quinta-feira, setembro 30, 2010
Charada
Quem escreveu este parágrafo?
Descubra a resposta aqui.
henrique pereira dos santos
quarta-feira, agosto 04, 2010
"Não gosto de ser sequestrado, é uma coisa que me chateia, pá"
Lowlander nos comentários a este post diz isso porque respondi a um anónimo qualquer que as praias do Golfo do México estão bem e recomendam-se, em 99% dos casos.
Vejamos um desenho de escola primária feito por mim mas cujos detalhes podem ser vistos aqui.
Se aumentarem verão um risco encarnado lá para o Norte do Golfo do México que mais ou menos define a área afectada pelo derrame na costa do Golfo. Desse risco mais de 90% é uma afectação leve e desenhei umas bolas verdes (muito exageradas) que identificam as áreas mais afectadas (sobretudo as ilhas, um ponto ou outro na linha de costa).
Acho que é justo perguntar: afinal quem é demagogo? Os que passam o tempo a dizer que as praias todas do golfo estão afectadas ou eu?
Adenda: quem quiser de facto ter informação tem aqui muito com que se entreter.
henrique pereira dos santos
domingo, julho 18, 2010
Perplexidade
segunda-feira, maio 17, 2010
Barão de S. João
segunda-feira, maio 10, 2010
Evidência empírica e ideologia na conservação da biodiversidade
"Apesar de não ter sido detectada mortalidade de espécies com estatuto de ameaça, a espécie N. leisleri, que foi uma das mais identificadas quer ao nível da actividade quer ao nível da mortalidade, apresenta o estatuto DD (informação insuficiente), o que pode implicar impactes negativos preocupantes em espécies que podem vir a ter um estatuto desfavorável. A reduzida mortalidade de espécies ameaçadas e a elevada mortalidade de espécies com estatuto DD tem vindo a ser confirmada por outros trabalhos (Arnett et al., 2008; Rodrigues, com. pess.)."
quarta-feira, maio 05, 2010
Da arrogância anónima
segunda-feira, maio 03, 2010
A morte e a conservação
domingo, abril 18, 2010
Porque não...
Algo se passa na publicidade de atividades ambientalmente impactantes. Depois da campanha da EDP, que em primeiro lugar foi uma prova de força entre a empresa e o movimento ambientalista (ganho pela EDP, sem dúvida), vimos agora a Oliveira da Serra avançar com uma campanha, muito bem delineada no meu entender de consumidor (não sou especialista em publicidade), que assume a estratégia empresarial da marca de forma clara.
A marca afirma que quer plantar o maior olival do país, e passo a citar: "Todas elas (as quintas com olival - HF) fazem parte da nossa ambição em ter o maior olival do país e transformar Portugal num dos maiores produtores de azeite do mundo. Ou mesmo o maior. Porque não?". A mensagem é clara e ancorada em visões sobre o futuro desenvolvimento de Portugal: O nosso produto é bom e podemos fazer com que Portugal seja um grande produtor. O crescimento da capacidade de produção passa pela plantação de olival (super) intensivo. As fotografias utilizadas na campanha mostram de facto esse tipo de olival, mas numa perspetiva romântica, com neblina matinal qb e aparentemente uma paisagem bonita. Essa imagem romântica contrasta com a realidade da cultura intensiva a base de rega, fertilizantes e pesticidas, cujo impacte ambiental ainda está por apurar e para o qual o movimento ambientalista está a começar a alertar.
Quando pergunta diretamente ao consumidor: Porque não?, torna o cúmplice de um objetivo que une empresa, consumidor e (brilhante) o País e retira espaço de manobra à crítica ambiental (algo de semelhante se passou com a energia eólica cujo capital de simpatia se baseia na ideia de contribuir para um bom comum: energias renováveis).
No entanto, a questão é mais complexa na perspetiva do consumo. Portugal é deficitário em azeite: consome muito mais que produz. O consumo de azeite está a aumentar ao nível mundial e isto coloca questões de sustentabilidade da sua produção. Para satisfazer este aumento de consumo, muito promovido devido à excelente qualidade do azeite como alimento e seus benefícios em termos de saúde, a solução passa pelo aumento da produção, quer isto dizer pela expansão do olival (super-) intensivo. Os azeites "gourmet", tanto na moda e porta-estandarte do alimente dos elites, nunca poderão satisfazer esta procura e mesmo esses são produzidos à base de azeitonas de olivais intensivas.
