DILEMA

https://youtu.be/K_sAgzRbMu4

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

2ª VIA

Porque os grandes números sempre nos deixam
sem a devida compreensão,
aqui volto a colocar uma postagem, do ano transacto
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A EXPOSIÇÃO DO MILHÃO

Aqui há umas boas décadas atrás, esteve patente ao público americano, uma exposição chamada simplesmente do "MILHÃO".
Isto, porque toda a gente tem a consciência de que deixa de ter qualquer ideia de números que estejam fora do seu quotidiano.
A exposição era simples, sem grandes adornos. Construíram um pavilhão de quinhentos metros de comprimento, com um tabique ao meio, de modo a que os visitantes pudessem entrar pela porta de acesso, seguir até ao fundo pavilhão, dar a volta para o sentido contrário e continuar a visita até sair pela porta que dava novamente para a rua. Quando aí chegavam, tinham percorrido um quilómetro, ou seja, mil metros.
Colocaram mil painéis quadrados de um metro de lado, à altura dos olhos, ao longo dos quinhentos para lá e outros tantos para cá. E dentro de cada quadrado colaram mil bolinhas coloridas, de várias cores.
Escusado será dizer que, mil quadrados a multiplicar pelas mil bolinhas de cada um, dá um milhão!
Imaginemos o que se terá passado - a imensidão de bolinhas com que cada um foi confrontado! Não é de crer que alguém se tenha disposto a contá-las.
Se o fizesse, mesmo a uma média de dois segundos por bolinha, levaria pelo menos duas semanas, dia e noite, sem parar, para contá-las todas!
A opinião generalizada, mediante um inquérito feito a cada um dos que saíam, era de que, antes da exposição, não tinham nenhuma ideia, mesmo vaga, do que fosse a astronómica quantidade que representa o simples milhão.
Resta dizer que, em astronomia, números destes, ou ainda bem maiores. (por exemplo, milhares de milhões, são uma constante, quando se fala de estrelas, galáxias, possíveis planetas, tempo, ou espaço
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quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

COMETAS

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10 ─ A CAUDA DOS COMETAS

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A cauda dos cometas é a consequência da sublimação de compostos voláteis e outros, emanados do núcleo cometário.

Geralmente, ela estende-se por milhões de quilómetros no vazio inter-planetário. Assim sendo, por todo percurso do cometa (sem estarem sujeitos a praticamente nenhuma força atractiva), esses compostos e também poeira ou grãos de areia provenientes do núcleo, ficam como que em suspensão.

São todos esses materiais que, sujeito ao efeito da luz solar, nós vemos da Terra.

Há muito que se conhecem estes factos, embora só há umas três décadas tenha sido possível verificar in loco, qual a composição duma cauda comum. Para tanto, foram enviadas diversas sondas que se aproximaram e penetraram até ao interior da cauda dos cometas a estudar, a dezenas de milhões de quilómetros da Terra.

Essas sondas estavam munidas de complexa aparelhagem e instrumentos vários, preparadas para contar e analisar os ínfimos grãos de poeira e verificar o calibre dos diversos grãos de areia.

A maioria dessas poeiras eram tão exíguas que tinham dimensões mil vezes menores que as partículas do fumo dos cigarros!

Quanto aos grãos de areia, havia-os de diversas dimensões, sendo que, quanto maiores, menos frequentes eram.

Quando a Terra, no seu movimento de translação em volta do Sol, passa por essas regiões do Espaço, capta alguns desses grãos de pó ou bagos de areia (mercê da sua força atractiva – a força da gravidade). Ao penetrar a enormes velocidades na atmosfera terrestre, aos cem ou mais quilómetros acima do nível do mar, esses materiais aquecem fortemente, acabando por incendiar-se, dando origem às conhecidas estrelas cadentes e às chuvas de estrelas.

No entanto, refira-se, há estrelas cadentes isoladas e esparsas, que provavelmente nada têm a ver com os cometas. Vêm, não se sabe donde, dos confins do Sistema Solar.

As chuvas de estrelas acontecem regularmente, em determinadas épocas do ano, como foi referido.

As mais importantes, pela quantidade de estrelas cadentes que produzem num determinado espaço de tempo, são as que seguem, indicando-se também, qual o radiante.

O radiante é a região do céu donde as estrelas cadentes parecem provir.

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Quadrântidas – entre 2 e 5 de Janeiro, nas regiões das constelações de Boieiro e Ursa Maior

Aquáridas – entre 5 e 6 Maio, na parte norte de Aquário

Perseidas – entre 11 e 13 de Agosto, em Perseu

Oriónidas – entre 20 e 23 Outubro, entre Orion e Gémeos

Táuridas – desde 2 a 5 Novembro, entre as Plêiades e as Híades

Leónidas – por volta de 17 e 18 Novembro, perto da cabeça do Leão

Gemínidas – entre 13 e 14 Dezembro, perto da estrela Castor, nos Gémeos


* A gravura é da época (1833), aquando duma extraordinária chuva de estrelas, na América do Norte.

sábado, 15 de novembro de 2008

MISSÕES ESPACIAIS


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A estação espacial soviética, denominada Salyut 1 (saudação, em russo), que pesava mais de 18 toneladas, foi lançada há mais de 30 anos, em Abril de 1971, e fora concebida para vários programas e testes. Uma das suas missões era estudar os recursos da Terra. Uma outra dessas missões, era levar a cabo experiências biológicas.
Uma dessas experiências consistia em obter sementes, no espaço. Essas sementes de cereais e outras, seriam depois utilizadas noutras sondas ou naves espaciais, para se saber se seriam capazes de produzir sucessivas gerações de novas sementes, em condições de mínima imponderabilidade.
A força da gravidade no interior das naves que saem para o espaço interplanetário, fora do campo gravítico da Terra, não vai além do centésimo milésimo da que temos no nosso planeta. Apesar disso, pensava-se que ela seria suficiente para as sementes memorizarem a informação e saberem dirigir correctamente as folhas e as raízes, em noutros nascimentos, dentro de posteriores naves.
Estas experiências, como facilmente se compreende, são de vital importância para os futuros navegantes do espaço planetário e, particularmente para os do espaço interestelar, porque uma nave dessa natureza deverá ser auto suficiente, talvez para sempre...

domingo, 9 de novembro de 2008

CONSTELAÇÃO DO TOURO (3)

Ver também as postagens 1 e 2, mais abaixo

As Plêiades

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Nos domínios desta constelação estão patentes várias curiosidades importantes. Para além da famosa nebulosa do caranguejo, há dois aglomerados de estrelas, as Híades e as Plêiades (estas últimas, na direcção de Orion e facilmente observáveis à vista desarmada), e ainda, regularmente, uma chuva de meteoros (vulgo, chuva de estrelas), cujo radiante parece emanar da estrela epsilon. Este acontecimento tem lugar todos os anos, no dia 8 de Novembro, verificando-se uma queda máxima de doze meteoros por hora, nesse dia. De referir que, anualmente, há outras chuvas de meteoros bem mais significativas, noutras épocas do ano, e provenientes doutras regiões do céu.

