas, mas mais que isso fica a sensação que na maior parte do tempo o filme procura uma quimica e situações para explorar os casais que nunca encontra, mesmo que a historia de base o pudesse potenciar.

Na realizaçao temos Josh Boone que conseguiu o impacto juvenil com a A Culpa e das Estrelas mas teve sempre dificuldade em dar continuidade a essa carreira. Tenta ir buscar o genero onde teve mais sucesso mas nem sempre encontra a melhor forma de transmitir as suas emoçoes. Nao sei se sera uma carreira para grandes sucessos criticos.

No cast temos uma Williams que tirando o terror nao conseguiu criar uma carreira forte, e aqui denota-se limitações, Grace que foi sempre muito melhor atriz criança que adolescente, Franco que apenas consegue melhores momentos quando sai fora do cinema mais mainstream e salva-se Thames, um ator com carisma, jovem que tem um ano forte e que acaba por ser o vetor mais forte do filme.


O melhor - O lado juvenil tem alguns momentos

O pior - Num filme tao romantico a quimica dos adultos nunca existe


Avaliação - D+

Sunday, December 14, 2025

The Smashing Machine

 2025 ficara marcado pela separação dos irmãos Safdie que apostarem em produtos individuais, sustentados em interpretações de algumas das maiores figuras da industria atual. Benny, o mais mediatico dos dois apostou num filme sobre luta livre, com um The Rock completamente diferente, antecipando o filme em grandes festivais. Apesar das criticas favorais, percebeu-se que seria dificil que o filme tivesse nos premios para alem da intepretaçao central, um dos maiores objetivos a que o filme se propôs. Comercialmente, este The Rock mais dramatico esteve longe do sucesso das suas outras obras, existindo apenas uma curiosidade circunstancial.

Sobre o filme The Smashing Machine e um filme de personagem, mas do que propriamente querer contar uma historia. E um filme sobre a luta interna contra drogas e mesmo contra a sua relação, enquanto nos começa a mostar os primordios do que se tornou posteriormente o famoso UFC. Temos um filme demasiado lento, um filme que parece não querer acabar as suas sequencias. Para os amantes de Safdie este e o estilo esperado, para os outros o filme parece sempre uma mão cheia de nada.

Claro que o filme tem momentos de tensão, que permitem os seus intepretes terem os seus momentos, claro que temos uma novidade na intensidade dramatica que Johnsson nunca empregou nos seus projetos anteriores, mas também me parece claro que o filme nunca consegue ser direto nos seus objetivos e isso faz com que se perca na deambulação da personagem.

No final temos um mediano filme dos Safdie com a curiosidade de um The Rock fisicamente muito diferente, principalmente na fase inicial, num filme mais maduro. Mas o resultado e demasiado mediano, o filme não transmite muito ao espetador porque a maior parte do impacto emocional de alguimas cenas se dissipa na quebra que as mesmas tem, pelo objetivo de nao ser um drama desportivo standartizado.

A historia fala-nos de Mark Kerr um lutador em ascensão que tem de tentar se libertar dos seus consumos para se tornar mais direto num espetaculo a ganhar dimensão, enquanto tenta balançar as suas relações de amizade e namoro.

O argumento do filme não conta propriamente uma historia, tenta fazer uma autopsia de sentimentos da personagem e da sua expressão. O filme vai de encontro ao que se propoem, mas fica a ideia que as escolhas não sao aquelas que na maior parte do tempo comunica melhor com o espetador.

Safdie tem uma carreira proxima da critica mas não são filmes faceis, este filme encaixa no estilo, que mais a frente vamos perceber qual dos irmãos criou. Nota-se a tentativa da camara ser secundaria, num estilo pensado, de assinatura mas que não e propriamente o mais apelativo.

No cast e obvio que temos um The ROck diferente, intenso, dramático, mesmo que ser um lutador não e propriamente desafiante para um ator com esse backgroud. Mereceu algum destaque mas sera curto para os premios, talvez consiga a nomeaçao. No resto do cast Blunt e sempre uma secundaria de luxo.


O melhor - Vermos um The Rock dramatico diferente

O pior - O filme nunca quer contar uma historia em concreto


Avaliação - C

Saturday, December 13, 2025

Eternity

 As comedias romanticas puras estão em desuso, dai que tenha sido surpreendente esta aposta da independente  A24 num género cada vez mais comercial e pouco concetual. Com um elenco proximo do publico mais jovem o filme obteve criticas medianas, com pendor positivo, mas conseguiu chamar a atençao do publico em geral. Comercialmente esperaria mais de um conceito proximo do publico, mas a ocasião de lançamento não foi a melhor e o resultado soube a pouco.

Sobre o filme podemos dizer que é um tipico filme romantico, para casais apaixonados e não só e que deve ser sempre analisado desta caixa onde o próprio se coloca sempre. Mas depois nas suas particularidades é um filme que funciona, desde logo pelo conceito super original do além e das escolhas, pela criação do mundo que parece tirado de um filme da pixar e por um humor não declarado mas sempre presente que o faz um filme ligeiro.

E obvio que não é um filme de fácil resolução embora pareça, o filme consegue colocar na sua duração todos os pros e contras mas no final tem um final quem sabe demasiado atalhado. Fica a sensação que queriamos saber mais da escolha final, mas o filme interrompe-se mesmo que seja um filme com quimica entre todas as personagens, ligeiro, mas uma comedia romantica como não se via faz tempo.

Por tudo isto um claro filme de entertenimento que não tem armas e mesmo ambição de ser mais do que isso que comunica bem com o publico numa historia arrojada, creativa, diferente, mas que consegue ir buscar o lado mais forte e concetual das relações e as suas diferenças, um dos bons filmes do ano.

A historia fala de uma mulher que depois de morta tem uma semana para escolher com e como passar a eternidade deambulando entre um primeiro marido, morto na guerra que esperou por ela 67 anos e um seu marido de toda a vida.

O argumento tem uma base do mais original do genero que me recordo, trabalha bem os momentos e o ritmo, com um humor presente, conseguindo tambem colocar desafios as personagens para a escolha de base. E um filme bem pensado, adulto, apesar de uma comedia romantica de base.

Na realização temos David Freyene um realizador quase desconhecido que tinha tido algum sucesso critico no seu filme anterior mas que aqui surge com um elenco de primeira linha. Bem pensado, processos simples, mas acima de tudo uma ideia bem trabalhada sem recursos astronomicos.

No cast Olsen e quem encaixa melhor na dictomia da sua personagem, num genero onde normalmente não se encontra. Teller e o que se sente mais confortavel no registo descontraido e Tunner tenta ser o galã, mas fica a ideia que é claramente o pior ator do trio. Sublinhado para a sempre forte Randolph a demonstrar o carisma que ja lhe valeu um oscar.


O melhor - Uma ideia e a quimica com o espetador.

