** Ferrugens **
E talvez sejam necessários todos os espaços
Brancos e vazios que preenchem a alma.
Explicar não se faz urgente,
Onde a linha do horizonte se perde no silêncio e na calma.
Distinguir-se e não se arrepender.
Tão pouco das dores que corroem o ser
Como ferrugem, dádiva do tempo,
Oxidam ferro, marcas que deterioram o coração
Pouco a pouco, mas faz-se perceber.
A solução talvez seja adormecer,
E nos sonhos encontrar o que não mais se pode ver.
Alegro-me ao olhar as minhas ferrugens
Os espaços vazios que asseiam atenção,
Talvez de um tempo, algo que passou para não mais voltar,
Ou quem sabe a vida me ensina a esperar.
Alegro-me ao ver minhas ferrugens
Alegro-me só de poder vê-las
Todas são recordações
Fotografias mudas, imagens
E marcas profundas, a minha lição.
(Dinely Borges - Blog Os Reflexos da Alma)