Como sempre, o mais fácil é dizer: "olival superintensivo em Portugal nem pensar". Assim ficamos com a bonita, tradicional e pobre paisagem alentejana e importamos, de consciência tranquila, azeite proveniente de olivais superintensivos Espanhóis, Gregos, Chineses (não tardará) ou seja lá donde for.
Mais difícil é: assumir que queremos consumir azeite, de preferência Português, portanto vamos lá discutir os impactes ambientais da cultura intensiva e ver como se pode conciliar os objetivos de produção e de salvaguarda de valores como o solo, a água e a paisagem. Eis um desafio interessante para os próximos tempos.
Henk Feith
quinta-feira, dezembro 03, 2009
Lobos e eólicos
sábado, outubro 31, 2009
Lobo ao Sul do Douro
“O principal é a ‘Ribeira dos Cubos’, onde foi confirmada reprodução em Agosto de 2008, sendo considerado o local mais importante para a conservação da alcateia. A ‘Corga do Redondelo’ é o centro de actividade secundário, tendo sido local de reprodução em anos anteriores até que um incêndio, em Agosto de 2005, destruiu a vegetação e a zona deixou de ter condições para albergar a alcateia com as suas crias. Para os investigadores, a protecção destes dois centros de actividade é prioritária, já que se trata de zonas importantes para a preservação do lobo na Serra de Leomil.”
Embora concorde com o com grande parte das coisas que são ditas nesta notícia, nomeadamente a importância desta alcateia a Sul do Douro e a importância de salvaguardar os centros de maior actividade, além de esta alcateia ter potencial para fornecer um input genético em alcateias confinantes (e.g. Alcateia do Montemuro e Alcateia da Lapa) ou até mesmo para todo o núcleo populacional Arada/Trancoso.
Esta alcateia sofre do “pecado original” de estar isolada, naturalmente a Norte pelo Rio Douro, a Sul pelo Rio Paiva e indisponibilidade de habitat (quer para a espécie quer para os suas presas), a Este pelo tipo de ocupação de solos, resta-lhe uma única orientação, a de Oeste, contudo entre esta alcateia e a de Montemuro (alcateia confinante), existe uma Auto-estrada que poderá representar um obstáculo para a dispersão de indivíduos, em especial para os Sub-adultos (e do que li na noticia, esta alcateia é bastante produtiva).Assim caso sejam verificados impactes significativos sobre esta alcateia pela construção deste empreendimento, seria interessante que as pessoas com responsabilidade sobre a matéria, reflectissem sobre medidas de compensação direccionadas para o aumento da permeabilidade da Auto-estrada, ou mesmo na criação de uma Área Protegida Privada, visto esta Alcateia não se encontrar inserida nenhuma Área Classificada.
sábado, setembro 12, 2009
Le Consommateur - c'est moi
A maior parte das viaturas hoje em dia é equipada com dispositivos de medição do consumo, instantâneo e médio. Esta inovação permite ao condutor monitorizar o seu consumo, logo o seu contributo na emissão de GEE.
Está mais do que comprovado que basta um pequeno esforço para conseguir reduções na ordem de 10 a 20% no consumo e o principal esforço será da esfera mental, seguida por uma condução defensiva que passa sobretudo por uma redução da velocidade média e uma condução anticipativa que evita acelerações e travagens bruscas. Seguindo os princípios do Ciclo de PDCA (Plan-Do-Check-Act) da gestão ambiental, é fácil promover essa redução.
A média representada na foto é a real média anual conseguida após adoção de um estilo de condução "eco", numa carrinha a diesel de gama média, num percurso misto de estradas nacionais (maior parte), autoestradas e cidade.
Não há combustíveis caros, há estilos de condução caros...
Henk Feith
terça-feira, agosto 11, 2009
O fundo da barragem
As referidas contribuições deverão ser asseguradas desde o início da fase de construção, sendo que até ao início da fase de exploração o montante da contribuição deverá ser calculado em função da estimativa do valor líquido anual médio de produção.".
sábado, agosto 01, 2009
Linha férrea afecta 150 mil hectares de montado de sobro
Estando habituado a estatísticas sobre a floresta Portuguesa, pensei: bolas, que tipo de linha férrea é aquela que afecta perto de 20% do montado de sobro em Portugal?
Ao ler o artigo comecei a perceber que, mais uma vez, o jornalismo ambiental recorre a manipulação de factos para insuflar notícias. Já no texto principal do artigo, é evidente que houve ou erro grosseiro ou intenção nos valores apresentados, uma vez que falam de uma faixa de 400 metros de largura e uma extensão de 40 km. Essa faixa, na sua totalidade ocupa 1600 hectares (40000*400/10000), por isso pouco mais do que 1% da área indicada no título. Também será de esperar que nem toda a área daquela faixa seja ocupada com montados de sobro, ou mesmo de montados em geral (não haverá montado de azinho naquela faixa? ou será que o jornalista desconhece essa espécie?).
