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Pascoal Martins] "era um hebreu português foragido em França, onde reorganizou o
kabalismo maçónico (Lojas em Bordéus, Marselha, Tolosa) (1760) e Paris (1768) tendo, segundo
J. Bertrand (
L'Occultisme Ancien et Moderne, Paris 1900) como discipulos principais
Van-Loo,
Saint-Martin e
Bacon de la Chevalerie. Ao principio algumas tradições maçónicas não ligaram importância ao movimento. É o que se deduz da
Biblioteca Maçónica,
dedicada aos Orientes Lusitano e Brasiliense por um Cav. Rosa-Cruz, pag. 118, 1º vol. Em França parece que só se conhece o 1º volume desta rara e interessante publicação, dando-se como único publicado. Possuímos os quatro volumes publicados em França, os três primeiros em 1840 e o quarto em 1834 (o que supõe outras edição, tendo o quarto servido a bastas iniciações)
O
Martinismo ainda hoje se mantem espalhado por toda a América e Europa (...)
Gil Eanes ou
Gil Rodrigues de Valadares andou imerso e apagado no
agiologios até a aspiração romântica de
Almeida Garrett (
D. Branca e
Viagens na Minha Terra).
Fidelino de Figueiredo reduziu-o a uma interpretação naturalista (
Serôes vol. XIII),
António Correia de Oliveira criou-lhe uma aura panteísta (
Tentações de S. Fr. Gil), o dr.
Teófilo Braga reevoca-o num poema, encarnando sedentamente o platonismo (
Fr. Gil de Santarém). A ementa
agiologica pode ver-se nessa obra.
José Pereira Sampaio aborda-o rapidamente (...)
Goethe abordou a tragedia da psicose magica porque era um iniciado (...) Depois de ter recebido a iniciação em Francfort o grande dramaturgo estudou, dirigido po
M.elle de Kletenberg, o
Opus Mago-Cabalisticum de Weling, a
Áurea Catena Homeri e as obras de
Paracelso, da
Agripa, etc. Os hermetistas alemães chamam ao
Fausto, o
Livro dos Sete Selos (
Das Buch mit Sieben Siegeleng)
(...) De
Dom Francisco Manoel foi publicado com as licenças da Inquisição o «
Tratado da Sciencia Cabala» (1724) em edição póstuma. É um estudo rudimentar mas curioso (...) O
Visconde Miguel Maria de Figanière, autor do Mundo, Sub-Mundo e Supra-Mundo, que
Inocêncio não cita, primo co-irmão de
Serpa Pinto, a quem dedica esta obra, pela afinidade das suas convições teosóficas, é pouco menos que ignorado em Portugal. (...)
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João Antunes, in nota de pé-página (p. 127) de
Oedipus A Historia e a Filosofia do Hermetismo, Lisboa, 1917]