A nebulosa do caranguejo é o resultado duma super nova (estrela em estado explosivo, brilhando mais que mil sóis) que teve lugar no ano de 1054, da nossa era, e que terá sido observada pelos astrónomos chineses desse tempo e pelos índios navajos da América.

Anteriormente não era visível a olho nu, mas de repente começou a brilhar na abóbada celeste, durante semanas, sendo visível, mesmo de dia e desapareceu sem deixar rasto.

Parece vagamente ter a forma dum caranguejo e é conhecida pela M1, do catálogo de Messier, ou pela NGC 1952, dum catálogo mais recente. Não é observável à vista desarmada mas, em 1968, utilizando potentes telescópios, os astrónomos descobriram que, no seu interior, se encontra um pulsar, confirmando a tese de que ela é o resultado da explosão duma estrela de grandes dimensões e massa.

O enxame das Plêiades, ou M45, conhecido, entre nós, pelo sete-estrelo, encontra-se a mais de quatrocentos anos luz, de nós. Uns bons binóculos ou os telescópios revelam que as sete estrelas são, na realidade, muitíssimas mais, cerca de duzentas. As fotografias de longa exposição que hoje têm sido feitas ao aglomerado dessas estrelas, mostram uma cor de fundo azulada, que é entendida como o resultado dos gases e poeiras que ainda formam uma gigantesca nuvem onde, desde há poucos milhões de anos se têm vindo a formar novas estrelas.

Para terminar, diremos que das centenas das outras estrelas que compõem o enxame das Híades, é possível vislumbrar cerca de vinte e quatro, em óptimas condição de visibilidade. Todo o conjunto encontra-se a cerca cento e cinquenta anos luz, bastante mais próximo que as Plêiades.

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Imagem Google

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

COMETA. 17/P HOLMES


Há cerca de um ano, era possível observar este cometa, a olho nu, desde a Terra.

Ele foi alvo de muita excitação, entre os astrónomos, particularmente os amadores, pois representava um desafio à observação.

Fora descoberto, em 1892, pelo astrónomo inglês que lhe deu o nome. Curiosamente a sua órbita situa-se entre os planetas Júpiter e Marte, encontrando-se, em fins de Outubro transacto, a mais duzentos e vinte milhões de quilómetros da Terra, uma distância maior do que a que nos separa do Sol.

É um cometa periódico, com um período de quase 7 anos.

O que a citada passagem deste comete teve de verdadeiramente interessante foi que, quando foi avistado, tinha uma magnitude de 17. Isto é: completamente impossível de ser visto, a não ser por meios ópticos de grande alcance. No entanto, e sem que se soubesse bem porquê, passou rapidamente a ostentar um brilho que permitia ser observado à vista desarmada, próximo da magnitude 3, nas imediações da constelação Perseu. Depois, o seu brilho diminui, embora se estivesse a aproximar de nós. Em princípio, passa-se o inverso; tanto mais próximo mais visível se torna.

Não tendo sido um cometa espectacular, longe disso, como foi o recente Hale Bopp, na década de 90, foi um bom teste à persistência e capacidades de observação de muitos amadores, pois ficou visível, quase nos limites da observação, durante muito tempo.

Ele poderia ser visto à vista desarmada, quase ao alto, junto à constelação de Perseu e distinguia-se, com uma certa facilidade, duma vulgar estrela. Utilizando um binóculo (por exemplo de 8 x 30), notava-se-lhe perfeitamente a cabeleira redonda, azulada, de apreciáveis dimensões. Obviamente que a poluição luminosa das localidades é um grande obstáculo à visualização de cometas e do céu, em geral e, em fins de Outubro do ano passado, também a Lua era bem presente na abóbada nocturna. Por isso, a cauda não era perceptível, à vista desarmada, como se pode observar na imagem do húngaro, Éder Ivan.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

CONSTELAÇÃO DO TOURO (2)


As coincidências citadas no anterior postagem, de 17 de Setembro, Constelação do Touro (1), têm feito com que certos estudiosos destas matérias se tenham debruçado sobre elas e tenha sido aventada uma ideia curiosa:

há cerca de dezasseis mil anos, o nascimento da constelação do Touro deveria fazer-se próximo do equinócio da Primavera, trazendo, possivelmente, aos de então, quer aos europeus e norte-africanos, quer aos povos das américas, uma imagem de paraíso do regresso à terra-mãe, com temperaturas amenas e bucólicos prados e vacas, dado pela sensação de calor (pensava-se) que emana da alfa, Aldebaran - (o olho do touro, segundo a mitologia árabe) -, uma gigante vermelha alaranjada.

Aldebaran é a mais brilhante da constelação e, por isso, há dois ou três milénios, por vezes, era utilizada para orientação no mar. Assim sendo, é fácil de perceber a importância que tinha. E nesse tempo, marcava o equinócio de Verão.

Em termos astronómicos, a estrela encontra-se relativamente próxima do nosso sistema solar, a sessenta e cinco anos luz.

Na constelação, as suas estrelas beta e zeta representam as pontas dos cornos do touro e perfilam-se, em riste, ameaçadores, na direcção de Orion, segundo reza a Mitologia.

Dizer-se que é uma constelação do Zodíaco, significa que se encontra no equador celeste. Vista da Terra, a projecção desse grupo de estrelas, no céu, parece ser anualmente atravessada pelo Sol, entre meados de Abril e meados de Maio. O mesmo acontece com as outras constelações ditas do Zodíaco, cada uma delas correspondendo a um período de tempo semelhante, no que respeita ao trânsito aparente do Sol, ao longo do céu.


terça-feira, 14 de outubro de 2008

CURIOSIDADES ASTRONÓMICAS

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* Se nos fosse possível viajar à velocidade da luz (300 mil quilómetros por segundo) daríamos sete voltas à Terra, nesse pequeníssimo lapso de tempo.

* A distância entre a Terra e o Sol é de 150 milhões de quilómetros. Se o Sol se apagasse neste momento, só deixaríamos de vê-lo, cerca de oito minutos depois.