40 km entre Sines e Elvas parece-me curto. Por estrada são 251 km (fonte: Google maps), admito que uma linha férrea seja mais rectilínea, por isso deve estar perto duns 200 km. Será que são 40 km a atravessar montados? Não se compreende do artigo.
Mais grave se torna quando se fala no possível abate de "cerca de 7000 sobreiros, muitos deles centenários" (para o leigo romântico, qualquer árvore que não se consegue abraçar é centenária). Tendo um montado adulto entre 50 a 100 sobreiros por hectare (um montado jovem poderá ir até 10 vezes esta densidade), este segundo valor apontaria para a perda de 70 e 140 hectares de montado. Pergunto eu onde estarão os 150 mil hectares afectados que o jornalista refere, sem indicar as suas fontes de informação.
Mas o que ponho em causa não é o impacte que esta linha férrea terá na paisagem e habitats alentejanas. Se calhar (é provável) estão em risco valores ecológicos muito mais relevantes que os sobreiros, aquela vaca sagrada dos ambientalistas portugueses. Conheço montados de azinho no sul do concelho de Grândola que são dos mais intatos e vigorosos que conheço. Conheço o vale do rio Sado junto às localidades Azinheiro dos Barros e Vale de Eira e é capaz de ser um dos segredos naturais mais bem guardados de Portugal (como é possível que a RN2000 não ligue os sítios de Estuário do Sado e Castro Verde através do vale do Sado?, assim sim seria uma Rede em vez de um arquipélago de áreas classificadas). A perda destes valores naturais seria uma perda significativa e deve ser evitada a todo o custo. O que ponho em causa é a qualidade jornalística de uma peça que, ou por ignorância ou por intenção, transmite uma mensagem que está manifestamente errada. É mau e é recorrente no jornalismo ambiental.
Henk Feith
quinta-feira, julho 23, 2009
Ganhos de causa
quarta-feira, julho 22, 2009
Negociar a Costa Terra
segunda-feira, maio 18, 2009
A compensação e o Estado
domingo, maio 17, 2009
De decisão em decisão, rumo à corrupção final
Não quero comentar a entrevista excepto num ponto:
"Como está o Fundo da Conservação?
Apresentámos as primeiras propostas à tutela para reflexão. Não deve começar a funcionar este ano mas gostaríamos de, ainda em 2009, discutir o perfil do fundo e criar alguma legislação. Queremos evitar que se transforme num fundo orçamental, típico de muitos fundos que existem, que depois financiam entidades públicas. Queremos criar um fundo financeiro, com capacidade de auto-regeneração, envolvendo as entidades públicas e privadas. As medidas de minimização e compensação de projectos poderiam alimentar em parte esse fundo. Assim como algumas contribuições sobre serviços prestados pelo Estado."
O destaque é meu.
A ideia não aparece nesta entrevista mas está contida no actual regime jurídico da conservação.
Já a comentei aqui e por isso não me vou repetir mas apenas constatar que, tal como previ na altura, esta norma tem vindo a ser trabalhada no seu sentido inevitável: libertar os promotores das obrigações de compensação a troco de um cheque para a conservação.
Recordo que as medidas compensatórias (admitamos que a referência na entrevista a medidas de minimização, neste contexto, é um lapso) devem ter as seguintes características:
•Devem resultar da avaliação dos impactes do projecto nos valores protegidos
•Dirigir-se estrita e proporcionalmente à compensação desses impactes
•Ser definidas quanto:
•Ao seu alvo
•À forma como actuam sobre os valores em causa
•À sua extensão e dimensão
•À sua localização
•Aos seus tempos de execução
•Ser claras e compreensíveis para o público
•Garantir que os seus efeitos se mantêm no longo prazo.
Evidentemente nada disto é possível de garantir quando se dilui a responsabilidade da sua execução num fundo, que pode ser alimentado por quem afecta borboletas e aplicado na conservação de peixes.
Seguramente esta é uma solução errada.
