quarta-feira, 26 de setembro de 2007

O White Shark



Sobejamente conhecido, temido e respeitado, mas sempre de uma beleza surpreendente no seu meio ambiente.




Não é o que estavam a pensar, mas sim o meu novo e espectacular brinquedo para a pesca.


Um dos melhores cascos de mar do Mundo, na opinião dos expert só suplantado pelo magnificente Boston Whaler, espaço interior com fartura para as artes da pesca, dois potentes motores Evinrud Fitch Ram de 115 hp cada, levam este míssil aos 42 nós de velocidade máxima.


Para melhor cumprir a missão que lhe está destinada, mandei-o equipar com o fabuloso Navman Trackfish 6600, GPS - Chartplotter, e Sonda a cores de 2 frequências com alcance até 600 metros de profundidade. Os peixes que se cuidem.






Escolhido pelos Sapadores Bombeiros e pela Guarda Costeira francesa, após os testes de mar com ondas até 5 metros exigidos no caderno de encargos destas instituições, ganhou o respeito e a admiração de todos os europeus e inclusivamente dos norte americanos onde é um dos "open center console" mais vendidos.





Kelt White Shark 225


Comprimento Total: 7.07 metros

Comprimento do Casco: 6.91 metros

Boca: 2.42 metros

Capacidade Depósito: 290 litros

Peso sem Motor: 1.050 quilos

Calado: 0.50 metros

Lotação: 6

Motorização: 2 x 115 hp Evinrud Fitch Ram

Velocidade Máxima: 42 nós

Velocidade Cruzeiro: 30 nós

Velocidade Mínima: 4.5 nós

















Com este barco vai ser possível fazer o que mais gosto, que é spinnar do mar para a terra, em locais que pela costa são inacessíveis.

Dotado de uma surpreendente facilidade de pilotagem, de um casco feito para mar agreste, rápido na resposta dos motores, permite ir lá mesmo junto à costa lançar as amostras com o estado do mar mais duro.

Com este também já se pode usar sardinhas e outras "sujidades" que estão proibidas no Rodman, eheheheh.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Spinning - As Amostras

Existem milhares de modelos multiplicados por dezenas de cores de centenas de fabricantes. Uns são excelentes pescadores na água, outros pescam-nos a nós nas Lojas.
Este é um tremendo dilema para quem se quer iniciar nesta técnica de pesca.
Um factor determinante nas nossas escolhas é a qualidade da pintura e da construção da amostra e a fiabilidade e qualidade dos seus anzóis que deveremos preferir em aço inoxidável. Deve-se sempre verificar se nas embalagens está mencionado "Saltwater".
A caixa de amostras deverá contemplar um variado leque de cores e tamanhos com vista a enfrentar situações diversas, quer climatéricas (luminosidade, correntes, marés, vento, chuva) quer do tipo e tamanho de peixe que vamos encontrar.


Crankbaites e Jerkbaits

O crankbait é um dos mais utilizados na pesca de mar. Se a pala dos crankbaits facilita a acção natatória destes artificiais, nos jerkbaits também usualmente chamados "Minnows" é o pescador que de várias formas lhes imprime acção com a ponteira da cana ou com movimentos do pulso. A mais clássica das acções é a recuperação com pequenos puxões, com a ponteira baixa e com amplos e secos movimentos de pulso. De vez em quando pequenas paragens, e recuperação de novo.
Nos crankbaits podemos distinguir três tipos pelas suas distintas acções natatórias:

Runners : Pala curta e bem inclinada e nadam a profundidade de até 2 metros

Medium Divers : Pala mais comprida mas igualmente inclinada e que nadam até aos 3,5 metros


Deep Divers : Pala comprida e quase sem inclinação e que nadam a mais de 5 metros

Exceptuando meia dúzia de incursões aos achigãs com amigos doentes deste tipo de pesca, nunca utilizei crankbaits, e não tendo qualquer experiência na sua utilização, não me irei debruçar sobre eles.

Das minnows há a dizer que a popularidade e efectividade deste tipo de amostra são inquestionáveis graças á sua facilidade de utilização, e são sem dúvida as ideais e mais procuradas pelos pescadores que se iniciam na técnica do spinning.

Conforme a atitude que assumem na água quando paradas, podem ser flutuantes se vêm á superfície quando deixamos recolher linha, suspensas se se mantêm na profundidade em que estavam, afundantes se deslizam para o fundo.

Como frisei no inicio deste artigo, se algumas já deram provas irrefutáveis da sua efectividade, outras por muito bom aspecto e qualidade de fabrico que tenham, ainda terão que dar provas da sua valia.

