una mirada desde la alcantarilla
puede ser un visión del mundo
la rebelion consiste en mirar una rosa
hasta pulverizarse los ojos
Alejandra Pizarnik,
Árbol de Diana
teu céu nublado claro quase branco, tus calles me esperando a desvendá-las a pé, as largas avenidas, os cafés de esquina – a filosofia nas bancas de jornal, entre whiskys, vinho e fumo nas calçadas. Uma elegância inexplicável, recendendo a orgulho, um tom de distinção – a gentileza mesmo com os nem sempre bem-vindos, a beleza simples no desfilar de seus casacos, vaqueros, cashemeres, cachecóis. Um calor gentil dos que recebem bem aos hermanos, encantados com a mistura da arquitetura, a história inesquecida no testemunho de teus prédios nas palavras de ordem nas paredes, fotografias e postais dos personagens e heróis de tua trajetória. Memórias.
guardarei o sabor de teu chocolate quente e medialunas, tanta música, do pop mais batido nas rádios cariocas que há anos não ouço ao eletrotango pelas ruas de San Telmo – até encontrar los criollos orgullosos y la milonga em la calle. Trouxe comigo um pouco de tua poesiaa me ensinar um ritmo – Julio, queridíssimo Cronópio, para reacender essa paixão antiga.
me voy com o pés doloridos e alegres. há anos te desejava pela tangente sem pressa de chegar por não saber quando, enfim, tragaria teus gostos cores cheiros a talhar atrás dos olhos este afeto delicado. Tu me acolheste y correspondeste a meu peito aberto com teus caminhos planos, os sorrisos de teus habitantes, a calma no porto, el piropo de los tipos.
foi intenso e breve o nosso encontro. E creia, que mesmo em teu desencanto crítico estampado entre as bandeiras del bicentenário, nada se perde do carinho que antes de dedicava – volto – e não trarei o encantamento tolo de quem se aproxima para encontrar no outro um traço que fale ao seu desejo, mas venho sabida de algumas belezas a te procurar ainda mais em teu detalhes.