12.8.14
Armando Freitas Filho: "Ar de família"
Ar de família
Só sei ser íntimo ou não sei ser.
O que escrevo me ameaça de tão perto.
Amassa mãe, pai, filhos, mulheres
os de sangue símil, os de romance
os de tinta de impressão, de árvore
venosa de folhas variáveis no vento
das estações, no ferido almofariz
com o mesmo pilão de pedra
sem lavar, e entre uma socada e outra
o silêncio do punho fechado.
FREITAS FILHO, Armando. Dever. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
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Armando Freitas Filho,
Poema
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2 comentários:
Aldeia
Ar
Minar
Ninar
Mar
De gente
Que se surpreende
Ao olhar
Mirar
De repente
De soslaio
Feito um raio
Algo que nem compreende
Morar, em ti,
Louvar e reencontrar
Na aldeia a veia
Sonhos.
O Armando já possui, no nome, a sua conduta poética: ARMA que dispara & acerta o alvo sem dó nem piedade. Com ARMAndo, armado até os dentes!
"O que escrevo me ameaça de tão perto", como escreveu um amigo meu poeta, é demolidor.
Beijo, Cicero, meu (e)terno poetósofo!
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