O pior - E uma comedia romantica standar de base


Avaliação - B

Eleanor The Great

 Tem sido incrivel o ritmo de filmes de June Squibb nos ultimos anos, pese embora a sua idade avançada, não se escondendo de protagonizar diversos filmes, sendo este o segundo em dois anos. Este filme que foi lançado com algumas expetativas de premios, o seu um declarado filme judeu num periodo em que o mundo não está propriamente do lado deles, pode não ter ajudado nas avaliações criticas sofriveis. Em termos comerciais o filme não teve a força para impulsionar qualquer tipo de candidatura.

Sobre o filme podemos começar por dizer que se trata de um filme com pouca duração, mas com um ritmo muito lento. Percebo que em termo de personagem isso tenha que acontecer em face da idade, mas o ritmo dos dialogos e sempre demasiado parado, fazendo com que a quimica da relação central não seja imediata e com isso o filme acaba por perder algum impacto na transmissão imediata de emoções.

O filme tem uma boa mensagem, desde logo de amizade na relação entre as duas amigas, de perda, e uma força intergeracional, que faz com que o filme seja em alguns pontos bonitos, mas que se perca um pouco na facilidade de comunicação, o ritmo baixo é prejudicial em todos os aspetos naquilo que o filme acaba por querer ser

Por tudo isto esta experiencia de Scarlett Johansson num novo papel acaba por ser um filme com boas motivações mas cuja execução tem alguns problemas principalmente na clareza da mensagem e na intensidade. Claro que é dificil dar isso num filme com uma protagonista tão idosa, mas existia espaço para um lado mais comico, e acima de tudo mais emocional, parecendo que o lume brando da duração não foi a melhor escolha.

A historia fala de uma idosa que perde a companheira de quarto no lar, e acaba por conhecer num grupo de auto ajuda uma jovem que recentemente perdeu a mãe, com a qual se liga, contudo assume a vida da sua amiga falecida para estreitar laços.

O argumento do filme pode ter uma base teorica interessante, motivada por mensagens positivas, mas a sua execução tem alguns problemas, que começam na falta clara de ritmo, em dialogos mornos, e numa resolução, talvez demasiado facil para o conflito que cria.

Johansson tem aqui a sua estreia como realizadora, num trabalho simples, com poucos truques. O trabalho é silencioso e nao tem o dom de dar ritmo e intensidade ao filme o que pode ser um defeito. Nao e propriamente uma obra de referencia pese embora a expetativa, veremos se tem continuidade.

Squibb esta numa forma incrivel para a idade, o seu lado descontraido chama a atenção e aproxima-se do espetador embora o filme nao potencie outros atributos a personagem. AO seu lado competentes secundarios sem grande espaço porque o filme é essencialmente da protagonista.


O melhor - O lado simpatico intergeracional do filme.

O pior - O ritmo pausado com dialogos pouco intensos.


Avaliação - C

Friday, December 12, 2025

Shelby Oaks

 Este pequeno filme de terror baseado numa coleta de dinheiro por crowdfounding conseguiu uma distribuição significativa no mercado americano, pese embora as suas criticas estivessem longe de ser entusiasmantes e a falta completa de atores minimamente conhecidos. Depois de algum falhanço critico e acima de tudo uma publicitação maioritariamente feita por redes sociais, faltava o desafio do publico onde os resultados foram competentes pelas razões acima descritas que tornaram um filme pequeno um cartaz de muitas salas.

Sobre o filme podemos dizer que o mesmo tem meia hora e acaba por ser três filmes completamente diferentes em cada um deles com resultados também eles diferentes. A primeira hora é uma homenagem ao misterio de Blair Withc projetc sob a forma de noticias difundidas e documentário o filme acaba por funcionar com um estilo amador que encaixa no estilo de terror psicologico que até então o filme queria ter.

O segundo segmento acaba por ser o que funciona pior, quando o filme nos leva para o lado da descoberta sobre o desaparecimento numa especie de serie b de pessima qualidade, na forma que conduz a descoberta, nos dialogos e interpretaçoes e dá-nos a protagonista que acaba por ser um dos problemas do filme, pela sua falta de dimensão ao longo de todo o filme.

Na parte final temos o tipico filme de terror sobre paranormal, e aqui ja vimos muito melhor, sequencias completamente inexplicaveis sobre as decisões das personagens, que tem como ponto melhor algum trabalho visual que cria uma intensidade que tem bons momentos, mas acaba por seguir a mediocridade do segundo parametro.

No que diz respeito à historia temos uma desaparecimento misterioso dos criadores de um programa de youtube, que conduz a que a irmá da principal tente encontrar respostas, principalmente depois de um estranho individuo se suicidar perante si.

O argumento do filme, se olharmos para ele como um todo é confuso, onde fica muito por esclarecer. O filme tenta ser uma mistura de generos onde apenas a forma como organiza o primeiro momento parece funcionar. As explicaçoes sao as tipicas de terror serie b.

Na realizaçao temos Christ Stuckman um jovem realizador que pensou na forma de financiar um projeto amador para lhe dar um impacto maior. Fica a sensação que sabe criar impacto visual e os truques de camara, mas tambem fica a ideia que o filme tenta ser tudo, não sendo nada.

No cast um conjunto de atores totalmente desconhecidos, que acaba por ser um dos pontos que pior funciona no filme, principalmente numa protagonista Camilla Sullivan que nao está ao nivel de um filme de expansao wide. O resto a interpretaçao de sofriemento com caracterização tipica deste tipo de filme.


O melhor - O primeiro segmento

O pior - O filme ser uma mistura de generos que nunca se junta


Avaliação - C-

Thursday, December 11, 2025

Splitsville

 Comedias de autores desconhecidos que se tornam fenomenos criticos é algo que o cinema nos habituou todos os anos, e que normalmente surgem em filmes que apenas conseguimos perceber a existência na temporada de premios quando obtem algum reconhecimento. Foi o caso deste particular filme, escrito e interpretado por dois quase desconhecidos, aos quais se uniram duas atrizes mediaticas como Johnson e Arjona, que convenceu a critica. Comercialmente os resultados começaram modestos mas foram melhorando.

Sobre o filme podemos dizer que temos um filme insólito sobre relações abertas que se torna muitas vezes peculiar, adulto, mas nem sempre organizado. E um filme sobre relações que as confunde, nunca sendo facil perceber ou descrever qualquer uma das apresentadas, já que o filme por vezes se perde na excentricidade e exagero de alguma sequencias.

Nao obstante desse facto, o filme funciona comicamente em algumas interações, originais, principalmente quando os dois protagonistas e mentores do filme agem em conjunto, colmatando um o espaço do outro. E nesse tipo de cinema confuso, ironico, mas comico que o filme encontra os seus melhores momentos, sendo mais sofrivel quando tenta ser romantico ou mais emotivo.

