"Ano Velho"
Sei que agora deves estar com pressa,
Ano velho, disposto a abandonar
Tudo duma só vez, mas interessa
Ao meu verso um pouco te interrogar:
Ano velho, disposto a abandonar
Tudo duma só vez, mas interessa
Ao meu verso um pouco te interrogar:
Por que abrigaste em mim toda esperança,
Por cada dia teu que, por passar,
Imaginava ser magna mudança
Para melhor e além, até passar?
Por cada dia teu que, por passar,
Imaginava ser magna mudança
Para melhor e além, até passar?
Por que impregnaste a mim de promessas,
A cada hora tua, pra ofertar
Aos meus olhos e ouvidos, todas essas
Festas da ilusão que imperam no amar?
A cada hora tua, pra ofertar
Aos meus olhos e ouvidos, todas essas
Festas da ilusão que imperam no amar?
Por que me alimentaste da lembrança,
De minuto a minuto, do pensar
Dos anos que se foram, e que alcança
Vivos vestígios meu peito a pulsar?
De minuto a minuto, do pensar
Dos anos que se foram, e que alcança
Vivos vestígios meu peito a pulsar?
Por que infundiste em mim tanta saudade,
De segundo a segundo, de lugar
Pra lugar, com matiz que marca e invade,
Quando amalgama n' alma o que virá?
De segundo a segundo, de lugar
Pra lugar, com matiz que marca e invade,
Quando amalgama n' alma o que virá?