agosto 31, 2009
agosto 28, 2009
Belíssimo Alfredo
“As minhas pernas estão a ficar mais finas e o meu estômago mais proeminente”. Quem disse isto, enquanto pontapeava uma lata de cerveja choca para cima de um disco da Janis Joplin não foi o Jim (Douglas) Morrison, mas o meu amigo Alfredo, desesperado com as (des)construções desvairadas da cidade, essa “panóplia de betões cinzentos, esquecida de qualquer sabedoria”. A barba cresce-lhe farfalhuda. Alfredo recusa o tempo da dor e esmaga uma camisola de fancaria com o Che. Isto depois de eu o ter encontrado na iminência de uma escadaria com pouco mais de 20 anos, num atravessamento estreito, com os candeeiros a irradiar uma luz fantasma, amarelecida e repleta de sombras antigas. Foi depois de uma caldeirada (eu diria espanholada), de safío, com mais espinhas que a nossa existência, que galguei a espaços cada recanto da minha (nossa) paróquia. Dei comigo, e com a paróquia, encostados na praça velha, a relembrar o filme “Cinema Paraíso”, naquela parte em que o nativo dizia, já velhote, entre os muitos automóveis: “a praça é minha, a praça é minha”. Recordei esse Alfredo (projectista com a idade do velho cinema) com o puto. Um filme para toda a terra assistir: “Belíssimo Alfredo”.
agosto 26, 2009
O triunfo dos porcos
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agosto 23, 2009
A matéria invisível
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Acresce ainda que, finalmente, consegui livrar-me de uma das minhas (muitas) alergias (e reacções extemporâneas), esta última resultando em cerca de 325 borbulhas, dispostas, ora em camadas nas pernas, ora aleatoriamente nos braços e na barriga (soube por um espelho que também as carregava às costas). Parece que a coisa foi o resultado de 3 ou 4 dias de sol, colhido entre as 17h e as 19h, maioritariamente preenchidos na água. Odeio areia quente e odeio sol. Mas gosto de água. Gosto de água. Vai daí conclui-se, não vejo outra cena, que esta alergia, e temo que muitas outras, será causada pela denominada matéria invisível, uma cena que o Thomas Browne, segundo parece, já se debruçava…
Imagem: "Sunrise with Sea Monsters", John Mallord William Turner, (1775-1851)
agosto 22, 2009
Por aqui também não faltam candidatos a figurantes seja lá para o que for
«Eles lá têm tantas raparigas bonitas de que não precisam que lhes chamam figurantes e não as usam para nada que não seja darem coisas às pessoas e depois tirarem fotografias com elas. Tiraram-me uma fotografia com ela. Não. Eram duas. Eu no centro com uma de cada lado e eu com os braços à volta da cintura delas e a cintura delas não era maior do que uma moeda de cinco cêntimos.»
"Um encontro tardio com o inimigo", retirado da colectânea de contos "Um bom homem é difícil de encontrar", de Flannery O´Connor. Tradução de Clara Pinto Correia. O livrinho está mesmo aqui ao lado...
agosto 21, 2009
É provável que nos voltemos a encontrar
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imagem: "A persistência da memória", Salvador Dali, 1931
agosto 17, 2009
Na Jamaica os Ferraris são assim
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Este senhor, de nome Usain Bolt, correu os 100 metros em Berlim em 9.58 (nove segundos e cinquenta e oito centésimos! – assim mesmo, com o tal ponto de exclamação que alguns querem correr daqui para fora) e, no final, sem qualquer pejo, terá pedido para soprar ao balão. Note-se, note-se bem, que praticamente nenhum órgão (excluindo o meu fígado), seja de informação, seja de recreio imediato, salientou a façanha, preferindo os lamparinas e o futebol clube pinto da costa como vitrina para os nativos e emigras de fancaria lusitana que vestem a famosa camisolinha de alças, vulgo, sport. A excepção foi o meu pasquim Público, onde o sr. Fernandes rumina uns editoriais e deixa passar tudo que tenha boa figuração (desde que não seja contra o seu armário liberal maciço). Da volta a Portugal nadinha, que os lamparinas já não correm, enfarpelados de Ferraris, com canastro de caracóis. Ganhou o Nuno e ainda por cima português Ribeiro. Mais a mais, só Jamaica:
agosto 14, 2009
Os meninos do (de)coro
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Mas voltando aos calções com fitinhas, um destes dias ia eu num daqueles comboios de ligação que se apanham depois de uma confortável e rápida viagem em inter-cidades, e que nos levam ao destino entre mil paragens com nomes como “Travagem”, quando dei de fuças com uma comitiva razoável de calçõezinhos enfeitados até à medula. Ainda quis saltar borda fora mas o raças do comboio modernizou-se entretanto com portas automáticas. Ainda com a cabeça de fora, na esperança de bater contra um poste de alta tenção, veja-se, logo aí, começaram os berros, as cantilenas pimba, os joguinhos infantis, e, quando resolvi, na medida do possível, sentar-me e ligar o Mp4, os berros vibraram mais, ainda mais, auxiliados por saltos na carruagem. O pica não desgostou. O resto da plebe, encaixada no seu reservatório de embrutecimento, anuiu, pois bem, anuiu, e, pode-se mesmo dizê-lo, apreciou aquele desvario dos bons samaritanos que respeitosamente mandavam toda a gente à merda. No final, enquanto procurava uma banheira para cortar os pulsos, ainda consegui escutar alguns hinos saloios, e um outro que soava a mofo em cálice gutural e terminava de forma sentida num”pela pátria e pela igreja”. E a família, para terminar a trilogia dos bem comportados da nostálgica mocidade, não?...
agosto 12, 2009
As minha cassetes 52: eu lembro-me muito bem disto
Corria o ano de 1984...
ah, ainda hoje, o mais tardar amanhã, vou escrever qualquer coisa sobre a senhora dos pavões, a tal, da posta anterior...
agosto 11, 2009
agosto 09, 2009
agosto 05, 2009
agosto 04, 2009
Sempre a tempo das vacances...
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Reparei então que a questão, da minha parte, derramava-se na planície infindável da literatura, e, sem demoras, amordacei o espaço envolvente com duas ou três frases da lavra de um Camilo à jorna. Foi a tempo. Ainda saí para o regaço da noute, a contar os tostões que desperdicei nos sonhos. Criança, e à frente, resmas de noute…
imagem: "Suicídio", Édouard Manet, 1877
agosto 01, 2009
Chuva em Agosto, moço bem disposto
Boa Noute. Para esquecer a parte season (sem silly) mas não na totalidade: Afinal a Fatinha Felgueiras vai a banhos, desta vez na Apúlia, sem precisar de ruminar plásticas no calçadão do Rio. Deseja-se igualmente boa temporada à ninfeta Joana Amaral Dias, alegremente infeccionada de apelos não menos apetitosos que o seu desvario proto - direitíssimo. Reconheça-se, a senhora tem demandas e, quem o sabe, caminhos ou directrizes, estranhas, ou não, à nossa investida moral. Já para não falar em desejos…
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