Por tudo isto temos um peculiar filme comédia, com objetivos curtos, com um estilo diferente que nos proporciona algumas gargalhadas, mas nem sempre consegue ir para alem disso. Existe momentos em que o filme se perde nos seus desvaneios e aqui é mais estranho do que funcional. Mesmo assim uma comedia razoavel este ano.

O filme fala sobre dois amigos, com diferentes relações que acabam por perceber que a relação de um dos casais e aberta, conduzindo a contactos sexuais em swing que colocara em perigo as relações existentes e a diferença entre a teoria e a pratica.

No que diz respeito ao argumento, o mesmo tem um estilo de interação entre personagens algo único, que tem momentos interessantes, comicos, mas nem sempre direcionado para os propositos mais vincados do filme. E original na abordagem, mas falha quando quer transmitir algo mais que o seu lado comico.

Na realizaçao temos Angelo Covino, tambem interprete e argumentista do filme que denota-se procurar o estilo descontraido e caotico que o filme tem, sabe usar os seus momentos mas pouco mais, num filme que arrisca pouco, ou nada esteticamente. E uma nova vaga de comicos que so o futuro se perceberá onde vai chegar.

No cast Covino e Marvin sao argumentistas do filme e procuram as personagens para os seus pontos mais fortes. As personagens sao satiricas mas encaixam no estilo de ambos. No caso das estrelas femininas, Johnsson tem a ambiguidade que a personagem quer, Arjona parece mais perdida no estilo comico.


O melhor - A forma como o filme acaba por ter bons momentos comicos.


O pior - Quando tenta ser romantico, nunca o consegue ser verdadeiramente


Avaliação - C+

Wednesday, December 10, 2025

Sorry, Baby

 Todos os anos surgem alguns projetos independentes que começam a exibir as suas boas criticas em festivais e mais tarde em premios criticos que dão aos filmes algum protagonismo que passou despercebido na sua estreia. Foi o caso deste Sorry baby, que recentemente surpreendeu ao conseguir dar à sua protagonista e basicamente mentora a nomeaçao para melhor atriz dramatica nos globos de ouro.Criticamente o filme foi um sucesso total, com algumas das melhores avaliações do ano, por sua vez, comercialmente o filme começou muito lentamente, mas os bons resultados criticos permitiram alguma expansão.

Sobre o filme podemos dizer que o mesmo tem um caracter indie totalmente presente, isso acaba por ser vincado na forma como o filme segmenta espaços, mas acima de tudo nos paralelismos de discurso. Isso torna o filme interessante em alguns elementos, ou mesmo no facto de existir alguns diálogos bem trabalhados, mas depois torna tudo muito vago, com o lado interessante de uma personagem com muitos lados.

O filme tem segmentos muito mais interessantes do que outros, desde logo o segmento central na forma de reagir da personagem. A ligação das personagens com a amiga e com o vizinho também nos parece ser o que funciona melhor, mas fica a ideia que fica algumas ideias por trabalhar, e o final abrupto não é propriamente o que de melhor sai para a sua conclusão.

Temos um filme que tenta ser descontraido num tema forte, a forma como a personagem não compreende a sua vivência é algo que poder ser algo lato, mas que funciona na realidade. Existe segmentos interessantes, uns mais satiricos, e o final do filme parece ser algo difuso para o impacto que o filme quer ter.

A historia fala de uma aspirante a professora que depois de um ato que lhe aconteceu tenta adequar essa vivencia nas diferentes versões da sua vida, num filme que tenta debruçar sobre a reação ao panico mais do que qualquer coisa.

O argumento do filme pode ser forte no tema, mas na sua concretização não me parece que o filme seja particularmente feliz em todos os aspetos. Desde logo na sua fragmentação e no equilibrio entre as mesmas. Nao e o parametro mais forte.

Eva Victor tem o filme totalmente entregue a si, na realização nota-se o espirito indie, com alguns momentos de risco, que saem bem, contudo acaba por ser algo desorganizado na sua fragmentação. Pode ser algo inexperiente mas tem um filme que chamou muito a atenção.

No que diz respeito ao cast temos um dominio total de Victor que leva o filme ao sabor da sua personagem. Tem uma personagem que é uma montanha russa emocional, e acaba por ser o seu maior feito, num filme onde tem sete instrumentos. os secundarios sao o seu suporte.


O melhor - Alguns segmentos

O pior - A incapacidade do filme em conseguir ser direto na sua informação


Avaliação - C+

Tuesday, December 09, 2025

The Ballad os Wallis Island

 Pode um pequeno filme, conseguir chamar a atenção pela sua originalidade, num registo comico britanico que acabou por chamar a atenção dos criticos e também de Mullingan o nome mais conhecido de um projeto proprio, que conquistou a critica que acabou por fazer vincar o seu valor comercial, mesmo que seja um filme pequeno de uma produtora quase desconhecida.

Sobre o filme, desde logo a ideia original de um bilionário num espaço completamente isolado, onde o filme começa o seu encanto, desde logo na particularidade e humor natural da personagem principal, mas depois no próprio espaço. Com o desenvolvimento do filme, parece a determinada altura que o mesmo vai embarcar para uma historia de amor, mas o filme tem um twist que o torna mais verdadeiro, mais real e mais iconico, nao sendo um filme de procedimentos simples, é um filme que seduz nas suas particularidades o espetador.

Eu confesso que sou um adepto de filmes ligeiros em espaços particulares e este filme faz o proveito disso como nenhum, a forma como a ilha é desorganizada, a forma como esconde tudo, mas ao mesmo tempo a capacidade de receber da personagem acaba por transmitir desde logo elementos creativos, mas acima de tudo um encanto particular num dos filmes mais pequenos mas com conteudo emocional do ano.

Outro dos pontos que funciona bem no filme, embora nunca sendo de primeira linha e o seu nivel musical, aqui pensamos que na grande parte do tempo o filme tem um lado demasiado slow, e so no final, no concerto conseguimos perceber algum impacto da musica e da forma como a personagem central a vive, e nesse registo o filme acaba por ser sincero, original e criativo, uma das melhores supresas do ano.

A historia fala de um bilionário que depois de ganhar duas vezes a lotaria isola-se numa ilha e contrata os musicos preferidos da sua vida para um concerto so para ele, no seu espaço.

O argumento do filme parte de uma boa ideia, mas recheia-o com bons momentos, alguns divertidos, alguns sinceros, outros emotivos, num estilo de humor ingles que encaixa naquilo que o filme quer transmitir, num dos filmes mais originais do ano em termos de argumento.

Na realizaçao temos James Griffiths um desconhecidos realizador ingles que deixou os seus amigos e argumentistas do filme, interpretarem a sua historia da forma que eles melhores sabem e isso foi um dom, principalmente na forma como assume o espaço como um protagonista claro. Um otimo filme de alavanca.