* A galáxia da Andrómeda é algo semelhante à nossa, mas bem maior. É constituída por cerca de 400 mil milhões de estrelas e lembra um casulo ligeiramente espalmado, vista ao telescópio. Se se apagasse neste momento, seria ainda visível durante mais de dois milhões de anos! No entanto, é uma das mais próximas de nós. Conhece-se uma enormidade de outras, que se encontram milhões de vezes mais longe.

* A estrela alfa da constelação de Hércules - uma gigante vermelha, conhecida desde o tempo dos antigos gregos pelo nome de Rasalgeti e que se encontra a quinhentos anos-luz de nós -, tem um diâmetro seiscentas vezes maior que o nosso Sol. Este, por sua vez, é um milhão de vezes mais volumoso que a Terra.

sábado, 4 de outubro de 2008

COMETAS (5)

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O COMETA DO VINHO DO PORTO
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Como dissemos num anterior artigo, os cometas têm suscitado uma onda de irracionalidade e superstição, ao longo dos séculos, tanto na crença em malefícios (principalmente), como em dádivas celestes, sempre que algum de maior porte é visível na abóbada nocturna.
Em Março de 1811, um astrónomo francês de nome Honoré Flaugergues, fez saber da existência dum cometa que haveria de mostrar-se de grande brilho, muito fácilmente visível a olho nu e que acabou por permanecer nos céus, durante nove meses! Dos últimos que se conhece, só recentemente, neste aspecto, foi ultrapassado pelo Hale-Bopp, que foi visível durante ano e meio, entre 1997 e 1998.
Por toda a Europa, o cometa aterrorizou, as populações. E Portugal não fugiu à regra.
No entanto, quis o acaso que, nesse ano de 1811, tivesse sido produzida uma colheita de Vinho do Porto de qualidade rara, classificada como vintage de 5 estrelas!
Logo associaram a excepcional qualidade do vinho ao aparecimento do cometa e ele foi considerado um bom presságio, muito embora nesse mesmo ano, tivessem caído as exportações do célebre néctar.
Mas a atribuição da denominação vintage passou a ser utilizada daí em diante. Chamaram-lhe Flaugergues, como haveriam de dar o nome de Waterloo, à de 1815, quando outro grande cometa fez a sua aparição.
Na Europa ele suscitou as atenção de Napoleão que o considerou como bom presságio para as campanhas na Rússia e que, afinal, foram desastrosas!
O cometa, em si, além do enorme espaço de tempo em que permaneceu visível, tinha outras características notáveis. A cauda estendia-se por mais de 150 milhões de quilómetos (a distância Terra/Sol), e a cabeleira ostentava um diâmetro de quase 2 milhões de quilómetros!
Um grande astrónomo da época, Herschel, conseguiu perceber que o núcleo destes astros está sujeito a uma rotação. E um outro, Argelander, calculou que a órbita do cometa Flaugergues tinha um período de 3.065 anos.
Este artigo também foi publicado, muito recentemente, no jornal Notícias de Lagos

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

CONSTELAÇÃO DO TOURO (1)

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O Touro é uma das quarenta e oito constelações da lista elaborada por Ptolomeu, na sua obra, Almagest, dois séculos antes de Cristo. É reconhecida como constelação, desde os caldeus que viveram há cinco mil anos.

Podemos facilmente observá-la na região zodiacal, nos nossos céus nocturnos, entre Carneiro e Gémeos, próxima da grande constelação de Orion. É uma das mais celebradas e esbeltas dos nossos céus e representa a cabeça do touro, segundo as mitologias ocidentais, mas também um prado (a inteira constelação), na mitologia inca das américas pré-columbianas, relacionando-se com o mesmo tipo de fantasia ou ilusão, embora se saiba quão distante dos povos do Mediterrâneo se encontrava essa civilização.

No entanto, sabe-se o valor que os antigos atribuíam ao touro, que era sinónimo de força e fertilidade e isso, provavelmente, tem a ver com o que se pretendia para o nascimento dum novo ano.

É citado na mitologia grega e seria Zeus disfarçado de touro, numa das suas habituais aventuras amorosas. Para os egípcios era Ápis e até os judeus o assimilavam ao Bezerro de Ouro.

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(continua)

domingo, 3 de agosto de 2008

AS CONSTELAÇÕES (1)

Para os nossos antepassados, a anos-luz das estrelas, parecia que elas se encontravam agrupadas, moldando silhuetas de imagens diversas, no escuro manto do céu nocturno.
Toda a gente já ouviu falar da Orion, as duas Ursas, a Cassiopeia, ou das doze constelações do Zodíaco, onde os astrólogos dizem saber ler a sina de cada um de nós…
Muitas das culturas antigas, desde a egípcia e a babilónica, à clássica grega e romana, imaginaram esses agrupamentos, e deram-lhes nomes.
Algumas culturas utilizavam-nas para se guiarem nas colheitas ou na navegação. Como se sabe, o céu nocturno vai rodando ao longo ano e eram essas modificações cíclicas que lhes diziam, por exemplo, quando iniciar as sementeiras.
No antigo Egipto, Sírio (ou Sírius), da constelação do Cão Maior, anunciava as cheias do Nilo, pois aparecia no céus antes do solstício de Verão. Por isso foi adorada e as casas eram geralmente construídas de maneira que a sua luz pudesse entrar por elas adentro!
As mais antigas constelações terão sido imaginadas na Mesopotâmia, há cerca de 4.000 anos.
Mais tarde, Ptolomeu (127-145 d.C.), elaborou um célebre catálogo, numa obra imensa de 13 volumes, o Algamesto, onde estão enumeradas 1022 estrelas, das 48 constelações da época.
Com o rodar do tempo, foi necessário recorrer a outros agrupamentos de estrelas. No século XVIII, o abade francês Lacaille, tendo permanecido alguns anos na região do Cabo da Boa Esperança, introduziu 14 novas constelações, que só por essas regiões austrais podem ser observadas.
Deu-lhes nomes de invenções modernas, como o telescópio, o relógio, a bússola, ou o microscópio, entre outras.
Depois, em 1888, a União Astronómica Internacional, passou a considerar 88 constelações. Elas foram oficialmente declaradas em 1930, de modo a cobrir todo o céu e poder, assim, contribuir para uma mais fácil localização dos planetas, estrelas, galáxias, buracos negros ou mesmo, os cometas, ao serem vistos pela primeira vez ou se deslocarem no céu.

terça-feira, 29 de julho de 2008

cometas

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O COMETA de HALLEY

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.................................................O cometa Halley em 1835. Gravura do séc. XIX

