quinta-feira, maio 25, 2006

Acha a tenra mocidade
Prazeres acomodados,
E logo a maior idade
Já sente por pouquidade
Aqueles gostos passados.
Um gosto que hoje se alcança,
Amanhã já não o vejo;
Assim nos traz a mudança
De esperança em esperança
E de desejo em desejo.
Mas em vida tão escassa
Que esperança será forte?
Fraqueza da humana sorte,
Que quanto da vida passa
Está receitando a morte!
Luís de Camões

quarta-feira, maio 24, 2006

António Ramos Rosa

Uma Voz na Pedra

Não sei se respondo ou se pergunto.
Sou uma voz que nasceu na penumbra do vazio.
Estou um pouco ébria e estou crescendo numa pedra.
Não tenho a sabedoria do mel ou a do vinho.
De súbito ergo-me como uma torre de sombra fulgurante.
A minha ebriedade é a da sede e a da chama.
Com esta pequena centelha quero incendiar o silêncio.
O que eu amo não sei. Amo em total abandono.
Sinto a minha boca dentro das árvores e de uma oculta nascente.
Indecisa e ardente, algo ainda não é flor em mim.
Não estou perdida, estou entre o vento e o olvido.
Quero conhecer a minha nudez e ser o azul da presença.
Não sou a destruição cega nem a esperança impossível.
Sou alguém que espera ser aberto por uma palavra.

Acontece no Porto


"Festa na Baixa" anima Primavera no Porto :

Entre 24 e 27 de Maio decorrerá o 1º ciclo de animações culturais "Festa na Baixa"

Algumas sugestões para amanhã 25 Maio:

”Cesário Verde”Mostra Bibliográfica a partir do acervo da B.P.M.P. que assinala a passagem de 120 anos da morte de Cesário Verde (1886-2006)Biblioteca Municipal do Porto
Das 9h00 às 20h00R. D. João IVTelefone: 225193480

“Alice Vieira” – destaque bibliográfico
Biblioteca Municipal do PortoDas 10h00 às 12h00 e das 13h00 às 20h00R. D. João IV
Telefone: 225193480

Guedes de Oliveira: um fotógrafo do Porto
Exposição de fotografia
Casa do InfanteRua da Alfandega, 1Das 10h00 às 12h00 e das 14h00 às 17h0Telefone: 222060400

Visitas orientadas às colecções do Museu
Museu do Papel Moeda da Fundação Dr. António Cupertino de Miranda
Avenida da Boavista, 4245Visitas às 15h00 e 16h00, entrada livreTelefone: 226101189Inscrições prévias
“Pedipapper” para Crianças
Casa Museu Guerra JunqueiroPercurso pedonal na zona envolvente, onde se apresentam alguns desafios aos participantes com o objectivo de compreender a origem e evolução do burgo portuense. R. de D. Hugo, nº 32Às 10h00

quinta-feira, maio 18, 2006

Dei-te quase tudo em imagens...

...


...E o Porto aqui tão perto!
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Um dia destes fui até à Ribeira do Porto, desta vez aproveitando um tempinho livre.
E não é que por lá encontrei Margarida Marinho, António Capelo, Maria João Luís, Marta Melro e Fernanda Serrano em gravações?
Já tinha assistido a gravações para telenovela, mas estes actores são especiais. Vê-los a ensaiar e a gravar é como ter o privilégio de assistir a uma peça de teatro "sem pagar tusto".
As telenovelas comparadas com o que se passa nas filmagens, com o que se lê nas
entrelinhas e com o convívio dos actores e dos técnicos valem pouco.
Uma grande dose de boa disposição e profissionalismo!

quarta-feira, maio 17, 2006

O campo pequeno fez-se grande



O campo pequeno está digno de se ver!

Ainda não tivemos oportunidade de o ver de perto, mas prometemos uma saltada a Lisboa para ver a vivo e a cores este imponente edifício.

Mas, mantem-se a questão:

Que tipo de espectáculos deverão ser exibidos neste espaço?

A tradicional tourada?
Espectáculos teatrais/musicais?
Ou ambos?
Ou será que como outras salas de espectáculo, acabará por ficar entregue ao abandono ou a espectáculos sem o mínimo de interesse?

De qualquer forma estamos orgulhosos da obra feita e da existência de mais um espaço digno de receber os nossos melhores artistas e com a qualidade que já merecem.

sábado, maio 13, 2006

Vai no Batalha

A Baixa do Porto está mais rica.

As portas do cinema Batalha reabriram-se finalmente!

Com espaços renovados, dignos de visita.

Abertura em grande na passada quinta feira com a voz de Kátia Guerreiro a ecoar pelo maior recinto do Batalha, no auditório principal.

Já estão agendados mais dois concertos:

Ed Harcourt a 12 de Junho e Lou Rhodes (a cantora dos Lamb) a 29 de Junho.

Maria João Abreu...



A «RAINHA DO FERRO -VELHO» foi nos Anos 60 o maior êxito do Teatro Português com Laura Alves e Paulo Renato em duas interpretações que foram as melhores das suas carreiras nesta comédia que é considerada um dos textos mais profundos e sensíveis do teatro americano contemporâneo.

La Féria convidou a actriz Maria João Abreu que, ao lado de José Raposo e João Baião, fez um trabalho brilhante! Surpreendidos? Sim, talvez porque a ligeireza do teatro de revista não nos deixe vislumbrar nos actores a seriedade que esta peça, apesar de tudo, carrega, e que existiu e foi muito bem conseguida.