No cast temos dois desconhecidos a interpretar a historia por eles criada como poucos, sabem perfeitamente o que querem de cada personagem e isso nota-se a cada interação. nao sei se são bons atores fora das perosnagens escritas por eles, mas aqui sao as vedetas.


O melhor - A historia


O pior - Pode parecer que vai cair na comedia romantica simples


Avaliação - B+

Gabby's Dollhouse: The Movie

 É sempre uma questão de tempo os produtos de maior sucesso dos mais pequenos terem a sua edição em longa metragem, normalmente numa conjugação de animação e liveaction, sendo que este ano foi Gaby a ter esse previlegio em pleno outono. Num filme claramente direcionado para os mais pequenos, criticamente as coisas não correram particularmente bem, e a critica normalmente é simpática para este tipo de projetos. Comercialmente, onde o filme tinha mais objetivos os resultados foram interessantes mas aquem do valor do produto, se calhar porque muitos dos fãs ainda estão em idade de não ir ao cinema.

O filme começa desde logo com um tom demasiado infantil, indo buscar um dos pontos centrais do filme que é a comunicação direta entre Gabby e o espetador. O filme preza isso na fase inicial, mas vai esquecendo quando a animação substituiu o real action. Passando para a animação temos um episodio longo, sem grandes truques e pouco para um filme franquia.

O lado estetico original no projeto acaba por ser o espaço onde o filme se sente mais confiante e ao mesmo tempo acaba por ser o espaço onde o filme é mais eficaz, nas imagens reais proximas da animação e pelo cruzar de mundos, mas depois quer o argumento quer a abordagem é demasiado infantil deixando todo o projeto demasiado dedicado aos pequenos demais e algumas meninas mais velhas.

E claro que é facil todos os conceitos de sucesso dos mais pequenos terem os seus filmes, mas existem alguns como este que me parece que poderia ficar de lado, principalmente o lado do live action que poderia fazer uma perceção de um filme para mais idades que o projeto acaba por nunca ser.

O filme fala de Gabby e a sua casa de bonecas que entretante é perdida por uma colecionadora e o grupo tem de se reunir para recuperar a ligação entre todos.

O argumento do filme é simples sem grandes rodeios, uma intriga para fazer as personagens conhecidas se mover, com um lado moral do brincar faz bem e pouco mais, num filme que a ambição de juntar mundos nao foi propriamente a melhor escolha.

Na realizaçao o projeto ficou entregue a Ryan Crego um estreante com algumas colaborações no departamento de arte da Dreamworks, que tenta ser sincero e fiel esteticamente mas fica a ideia que falta alguma capacidade de assinar um estilo. Nao e propriamente um filme ancora para nenhum realizador.

No cast existiu uma maior preocupação em semelhança fisica do que em recursos interpretativos na protagonista. Wigg tem o lado estetico que o filme procura e pouco mais. Nao e o tipo de filmes para interpretações de montra.


O melhor - O lado estetico

O pior - Ficar muito pelos mais pequenos


Avaliação - D+

Saturday, December 06, 2025

After the Hunt

 O ritmo de filmes que Guagadino tem lançado nos ultimos anos, tem-no tornado num dos mais hiperativos do circuito, se calhar a procura da fama europeia que muitas vezes é dificil de assimilar em contextos mais globais. A questão é que depois de Queer nao ter sido propriamente muito amado, este thriller sobre envolvimento universitario acabou por ser um desastre ainda maior, com criticas sofriveis e uma estrategia de distribuição estranha, com pouco tempo de cinema onde os resultados foram curtos para a Prime onde tambem nao me parece que as coisas tenham sido brilhantes, já que em streaming procura-se outro tipo e projetos.

Sobre o filme podemos dizer que temos uma intriga bem criada, mas rapidamente percebemos que o filme não vai ser direto, que se vai perder em preciosismos das personagens, muitas vezes mais pensadas no parecer do que no ser, e isso corta claramente o ritmo a um filme que se torna longo para nunca explodir narrativamente algo que se poderia pensar que fosse ocorrer na fase final.

Nao obstante dessas dificuldades esta longe de ser um mau filme. É um filme que entra num paradigma muito proprio, da exposiçao concreta dos professores no mundo universitário, no fenomeno da ilusão pela referência, mas acaba por ser nos maneirismos das personagens que conseguimos ver mais o cinema de Luca, já que no restante o realizador ausenta-se um pouco.

Por tudo isto temos um filme que se tivesse menos expetativa em face dos envolvidos até poderia ser interessante, mas sofre pela expetativa criada, mesmo no trailer que anuncia um filme em tudo diferente do que surge. Mesmo assim o filme acaba por ser proximo do espetador, num lume brando mas com a força de uma historia interessante.

O filme fala de uma professora universitaria a pensar entrar nos quadros de Yale, que de repente se vê no meio de um escandalo envolvendo uma jovem aluna filha dos financiadiores da universidade e o seu protegido, um professor mais novo, mas que a leva a duvidar de quem confiar.

O argumento tem uma base de conflito forte, que o filme deixa aquecer em lume brando para nunca ferver, esse pode ser um dos problemas maiores do impacto que o filme acaba por nunca ter junto dos espetadores. As personagens tem muitas dimensoes e isso funciona, mas o ritmo brando fica um pouco aquem.

Guagadino e um dos rostos do momento, pela quantidade de filmes e muitas vezes pela qualidade de algum deles, dai que seja, já uma referencia. Não e o seu melhor filme, aposto mesmo em dizer que é o mais comum e vulgar, com menos assinstura, mas isso seria bom para um outro qualquer.

O cast do filme tem uma ROberts que aceita a idade, embora nos pareça que recheia a personagem de maneirismos exagerados. Ao seu lado temos um Garfiel demasiado eletrico, acabando por ser a sempre competente Edebiri, e o omnipresente Stulhbarh a funcionarem melhor.


O melhor - A historia de base

O pior - O ritmo demasiado lento


Avaliação - C+

Thursday, December 04, 2025

Anemone

 Existem atores que para além da qualidade levam consigo o miticismo de uma carreira de sucesso, quase com o toque de midas que fez que quase tudo em que tocasse se tornasse sucessos instantaneos. Esse e o caso de Daniel Day Lewis que depois de mais uma vez anunciar o seu afastamento dos ecras surgiu novamente num projeto familiar, produzido por si, e realizado pelo seu filho. Criticamente espaço onde o filme tinha mais ambiçoes o resultado mediano, muito pouco para o que estamos habituados a todos os projetos do ator. Comercialmente as coisas também não foram brilhantes num filme com poucas ambiçoes neste particular.

Sobre o filme estamos perante um claro filme independente britanico, com alguns momentos esteticamente bem pensados, um Day Lewis com toda a sua intensidade mas um ritmo monocordico muito dificil de acompanhar. Fica a sensação que o filme se adormece na sua eloquencia e as explosões continuas da personagem sao espasmos soltos num filme que tem dificuldade em se expressar claramente junto do espetador.