Na minha caixa de amostras existem desde as mais populares até às mais obscuras, daquelas se compram por impulso ou conselho, e que quase nunca uso. Será talvez por isso que não têm oportunidade de provar o seu valor. Como diz um amigo meu "a melhor amostra da minha caixa é aquela que passa mais tempo na água".

Lucky Craft Flashminnow 130






Lucky Craft Flashminnow 110






Daiwa Saltiga




Yo-Zuri Cristall Minnow




Rapala X-Rap




Strike Pro


Daiwa Team Bass Hunter


Rapala Magnum


Maria Angel Kiss



Abu Garcia Terminator e Tormentor



Yo-Zuri Hydro Magnum


Várias





Poppers e Passeantes


O mais importante nos poppers é que "pope" bem, isto é, que seja bastante ruidoso e quanto mais exagerados forem os "pops" melhor. Devemos escolher os de face ampla e plana que são efectivamente os mais ruidosos. Quando falo em ruído, refiro-me não só ao sentido real da palavra, como ao "splash" e bolhas de ar que a amostra cria na água quando trabalhada.






Estas amostras geralmente possuem bolas de metal no seu interior, que para além de lhes darem peso facilitando os lançamentos, produzem ruídos que fazem despertar o interesse ou o incómodo dos predadores e motivando os ataques.




Comparando a utilização destas amostras num rio ou barragem de águas calmas e silenciosas, com a sua utilização no mar com o barulho das ondas, do refluir do mar, do vento, depressa chegamos à conclusão de que se a nossa amostra quer atrair um peixe lá do fundo, tem mesmo que ser ruidosa.

Trabalhar bem estas amostras requer alguma prática nos movimentos ritmados do pulo e da ponteira da cana. Há duas formas típicas de o fazer, o "twitching" e o "walking the dog".

A primeira técnica tanto para Poppers como para Passeantes consiste em, com a ponteira da cana em baixo e em direcção aos nossos pés, aplicar 3 ou 4 toque rápidos em recuperação seguidos de paragem, de forma a fazer com que a amostra baixe e levante a cabeça fazendo o tal "splash", criando bolhas de ar e levantando salpicos de água.


A segunda técnica, talvez a mais popular e eficaz, o Walking The Dog consiste em fazer com que a amostra efectue um movimento em zig zag com rápidos movimentos do pulso da esquerda para a direita - da direita para a esquerda, sempre na direcção do pescador. e seguidos de pequenas paragens. Estas paragens são de extrema importância, pois é no arranque de nova série de movimentos que geralmente o peixe ataca a amostra.



Os Passeantes devido aos seus movimentos erráticos e ondulantes na superfície, permitem uma adaptação da técnica Walking The Dog com movimentos laterais mais amplos, espaçados e ondulantes.


Esta técnica é geralmente mortal para os robalos.


Quem se inicia nesta técnica ou já iniciados mas que nunca tenham utilizado poppers e passeantes, deverá ir para um local de águas paradas e limpas, sem vento (um rio, uma barragem ou açude, até uma piscina), e praticar aí para poder ver com perfeição a atitude da amostra em função dos movimentos que lhe são imprimidos.

No mar e nas condições em que geralmente se pesca, muita espuma, muita agitação, ondas, vento, e até de noite, é virtualmente impossível ver a amostra a trabalhar e portanto quem não souber na perfeição o que está a fazer, sem ver, só por mero acaso apanhará um peixe.

Quanto ás cores a utilizar, e elas existem às dezenas ou centenas se contarmos com as cambiantes, segue-se o principio de há muito aceite: águas claras, céu limpo requerem amostras claras. Águas tapadas, céu nublado ou de noite requer amostras escuras. Também se soubermos o que o peixe anda a comer naquele local, poderemos dar-lhe a amostra que mais se assemelhe à sua presa real.


Para terminar existem outros tipos de amostras como os Hélices e os Chuggs mas que nunca utilizei, não tendo portanto qualquer opinião sobre eles.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Spinning - Eleição do Material

De toda a Arte da Pesca esta é talvez a técnica mais complexa e mais exigente fisicamente para o pescador de costa, mas também a mais bonita e apaixonante. Trata-se aqui de combater e vencer peixes muitas vezes de grandes dimensões e peso, com equipamentos ultra ligeiros e ligeiros.

O spinning consiste no lançamento e recuperação de vários tipos de amostras ou artificiais, em locais previamente determinados. Esta técnica também é muito utilizada na pesca de barco. Pessoalmente quando navego de e para a pesca ou simplesmente em passeio com a família, levo sempre uma cana de spinning armada e pronta a entrar em acção. Nunca se sabe o que nos aparece pela proa.

