Há mais um livro de poesia no mercado. De uma poetisa do Barreiro, que publicou no passado dia 14 o seu primeiro livro, intitulado Lírios.
Ampliem a foto s.f.f. e podem ver o link da editora se estiverem interessados no livro.
VAMOS PINTAR A VIDA
Vamos pintar a vida?
Mas a vida já tem cores
O encanto e a beleza
Foi buscar à Natureza.
Tem o azul, tem o verde,
O Vermelho e o amarelo
Há que sabe-las escolher.
Às vezes surgem garridas
Mais ou menos coloridas
O que é preciso é viver.
O azul tem serenidade
O verde esperança e porvir.
O vermelho força e poder
O amarelo tem sol
Que nos dá luz e calor
E vontade de vencer.
E quando elas se misturam?
O branco retira cor.
O azul torna-se céu,
O verde seara doce,
O vermelho rosa amor,
O amarelo amortece.
Enquanto o branco aclara,
O preto tudo escurece.
Se misturares docemente
Vamos ver o que acontece.
Cor vermelha e amarela
Faz o laranja na tela.
Do azul mais encarnado
Nasce o roxo, que engraçado!
Com um pouco de branquinho
Vamos ver o que é que faz.
Olha, fica lilás.
Então o preto e o branco
Ficou cinzento que encanto.
O azul com amarelo
Ficou verde que loucura,
E agora vamos ver
O que faz esta mistura.
Verde vermelho amarelo
Virou castanho que espanto
Podes pintar um castelo!
E uma verdade sentida
De humor e alegria.
De tristeza e emoção.
A cor reflete a harmonia,
Na tela da nossa vida
E no nosso coração.
Graciete dos Santos Pereira
Os que caminham descalços
procuram a penumbra,
o fio de água pura
e a rara flor da montanha,
a nascente.
Os que caminham de olhos cerrados
vindos de longe,
marcados pelo relâmpago da loucura,
rasgam as roupas e renegam-se,
ajoelham no pó e descem ao poço,
cobrem-se de terra, em gesto
de melancolia acerada.
Os que caminham de rosto coberto
trazem o rosto em chaga
e no olhar a intacta ferida,
são os que procuram a salvação,
o olho único e a grande ave,
cruzando todos os céus
e os tempos da terra,
em acesa, secreta caligrafia.
Os que caminham e nunca chegam
peregrinos de um clarão sem nome,
sabem que o fruto se fecha em si
e que a vida é isto:
vela branca na escuridão.
procuram a penumbra,
o fio de água pura
e a rara flor da montanha,
a nascente.
Os que caminham de olhos cerrados
vindos de longe,
marcados pelo relâmpago da loucura,
rasgam as roupas e renegam-se,
ajoelham no pó e descem ao poço,
cobrem-se de terra, em gesto
de melancolia acerada.
Os que caminham de rosto coberto
trazem o rosto em chaga
e no olhar a intacta ferida,
são os que procuram a salvação,
o olho único e a grande ave,
cruzando todos os céus
e os tempos da terra,
em acesa, secreta caligrafia.
Os que caminham e nunca chegam
peregrinos de um clarão sem nome,
sabem que o fruto se fecha em si
e que a vida é isto:
vela branca na escuridão.
Maria João Cantinho
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