O filme tenta ser um drama familiar, um que pode ser significativo sendo um filme escrito e trabalhado por pai e filho, mas fica a sensação que vamos sempre deambuilar ao sabor do caracter mitologico de Ray do que propriamente um filme consistente sobre uma familia. Existe momentos onde nos parece que o filme fica completamente perdido narrativamente refugiando-se numa comunicação por imagens que é quase sempre mais competente.

Por tudo isto este filme da familia Lewis acaba por ficar muito mais vincado pelo anuncio do regresso de Daniel do que propriamente pelo filme em si. Existe a clara sensação na maior parte do filme que existe dificuldade em articular historias em preencher os elementos das razões das personagens e isso e claramente pouco para um filme com esta expetativa.

O filme fala de um irmão que procura um outro refugiado numa vida solitaria em plena montanha, tentando que o mesmo regresse para tentar orientar o filme entretanto ambandonado que tem como referência parental o tio.

O argumento para alem do conflito familiar acaba quase sempre por ser um filme sobre uma personagens e os motivos de uma decisão, sendo o resto efeitos colaterais. POuco conteudo para alem do conflito no lado mais pobre do filme.

Na realizaçao Ronan tem aqui a sua estreia no leme com um peso incrivel de um dos maiores nomes no cinema, com o seu pai como muleta. Temos boas imagens o filme consegue muitas vezes captar o isolamento das personagens, mas o ritmo e muito lento.

No cast Day Lewis e um dos melhores atores da historia e aqui demonstra essa intensidade muito propria. Nao e a sua personagem mais trabalhada mas permite que os seus atributos surjam com alguma naturalidade. No restante cast temos uma serie de atores competentes mas o festival e de Day Lewis.


O melhor - ALguns momentos visuais cuidados

O pior - O ritmo inexistente do filme


Avaliação - C

Monday, December 01, 2025

Good Fortune

 Depois do sucesso total que Master of None teve nas comedias comicas seria uma especie de prazo curto percebermos a passagem do seu autor e ator Aziz Ansari para o cinema, desta vez em colaboração estreita com Seth Rogan. O resultado desta comedia foi criticamente interessante, mas comercialmente, mesmo com Keanu Reeves como ingrediente o resultado foi escasso, dando a clara sensação que e muito mais facil triunfar no streaming do que no sempre debatido mundo do cinema.

Sobre o filme podemos dizer que ele começa bem, com os ingredientes que fizeram de The Master of None uma serie de referencia, pela critica aos costumes, piada facil. Mesmo com a introduçao do seu antagonista o filme funciona no extremo, consegue ser engraçado mas percebe-se que perde muito do ritmo, quando entra na comedia a tres as coisas simplesmente deixam de ter graça e o filme perde-se na escolha de Reeves e pouco mais.

Fica a sensação que todos esperavamos uma mensagem muito mais forte na satira do que o filme acaba por conseguir ter. O problema é que o filme quer ser varias coisas tendo dificuldade em ser aquilo que inicialmente queria ser. Esta ambiguidade comica faz com que o ultimo segmento do filme seja claramente inferior e o inicio seja apenas uma boa ideia que acaba por ser desprediçada.

Por tudo isto Good FOrtune deixa um pouco sabor a quem gostou da serie do seu escritor e criador, fica a sensaçáo que o estilo é semelhante mas que se perde a mensagem. Nao sei se voltara a ter uma oportunidade desta ja que mesmo a escolha de Reeves como anjo Gabriel tinha tudo para funcionar em termos comicos mas parece tudo muito artificial, e para uma comedia isso acaba por ser mortal.

A historia segue um migrante nos EUA que tenta fazer com que economicamente seja possivel viver num pais de custo elevado, ate que conhece um magnata com a vida facilitada que um anjo decide mudar de vida para criar a empatia em ambos.

O argumento do filme ate poderia ter uma mensagem significativa como foi sempre tendo os filmes e series escritas por Ansari. Em termos de lado comico fica a ideia que o filme perde na primeira parte os melhores atributos e depois torna-se numa vulgar comedia de estúdio.

Na realização Ansari e conhecido pelo lado das series aqui com uma produção de alguma dimensão ao seu lado, fica a ideia que o filme não é propriamente muito trabalhado, seguindo o principio da televisão com pouco ou nenhum artefacto.

No cast temos Ansari no estilo habitual desajeitado, ao seu lado Rogen no seu estilo de humor e um canastro de nome Reeves a procura de espaço em papeis diferentes, tentando potenciar o contexto do seu estilo e pouco mais, num filme muito pouco de espetadores.


O melhor - A forma como o filme acaba por ter uma fase inicial bastante interessante


O pior - Desaproveitando indo de encontro a uma comedia mediana de humor.


Avaliação - C

 

Thursday, November 27, 2025

The Black Phone 2

 Nos ultimos tempos o primeiro episodio desta saga de terror foi um dos filmes mais valorizados e mesmo com melhores resultados comerciais, dai que seria facil prever uma sequela, com uma adaptação tendo em conta os acontecimentos do primeiro filme, mas com o mesmo registo estetico.Criticamente pese embora tenha novamente conseguido resultados interessantes ficou algo longe do sucesso do primeiro filme. Por sua vez comercialmente e tendo em conta o sucesso do primeiro capitulo os resultados foram muito consistentes e deixam questionar se não vai surgir um terceiro.

Sobre o filme um dos pontos que melhor funcionou no primeiro filme foi o lado cénico da personagem central, no seu lado de terror psicologico persistente. O filme necessitou de articular mudanças para fazer o seu elemento central aparecer e pode ser algo confuso todo o reagrupamento do filme. Fica a clara sensação que o filme nem sempre consegue ter o impacto desejado nesse momento.

Em termos de realização o lado fosco da abordagem acaba por ser uma escolha que funcionou bem no primeiro filme e volta a ter sucesso no seguinte. Fica a ideia que a personagem de Fynn morre um pouco, marcado pelo primeiro filme, mas isso acaba por deixar espaço a outros protagonistas, num filme intenso, que nem sempre consegue encontrar as linhas certas para se expressar.

Por tudo isto temos um filme claramente inferior ao primeiro, mesmo tendo alguns atributos que funcionam bem no primeiro filme que são potenciados no segundo. Nota-se a capacidade do realizador conseguir ir buscar os melhores momentos, em cada espaço. Nota-se a capacidade do filme de criar personagens, mas acaba depois por perder algum norte no que diz respeito a historia e a conjugação temporal

A historia segue as personagens do primeiro filme, anos depois e marcados pelo acontecimento do primeiro filme, quando em sonhos a irmã do protagonista começa a contactar com o passado da sua mãe, levando-a para um acampamento de neve onde algo grave aconteceu começando a interagir com os fantasmas do passado.