O cometa Halley é o mais célebre de todos os cometas. A sua história remonta ao ano de 239 a. C.
Devemos aos remotos astrónomos chineses as observações que efectuaram nesses tempos recuados e também todos os registos de outros cometas, incluindo as 10 posteriores aparições do mesmo cometa, entre os anos de 760 e 66 d.C. Mas eles não foram capazes de associar nenhuma dessas aparições a qualquer outra anterior, porque nesse tempo se pensava que esses estranhos visitantes nunca mais voltavam. Hoje sabe-se que assim não é, depois que Edmond Halley, um astrónomo inglês que viveu no século XVII, observou e estudou a trajectória dum cometa brilhante que se via nos céus, em 1682 e a que foi dado o seu nome.
Baseando-se nos escritos enunciados no «Principia», de Newton, onde eram deduzidas as leis da mecânica celeste e nas leis que Kepler equacionara para descrever o movimento dos planetas em torno do Sol, Edmond Halley determinou a trajectória do cometa e foi capaz de prever o seu regresso. Essa órbita é uma elíptica muito alongada e, contas feitas, o cometa regressaria dentro de 75 ou 76 anos. E regressou. O astrónomo já não pertencia ao número dos vivos, para poder presenciar e rejubilar-se com a sua extraordinária previsão, mas o seu nome ficou para sempre ligado à astronomia e o feito serviu de prova complementar às leis de Kepler e à revolucionário teoria da gravitação de Newton.
Mas nem por isso se esvaneceram as crenças nos maus augúrios trazidos pelos cometas.
Antes de Edmond Halley, em 66 d. C., segundo relatos ocidentais da época, o cometa permaneceu visível quase durante um ano, sobre Jerusalém e "parecia um sabre ameaçando a cidade". Esta passagem do Halley ficou associada à Guerra Judaica. Como se sabe, os romanos do tempo do imperador Vespasiano, cercaram Jerusalém em 70 d. C. e acabaram por tomar a cidade sitiada.
Em 1066, ano em que o cometa também reapareceu nos céus da Terra, é de lembrar o resultado da célebre batalha de Hastings, entre Normandos e Ingleses: para os Normandos ele ficou como um bom presságio, pois ganharam a guerra, enquanto que os Ingleses o amaldiçoaram...
Também uma situação semelhante aconteceu em 1910, aquando da implantação da República, em Portugal. Para os republicanos, o Halley tinha sido uma boa promessa; para os monárquicos, o anúncio duma grande desgraça...
É vasta a lista conhecida de desgraças e cataclismos atribuídas aos cometas, quer ao Halley, quer aos outros. Ainda em relação a este célebre "viajante interplanetário", lembremos Mehemed II e a queda de Constantinopla, em 1456. O responsável por essa calamidade, para os Cristãos e para toda a cristandade... fora o Halley, que, no entanto, só passou 3 anos depois!...
A última passagem do Halley, junto da Terra, verificou-se entre 1985 e 1986, como previsto. Mas as condições de visibilidade foram muito afectadas pela grande distância a que passou de nós, no seu caminho em direcção ao Sol, e também na sua rota de regresso aos confins do Sistema Solar. Na Europa, na maior parte do tempo ele aparecia-nos muito próximo da estrela, ao nascer ou por do Sol, sendo ofuscado pelo seu brilho. Mas no hemisfério austral – por exemplo, na África do Sul –, o Halley manteve-se muito tempo ao alto, no céu nocturno e foi possível observá-lo sem dificuldade. Esta última aparição do célebre cometa terá sido uma das mais pobres de toda a História.

A próxima passagem será no ano de 2061.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

MEDIÇÕES ASTRONÓMICAS (1)

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A nossa vida diária impõe a necessidade da utilização de vários sistemas de medidas. Os instrumentos ou os aparelhos que utilizamos (balanças, fitas métricas, relógios, entre outros) podem considerar-se inexactos, mas são os exactamente adequados a essas funções.
No entanto, quando o Homem pretende estudar aprofundadamente certos aspectos das ciências, quer seja a física tradicional e a física atómica, a química ou a astronomia, são necessários instrumentos de medida de grande sensibilidade e precisão.
Assim, a nave que transportou Aldrin e Armstrong (os primeiros homens a desembarcar na Lua), viajando a uma velocidade bem determinada, tinha de estar completamente segura de que ia aterrar num sítio exacto do mar da Tranquilidade, e isso só era possível desde que se conhecesse, de antemão, entre muitas outras coisas, a distância certa, entre o Cabo Canaveral e a Lua.
Calcular as distâncias que nos separam de diferentes corpos celestes, parece muito difícil. Mas não é.
Assim como não é difícil, ao homem comum, desconhecedor das matemáticas e da trigonometria, saber por exemplo, a altura exacta duma árvore bem alta, sem necessidade de subir ao seu topo, mesmo se estiver muito longe dela! Basta usar um pauzinho. Com um olho fechado e de braço esticado, faz-se coincidir a imagem do pauzinho, com a da árvore. Uma rotação, até à horizontal, permite ver aonde recai a outra extremidade. O tamanho da árvore é igual à projecção horizontal do pauzinho, no chão! Depois, é só medir.
A primeira das medições que se pode considerar astronómica, foi realizada por um grego antigo, chamado Eratóstenes, director da famosa Biblioteca de Alexandria. Ele realizou a proeza impressionante de calcular o perímetro da Terra, há mais de dois mil anos!
É o que veremos em posterior postagem.

domingo, 13 de julho de 2008

GALÁXIAS

galáxias #1

M 31 - a galáxia de Andrómeda
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A nossa galáxia é um enorme conjunto de estrelas e outros corpos celestes interdependentes, ligados pela força da atracção universal. A palavra galáxia vem do grego "galactos" que significa leite. É por isso que chamamos Via Láctea àquela grande mancha esbranquiçada que podemos ver no céu e que não é outra coisa senão o aspecto dos miríades de estrelas da nossa própria galáxia, vistas de dentro, do local onde nos encontramos. As que podemos ver no céu são apenas uma ínfima quantidade das mais de 100 mil milhões da Galáxia. E este número é, para muitos, considerado pouco realista.
Pensa-se que as estrelas anãs, de muito pequenas dimensões e que não são susceptíveis de observação, possam fazer subir o número para o dobro, isto é: 200 mil milhões ou mais.
Se observada de fora, a Via Láctea (também lhe chamam Estrada de Santiago), deveria ter o aspecto dum casulo, semelhante à Andrómeda, muito brilhante na parte central, com espirais que se desvanecem para o exterior. É num desses braços anónimos, numa posição discreta, sem nada de peculiar, que se encontra o Sol e obviamente a Terra.
De perfil, vê-la-íamos fortemente achatada. O seu diâmetro é da ordem dos 125.000 anos-luz. Tem um movimento de rotação e perfaz uma volta completa em cerca de 220 milhões de anos. A Galáxia também tem os seus satélites. Estão neste caso as Nuvens de Magalhães, duas pequenas galáxias, e ainda vários aglomerados de estrelas chamados "exames".
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(continua)

