debruçada na varanda desta tarde
Silêncio da cor em teus contornos
o adeus do mar dentro de mim
Para além do ilhéu dos pássaros da ilha
o sol morre aos poucos devagar
A minha alma treme em tuas mãos
debruçada na varanda desta tarde
Vejo os barcos ao longe na baía
as lanchas negras dos trabalhadores
a torre da capitania ao lusco-fusco
Lentamente uma a uma na cidade
vão acendendo as luzes da cidade
Na fábrica de bolacha do Matos
na padaria do Jonas depois
Só no cemitério ao lado é tudo escuro...
Branqueiam ainda as campas dos mortos
e os nomes vou ler à hora do sol
mas agora fazem medo à minha infância
Em casa dos meus vizinho perto
nh´ugénia de Sena e nhã Nê Grande
acenderam os candeeiros de petróleo