O argumento do filme acaba por ser o espaço onde a abordagem é menos forte. Fica a sensação que a mistura temporal nem sempre é a mais eficaz para aquilo que o filme quer transmitir. As personagens nao evoluem de filme para filme e acaba por ser o aspeto com mais dificuldade.

Derrickson e um realizador de terror que ja tentou outros espaços com menos sucesso, e volta ao espaço onde se sente mais confortavel e isso é evidente ao longo do tempo do filme. Nota-se a marca de autor numa franquia de sucesso de terror, onde soube usar bem o lado sinistro do seu protagonista.

No cast temos um Hawke desfarçado mas num papel iconico, sendo que ao seu lado temos dois jovens atores lançados no primeiro filme com carreiras diferentes Thames foi um dos atores comerciais do ano e tem a carreira lançada a jovem McGraw ainda tenta encontrar o seu espaço, embora seja ela o grande epicentro do filme.


O melhor - A forma como o filme acaba por usar bem o lado estetico do primeiro filme


O pior - A comparação com o primeiro filme, onde sai a perder


Avaliação - C+

Tuesday, November 25, 2025

Soul on fire

 O cinema religioso tem sido uma clara praga com diversas produtoras a crescerem e a lançar cada vez mais filmes por semana. Este filme trás-nos uma historia real de sobrevivência e acima de tudo de alguém que nunca desistiu. Com o cliche emocional da maior parte das escolhas, o filme teve dois anos na gaveta acabando por ser lançado, novamente  com criticas medianas, algo que é comum ao tipico registo deste género, sendo que comercialmente os resultados foram rudimentares.

Sobre o filme podemos dizer que a historia de base é interessante, desde logo os motivos do incidente, a resiliência familiar e mais que isso a forma como a comunidade de uniu para ajudar a familia. Na parte adulta temos um cliche relacional, com pouco ou nenhum conteudo, num estilo de telenovela de segunda linha onde os elementos individuais acabam por ser a maior adversidade do projeto.

Nota-se que o filme que ter um ar simpático, religioso, familiar exagerado, que faz com que os diálogos ou mesmo a forma sejam totalmente irrealistas, sendo um exercicio de maquiagem demasiado cliche para um filme de base. Infelizmente este tipo de cinema ocupa cada vez mais salas, sem que se perceba um ganho artistico concreto em termos de obras de referência.

Temos um filme sobre o fazer bem, emocionalmente facil de gostar, uma historia positiva, mas pouco mais. Interpretações e situações criadas para o impacto emocional maior, cheio de cliches narrativos e acima de tudo a ideia clara que o cinema de base já não necessita de muito para existir, ficando a clara ideia que tudo poderia ser feito por IA:

A historia segue um jovem que depois de um incendio em casa fica com grande parte do corpo danificado, mas com a ajuda da familia e comunidade acaba por sobreviver adaptando-se a uma nova realidade que conduziu a ganhos posteriores tornando-se numa figura de referência em palestras sobre acreditar.

O argumento do filme é um claro cliche de situações, para fazer a historia conhecida funcionar. Este e o registo das produtoras atuais, com pouca factualidade, mas com um objetivo concreto de fazer a emoçao e a pessoa funcionar.

Na realização temos McNamara um realizador de estudio, com muitos dramas de vida, que nos ultimos tempos tem-se aproximado de um cinema mais religioso, talvez por ter perdido algum espaço em termos de produtoras maiores. Pouco risco, e acima de tudo tentativa de fazer potenciar os contextos emocionais das personagens.

No cast Courtney foi um despredicio depois do sucesso inicial de Super 8 nunca se concretizou, acabando por se tornar num ator deste tipo de registo, com todos os problemas de conceito que isso trás. Nos secundarios atores arredados de grandes projetos a procura de minutos em filme com alguma dimensão comercial.


O melhor - A historia e interessante


O pior - O filme acabar por ser um conjunto de cliches


Avaliação - C-

Light of the World

 Num mundo cada vez mais polarizado o cinema cristão de base tem conseguido cada vez mais adeptos e acima de tudo mais produções no sentido de passar a mensagem da historia de jesus, sendo o segundo filme este ano com esse objetivo. O filme num estilo de animação mais tradicional, passou com mediania na critica, com um propósito unico igual a muitos outros, ou seja, chegar com a palavra de jesus a mais gente. Comercialmente os resultados foram residuais, porque a historia já é conhecida e acima de tudo a animação não e propriamente a mais apelativa.

Sobre o filme podemos dizer que são diversos os filmes que tratam da mesma história, relativa aos últimos dias de  Jesus Cristo, mudando apenas a perspetiva, sendo que tudo o resto são as passagens bíblicas que todos conhecemos, numa tentativa simples e estética de chegar aos mais pequenos, sem qualquer tipo de inovação ou introdução significativa.

Um dos pontos que o filme parece estar desatualizado é claramente no nivel produtivo muito precário, quando comparado com outros filmes do género que foram sendo lançados com resultados já eles demasiado pequenos, o que nunca poderia ser impulsionador para o que o filme aqui tenta ser.

Enfim um filme que marca o seu apontamento religioso, com pouca ou nenhuma inovação, algo que cada vez mais é comum, e sem qualquer risco, na abordagem. O cinema tem que ser mais ambicioso do que marcar um ponto num filme que ja vimos com todas as roupagens possiveis, que é interessante para quem acredita mas nada de novo para todos os outros.

A historia traz-nos o ponto de vista de João naquilo que é o aparecimento e os ultimos dias de Jesus, até aos acontecimentos que todos conhecemos sobre a condenação e morte do messias.

O argumento é o conhecido de todos, nos primeiros dez minutos tenta introduzir com um lado mais humano as personagens, mas acaba rapidamente por desaparecer para deixar os acontecimentos bíblicos funcionarem por si só, o que nos parece claramente curto para um novo filme.

A animação fica a cargo de dois obreiros da disney de base que foram desaparecendo pelo menos sem grande evolução que tem um projeto, esteticamente desatualizado do primeiro ao ultimo minuto. Existe momentos em que o cinema é ligado a sua data.

No que diz respeito ao cast de vozes, podemos dizer que temos escolhas simples, de atores desconhecidos com frases feitas que também não permitem uma evolução particular. Num filme que mais parece uma produção baixa para preencher aulas de catequese.


O melhor - Os primeiros dez minutos indiciam um filme diferente


O pior - Mais do mesmo


Avaliação - D+

Monday, November 24, 2025

In Your Dreams

 É conhecido o fascínio da NEtflix pelo terreno da animação onde começaram a ter alguma força inicial quando surgiram, dai que os seus projetos são sempre filmes que lançam alguma expetativa, contudo nos ultimos anos, principalmente a força critica tem-se perdido um pouco. Este ano surgiu este filme sobre sonhos e irmãos que acabou por ter avaliações positivas sem ser entusiasmantes, contudo comercialmente com as maiores apostas da aplicação para os oscares escondeu-se um pouco no catalogo.