domingo, 6 de julho de 2008


PLANETA : VÉNUS....
planetas #3

A verdadeira natureza de Vénus só veio a ser conhecida depois de 1960, quando foi possível observá-lo na banda das ondas-rádio.
Até então, pensava-se que planeta estaria coberto de espessa vegetação, com oceanos de água ou de hidrocarbonetos e uma espessa atmosfera.
Também muitos acreditavam que fosse habitada pelos venusianos.
Os primeiros observadores do céu julgavam que Vénus não seria um planeta, mas sim dois, pelo simples facto de que geralmente só é facilmente vista pela manhã e depois à tarde. Na verdade, pelo facto de girar mais perto do Sol do que nós, (e embora seja o objecto mais brilhante do céu, a seguir ao Sol e à Lua), não é fácil vê-la em pleno dia. Assim, é tanto conhecida pela “estrela da manhã”, como pela “estrela da tarde”.
Na verdade, o planeta gira em volta do Sol, de leste para oeste, ao contrário da Terra. Um dia, em Vénus, equivale a 243 dias terrestres, sendo maior que o ano venusiano, que tem apenas 225 dias!

Tal como a Lua, é vista da Terra, num ciclo de fases, como a que se pode observar na gravura.
O planeta é conhecido desde tempos pré-históricos e é curioso que os maias elaboraram calendários que se baseavam no ciclos de Vénus.
Vénus é muito parecida com a Terra, em diversos aspectos: é um astro rochoso, constituiu-se a partir da mesma nebulosa, ao mesmo tempo que a Terra e tem uma massa, densidade e volume apenas ligeiramente inferiores. A sua distância ao Sol de cerca de 108 milhões de quilómetros comparados com os 150 milhões (uma unidade astronómica), que nos separam do astro-rei.
Quanto ao resto, sabe-se hoje, possui uma enorme e espessa atmosfera constituída por anidrido carbónico, praticamente sem vapor de água, não tendo oceanos.
As suas nuvens contêm gotículas do corrosivo ácido sulfúrico, uma pressão atmosférica, à superfície, mais de noventa vezes a que temos na Terra e temperaturas de 480º centígrados! Esta temperatura é devida principalmente ao efeito de estufa causado pelo anidrido carbónico.
Assim sendo, as primeiras sondas terrestres que para lá foram enviadas, não conseguiram vencer esses obstáculos e desfizeram-se ao descer na corrosiva e pesadíssima atmosfera, antes de poder enviar informações úteis.
Recentemente têm recorrido a outros métodos, para melhor conhecer o planeta, já que a atmosfera do planeta impede fotografar a sua superfície.
Utilizam-se radiotelescópios, sistemas de radar e sondas que se aproximam do planeta. Sabe-se agora que essa superfície é relativamente recente, onde existem grandes planícies cobertas de lava e rochas vulcânicas, atravessadas por correntes de lava e canais que se estendem por centenas de quilómetros
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sexta-feira, 27 de junho de 2008

O PLANETA VÉNUS

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VÉNUS


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UM POUCO DE MITOLOGIA
planetas #2

O nascimento de Vénus, quadro de Botticelli.

O planeta Vénus era a deusa da beleza e do amor, para os antigos romanos. Se aparecia pelas manhãs chamavam-lhe Hesperius, e Fósforo, pelas tardes. Para os gregos era Afrodite.
Esta deusa foi uma das divindades mais veneradas na antiguidade. Segundo a lenda, nasceu da espuma do mar. Uma concha de madrepérola cobriu essa espuma, servindo-lhe de abrigo. Mais tarde, foi levada pelo mar até à ilha de Chipre, onde se abriu, fazendo surgir Vénus. Zéfiro, um dos oito ventos, entregou Vénus às mãos das Musas, que se encarregaram de criá-la e educá-la. A história da deusa prossegue com o seu casamento com Vulcano, o desajeitado e o feio deus que trabalhava na forja, coadjuvado pelos ciclopes, que eram uns horríveis gigantes de um só olho. Entre outras missões, fazia os raios do trovão, que Júpiter (o deus supremo) utilizava para descarregar a sua fúria e o seu castigo sobre os mortais que se portavam mal.
Sendo feio e desajeitado como era, Vulcano foi enganado de mil formas, por sua belíssima e sensual esposa.
A aventura amorosa que a deusa do amor teve com Marte, o deus da guerra, foi a mais escandalosa que se deu na morada dos deuses, o monte Olimpo, e desses amores nos faz eco Camões, numa passagem dos Lusíadas.
Encontravam-se muitas vezes, em local secreto. Ora, certa vez, Febo, também considerado como Apolo, o Sol, e que também amava Vénus, seguiu os dois apaixonados até ao seu esconderijo secreto e, espiando-os de perto, chamou Vulcano para se dar conta do que sucedia. Apanhando os amantes em flagrante, Vulcano envolveu-os numa forte rede invisível e chamou todos os deuses para que testemunhassem o adultério.
Desse amor com Marte, Vénus teve um filho, Cupido, ou Eros, o deus do amor.
Percebendo os males que Cupido poderia causar, devido ao adultério, Júpiter pediu a Vénus que se desfizesse dele, mas ela não lhe obedeceu. Como Cupido estivesse condenado a ser sempre criança, enquanto não tivesse outro irmão, Vénus teve outro filho de Marte, Anteros, ou o antiamor, "aquele que transforma o amor em ódio".
Além de Cupido, Vénus teve outros amores, como Baco (o deus do vinho).
Mas a sua maior paixão foi por Adónis, um mortal que era mais belo do que qualquer dos deuses. Por ele, Vénus fugiu do Olimpo e desdenhou da companhia dos deuses. Foi por isso que, Marte, cheio de ciúmes, se transformou em javali, atacou Adónis e o matou. Vénus, depois de muito chorar, transformou Adónis numa efémera e bela anémona.
Neptuno terá sido o seu último esposo. A lenda diz-nos que Neptuno, um deus marinho muito antigo, filho do Oceano e de Tétis, casou-se com sua irmã gémea, Dóris, que lhe deu cinquenta belíssimas ninfas marítimas que foram chamadas Nereidas. Neptuno tinha o seu palácio no fundo do mar, cavalos com crina de ouro que puxavam o seu carro por sobre as ondas, e ostentava um tridente. Apaixonou-se por Anfitrite, mas esta, temendo a severidade do deus e os perigos dos abismos, fugiu amedrontada. Refugiou-se nos rochedos próximos ao Monte Atlas, mas lá foi encontrada por dois golfinhos que a persuadiram a aceitar o amor de Neptuno. Anfitrite deixou-se convencer e os dois peixes a levaram para junto do deus marinho que, agradecido, pediu à Júpiter, seu irmão, que os imortalizasse.
Neptuno e Anfitrite formaram um casal muito feliz e de sua união nasceram não só inúmeras Ninfas marinhas, como também o mais famoso dos divinos seres da água, Tristão.
Uma outra lenda conta que dois golfinhos salvaram a vida de Vénus e de seu filho, Cupido, quando ambos eram perseguidos pelo gigante Tifon, durante a guerra que Júpiter desencadeou contra os monstruosos gigantes.
Mas isto são histórias de outros tempos, deuses, prodígios e mistérios insondáveis.
Hoje em dia, os astrónomos procuram desvendar os segredos mais íntimos da deusa - o planeta Vénus, o segundo a contar do Sol, ainda envolto em muita sombra e desconhecimento.
Uma das maneiras tem sido enviar sondas, para descer até às profundezas da sua densa atmosfera.
É o que veremos numa posterior postagem.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

