Quantas revoluções
cabem num poema?
A. F.
30/01/2014
25/01/2014
À Cláudia Brino, sobre seu mais recente livrinho
Cláudia Brino, recebi
das mãos de um velho carteiro
teu mais recente livrinho
— reticente, corriqueiro...
Livrinho, pois pequenino
— 22 poemas contei;
e não mais de um minuto,
juro, para ler gastei.
(E foi nessa pobre concha
que uma pérola encontrei:
“a flor, para se abrir,
cativou pétala
por pétala
o pensamento de deus.”)
Um minuto, nada mais,
dura a lágrima e sua glória.
Cláudia Brino, teu livrinho,
mesmo sem dedicatória,
fica, agora, aqui guardado
na estante da memória.
das mãos de um velho carteiro
teu mais recente livrinho
— reticente, corriqueiro...
Livrinho, pois pequenino
— 22 poemas contei;
e não mais de um minuto,
juro, para ler gastei.
(E foi nessa pobre concha
que uma pérola encontrei:
“a flor, para se abrir,
cativou pétala
por pétala
o pensamento de deus.”)
Um minuto, nada mais,
dura a lágrima e sua glória.
Cláudia Brino, teu livrinho,
mesmo sem dedicatória,
fica, agora, aqui guardado
na estante da memória.
24 de janeiro de 2014
A. F.
18/01/2014
13/01/2014
10/01/2014
04/01/2014
01/01/2014
O primeiro poema do ano
O primeiro poema do ano
deve ser escrito
com os pés no mar.
Não deve ter nada do sangue
dos meninos degolados
em Belém. Nem da fúria
da curiosa chuva
que acabou com a festa.
O primeiro poema do ano
não pode ser como o tiro
que acertou meu pai,
nem como o beijo
que afogou H.
neste mar que agora
tem os meus dois pés.
O primeiro poema do ano
melhor seria nem escrevê-lo,
melhor seria poupá-lo
para sempre...
No fim da rua há uma casa
onde premeditam-se
todas as mortes. Por isso,
quando encontrarem os corpos na areia
brancos e solitários como a noite,
não culpem o garoto, não culpem...
O primeiro poema do ano
deve ser o último.
A. F.
deve ser escrito
com os pés no mar.
Não deve ter nada do sangue
dos meninos degolados
em Belém. Nem da fúria
da curiosa chuva
que acabou com a festa.
O primeiro poema do ano
não pode ser como o tiro
que acertou meu pai,
nem como o beijo
que afogou H.
neste mar que agora
tem os meus dois pés.
O primeiro poema do ano
melhor seria nem escrevê-lo,
melhor seria poupá-lo
para sempre...
onde premeditam-se
todas as mortes. Por isso,
quando encontrarem os corpos na areia
brancos e solitários como a noite,
não culpem o garoto, não culpem...
O primeiro poema do ano
deve ser o último.
A. F.
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