Quando a Saúde já integra "o mercado de trabalho", para onde vamos?
Não faz sentido esta pergunta?
Se não faz, eu pergunto : Quanto vale para o Estado a Saúde de um cidadão pagador de Impostos para sustentar os governantes?
"Saúde: "Não há saturação no mercado de trabalho para jovens médicos de família" - Ministra
28 de Setembro de 2008, 15:33
Lisboa, 28 Set (Lusa) - A ministra da Saúde negou hoje que haja saturação no mercado de trabalho para os internos de Medicina Geral e Familiar (MGF), contrariando o que havia sido defendido pelo coordenador do internato de MGF da zona Centro.
"Não há saturação no mercado neste momento", declarou hoje a ministra da Saúde, Ana Jorge, no final da sessão de abertura do 13º Congresso Nacional de Medicina Familiar, a decorrer no Centro de Congressos do Estoril.
A ministra respondia desta forma às críticas e aos alertas lançados no sábado pelo coordenador do internato de MGF da zona Centro, Rui Nogueira, que afirmou que há uma saturação no mercado de trabalho para os internos de MGF e que o Ministério não tem capacidade para os colocar.
"São reais algumas questões, mas penso que há uma interpretação que não será a de não ter capacidade", disse Ana Jorge, contrariando as acusações deixadas por Rui Nogueira de incapacidade do Ministério na colocação dos jovens médicos de família.
Para a ministra o número de internos de MGF a sair para o mercado de trabalho "não são internos a mais" e referiu que se tem "aumentado o número de internos todos os anos para que mais médicos possam fazer a especialidade".
"É conhecido que nós temos muitos cidadãos que ainda não têm médico de família", reafirmou.
A falta de médicos de família para todos os portugueses está na base da reforma dos cuidados de saúde primários e da constituição das Unidades de Saúde Familiares (USF), relembrou a ministra, que disse também esperar que os objectivos propostos para 2008 nesta área sejam atingidos, o que representaria, de acordo com a ministra, mais 200 mil portugueses com médico de família.
"Neste momento nós já estamos com 143 USF a funcionar. O nosso objectivo para 2008 são 150 e esperamos que antes do fim do ano possamos obter esse número. Isso significa que os profissionais têm aderido de uma forma muito consciente e eficaz para mais USF estarem a funcionar", declarou a ministra.
Esta reforma está a ser "bem sucedida", disse Ana Jorge.
"Feita de uma forma consistente vamos conseguir melhores cuidados para a população portuguesa. São mais 200 mil portugueses com médico de família", sublinhou.
À margem do 13º Congresso Nacional de Medicina Familiar, Ana Jorge disse ainda, a propósito da notícia avançada no passado sábado pelo semanário Sol relativamente ao Instituto Português de Oncologia (IPO), que as informações de "algumas irregularidades estão a ser acompanhadas pela Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS)" e que o Ministério aguarda o relatório da inspecção.
De acordo com o semanário Sol, que cita a IGAS, o IPO não está a utilizar a 100 por cento a capacidade dos blocos operatórios e não obedece às prioridades definidas nas listas de espera para cirurgia, insinuando uma gestão de favorecimentos.
A ministra recusou também comentar as alterações ao código deontológico dos médicos, que deixou de considerar o aborto e a eutanásia "falhas graves" dos médicos.
"Não tenho ainda conhecimento profundo sobre as alterações, e preferia não fazer nenhum comentário", disse Ana Jorge.
IMA.
Lusa/fim"