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O SOLSTÍCIO DE VERÃO
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Vista Geral de Tambores do Vale
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Solstícios são os momentos em que o Sol atinge o seu maior afastamento em relação ao equador terrestre e acontecem duas vezes por ano: em Dezembro e em Junho, iniciando o Inverno ou o Verão. Não acontecem sempre nas mesmas datas, devido aos anos bissextos terem mais um dia.

Neste ano de 2008, o início do Verão é às 23horas e 57 minutos do dia 20 de Junho.

No nosso hemisfério, no dia do Solstício de Verão, a duração do dia atinge o seu máximo, enquanto que a noite é a mais pequena. No hemisfério sul, as situações invertem-se.

Este fenómeno é responsável pela existência (virtual) dos trópicos. No hemisfério norte, o Sol encontra-se a pino, sobre a linha que define o trópico de Câncer.

A data é festejada desde a Antiguidade, um pouco por todo o lado.
Já os Romanos a festejavam, em honra da deusa Vesta (a personificação do fogo sagrado) e, posteriormente, quando Roma se cristianizou, passou a culto a S. João Baptista. João Baptista, para os Cristãos é o testemunho da Luz, o Baptismo, ou seja, a Renovação.
Em Portugal, como já vai sendo hábito, haverá celebrações em em Foz Côa, onde se encontra um antiquíssimo altar, em pedra, na zona castreja de Chãs, provavelmente da mesma origem das célebres gravuras de Foz Côa. Essa Pedra do Solstício tem uma forma arredondada e o culto (julga-se, muitíssimo antigo) consubstancia-se pela maneira como os raios solares parecem tocar a pedra, no momento do Solstício.
Um dos pontos alto dos festejos, é no dia 21, com a participação da Associação Cultural Pagã e os Grupos de Gaiteiras (Las Trailarailas) e Pauliteiros de Duas Igrejas, Miranda do Douro, após o que haverá um arraial popular.

Mas também em vários outros pontos do país o solstício de Verão vai ser assinalado. Especial referência para a recriação da experiência do grego Eratóstenes - que permitiu determinar o perímetro da Terra. Essa recriação está a cargo dos centros Ciência Viva de Estremoz e de Constância, entre as 10 e as 15 horas de Sábado.

Eratóstenes, um geógrafo e matemático que viveu há mais de 2000 anos, utilizou as sombras projectadas pelo Sol em dois locais do actual Egipto e simples cálculos geométricos, para determinar as principais medidas da Terra.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

O ..S.O.L


O Sol está apenas a cerca de oito minutos-luz, comparado com os 4,5 anos-luz a que se encontra uma estrela do sistema de Centauro, a segunda mais perto de nós. A distância da Terra ao Sol é de 150 milhões de quilómetros. A radiação solar é muito complexa. Ela é composta não só pela luz visível (que podemos admirar pelas cores do arco-íris), mas também por raios ultravioletas, infravermelhos, ondas rádio, raios x e neutrinos que são invísiveis. Da parte que nos chega sob a forma de radiação electromagnética, cerca de metade é luz visível. Algumas das radiações, mesmo se em pequenas quantidades, são perigosas para a saúde ou, mesmo, incompatíveis com o nosso sistema vegetativo. Entre toda uma enorme gama de radiação, o Sol envia-nos raios x, que, como se sabe, são mortais, se absorvidos continuadamente pelo nosso protoplasma. Felizmente, eles não chegam à superfície do nosso planeta, pois são absorvidos pela atmosfera. Também uma parte dos ultravioletas é filtrada pelo ozone das altas camadas da atmosfera terrestre, iludindo, portanto, as medições que se fazem nos observatórios astronómicos implantados um pouco por todo o lado, no Mundo. O mesmo sucede com os raios cósmicos. Ao penetrar na atmosfera do planeta, são literalmente desfeitos noutras partículas que, após essas transformações, seguem na direcção da superfície terrestre, sem causar grandes danos.
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Na imagem: o Sol visto com um filtro especial. Podemos observar que, afinal, a sua superfície não é como parece. A todo o momento de estão a dar convulsões gigantescas.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Cometas

O COMETA HALLEY (6)
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Já depois de Kepler ter publicado as suas famosas leis e Isaac Newton ter elaborado a célebre obra ″Phiolophie Naturalis Principia Mathematica″, Edmond Halley, no século XVII, calculou a órbita dum cometa que nessa altura se encontrava no céu e deduziu que ele regressaria uns 76 anos depois.
Contrariava, de certo modo, o que previra Newton, ao inclinar-se para órbitas hiperbólicas dos cometas, em detrimento das também possíveis elípticas ou parabólicas. No entanto, o cometa voltou, tal como fora previsto! A sua órbita é elíptica, como o astrónomo calculara.
O cometa passou a chamar-se Halley e, sabe-se hoje, há um registo do mesmo cometa observado, em 66 a. C., no Ocidente. Mas o chineses tê-lo-ão visto nas passagens de 240 a. C e 164 a. C.

