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terça-feira, abril 17, 2012

Estudo confirma aquecimento global

Um estudo parcialmente financiado por cépticos climáticos concluiu que o planeta está a aquecer. No link que se proporciona poderá ler uma entrevista a um dos principais autores do estudo que foi publicado na revista online e de acesso gratuíto Nature Climate Change.

terça-feira, março 30, 2010

Greenpeace Unmasks Koch Industries' Funding of Climate Denial Industry

The Huffington Post, March 30, 2010


Koch Industries has “become a financial kingpin of climate science denial and clean energy opposition,” spending over $48.5 million since 1997 to fund the climate denial machine, according to an extensive report today by Greenpeace.

The Greenpeace report reveals how Koch Industries and the foundations under its control spent far more than even ExxonMobil in recent years to fund industry front groups opposed to clean energy and climate policies. Koch spent over half the total amount -nearly $25 million - funding climate denier groups from 2005 to 2008, a period in which Exxon only spent $8.9 million.

Greenpeace’s attempt to lift the veil of secrecy inherent to a private company like Koch Industries is no easy task. Because it remains privately owned, Koch faces few of the disclosure requirements designed to increase transparency among publicly-traded companies.

That intentional secrecy allows Koch Industries, the second-largest privately-held company in the United States, to fly largely below the public’s radar. Few Americans have likely heard of Koch, even though it operates crude oil refineries and pipelines across North America and owns such well-known consumer brands as Dixie cups, Brawny and Quilted Northern paper products, Stainmaster carpet, CoolMax and Lycra.

The company’s founder, Fred Koch, who once earned $5 million building oil refineries in the Soviet Union during Joseph Stalin’s reign, was a co-founder of the libertarian John Birch Society. Charles G. and David H. Koch, two of Fred’s four sons, each now own 42% of the company’s stock. According to 2009 Forbes rankings, the Koch brothers are tied for the 19th-richest person in the world, and for ninth-richest American, each worth between $14 and $16 billion, more than George Soros or the founders of Google.

The Koch brothers use three foundations to spread Koch Industries’ influence, including support for roughly 40 organizations that doubt or downplay climate change or otherwise oppose policy solutions to build a clean energy future. Greenpeace also notes that Koch Industries has been the largest oil and gas industry contributor to electoral campaigns since the 2006 election cycle, and its done its fair share of lobbying as well. During the 2008 elections, Koch Industries contributed over $1.8 million, 88% to Republican candidates. Koch’s political action committee (PAC) also spent more than $2.5 million on contributions to federal candidates for that period, more than any other oil-and-gas sector PAC.

Koch Industries has bankrolled Americans for Prosperity to the tune of over $5 million since 2005. AFP – known primarily for its role in organizing the tea party movement in the U.S. – brought notorious climate denier Lord Christopher Monckton to the Copenhagen climate summit as its guest speaker. Despite Lord Monckton’s reprehensible behavior in Copenhagen – where he repeatedly compared college students advocating for a clean energy future to “Hitler Youth” and “Nazis” – Americans for Prosperity continues to host Monckton at its events in the United States, including a recent appearance in Wisconsin.

While in Wisconsin on AFP’s dime, Monckton booked a side gig at a GOP fundraiser where he described President Barack Obama as a “monster.” I wonder if David Koch – the second richest man in New York behind Michael Bloomberg - is even aware that Koch’s funding of AFP is in part providing support for Monckton to run around the world labeling American college students “Hitler Youth” and calling the President of the United States a “monster”?

Koch was also one of the funders of the 2007 polar bear junk science “study” authored by prominent climate deniers (including Sallie Baliunas, David Legates and Tim Ball) that claimed to prove that polar bear populations were not affected by anthropogenic climate disruption in the Arctic. Dr. Willie Soon, one of the non-peer-reviewed paper’s authors, disclosed in the acknowledgements section that he had received direct corporate funding for the work, stating “W. Soon’s effort for the completion of this paper was partially supported by grants from the Charles G. Koch Charitable Foundation, American Petroleum Institute, and Exxon-Mobil Corporation.”

Although the paper was thoroughly debunked by actual experts on Arctic sea ice and polar bears, many of the front groups funded by Koch and Exxon rebroadcast the study widely, creating public confusion. The matter came to a head when Sarah Palin and her officers in the Alaskan government referenced the Soon/Baliunas polar bear paper before it was even published in Alaska’s formal protest of efforts to protect the polar bear under the Endangered Species Act. Both Soon and Baliunas have served as spokespeople, advisors and/or board members of multiple Koch-funded climate denial groups over the past decade.

