Transportes: Empresas com taxas de ocupação reduzidas justificam com movimentos próprios na AML
"31 de Maio de 2008, 12:50
Setúbal, 31 Mai (Lusa) - As transportadoras Transtejo e Fertagus reconheceram hoje que apresentam taxas de ocupação não superiores a 50%, mas defenderam que este facto se deve às características próprias das deslocações na Área Metropolitana de Lisboa.
A Fertagus apresenta uma taxa de ocupação na ordem dos 50%, enquanto a Transtejo, nas ligações Barreiro/Lisboa, apresenta uma taxa de 38%, números que foram avançados por Fonseca Ferreira, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo para justificar que falta um política integrada de transportes e que foram confirmados pelas empresas.
Cristina Dourado, administradora da Fertagus, explica que são as próprias características de movimentação na AML que originam estes valores, afirmando que existem comboios que levam perto de mil pessoas e outros apenas 80, dependendo da hora.
"Fazemos ligações desde as 6:00 às 24:00 e a ocupação está muito concentrada nas horas de ponte. De manhã no sentido sul/norte e ao final do dia ao contrario, tal como acontece em todos os transportes da região", disse à Lusa.
A responsável defendeu que no período da manhã as movimentações estão mais concentradas que de tarde e explicou que certos comboios vão cheios num sentido e no sentido contrario vêm com poucas pessoas.
"Existem também certos períodos do dia, em que a circulação não é obrigatória, que diminui muito. Preocupa-nos os comboios com poucas pessoas, mas também há que garantir o serviço. Existe um período curto em que são necessários muitos meios", salientou.
Cristina Dourado explicou que com o Metro Sul do Tejo a funcionar, assistiu-se a um aumento das deslocações no sentido Sul, pois os jovens em pouco tempo chegam às escolas superiores no Monte de Caparica e referiu que novas centralidades a sul podem trazer mais pessoas e equilibrar os números.
Quando às políticas de transportes na AML, Cristina Dourado defende que é obrigatório melhorar mas defendeu que as taxas não justificam "que não exista articulação".
"Existem muitos aspectos a melhorar, como os horários e as informações, mas mais importante que isso é o ordenamento do trânsito e do estacionamento, de modo a garantir uma maior fluidez do transporte público", defendeu.
A responsável explicou que os atrasos nas ligações rodoviárias prejudicam os horários e lembra que as pessoas gostam do comboio pela velocidade e regularidade que permite.
"Os transportes públicos deviam ter prioridade, tem que haver uma opção clara pelos transportes públicos. Os horários dos autocarros são incertos e não têm regularidade. Também tem que se organizar os estacionamentos pois muitas vezes prejudicam a deslocação dos transportes públicos", salientou.
A Lusa contactou a Transtejo que também confirmou os números avançados por Fonseca Ferreira, mas defendeu também que se deve às movimentações das pessoas.
"A empresa confirma as taxas de utilização indicadas, salientando contudo que as mesmas reflectem uma movimentação pendular, com uma intensa procura no sentido Sul/Norte no período de ponta da manhã e no sentido Norte/Sul no período de ponta da tarde, assistindo-se a uma variação muito significativa da procura no restante período de exploração", referiu numa nota enviada à Lusa."
AYL
Lusa/Fim
Pois bem há transportes públicos, mas...
Será que servem as necessidades das pessoas en horários?
E os preços ? Não serão mais caros por Km na margem sul do que em Lisboa?
Porque não há preços diferenciados fora das horas de ponta?
Para a administradora da Fertagus, Cristina Dourado é mais importante o ordenamento do trânsito e do estacionamento que haver horários e frequências a servir as populações, mesmo talvez que incentivos por redução de preços ou bilhetes de grupo.
Compreende-se...porque para a Fertagus transportar muitos, poucos ou nenhuns passageiros, o contrato com o Estado Português obriga-o a pagar a ausência de passageiros.
É lucro sempre no bolso!