And the Oscar goes to...
No Teatro "Chapter 11", como lhe chamou Billy Crystal, "O Artista" foi o escolhido para Melhor Filme. Os Óscares confirmaram o filme francês como o melhor de 2011, consagrando a realização e o melhor actor. Meryl Streep conquistou o galardão para Melhor Actriz
"O Artista" foi a estrela da noite. Ganhou o Óscar para Melhor Filme, tendo o seu realizador Michel Hazanavicius saído do Teatro que até este ano tinha o patrocínio da Kodak com a estatueta de realização, destronando Martin Scorsese que no seu primeiro filme a três dimensões - "Invenção de Hugo" - não conseguiu convencer a Academia.
Hazanavicius, que agradeceu por duas vezes, não deixou de pedir, em directo, aos filmes para irem para a cama, já que em França marcava quase seis da manhã.
Ainda assim, "Hugo" recebeu tantas estatuetas como "O Artista", mas acabaram por ser categorias mais técnicas. "O Artista" e "Hugo" conquistaram, cada, cinco estatuetas.
"O Artista", além de Melhor Filme e Melhor Realização, conquistou o Óscar para Melhor Actor Principal. Jean Dujardin, que na era do som faz de actor do cinema mudo, agradeceu em inglês, mas não esquerceu o "merci" e "formidable". Para "O Artista" ainda foram entregues o Óscar pelo Guarda-Roupa e Banda Sonora.
Os Óscares para "Hugo" foram para a Fotografia, Direcção Artística, Som, Mistura de Som, Efeitos Especiais.
O Óscar para Melhor Actriz, por sua vez, não escapou a Meryl Streep, que conquistou a sua terceira estatueta, em 17 nomeações. O que aliás levou Billy Cristal a sugerir que Meryl Streep já merecia um outro Óscar só pelas vezes que teve de sorrir a ouvir o nome de outra vencedora.
A sua actuação em "A Dama de Ferro" não foi indiferente à Academia, que aliás escolheu o filme que retrata Margaret Thatcher para o galardão da Melhor Caracterização. Meryl Streep recebeu, mesmo, uma das maiores ovações da noite.
Meryl Streep tinha ganho última estatueta nos anos 80, mas foi sempre sendo nomeada. E por isso não esqueceu que "perante mim está a minha vida, os meus antigos amigos e os meus novos amigos". "A Dama de Ferro" ganhou os Óscares para os quais estava nomeada.
Os actores secundários também acabaram por não ser surpresa. Octavia Spencer ganhou a Melhor Actriz Secundária com "As Serviçais" e Christopher Plummer, aos 82 anos, ganha o Melhor Actor Secundário com "Beginners". O Óscar é mais velho que Plummer dois anos, mas só agora se encontraram, como disse Plummer nos agradecimentos.
Mais surpreendente foi a entrega da Melhor Montagem ao filme norte-americano "A Rapariga com a Tatuagem do Dragão", que adapta o primeiro livro "Millenium" de Stieg Larsson.
O Melhor Filme Estrangeiro foi para o Irão, "A Separation", que mereceu o primeiro discurso político.
Nos argumentos, o melhor adaptado foi para "Os Descendentes", enquanto o original foi para Woody Allen, com "Meia-noite em Paris".
O Melhor Filme de Animação foi Rango, tendo os "Marretas" recebido o galardão pela Música Original, batendo os brasileiros Sérgio Mendes e Carlinhos Brown pelo filme de animação Rio.
Nas curtas-metragens ganhou na ficção "The shore", da Irlanda; na de animação ganhou "Fantastic flying books of mr. Morris Lessmore"; e no documentário "Saving Face", que mereceu uma menção às mulheres paquistanesas "que lutam pela mudança e não desistam dos vossos sonhos". Nos documentários longos ganhou "Undefeated".
Foi a 84ª. cerimónia dos Óscares que decorreu no mesmo teatro em Hollywood, mas este ano já sem poder ostentar o patrocínio Kodak, devido ao pedido de falência da empresa. Billy Cristal, que apresentou os Óscares (foi a sua nona apresentação), não deixou passar o facto, chamando o Teatro "Chapter 11" (lei dos processos de insolvência nos Estados unidos) ou "new name theatre" (teatro com novo nome). Este ano o Teatro Kodak foi simplesmente o "Hollywood and Highland Center".
in "Negócios on-line"
Fiquei desiludido com o facto de Viola Davis, de George Clonney, e de «Os Descendentes» não terem sido escolhidos para, respectivamente, melhor actriz principal, melhor actor principal e melhor filme.
Amigo Ricardo:
ResponderEliminarEu sou uma apreciadora de cinema, mas acho a gala dos Óscares mais virada para o glamour do que para a arte cinematográfica.
Embora fã de Meryl Streep também fiquei decepcionada com algumas escolhas, nomeadamente as que referiu.
beijinhos e boa semana
Ricardo,
ResponderEliminarO Artista, tive essa sensação, era um vencedor anunciado.
Porque a Academia queria dar a ideia de fugir ao mainstream, aos grandes estúdios (o prémio de melhor actriz vai pela mesma lógica).
Gostei, sobretudo, do Billy Cristal.
Não perde qualidades.
Aquele abraço