Por esse tempo já os astrónomos sacerdotes chineses realizavam muitas observações, não só de cometas como a todo o céu. No livro do príncipe Huai Nan há um registo da passagem dum cometa, datando de 1054 a.C.
O Halley é, seguramente, o cometa mais importante de toda a História. Não propriamente pelas suas dimensões e as suas regulares (por vezes espectaculares aparições), mas porque, através dele, se começou a perceber a verdadeira natureza dos cometas e o carácter peculiar destes objectos do Sistema Solar.
É bom lembrar que Aristóteles (384-
322 a.C.) considerava que os cometas tinham origem terrestre e se movimentavam entre a Terra e a Lua, na atmosfera. Segundo ele, esses fenómenos eram nefastos e responsáveis por epidemias e cataclismos, na Terra. O célebre filósofo retomava uma teoria mais antiga atribuída a Xenófanes de Colofão (560-478 a.C), que sustentava que os cometas eram formados pelo fogo produzido por exalações invisíveis com origem na Terra, nomeadamente os gases que saem dos vulcões, durante as erupções.
No entanto, para Pitágoras os cometas eram astros errantes. Outros eminentes gregos, como Demócrito, Anaxágoras e Artemidoro de Parium, produziram outros juízos, mais ou menos imaginativos, mas longe daquilo que hoje se sabe.
Interessante foi a teoria que Séneca (4 a.C. - 65 d.C.) elaborou no livro 7, de Quaestiones Naturalis, certamente depois de cuidadas observações. Para ele os cometas deveriam ser constituídos por um corpo sólido, esférico, donde emanasse uma substância volátil que produzisse uma chama. O seu porte seria responsável pela maior ou menor cauda. Também sugeriu a periodicidade dos cometas, considerando que eles deveriam passar perto do Sol, o que é verdade.
Esta teoria não veio a prevalecer. Na Idade Média retomou-se, como se sabe, muito do que, em épocas anteriores, havia de irracional, agoirento ou demoníaco.

*A gravura mostra como os antigos chineses viram determinados cometas.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

ENGRENAGEM

Para ser publicado no meu blog http://vieiracalado-poesia.blogspot.com decidi ser aqui o espaço mais adequado.
Quem olha para os céus, seja através duma luneta ou dum telescópio, ou simplesmente admira a beleza, a quietude e a transcendência duma noite estrelada, certamente, como eu, sente uma qualquer emoção estética, única e intransmissível.
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Ou não dizia Fernando Pessoa?
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O Binómio de Newton
é
tão belo como a Vénus de Milo…”
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ENGRENAGEM
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Nos confins do mundo
há uma máquina intensamente matemática
uma espécie de moto-contínuo
....que
......por isso mesmo
continuamente desbobina uma engrenagem perfeita
matematicamente perfeita
assim por assim dizer um deus
muitíssimo muito mais complexo
que os deuses da imaginação do homem

e então a máquina
desde o princípio desde o fim
em espiral eterna
...vem
.....vai
pulsando os universos
os céus
as galáxias milhões de anos-luz
os sóis diversos
......................e
impreterivelmente exerce as suas leis na nossa terra
e segue sempre o seu caminho de retorno infinito.

E os bichos da terra
conhecedores dessa máquina
erguem cânticos à máquina
sob as mais variadas formas do grito.


E eu também
bicho da terra
escrevo estas linhas e canto-as
em voz alta no silêncio do meu grito
em homenagem
à matemática intensa
da mãe das leis.

em O Frio dos Dias

terça-feira, 22 de abril de 2008

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25 de Abril

l

uma bandeira na mão
outra no peito

ç
atrás da razão
o direito

terça-feira, 15 de abril de 2008

ESCORPIÃO (2)

ANTARES

No anterior artigo, referente à constelação do Escorpião, referimos um pouco da sua história, segundo a visão da Mitologia Clássica. Mas, na verdade, a verdadeira condição da constelação, é bem outra.
Para os astrónomos as constelações são campos, dos 88 em que a abóbada celeste foi dividida (em constelações), na sua projecção no fundo celeste, tal com é vista de cá. Para os antigos, a configuração das estrelas, desenhava abstractamente um guerreiro, um cão, uma balança, ou um escorpião, por exemplo.

No caso vertente, no antigo Egipto, a ideia dum escorpião tem origem nos períodos de seca que assolavam a região do Nilo. É precisamente nessas alturas que o Sol se projecta nessa constelação. O Escorpião encarnava um animal nefasto, perigoso, pronto a matar com o seu ferrão venenoso, rastejando lentamente na abóbada celeste, pela noite fora.

Para os astrónomos, as constelações funcionam como pontos de referência para as diferentes regiões da abóbada celeste.
E por vezes não são as estrelas de maior brilho (magnitude) as que mais suscitam o interesse. Outros objectos são mais importantes.
Na constelação do Escorpião, Antares (Alpha Scorpii, a denominação latina), a sua estrela principal merece referência, pois é uma supergigante vermelha, 700 vezes maior do que o Sol e 10.000 vezes mais brilhante. Na realidade a estrela (de magnitude 1) tem uma companheira, sendo portanto uma estrela binária. É dos objectos mais avermelhados do inteiro céu sendo, por vezes, confundida com o planeta Marte (o planeta vermelho). Encontra-se a 600 anos-luz de nós.
Outros objectos, na mesma constelação, merecem especial referência. A este assunto voltaremos em próxima postagem.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

A CONSTELAÇÃO DE ESCORPIÃO

UM POUCO DE MITOLOGIA

A Mitologia Clássica é uma disciplina muito interessante, como aliás, todas as outras mitologias. Nela se inspiraram os grandes poetas desses tempos e, mesmo, Camões, já no período Renascentista. Essas extraordinárias histórias, estão, por vezes, na génese da própria História da Mitologia.
Gregos e Romanos tinham deuses para tudo e a vida desses deuses era imaginada à semelhança da dos mortais – homens e animais.
O Cristianismo que, como se sabe, apareceu muito depois, acabou por adoptar idênticos modelos, com uma profusão de santos e santas protectores.
Não sei se já haverá um santo protector contra os vírus informáticos. Mas deve estar na forja... Bem necessário é, porque os anti-vírus fabricados pelos mortais, por vezes erram – como qualquer mortal!...
A história (muito sucinta) que hoje aqui trago, é a de Escorpião, uma das doze constelações do Zodíaco.
Na Mitologia, o Escorpião está intimamente ligado à história do belo e audaz Orion - um caçador de extraordinários recursos. Usava uma espada, uma clava e um escudo (na constelação, na parte central - as Três Marias) e fazia-se acompanhar por dois cães de caça – as constelações de Cão Maior e Cão menor.
Em consequência dessas suas grandes capacidades, era frequentemente chamado, pelas divindades, para destruir horríveis feras e outros monstros que infestavam o país. No entanto a sua beleza atraiu as atenções da deusa Aurora que o raptou, levando-o consigo para a ilha de Delos. Esse amor, segundo reza a tradição, terá durado pouco. Aurora que desafiara a beleza de Afrodite, a deusa do Amor, foi castigada a não ter senão amores insatisfeitos.
A história, a partir daqui, é um pouco confusa, não se entendendo os mitólogos, sobre o desfiar dos acontecimentos.
O certo é que foi enviado um escorpião para matar Orion e ele, picado pelo terrível animalejo, morreu. Mas Ofiúco, conhecedor dos antídotos para todos os venenos, fê-lo ressuscitar.
No Céu, pode ver-se este último a pisar e esborrachar o escorpião. Orion, que era um dos gigantes, filho de Posseidon (ou Neptuno, para os Romanos – o deus do mar) também foi colocado no céu, como acontecia a quantos se celebrizavam, sendo mortais.

