quinta-feira, 23 de junho de 2016

O blues


Escuto um blues.
Sempre escuto muitos blues.
Penso na vida, como se a vida fosse um emaranhado de muitos blues. Com seus velhinhos tocando guitarra, com suas divas soltando a voz. Com acordes que fazem sonhar.
O blues consegue ser melancólico sem ser. Consegue ser feliz sem ser. Consegue emocionar sem pretender, consegue ser blues, apenas blues.
No blues a beleza não está na figura esguia ou bombada de quem canta, no blues, a beleza vem da alma.
O olhar do bluesman já anuncia antes que o som da gaita chegue até seus ouvidos: Essa música foi feita pra te tocar, pra te abençoar, pra mexer com sua alma... Com seu dia, com seus sonhos e, com a forma que você tem de encarar a vida.
Parece bobeira, mas a vida com blues é muito mais fácil de viver!












sábado, 18 de junho de 2016

Tic, tic, tic...






Os acordes das palavras pulsam na ponta dos dedos, ao som do tic, tic, do teclado do computador.
Isso funciona para o escritor assim como a seiva que corre nos troncos das arvores frondosas, onde cada galho representa um sonho, uma idéia, um poema, uma vida de papel. Esse som do teclado, teclando, representa a vida.
Escrever, tic, tic, tic, escrever... Tic, tic, tic, esse é nosso vício; escrever, escrever, escrever.





sábado, 11 de junho de 2016

Pode haver luz nas trevas?






Pode haver luz nas trevas?
Teólogos afirmam que somos feitos de trevas, e que não podemos fazer nada que seja bom, a não ser, que aceitemos Jesus como nosso único e suficiente salvador, e, aí sim, podemos começar, pela graça, que por sinal não vem de nós, pois um presente de Deus, a fazer algo que seja bom. Mas os mesmos teólogos afirmam que, tudo de bom que a gente fizer, aos olhos de Deus, não passa de trapo de imundícia!
Essa corrente teológica se chama Calvinismo e afirma que todos os homens pecaram a partir do pecado de Adão, e que por causa disso, toda a humanidade está destinada a queimar nos mármores do inferno. Mas, com sua soberania e bondade, Deus mandou Jesus, para morrer, sem pecados, na cruz, e assim salvar algumas pessoas, que o calvinismo chama de eleitos.
Pensem na discrepância: O pecado de Adão condenou toda a humanidade, mas o sacrifício de Jesus não salvou toda a humanidade. Pode uma coisa dessas?
Mas não é só isso: O calvinismo afirma que um eleito, mesmo sendo eleito, tem que aceitar a Jesus, como seu único e suficiente salvador, senão não recebe a salvação. Mas... Esse cidadão eleito, não precisa se preocupar em aceitar a Jesus, pois, por uma força, que o calvinista chama de graça, esse eleito vai aceitar a Jesus até o final de sua vida queira ele ou não, pois isso acontecerá naturalmente, e de uma forma irresistível.
Outra coisa, o calvinista afirma: as pessoas que não são eleitas, não podem aceitar a Jesus, e não podem ser salvas, porque não lhes é dada essa permissão pelo próprio Deus.
Ou seja: Deus não aceitará essas pessoas lá no Céu, e não lhes concederá a oportunidade e nem a condição de que elas possam aceitar a Jesus.
Essas pessoas povoarão o inferno eternamente, pois por uma ordem divina, nasceram destinadas a isso, por um capricho de Deus, que em sua soberania, faz o que quer e ninguém tem nada a ver com isso.
O calvinismo surgiu com João Calvino, que começou seus escritos e estudos em 1534, para propor uma reforma na fé católica. Nessa época a igreja católica realmente cometia alguns deslizes, e alguns persistem até hoje. Mas o maior problema disparado, era a opressão religiosa e o cabresto imposto aos homens, com a desculpa de que isso era cristianismo. Essa época foi a transição da baixa para a alta Idade Média, e a igreja proibia qualquer tipo de arte que não fosse sacra, e qualquer tipo de manifestação religiosa que não fosse cristã, aos moldes do catolicismo, pois a própria igreja cristã primitiva, era caçada, e pessoas eram queimadas em praça pública, acusados de bruxaria. Um dos grupos mais caçados da época foram os Anabatistas, que eram verdadeiros cristãos, seguidores do evangelho, mas que não se enquadravam na teologia da igreja católica.
Uma ala da igreja fez a reforma protestante e, fundaram apoiados por reis, em alguns países, outros tipos de cristianismos, que não se subjugaram à igreja católica. Foi nessa turbulência teológica, que João Calvino ganhou reconhecimento e que sua teologia ganhou status de teologia certa.
Acontece que nessa época, alguns reinados queriam se desvencilhar do poder da igreja católica, mas não queria deixar de comandar o povo usando a força e o terror religioso. Assim, o calvinismo, surgiu como um ótimo recurso para que o povo continuasse encabrestado. Pois da mesma forma que a igreja católica fazia suas inquisições e churrasquinho de bruxos, o calvinismo também fez.
O calvinismo até hoje é muito popular, apesar de estar sendo contestado em muitos países e por muitos teólogos. A igreja calvinista mais conhecida no Brasil é a igreja Presbiteriana, mas algumas outras denominações, também adotam essa doutrina e acreditam que ela é a verdade absoluta.
A corrente antagônica ao calvinismo se chama arminianismo, pensada por um cidadão holandês chamado Jacobius Arminius, que afirma que Jesus morreu por todos, que a graça de Deus vai alcançar a todos, e que todos terão o direito a fazer a escolha em aceitar a Jesus ou não, por livre e espontânea vontade, pois segundo o arminianismo, Deus concedeu ao homem uma coisa chamada livre arbítrio, e é baseado nas escolhas individuais de cada um, que o julgamento final de sua alma será feito.
Algumas igrejas tradicionais, trafegam entre essas duas correntes, tentando fazer um misto das duas. A principal igreja que faz isso é a igreja Batista, que por sinal é descendente daquele povo da igreja primitiva, caçada tanto pela igreja católica quanto pelo calvinismo, chamado Anabatista.
Essa discussão teológica já dura séculos.
Para se justificarem, todas as correntes teológicas se sustentam em versículos, em capítulos, em histórias e em partes da Bíblia... Mas e Jesus? O que ele ensinou realmente?
Eu tenho uma posição teológica, que as vezes me causa problemas, mas eu acredito em Jesus, e que Deus ama a todos. Mas não posso ser o dono da sua verdade... 
Apenas da minha... Da minha teologia.