The Greenpeace report notes Koch’s role in funding the Institute for Energy Research, which was behind the Danish study that attacked the viability of wind power. Greenpeace also points out the role that Koch’s web of climate denier groups played in supporting, disseminating and promoting the Spanish study attacking green jobs, including AFP, IER and the Heritage Foundation.

Greenpeace has helped to shed some much-needed light on Koch Industries with this report, providing several case studies, a detailed look at lobbying and campaign expenditures, and other little known facts about the Koch Brothers’ web of front groups.

If you thought you knew everything about anti-science front groups from hearing about ExxonMobil’s efforts over the years, think again. This expose of Koch Industries serves up a heaping pile of unsavory evidence that the climate denial industry is alive and well-funded, even with the scaling back of ExxonMobil’s support.

More attention needs to be paid to Koch Industries, and this report will hopefully encourage deeper investigation into the Koch web’s confusion campaign.

quarta-feira, dezembro 30, 2009

Aquecimento Global: Ser ou Não Ser e o que Fazer (eis as questões)!

O cenário apresentado nas televisões e jornais é por vezes apocalíptico: secas, desertificação, subida drástica dos oceanos, furacões, destruição e morte. Perante tais riscos ninguém em consciência pode ficar indiferente. E no entanto, compreende-se que sejam muito diversas as reacções ao problema: Há os que concordam; os que discordam; os que não sabem e os que não querem saber. Há os que criticamente concordam e os que criticamente discordam. Há os que aceitam o aquecimento mas que peremptoriamente excluem a influência humana. Há também os que ridicularizam as opiniões do "outros lados", os que não querem que se fale das opiniões diferentes das suas, os chamados cépticos, os chamados crentes. Há os que se refugiam na Ciência e os que a distorcem apenas para suportar a sua opinião pessoal.

Apesar de toda esta diversidade, há a tendência simplista de identificar apenas dois grupos: os a favor e os contra. Eu sou um dos que criticamente concorda com a possibilidade forte de existir um problema muito sério de aquecimento global, e que para tal pode estar a haver um contributo determinante das actividades humanas. Sou também um dos que separa claramente os dois aspectos fundamentais na abordagem ao problema: o aspecto científico e o aspecto político.

A Ciência ocupa-se com a compreensão do clima [1] e também, eventualmente, com o desenvolvimento de tecnologias que poderão (ou não) ajudar na minimização do problema. Em última análise, será esta a determinar a verdade das coisas (ou para ser cientificamente mais rigoroso: a que excluirá as conjecturas falsas).

A Política (no bom sentido do termo) será a que escolherá o caminho que se irá percorrer para lidar com o problema.

É muito importante compreender que muito embora a escolha de políticas (o que fazer) se deva basear no conhecimento científico existente, é também fundamental ter-se em conta as incertezas científicas existentes e os riscos associados às diferentes escolhas (incluindo a não escolha, ou seja, nada fazer). Se a política se fizesse apenas com base em certezas próximas do absoluto, pouco ou nada se faria. Todos nós na nossa vida do dia-a-dia fazemos escolhas (políticas) sem termos todo o conhecimento e informação disponível. Assim, por exemplo, num dia de nevoeiro cerrado, escolhemos conduzir o carro a uma velocidade moderada, mesmo sem termos a certeza de haver um obstáculo à frente. As escolhas que fazemos tentam minimizar o risco que corremos quando fazemos a escolha errada. Quanto maiores são os riscos envolvidos, mais tendemos a fazer isso mesmo.

Será então que todo este frenesim climático resulta de uma obscura conspiração internacional de inacreditável ignorância científica e paranóia colectiva, ou será que existem razões científicas fortes que justifiquem a preocupação com os gases de estufa antropogénicos em particular o dióxido de carbono (CO2)?

Poucas dúvidas haverá de que existem de facto razões para essa preocupação. Simplificando o problema eu identificaria quatro factos que desde logo me parece que justificam essa preocupação:
  1. O CO2 é um gás com efeito de estufa na atmosfera. É transparente no espectro da luz visível, deixando entrar a luz solar, e razoavelmente opaco no espectro dos infravermelhos, retendo o calor emanado da Terra;
  2. O tempo médio de permanência do CO2 na atmosfera é muito elevado (dezenas senão mesmo centenas de anos);
  3. O aumento da concentração de CO2 na atmosfera tem crescido significativamente desde o início da queima em grande escala de carvão, de petróleo e outros combustíveis fósseis. Neste momento essa concentração é a maior desde, pelo menos, os últimos 650 mil anos;
  4. Esse aumento tem claramente origem nas actividades humanas (queima de combustíveis fósseis e desflorestação).
Apesar destes factos é cientificamente importante chamar a atenção que o sistema climático é muito complexo não sendo o seu comportamento determinado somente pela existência de gases com efeito de estufa (dos quais, curiosamente, o mais importante não é o CO2 mas sim o vapor de água). Há uma influência absolutamente decisiva do Sol, quer nas variações que este vai tendo ao longo do tempo quer no tempo médio de exposição solar nas várias latitudes da Terra (esse tempo é afectado pela obliquidade do eixo da Terra).