Sobre o filme podemos começar por dizer que acaba por funcionar no lado mais emocional e moral, naquilo que é o sublinhar da relação entre irmãos, numa conjugação da magia dos sonhos com a realidade. Fica a sensação que o filme é sempre mais divertido e curioso na realidade do que quando embarca na imaginação dos sonhos onde as ideias se perdem um pouco e o filme divaga mais.

E um filme famaliar, ligeiro, sem a força moral dos filmes de animação da historia, mas um filme com bons momentos, cum uma premissa de conflito que é curiosa, com alguns apontamentos de estetica nos sonhos também interessante, acaba por ser um filme positivo, sem nunca ser deslumbrante ou sublinhar aquilo que quer transmitir. E um filme para passar o tempo bem, mais do que nos lembrar-mos dele para a eternidade.

Pode ser um filme de natal para a familia, principalmente pelo lado ligeiro e pela temática claramente familiar. E um filme com um humor facil, principalmente entre irmãos, e com uma mensagem positiva de união familiar acima de tudo. Falta algum rasgo de espontaneadade ou uma criatividade emocional mais forte, mas cumpre os seus objetivos.

A historia fala de dois irmãos que prespetivando a eventual separação dos pais, entam encontrar o senhor dos sonhos para o mesmo cumprir os seus desejos, o qual reside nos sonhos durante a noite dos mesmos.

O argumento e fragmentado entre o mundo real e imaginário, onde funciona claramente muito melhor no primeiro nível de analise. No segundo a creatividade centra-se em alguns cenarios e a previsibilidade do twist nao permite que o filme se conduza para um nivel mais elevado.

Na realizaçao temos uma dupla que se estreia em equipa e em longas metragens. O filme é colorido, de estudio, com pouco risco, em que a abordagem não é protagonista. Acaba por isso deixar o filme ser eficaz, mesmo sem grande arte. Para primeiro filme cumpre, veremos o que vem depois.

No cast de vozes como vi a versão portuguesa nada irei comentar sobre a escolha original de vozes.


O melhor - Uma mensagem positiva

O pior - Pode ser algo previsivel nos momentos em que tenta não o ser


Avaliação - B-

Saturday, November 22, 2025

The Senior

 A Angel Studios tornou-se na produtora dos costumes tradicionais norte americanos, o que conduz a filmes que muitas vezes ficam muito tempo no arquivo que vejam a luz do dia, dando tempo de antena a atores de uma segunda linha e normalmente em fases apagadas. Este ano foi este drama desportivo que viu a luz do dia, com criticas medianas e comercialmente também longe do fulgor que a Angel pensa que tem nos seus temas mais fortes.

Sobre o filme temos a historinha tipica, totalmente ficionado do primeiro ao ultimo minuto para louvar um feito incrivel de resiliência e busca do designio. Alias em termos artisticos o filme na sua essência não existe vivendo do feito que o filme quer relatar e ai não podemos como nao valorizar a historia que conta, mesmo que para isso tenhamos um mar de cliches, mas no meio de tudo sem grandes dos chavões da Angel.

Claro que estamos perante um filme que arrisca zero, e uma telenovela de domingo a tarde que pede zero aos seus interpretes, que cria as situações para o lado basico das escolhas e em termos produtivos a ANgel nao gosta de grandes budgets que forma a minorizar perdas. E daqueles filmes standart para ocupar hora e meia com uma historia interessante e pouco mais.

E neste particular pode residir em muito aquilo que a Angel nos dá nos dias de hoje, filmes totalmente previsiveis em todas as vertentes, sem qualquer risco que tem como designio contar uma historia de alguem filiado. Neste caso o filme limita-se ao essencial, sem grande ambições ou atributos para ser mais do que uma passagem.

A historia fala de um indivíduo que não concluiu a universidade e acima de tudo a passagem pelo futebol americano universitário, pelo seu perfil conflituoso, que muitos anos depois volta a universidade para cumprir o que falhou na primeira fase.

O argumento do filme tem uma historia de vida e desportiva muito relevante, que o argumento adorna com uma serie de cliches para ser ainda mais impactante e emocional, mesmo que sem grande qualidade ou atributos narrativos.

Na realizaçao temos Rod Lurie um experiente realizador que foi ficando sem espaço, mesmo não tendo filmes na sua coleção particularmente relevante e que encontrou na Angel um espaço para continuar a trabalhar, em piloto automatico e sem grandes momentos diferenciadores.

No que diz respeito ao cast, parece claro que o desastre do primeiro Fantastic Four marcou negativamente a carreira de Chiklis, que passou a um secundario quase desconhecido. O filme tem outros atores que tiveram alguns momentos mediaticos mas fica a sensação que este tipo de filmes nunca potencia qualquer tipo de estetica.


O melhor - A historia de base e os seus méritos

O pior - Um cinema chiclet puro


Avaliação - C-

Friday, November 21, 2025

Kiss of the Spider Woman

 Quarenta anos após um curioso filme ter conseguido dar a William Hurt o oscar de melhor ator, eis que surge o seu novo remake, com uma versão claramente mais musical, tentando potenciar todo o lado musico e dançável de Jennifer Lopez, sob a condução de Bill Condon, uma referência nos musicais modernos. O filme estreou na fase final do ano com algumas ambições de prémios sendo que criticamente o filme teve boas criticas mas não com grande entusiasmo. Comercialmente o resultado foi totalmente desastroso em todos os sentidos, denotando-se claramente que o original teve todo o impacto esperado.

Sobre o filme podemos começar por dizer que o lado politico e as sequencias da prisão e da ligação entre as personagens até acabam por ser interessantes na forma como o filme cria essa quimica entre os dois personagens. O que fica a ideia e que o lado do filme pensado surge pouco enquadrado no filme, mesmo no lado metaforico que quer ter e isso acaba por ser segmentos musicais, bem coreagrafados, pequenos, as que acaba por nao ser propriamente impactante no seu real significado.

Musicalmente também não estamos perante um filme muito forte, fica a ideia que as músicas os cenários são pensados, mas o pequeno budget do filme parece condicionar totalmente o impacto que o filme quer ter. Existe momentos em que parece que temos dois filmes que nunca se juntam e isso para um titulo com ambições não é propriamente um cartão de visita muito interessante.

Por tudo isto fica a homenagem, fica a roupagem nova, mas fica um filme claramente muito distante do caracter mais mitico do filme de base. E um um remake com alguns elementos cénicos mais desenvolvidos mas percebe-se que o fato do filme ter ficado algo ausente do lado mais divulgado percebeu-se que na maior parte dos pontos o filme seria pequeno.

A historia segue um cableireiro homossexual que é preso e introduzido na cela de um ativista politico de forma a tentar ganhar a confiança do mesmo e tentar perceber quais os objetivos do mesmo, mas a relação torna-se mais proxima quando juntos idealizam um filme para passar o tempo.