O material a usar nesta técnica deve ser o mais ligeiro possível tendo em conta o pouco peso das amostras que se utilizam e as centenas de lançamentos e recuperações que se efectuam numa jornada de pesca. Deverá no entanto ser de construção robusta, com recurso a materiais tecnologicamente evoluídos devido á acção intensiva a que está sujeito.

Na aquisição do meu equipamento e que em seguida apresento, dei preferência a produtos de gama média, não descurando determinadas características de funcionamento, fiabilidade e durabilidade.

As Canas

As 3 características mais importantes de uma cana são a Potência, a Acção e o Peso de Lançamento.

  • A Potência de uma cana determina a força necessária para mover um peixe e é geralmente indicada pelos fabricantes em siglas UL (ultra light), L ( light), ML (medium light), M (medium), MH (medium heavy), H (heavy), XH (extra heavy), XXH (extra extra heavy).
  • A Acção de uma cana especifica o local do corpo da cana onde esta inicia a flexão tanto no lançamento como na recuperação S (slow), M (medium), MF (medum fast), F (fast), XF (extra fast). Este parâmetro combinado com o tipo de material usado no fabrico, e com os componentes, determina a performance da cana. É o que vulgarmente designamos por canas de acção de ponta, parabólicas e semi parabólicas.
  • O Cast Weight ou Peso de Lançamento especifica o peso máximo e mínimo que uma cana pode lançar. Geralmente confundimos este parâmetro com a acção da cana quando dizemos que a acção da cana é de X a Y gramas.

A cana ideal deverá ser leve e ter um comprimento entre os 2.70 e os 3.30 mt, podendo ser telescópica, em duas partes ou de uma só peça (ideal no comportamento mas pouco prática de transportar e difícil de encontrar). No entanto é minha opinião que um pescador de spinning deve ter pelo menos 3 canas de acções e comprimentos diferentes de modo a não ficar limitado no tipo de pesca e nas amostras possíveis de utilizar em várias situações.
  1. Shimano Catana Tele Spin 2.70 mt, telescópica e de 7 elementos, com Cast Weight de 10 a 40 gr. Cana leve (ML), nervosa e rápida (L), de acção concentrada na ponteira, extremamente leve e fácil de manusear o que permite uma fácil e eficaz animação das amostras quando tal se torna necessário. Lança muito bem e a distâncias razoáveis pequenas amostras de 7 a 10 gr. Com as amostras mais técnicas como poppers e passeantes, a sua acção de ponta permite executar as técnicas de "twitching" e "walk the dog" com uma perfeição extraordinária.


  1. Daiwa Emblem S 1102 MH - 3.30 mt de 2 elementos, com Cast Weight de 15 a 60 gr. Cana muito mais progressiva e potente (MH), mas que permite efectuar lançamentos mais longos com amostras mais pesadas, não dificultando no entanto a sua boa animação. É a cana ideal para lançar amostras entre as 30 e as 50 gr. O seu comprimento permite uma melhor utilização em pesqueiros mais elevados onde os 3 palmos a mais que a Catana são bem necessários. Trabalha muito bem os poppers pesados.


Os Carretos

Também aqui a leveza é essencial. Para além disso deverão dispor de um ratio elevado, superior a 5 : 1 permitindo recuperações rápidas, embraiagem ou drag frontal se possível com ajuste micrométrico (essencial para canas que especificam limitações de carga) , funcionamento suave e sem vibrações (quanto mais rolamentos melhor), e todos os "gadgets" dos modernos equipamentos como anti twist, anti reverso infinito etc.. Muito, mas mesmo muito importante é o material em que é fabricado o guia fios da asa do cesto porque certamente se irá usar multifilamentos e é sabido o poder abrasivo destes fios. Outra das características essenciais neste tipo de carreto é modo como procedem ao enrolamento da linha, devendo este ser efectuado em espirais curtas, ordenadas e bem ajustadas.



Daiwa Regal 4000 xi

Características

Ratio: 4.9:1

Rolamentos: 10+1

Peso: 405 gr.

Capacidade Linha: 270 mt de 0,35

Manivela em alumínio, freio micrométrico, travão da asa de cesto, bobine em alumínio e 1 extra em grafite.




Mitchell 298 GV ALU


Características

Ratio: 5.57:1

Rolamentos: 4+1

Peso: 460 gr

Capacidade de linha: 200 mt de 0,35

Corpo e manivela em alumínio, freio micrométrico, bobine cónica em alumínio e 1 extra em grafite.


Estes são os equipamentos que utilizo, mas nada me impede de sonhar com o que de melhor existe no Mundo para a prática desta modalidade. Quem sabe um dia destes..........