Mas, muito mais grave, é uma auto-estrada para a corrupção porque cria a possibilidade de, por decisão administrativa discricionária, libertar qualquer promotor da responsabilidade de executar o que lhe compete, a troco de dinheiro.
henrique pereira dos santos
terça-feira, fevereiro 24, 2009
Um outro ponto de vista sobre a balada das salinas do Samouco
Pela sua importância, e pela justiça de lhe dar o destaque do post original, aqui fica transcrito o que diz José Manuel Palma, rementendo eu a minha resposta para os comentários:
"caro henrique pereira dos santos,
Depois de ler o teu post na Ambio e encontrar algumas incorrecções graves gostaria de esclarecer o seguinte:
1. ao contrário do que foi dito a disputa entre o estado e os proprietários das salinas decorre de uma disputa sobre o tipo de terreno em jogo, se agrícola ou industrial, que leva a avaliações muito diferentes e não sobre um hipotético movimento dos proprietários em fazer aumentar o preço de per se.
2. Não quero reiterar a discussão havida contigo mas não me parece que os ambientalistas quisessem uma Fundação. O que queriam era o espaço cuidado a longo termo. O processo foi muito mais complicado e não é a hora nem o momento de discuti-lo.
3. A fundação das salinas nunca contratou o Manuel Pedro para coisa nenhuma. Manuel Pedro que trabalhava para a lusoponte, foi contratado pela equipa de missão, ou seja por mim, bem antes da fundação, na medida em que tinha coordenado a recuperação das salinas para essa entidade e tinha posse das instalações necessárias para o apoio logístico. A partir da instalação da fundação nunca mais tal pessoa foi contactada ou contratada (cerca do final de 2001) tendo mesmo sido recusada a sua proposta de colaboração pelo conselho de administração.
4. Eu, José Manuel Palma, nunca trabalhei com Manuel Pedro ou Carlos Guerra nos EIAs de coisa nenhuma (freeport, secas nas salinas, barroca d´alva etc.). Como essa é uma acusação muito grave nos dias que correm onde para acusar as pessoas basta associá-las com outras com imagem negativa perante a opinião pública das duas uma ou me dizes quem te disse, ou apresentas provas do que disseste ou estás a faltar à verdade e de uma forma voluntária o que é muito complicado e difamatório.
5. Nunca eu poderia colaborar em EIAs que estivessem no complexo das Salinas do Samouco por razões óbvias sendo o presidente da Fundação.
6. Nem colaboraria em EIAs sobre projectos que se pretendem instalar em sítios cuja ocupação desse tipo não estava prevista (e penso que ainda não está) no PDM a menos que tal fosse consensual. Parece-me que esta objecção te é familiar.
7. A notícia que leste no jornal público refere-se a um EIA de uma terceira seca, fora do espaço das salinas, cujo perfil de nova ocupação estava previsto no PDM e para um entidade que nada tem a ver com as empresas que estavam ligadas ao senhor Manuel Pedro. I.e. esse trabalho não teve nada a ver com os ditos senhores que são referidos na noticia e nunca se contratualizou esses senhores para coisa nenhuma. Aliás se leres bem a noticia nunca é dito que eu tenha trabalhado com os ditos Manuel Pedro e Carlos Guerra. E se conhecesses um pouco do sítio rapidamente percebias que as duas secas que são extensivamente referidas são no espaço habitualmente referido como salinas do Samouco enquanto a terceira seca não tem nada a ver com as primeiras, situando-se fora do espaço e não tendo, nem de perto nem de longe, o mesmo estatuto.
8. Em suma é mentira que a fundação tenha contratado Manuel Pedro, é mentira que eu tenha trabalhado para Eias das secas de bacalhau que tu referes e é mentira que o trabalho realizado pela empresa em que participo seja referente a uma seca nas salinas e que tenha tido alguma relação com o Manuel Pedro ou o Carlos Guerra.
9. É um chorrilho de mentiras que não se justificam especialmente vindo de ti com as responsabilidades inerentes ao teu percurso.
10. Num processo tão quente como este é importante que todos nós tenhamos tento na língua e cuidado naquilo que escrevemos e que não nos deixamos cair em tentação por queremos ver aquilo que desejamos e não aquilo que se aproxima mais da verdade.
Apesar de ser uma bela história …os ambientalistas malvados pressionaram para uma fundação sendo presidente um dos seus que depois se envolveu de modo pouco escrupuloso em projectos no espaço servindo interesses pouco confessáveis…. Não passa de uma narração neste caso bem lendária (e estereotipada logo apenas aparentemente verosímil).
Com os meus melhores cumprimentos e esperando a reescrita do teu post
José Manuel Palma
(que esteve, está e sempre estará disponível para discutir qualquer assunto contigo ou com qualquer outra pessoa nomeadamente sobre os resultados, publicados, do trabalho da fundação que com muito orgulho e pena dirigi.)"