O argumento do filme até pode ter uma ideia forte, mas fica a clara ideia que o filme não consegue fazer funcionar a ponte entre os dois apontamentos  e as duas realidades. Todos os toques são demasiado subtis para fazer o filme ter o impacto ideologico esperado.

Na realização COndon e um dos senhores dos musicais, quer em argumentos quer na realização. Ao longo do tempo o seu cinema foi ficando mais distante do lado mais comercial, mas foi buscar alguns dos melhores projetos. Aqui podemos perceber o lado musical, sem grandes meios mas pouco mais.

No cast temos Tonatiuh a dominar o filme, num papel que foi oscarizavel, mas aqui e um claro apontamento queer ainda mais tendo em conta o simbolismo do interprete. Sente-se confortável no registo embora muito menos iconico e surpreendente do que o papel de base. Lopez funciona no lado musical, Luna sente-se algo perdido no estilo.


O melhor - Os pequenos momentos musicais


O pior - A ligação entre partes


Avaliação - C

Wednesday, November 19, 2025

Roofman


Outono é sempre uma época de projetos mais escondidos, que surgem com uma dualidade de não ser uma aposta concreta mas com alguma expetativa. Acabou por ser esse o contexto deste filme que nos trás uma historia curiosa de um assaltante, baseado numa historia real que conseguiu boas criticas, principalmente tendo em conta o seu tom ligeiro. Comercialmente com um bom elenco os resultados foram medianos, embora ficasse a sensação que poderia valer mais.

Sobre o filme podemos dizer que um dos pontos que mais impressiona acaba por ser a capacidade concreta de nos levar para os anos 90 e para a distância tecnlogica quando comparada com os dias de hoje, e isso o filme faz bem, e com um rigor assinalável que poderia ser difícil.

Outro ponto positivo do filme acaba por ser a curiosidade da historia e a forma como tudo se torna mais curioso no detalhe, principalmente quando a personagem começa com a vida dupla e na forma como os seus detalhes caracterizam bem o lado materialista da personagem, sem entrar em grandes reflexões e deixando a sua forma de agir detalhar tais características.

Por tudo isto este é um filme competente, que mesmo sendo ligeiro consegue cumprir mesmo as metas mais maduras que o filme acaba por ter. Claro que tem muitos momentos que aligeiram o filme, numa clara roupagem de comedia, mas que acaba por fazer o projeto funcionar, mesmo sem a densidade para mais altos voos.

A historia fala de um ladrão de telhados, que após ter sido detido, e completamente isolado, decide fugir e começa a residir dentro de uma Toy’r Us ao mesmo tempo que inicia uma outra vida com uma funcionária, até que o seu passado reaparece.

O argumento do filme tem uma base muito curiosa que acaba por ser o epicentro da história. Seria difícil não aproveitar o insólito real. No resto o filme procura aligeirar a abordagem e acaba por perder alguma densidade ou algum moralismo, mas funciona como comunica com o espetador.

Na realização Ciafrance quando surgiu surpreendeu pela densidade dos seus filmes, mas com o tempo foi perdendo algum do fulgor, principalmente depois de alguns dos seus filmes com mais expetativa tivessem ficado algo na sombra. Aqui o trabalho produtivo de nos levar para os anos 90 é incrível embora o resto seja demasiado pensado para um filme familiar.

No cast Tatumm tenta atualmente reconstruir a sua carreira com mais risco, mas ainda tem dificuldade em despir o lado e Good Guy. Nota-se a tentativa de reinventar de fornecer novos dados mas ainda não cumpre por completo. Dunst tem o lado amargurado que a personagem quer ter, e Dinklage dá o lado comico ao filme.

 

O melhor – A transformação dos anos 90

O pior – O filme procura um lado suave que lhe tira alguma densidade

 

Avaliação – B-

Monday, November 17, 2025

Frankenstein

 Anunciado como um dos acontecimentos cinematograficos do ano, a visão de Guillermo del Toro de Frankenstein viu a luz do dia como uma das apostas maiores da Netflix neste temporada de premios. As criticas positivas impulsionaram o projeto e comercialmente a Netflix fez do filme a sua bandeira comercial com resultados até ao momento impressionantes, podendo ser o impulso necessário para ser uma presença concreta na noite dos Oscares.

Sobre o filme começamos por onde Del Toro nunca falha, no plano visual, cada cena, cada sequencia é pensada ao limite do impressionismo estético e o filme nisso é irrepreensivel ficando a ideia que merecia um ecrã muito maior do que propriamente a televisão de streaming consegue dar. Ao longo das mais de duas horas e meia temos tudo, e acima de tudo temos diversos postais para quem gosta de cinema de eleição.

Onde o filme está longe de ser brilhante acaba por ser no ritmo, demasiado lento, demasiado refletido para o genero, fazendo o filme adormecer em demasiadas vezes, principalmente no caracter circular da parte inicial do conto da criatura. Fica a sensação que já vimos em termos de historia Del Toro fazer mais, mesmo com bases rigidas como de uma historia conceituada, parece-nos que o filme tem algum receio de trazer novos elementos ou mesmo uma visão mais propria.

Por tudo isto este acontecimento, mesmo sendo um bom filme, não nos parece uma obra de referência sublinhada pela dificuldade de ritmos, fica a ideia que o filme não seduz o suficiente, é um filme com muitos bons elementos mas em que a parte parece sempre ser mais impactante do que o filme todo em si, não obstante de Del Toro como sempre deslumbrar naquilo que melhor sabe fazer que é criar imagens.

A historia segue a criação de um monstro de raiz por parte de um medico com ambiçao de mudar o mundo, até que a sua criação acaba por sair fora do seu controlo levando-o ao desespero sobre as consequencias do que fez.

A historia de Mary Shelley é um debate ético levado ao máximo, e o filme tenta ser fiel ao estilo do livro apetrechando o lado estetico. isso faz com que o filme adormeça nos ritmos e mesmo na forma como se partilha. E no guião que o filme tem a sua maior dificuldade.

Na realização DelToro é um dos maiores realizadores do momento e tem o toque de abrilhantar todas as cenas que idealiza como poucos, mesmo entrando no estilo de cinema de base dele, com o horror psicologico. E um dos grandes do cinema e aqui prova-o na sua tarefa mais concreta.

No cast Isaac tem a loucura necessária e a dualidade de Viktor. Nunca me pareceu o ator mais carismatico do mundo, mas é funcional e intenso. Os olhos estavam todos em Elordi um dos atores do momento, com uma caracterização levada ao extremo que funciona pela sua altura e pela forma como o filme aproveita mais a sua estatura do que propriamente pela dificuldade de um papel que no entanto entrou no lado positivo da critica


O melhor - O lado visual de Del Toro

O pior - Os balanços de ritmo do filme


Avaliação - B