Shimano Stella 5000 FA e Shimano Lesath Spin


Este é para mim o melhor conjunto para spinning que actualmente se pode adquirir, e desde que bem tratado é para a vida inteira.

Tive a felicidade de o poder experimentar em Cayo Largo, Cuba, por amabilidade do proprietário um Canadiano que fez par comigo numa jornada de pesca, e com ele capturei um Bonnefish com 8 Kg. Este companheiro tirou, entre outros mais pequenos, um tarpoon com 17 kg. "Amazing" como ele próprio desabafou no final de 40 minutos de luta.

As Linhas

Neste capitulo deveremos muito bem analisar a qualidade e as características da imensidão de produtos existentes, mas não devemos economizar. É a linha que nos traz o peixe e é dela que depende o sucesso das nossas jornadas de pesca.

Finas para facilitar e melhorar os lançamentos, resistentes à abrasão para não cederem facilmente no constante roçar nas rochas, o menos visíveis possível, bom índice de carga de ruptura para que os exemplares capturados não a quebrem facilmente(neste contexto é bom dar uma vista de olhos no artigo sobre regulação do drag de um carreto, nomeadamente na diferença entre carga de ruptura e carga de impacto).

Tendo como base estas considerações carrego os meus carretos primeiro com 70 ou 80 metros de um monofilamento qualquer só para encher, em seguida coloco 100 ou 120 metros de Multifilamento Fireline Cristal da Berkley e no final 8 a 10 metros de Fluorocarbono Seaguar FXR ao qual ato a amostra. Com este tipo de montagem consigo reunir todos os requisitos acima indicados sem correr riscos desnecessários.










No Fireline utilizo genericamente os diâmetros 0.15 e 0.17, e no Seaguar conforme o tipo de pesca e do tamanho do peixe expectável no local, utilizo os diâmetros 0.260, 0.285 e 0.330.

Faltam as amostras, mas esse é um tema ao qual irei dedicar um artigo exclusivo.

domingo, 16 de setembro de 2007

Regular o Drag de um Carreto


Coisa que todos os pescadores fazem é a regulação do drag, embraiagem ou travão dos seus carretos.

Mas quando se pergunta a alguém como é que tem o drag regulado, para lém de se notar um desconforto evidente, a resposta é invariávelmente, meio aberto, meio fechado, um bocadinho aberto, etc., etc., etc.
No entanto é extremamente simples regular o drag do carreto de uma forma precisa e com um valor explicito, de modo a saber-se qual a carga exacta que levará este a ceder linha.

Normalmente um carreto deverá ser reguladao para uma carga entre 25% e 33% do valor da carga de rotura da linha que contém.

E porquê? Quando um fabricante de linha (mono ou multi) afirma que a linha é de por exemplo 30 Libras (13,6 kg - 1kg = a 2,2046 Lb), está a afirmar que a carga ou tensão de rutura da linha é desse valor. Os testes aos fios são efectuados por aparelhos de tracção que aplicam carga crescente e constante até à rotura, e estes valores serão meramente indicativos.

No entanto, nada disto se passa na pesca.

1º Quando pescamos as linhas possuem nós, o que lhes diminui de imediato a resistência.

2º Nenhum peixe exerce uma tracção constante crescente na linha, sendo que pelo contrário, o mais usual é que o peixe produza nelas cargas de impacto, que no seu ponto máximo podem ser 3 a 4 vezes superiores á tensão de rotura da mesma.Numa linguagem simples, se segurarmos um cordel entre as mãos e fizermos forças opostas poderemos não o partir, mas se lhe dermos uma relativa folga e dermos um esticão, partimo-lo de certeza.

Ora então se temos no nosso carreto uma linha de 13,6 kg ou 30 libras, vamos regular o drag para a soltar com uma carga entre 3,4 kg e 4,5 kg com a cana firmemente segura e a juda de uma balança digital, e ou conforme mostra a figura seguinte.



Esta calibração deverá fazer-se de menos para mais e nunca ao contrário de modo a não sujeitar a linha a esforços repetidos e desnecessários durante muita vezes. Quande chegarmos ao valor pretendido, basta fazer uma marca com uma caneta daquelas para escrever en CD no anel da bobina e saberemos sempre que naquele local o drag está afinado para X kilos. Também se pode fazer esta afinação com a cana deitada e a linha a sair no seu eixo horizontal, isto é, sem fazer força nos passadores, mas aí deverá regular-se o drag para 15% do valor de rotura da linha conforme imagem seguinte, no caso para uma linha de 12 Libras (5,8 kg).




Haverá certamente outras formas de o fazer, no entanto esta é extremamente simples e a que habitualmente utilizo