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domingo, 20 de julho de 2014
MAR. MARIA
Foto DAQUI
PERMITE-ME...
Hoje, só hoje, permite-me:
abrir livros,
tomar banho nas palavras,
enfeitar-me de joias,
ser cor-de-rosa
cheirar as flores,
andar descalça,
ser mimada,
sonhar noutro tempo,
encontrar-me em local desconhecido,
ser lamechas.
Permite-me hoje, fantasias de diamante
pois o meus coração é carvão.
Mar Maria, é o nome da Pérola. que publicou há pouco tempo o seu primeiro livro de poesia.
Dele retirei este pequeno poema que muito me agradou. Para conhecer melhor a autora, clique no livro ou
Aqui, e será direcionado/a para o blogue da autora, onde poderá ler outros poemas , ou pedir o livro.
domingo, 13 de julho de 2014
YOLANDA MARAZZO
"Nha terra é quel piquinino
É São Vicente é que di meu"
Nas praias
Da minha infância
Morrem barcos
Desmantelados.
Da minha infância
Morrem barcos
Desmantelados.
Fantasmas
De pescadores
Contrabandistas
Desaparecidos
Em qualquer vaga
Nem eu sei onde.
De pescadores
Contrabandistas
Desaparecidos
Em qualquer vaga
Nem eu sei onde.
E eu sou a mesma
Tenho dez anos
Brinco na areia
Empunho os remos...
Canto e sorrio...
A embarcação
Para o mar!
É para o mar!...
Tenho dez anos
Brinco na areia
Empunho os remos...
Canto e sorrio...
A embarcação
Para o mar!
É para o mar!...
E o pobre barco
O barco triste
Cansado e frio
Não se moveu...
O barco triste
Cansado e frio
Não se moveu...
Biografia daqui
Yolanda Marazzo Lopes da Silva, poeta e escritora de
língua portuguesa, nasceu em São Vicente, Cabo Verde, África, a 16 de
Dezembro de 1927. Ao 15 anos, 1943, partiu para Lisboa, onde completou o
estudos no Liceu Rainha Dona Leonor. É diplomada com o curso superior
de Francês e o curso superior de Moderna Literatura Francesa, da
Alliance Française e com o curso de Ingês do Instituto Britânico. Em
1958, parte para Angola acompanhando o marido e aí permanence no período
convulso da guerra colonial, de 58 a 68. Findo esse tempo foi vver para
Luanda onde lecciona no ensino particular, trabalhando ao mesmo tempo
na Embaixada da Jugoslávia.
Neta de José Lopes, um dos maiores e
mais cultos poetas de Cabo Verde, cedo revelou a sua poesia, tendo feito
parte do Grupo do Suplemento Cultural, juntamente com Gabriel Mariano,
Aguinaldo Fonseca, Ovídio Martins, Carlos Alberto Monteiro Leite e
Francisco Lopes da Silva.Colaborou em Lisboa no Artes e Letras do Diário de Notícias, no República e em periódicos angolanos, como Província de Angola, Jornal de Lobito e Notícias.
Figura nas seguintes Antologias: Modernos Poetas de Cabo Verde; Portugalidade; Mulheres e a Sensbilidade Portuguesa; Panorâmica da Poesia Africana de Expressão Portuguesa
Faleceu em Lisboa a 28 de Janeiro de 2009, vitima de doença prolongada
sexta-feira, 4 de julho de 2014
MANUELA MARGARIDO
A noite sangra
no mato,
ferida por uma aguda lança
de cólera.
A madrugada sangra
de outro modo:
é o sino da alvorada
que desperta o terreiro.
E o feito que começa
a destinar as tarefas
para mais um dia de trabalho.
A manhã sangra ainda:
salsas a bananeira
com um machim de prata;
capinas o mato
com um machim de raiva;
abres o coco
com um machim de esperança;
cortas o cacho de andim
corn um machim de certeza.
E à tarde regressas
a senzala;
a noite esculpe
os seus lábios frios
na tua pele
E sonhas na distância
uma vida mais livre,
que o teu gesto
há-de realizar.
Biografia
Maria Manuela Conceição Carvalho Margarido (roça
Olímpia, Ilha do Príncipe, 1925 - Lisboa, 10 de Março de 2007) foi uma
poetisa são-tomense.
Manuela Margarido cedo abraçou a
causa do combate anti-colonialista, que a partir da década de 1950 se
afirmou em África, e da independência do arquipélago. Em 1953, levanta a
voz contra o massacre de Batepá, perpetrado pela repressão colonial
portuguesa.
Denunciou com a sua poesia a repressão colonialista e a miséria em que viviam os são-tomenses nas roças do café e do cacau.
Estudou ciências religiosas,
sociologia, etnologia e cinema na Sorbonne de Paris, onde esteve
exilada. Foi embaixadora do seu país em Bruxelas e junto de várias
organizações internacionais.
Em Lisboa, onde viveu, Manuela
Margarido empenhou-se na divulgação da cultura do seu país, sendo
considerada, a par de Alda Espírito Santo, Caetano da Costa Alegre e
Francisco José Tenreiro, um dos principais nomes da poesia de São Tomé e
Príncipe.
Fonte: Wikipédia
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