Nós estivemos lá. Onde? Perguntam vocês. Aí mesmo, no Teatro Sá da Bandeira que nessa noite pareceu renascer.
História de Harry Brock (José Raposo) negociante de ferro-velho, o grande magnata dos EUA que vem para Washington com a sua amante Billie Dawn (Maria João Abreu) uma loira muito estúpida mas com inteligência suficiente para saber que é estúpida e com Jo Devery (Mário Jacques), um advogado que ajuda Harry a tornar as suas falcatruas possíveis. Harry quer tentar um negócio de milhões subornando o Senador Hedges (Canto e Castro) sempre acompanhado da sua esposa (Lurdes Norberto). Mas vê a sua vida dificultada quando contrata Paul Verral (João Baião), um jornalista defensor da democracia, para que este ensine Billie a movimentar-se na Alta Sociedade.

idade secreta

" a idade de cada um
é o tempo que ainda
temos de vida
e esse nós não sabemos"

sexta-feira, maio 12, 2006

Génesis

De mim não falo mais:não quero nada.
De Deus não falo:não tem outro abrigo.
Não falarei também do mundo antigo,
pois nasce e morre em cada madrugada.
Nem de existir,que é a vida atraiçoada,
para sentir o tempo andar comigo;
nem de viver,que é liberdade errada,
e foge todo o Amor quando o persigo.
Por mais justiça ...
-Ai quantos que eram novos em vão
a esperaram porque nunca a viram!
E a eternidade...Ó transfusâo dos povos!
Não há verdade:O mundo não a esconde.
Tudo se vê: só se não sabe aonde.
Mortais ou imortais,todos mentiram.
Jorge de Sena

Gulbenkian/Parque da cidade



O 1º na Capital, o 2º na Invicta...


Jardins memoráveis, com arte lusitana.


A pedir um passeio mais prolongado ou no mínimo uma visita, num fim de semana solarengo.


Aqui fica a sugestão.



Fazem falta mais lugares como estes.

terça-feira, maio 02, 2006

Amor de Pedro e Inês



As filhas do Mondego, a morte escura
Longo tempo chorando memoraram

E por memória eterna em fonte pura

As Lágrimas choradas transformaram
O nome lhe puseram que ainda dura
Dos amores de Inês que ali passaram
Vede que fresca fonte rega as flores
Que as Lágrimas são água e o nome amores

in Lusíadas

São muitos os caminhos por onde andaram fugidos estes dois eternos enamorados, tentando escapar ao trágico final. Mas, o mais conhecido e deslumbrante lugar encontra-se na cidade dos estudantes, Coimbra, a Quinta das Lágrimas.
«Sabe-se que as matas da Quinta teriam sido no século XIV coutadas de caça da família Real, que então residia em Coimbra. Era aqui que Pedro e Inês se encontravam, sempre em segredo, de maneira a que nada perturbasse o seu amor. Inês, que a história chamou de "colo de garça", tal era a sua beleza, residia no Paço do Convento de Santa-Clara-a-Velha, distante da Quinta não mais de quinhentos metros. Vivia ali porque a Rainha Santa Isabel havia decretado no seu testamento que se alguma pessoa da sua linhagem aí quisesse residir, o podia fazer.
Da Quinta sai um cano estreito, hoje chamado "dos amores", que vai terminar a uma centena de metros do Convento. Seriam as águas que brotam da Fonte dos Amores para este cano que serviriam de transporte para as cartas de amor de Pedro para Inês. Diz a lenda que o príncipe as colocava em barquinhos de madeira que, seguindo a corrente, iriam até às mãos delicadas de Inês. Terá sido nas matas das Lágrimas que Inês foi assassinada pelos três validos de Afonso IV. Reza a lenda que esta se encontrava "posta em sossego", quando de repente se viu abordada pelos três homens, que a esfaquearam até à morte. Terão sido as lágrimas que Inês então chorou que fizeram nascer a Fonte das Lágrimas, onde o sangue que do seu corpo saiu ainda hoje está gravado na rocha, onde permanecerá para sempre.»



O Amor eterno de Pedro e Inês foi para muitos e será sempre, inspiração teatral:


Teatro - Tragédia de Pedro e Inês em cena no Mirita Casimiro
«Uma paixão que nem a morte conseguiu separar»

"Renato Godinho e Vanessa Agapito estão extraordinários na pele de Pedro e Inês.
A tragédia de Pedro e Inês faz parte da memória colectiva dos portugueses e não pára de inspirar criadores de todas as áreas artísticas – desde a pintura à literatura, passando pelo teatro. Pois desde a passada sexta-feira, Carlos Avilez convida o público para ir ao Teatro Mirita Casimiro, no Monte Estoril, para ver e ouvir uma versão muito particular da história imortal dos amores contrariados do príncipe e da bastarda. "

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Teatro - Castro no TNSJ (fora de cena)

Castro, peça teatral no TNSJ no Porto que o pessoal do Arte Lusitana teve a oportunidade e o privilégio de ver, já não com a talentosa actriz Maria de Medeiros, mas com a não menos talentosa actriz Micaela Cardoso, que nos surpreendeu pela positiva; atrevemo-nos mesmo a dizer que foi deslumbrante, magnífica, extasiante a sua actuação!

Uma peça que não ficaríamos nada, mas mesmo nada, agastados se voltasse à cena. Voltaríamos a estar nas primeiras filas do TNSJ para ver melhor o cenário, a roupa e a performance dos actores... Gostámos muito!

Festival Caminhos

«Coisa Ruim» e «Alice» vencedores do Festival Caminhos





O júri da XIII edição do Festival Caminhos do Cinema Português atribuiu os prémios Melhor Longa-Metragem - Categoria Película a «Coisa Ruim» e o Prémio Melhor Filme a «Alice».

Cinema Português a merecer reconhecimento!