Por outro lado, a complexidade é acrescida pelo facto de o sistema climático ter processos dinâmicos que contrariam alterações de clima (chamados por isso de realimentação negativa) e outros que, por outro lado, os reforçam (realimentação positiva). Os primeiros são benéficos para a estabilidade do sistema. Os segundos podem torná-lo instável e causar até mesmo mudanças bruscas de clima. Por exemplo, um aumento de temperatura faz com que aumente a quantidade de vapor de água na atmosfera. Como o vapor de água tem também efeito de estufa poderá aumentar a temperatura da atmosfera, resultando num processo de realimentação positiva. Por outro lado, mais vapor de água na atmosfera pode fazer com que apareçam mais nuvens, que por sua vez reflectem mais luz do sol para o espaço, o que reduz a quantidade de luz a chegar à Terra, resultando num processo de realimentação negativa.

Temos assim que o sistema climático é complexo e ainda não é compreendido o suficiente para termos uma quase certeza nas previsões climáticas. Sem dúvida que persistem incertezas quanto ao contributo do CO2 no clima. No entanto, também parece começar a haver um razoável consenso de que as dúvidas em sentido contrário (ou seja, sobre a sua não influência) são substancialmente maiores. Sempre achei curiosa a designação de cépticos relativamente aos que se opõem à influência humana no clima. O cepticismo - atitude essencial numa abordagem científica a qualquer problema - não é uma estrada de sentido único. Céptico é todo aquele que tem dúvidas. Sejam elas quais forem e em que sentido for. Eu sou céptico quanto à não contribuição humana no clima. Tenho também, cientificamente, uma atitude céptica na posição oposta. Mas as probabilidades que associo a ambas as conjecturas são muito, muito, diferentes. Por outro lado, reconheço sem dificuldade que os riscos associados a estarmos errados é muito diferente nos “dois” lados. Esse reconhecimento é absolutamente essencial nas escolhas políticas que se opta ter na abordagem ao problema.

Se as alterações climáticas forem para levar a sério, que escolhas devemos então fazer, quer como sociedade, quer como indivíduos?

Parece-me claro que um dos caminhos a seguir será o de reduzir o uso de combustíveis fósseis e de parar a desflorestação que tem ocorrido em larga escala. É necessário ter usos muito mais eficientes da energia (quer para nos transportar de um lado para outro, quer para aquecimento ou arrefecimento). É também necessário apostar forte na produção sustentável de energia (a muitas gerações). Ou seja: apostar nas energias renováveis.

Pergunto: Será que estas escolhas (urgentes) serão assim tão erradas MESMO QUE os (incorrectamente) chamados “cépticos climáticos” tenham razão quando dizem que a contribuição do CO2 para o aquecimento global é nula?

Será que não vamos ser confrontados com a mesmíssima necessidade de reduzir o uso de combustíveis fósseis tão só por estes serem finitos (não renováveis)? Não terá sido isso mesmo que se começou a verificar pouco antes de se iniciar a actual crise económica (cuja causa imediata terá sido financeira)? As subidas galopantes do preço do petróleo que então se verificaram (e que, certamente, se voltarão a verificar assim que esta crise vá passando), não serão uma evidência nesse sentido?

Por outro lado deixo também a seguinte interrogação (e imensa preocupação): E se o IPCC [2], os ambientalistas e os muitos cientistas que têm tomado posições públicas de preocupação climática tiverem razão, e nada tivermos feito, como sociedade, para prevenir, ou tão só minimizar o problema? Quem irá pagar a maior parte da factura serão os nossos filhos e netos! Quem é que se acha no direito de os obrigar a correr esse risco?

Miguel Oliveira e Silva
(Ambientalista)

(Republicação, com pequenas alterações, de um artigo publicado na sequência de um debate sobre Alterações CLimáticas realizado em Estarreja em 20 de Março de 2009)

[1] O clima é definido como sendo médias temporais alargadas (geralmente 30 anos) do estado do tempo

[2] Intergovernmental Panel on Climate Change (http://www.ipcc.ch)