31.10.06
De que São Feitos os Diamantes?
Na verdade, do mesmo material de que o carvão e a ponta de seu lápis são feitos - carbono, só que os átomos estão combinados de uma forma que faz as suas ligações muito fortes.
As ligações são feitas quando o carbono está em temperaturas muito altas e sob pressões muito fortes. Os diamantes naturais são feitos nas profundezas da terra, mais ou menos a 180 km de profundidade, onde altas temperaturas e pressões existem naturalmente. Sob a crosta terrestre está o manto, que é formado por rocha derretida, metais e outros materiais. A temperatura é muito alta nesta profundidade - entre 1100°C e 1400°C. As fortes pressões são produzidas pelo peso de 180 km de rochas sobre o manto. Além do carbono, há quantidades ínfimas de outras substâncias, como nitrogênio e enxofre, que podem ficar presas no cristal quando ele é formado no manto. Essas impurezas podem definir a cor do diamante. Um dos mais raros é o diamante cor-de-rosa.
De onde vem o carbono para fazer os diamantes?
A maioria dos diamantes é feita do carbono que estava no manto desde quando a terra foi formada, mas alguns são feitos do carbono de corpos e conchas de microorganismos, como algas em oceanos antigos. Este carbono orgânico foi enterrado em rochas que foram arrastadas para o manto pelas placas tectônicas e movimentos dos continentes. Todos os seres vivos na terra são formados de carbono. Se você ou eu de alguma forma caíssemos em uma vala oceânica na borda de uma placa tectônica onde as rochas estivessem sendo arrastadas para debaixo de um continente, nós poderíamos reaparecer como diamantes milhões de anos mais tarde.
origem do texto
Outro dia um amigo que me conhece bem comentou, preocupado comigo, que eu não sabia me defender das agressões das pessoas, eu apenas sabia suportá-las e esperar que elas passem.
Um outro dia, logo depois, eu escutei a frase: “Os diamantes são pedacinhos de carvão que souberam suportar bem a pressão”. Aí fui pesquisar a origem dos diamantes e achei o texto acima.
Eu, ontem e hoje, durante todo o dia, fiquei tentando descobrir que tipo de carvão eu sou. É uma pergunta complicada. Complicada de fazer, porque todo mundo tem medo da resposta. Ninguém ou quase ninguém tem desprendimento ou coragem o suficiente para realmente querer saber como o outro o enxerga.
Mais difícil ainda é fazer a busca doída dentro de si, cavucar fundo, remexer nas racionalizações covardes, desenterrar as mentirinhas convenientes, desmascarar as fantasias confortáveis que temos a nosso próprio respeito. É duro ter de dar nomes aos bois, virar para o espelho e chamar o medo de medo, a fraqueza de fraqueza, a covardia de covardia. Não, não é prudência, é pavor. Não, não é sensatez, é covardia.
Pior é quando o mundo começa a girar à sua volta, a pressionar de todo lado, puxar e repuxar... e nem você mesmo é capaz de dizer se é muita valentia ou se é arrogância, se é fortaleza ou é isolamento. Tudo roda, as definições ficam confusas, as atitudes se misturam, o peito começa a apertar, apertar, a doer.
Eu me pergunto se só o que eu sei fazer é suportar. Me pergunto também se só o que o carbono pode fazer é suportar as enormes pressões, as moléculas vagarosamente condensadas sem misericórdia. Me pergunto se dói. Me pergunto também se o diamante recém nascido tem a noção de que é a substância mais dura, se ele tem noção da beleza da sua transformação. Será que diamante também tem medo? O carboninho que fica sossegado na superfície da terra sente inveja ou pena daquele carbono diferente, mais duro, de cor esquisita, que sofreu tanto. O que será que o diamante sente a respeito do carvãozinho?
Será que é mais fácil ser um gazinho flutuando na atmosfera, entrar curioso pelas folhas verdes das plantas, virar galhinho, virar fruto, virar comida e até virar gente? Será que o diamante lamenta seu destino, preso no magma e debaixo de tantas toneladas de rocha?
Não sei se vou um dia virar diamante ou se estou a caminho de virar farelo. Sei que a pressão é grande, e só o que eu sei fazer é suportar. Suportar e esperar.
3.10.06
Amores Zodiacais
Eu tenho alguns amores que só posso mesmo chamar de amores zodiacais, cada um deles montado firme em seu arquetípico signo.
Hoje à noite - naquele momento especialmente relaxado em que fechamos os olhos e sentimos o corpo leve e mole ser suavemente carregado para os braços de Morfeu - hoje me enchi de amor aquariano.
Lembrei das duas Renatas, uma branquinha e sardentinha, a outra morena de longos cabelos... uma com o sorriso resguardado dos que ficam ressabiados pelo sofrimento, a outra com o sorriso aberto e iluminado de criança, e a voz das duas de um suave timbre de menina que sei que terão até serem avozinhas.
Lembrei da alegria sutil e etérea da Helô, que sorri sempre o sorriso enigmático de alguém que sabe um segredo que o mundo inteirinho ignora. Sorriso sutil e nobre de gato de templo egípcio, que se queda delicadamente imóvel como uma estátua em torno da imagem de Bastet.
Lembrei especialmente do meu amor aquariano mais maluquinho, aquele que me mandava beijos fazendo biquinho em frente à webcam, e depois partia para alugar castelos na lua... e me contava como irado derramara mostarda marrom, grossa e escura nas coxas da menininha do jardim de infância que momentos antes fora seu amor e sua namorada.
Esse amor aquariano passou como um pião num redemoinho pelo pátio da minha vida, e jogou, não mostarda, mas uma metafórica pimenta ardida nos metafóricos olhos da minha alma. Metafórica que seja a pimenta, as lágrimas de cá foram bem reais, e acho que as de lá também foram.
Ele hoje rodopia seu pião maluquinho em outros pátios e outros jardins de infância. Hoje, no entanto, especialmente hoje, antes do sono me vencer, um amor imenso invade, um sorriso maroto rasga a boca e eu lembro de nossas traquinagens. Lembro do amor aquariano maluquinho que me marcou com ferro e com fogo, mas que no fim das contas só deixou mesmo uma lembrança doce, a imagem de uma franja lisa e impaciente e um beijo de biquinho em frente à webcam.
Nós fomos mesmo terríveis, Pimentinha!
Beijo de biquinho da Borboleta.