quinta-feira, 27 de março de 2008

COMETAS (4)

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O COMETA HALE-BOPP
tal como foi visto nos céus da Terra

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As crenças que os cometas têm alimentado, vêm de muito longe, no passado.
Eram, geralmente, de que são portadores de mensagens predizendo a queda de impérios, cataclismos naturais, morte e destruição.
Outros cometas, porém, terão passado por nós tão remotamente que, no meio da surpresa e medo, serviam às mil maravilhas a reis, a chefes e a religiosos que pretendiam legitimar novas leis, ou disposições. O cometa seria um sinal divino de que o povo deveria seguir de bom grado, o que fora promulgado.
É, porventura, o caso do espectacular Hale-Bopp (um dos mais brilhantes do século passado), que regressou às imediações da Terra, 4. 210 anos depois da última visita, o equivalente a 200 gerações!
Hoje, os astrónomos são capazes de calcular as datas das anteriores visitas destes corpos quase fantasmagóricos. Sabendo-se que ele passou nas imediações da Terra, no ano de 2. 213, antes de Cristo, os arqueólogos trataram de procurar em documentos da época, qualquer referência ao acontecimento. Mas, por hora, nada foi encontrado em hieróglifos, papiros, murais, textos chineses.
Por esse tempo, os egípcios construíam as três grandes pirâmides. Na China, aprontava-se o primeiro calendário. Por quase todo lado, exceptuando os já citados, a Mesopotâmia e a Índia, o homem ainda vivia da maneira mais primária, na chamada pré-História. Desconhecia a moeda, a agricultura e a escrita, dormia em grutas, vivia da caça e da pesca e do que eventualmente ia encontrando por onde passava.
Foi este mesmo Hale-Bopp que eles terão observado. Tem cerca de 40 quilómetros de diâmetro e foi redescoberto em 1995. Aquando da sua visita, a cauda estendia-se no vazio interplanetário, por uns 80 milhões de quilómetros, ou seja: 200 vezes a distância que nos separa da Lua, ou mais de metade da distância entre a Terra e o Sol. Nada, praticamente, mudou nele, desde a sua anterior passagem, embora perca 300 toneladas da sua matéria gelada, em cada segundo. Como se sabe, um dos piores inimigos da astronomia de amadores, ou de simples observadores da abóbada celeste, durante a noite, é a poluição luminosa. Mas mesmo assim, proporcionou um fascinante espectáculo nocturno e era tão brilhante que facilmente se poderia ver nas cidades e até foi observado em Nova York!

Estes artigos sobre cometas também são publicados regularmente no jornal Notícias de Lagos
Ver neste blog, as postagens anteriores, números 1, 2 e 3, desta série sobre os cometas.

terça-feira, 18 de março de 2008

O EQUINÓCIO DA PRIMAVERA

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Estamos perante um equinócio - o da Primavera. Os equinócios acontecem duas vezes por ano, quando o Sol, na sua aparente rota, cruza o plano do equador celeste. Isso dá-se na noite de 20 para 21 de Março, e entre 22 e 23 de Setembro. No hemisfério sul, ocorre o inverso. A variação entre esses dois dias sucede por força dos anos bissextos que fazem deslocar de um dia, o calendário. Nessa precisa data, o dia e noite têm igual duração. Sabe-se que, em Portugal, em épocas pré-históricas o acontecimento era festejado em Foz-Côa. Crê-se que isso acontecia no lugar de Tambores, onde existe uma gruta escavada num penedo de quase cinco metros de altura e que era um templo. No México central, sendo os seus antigos habitantes adoradores do Sol, esta celebração perde-se no tempo, muito antes de Colombo ter arribado ao continente americano. O rito (hoje retomado) é para honrar Quetzalcoatl "a serpente emplumada", o mensageiro dos deuses aztecas, relacionada, no céu, com o planeta Vénus. Mas também para os cristãos a data era festejada, dando continuidade a rituais mais antigos, de gregos e romanos. Ela anuncia a transição do tempo das trevas, a Quaresma, para o tempo da luz, a Páscoa - a ressurreição, o início duma nova vida. Um dos seus mais conhecidos ornatos, são os ovos da Páscoa, símbolo de fertilidade, representada na Grécia pela deusa Persefone e em Roma pela equivalente deusa Ceres.

segunda-feira, 3 de março de 2008

O NEUTRINO

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Uma partícula quase fantasma
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O número de neutrinos que chega à Terra é colossal. Têm características que os tornam quase indetectáveis, porque são partículas electricamente neutras (tal como os fotões), e ainda muitíssimo mais pequenas que eles. Assim, não são atraídos ou repelidos pela matéria comum e passam facilmente por entre ela, sem esbarrar com os núcleos de todos os elementos da natureza (atravessam o nosso corpo, em todos os sentidos, sem que demos por isso e sem nos causar qualquer dano), podendo também atravessar de lado a lado toda a Terra, (e mesmo o Sol), sem praticamente interagir com a matéria.
A existência desta partícula quase fantasma, tinha sido proposta pelo físico austríaco Pauli, em 1930, para tentar explicar determinados problemas que se punham com a desintegração do neutrão. Mas foi Enrico Fermi, ainda no mesmo ano de 1930, que elaborou um modelo para o átomo, que incluía o neutrino. Como era italiano, chamou-lhe neutrino, ou seja: pequeno neutrão.
A existência da partícula acabou por ser provada. Uma das primeiras experiências, foi feita no Japão, envolvendo 50. 000 toneladas de água. O neutrino, de onde em onde, embora muito raramente, acaba por interferir com a matéria e produzir luz, que era captada e registada num dos 17. 000 tubos que compunham o sofisticado equipamento.
Porém, subsiste um mistério, como anteriormente referimos. Porque é que chegam à Terra muito menos neutrinos dos que são previstos teoricamente?
Haverá qualquer coisa que ainda não foi bem compreendida nessa partícula fantasma, ou haverá algum erro importante, nos mais recentes modelos que procuram explicar o funcionamento do Cosmos?