sábado, 3 de dezembro de 2011
incompatibilidades...
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Procurando Deus
A moça que faz a limpeza lá em casa, todas as vezes que arruma meu quarto coloca a Bíblia Sagrada no meu criado mudo por cima do meu Mario Quintana, eu leio os poemas do Mario todos os dias da minha vida, e a Bíblia, bom essa eu nunca li de fundo.
Ganhei meu livro sagrado quando fiz minha primeira comunhão em 1994, tenho carinho por ele porque ganhei da minha avó Stela, ela morreu há algum tempo e deve ter ido pro céu ou alguma coisa parecida com isso e disso eu tenho a mais absoluta certeza. Me lembro que quando eu era criança e ia visitá-la lá no interior do Ceará e sempre a assistia colocando uma mesa do lado de fora da casa na hora do nosso almoço pois quem senti-se fome poderia ir até lá e comer o mesmo que nós estávamos comendo, e eu achava isso bonito sem tanto e ainda acho. Minha avó Stela era ainda mais católica do que minha amiga faxineira pelo menos é o que eu acho, porque ela rezava o rosário e dava hóstias para as pessoas durante a missa e isso é coisa de gente bem católica mesmo.
Meu pai, filho da minha avó super católica, sempre que entra no meu carro enrola apressado meu terço (que fica no retrovisor) bem pra cima e bem longe das suas vistas, é que ele é evangélico e para os evangélicos é pecado ter um objeto ou uma imagem religiosa.
Ganhei esse terço de uma colega de trabalho e interpretei como uma forma carinhosa de tentar me proteger de acidentes, assaltos ou do trânsito infernal, com o perdão do trocadilho. Parece que esse terço foi benzido por um padre importante desses que ficam conhecidos fora da comunidade e acabam gravando discos. Eu gosto do terço porque me lembra uma coisa boa e além disso ele é de madeira e tem bem cara mesmo de proteção divina, e eu nunca recuso proteção divina.
Minha mãe sempre fazia o sinal da cruz quando passava por uma igreja ou algum cortejo, acho que isso era mais mania do que religião, porque minha mãe sempre foi meio católica porque frequentava a missa, mas lia um bocado de livros espíritas.
Minha bisa Maria era espírita e seguidora de Allan kardec, isso quer dizer que ela acreditava em reencarnação e em vida após a morte e eu acho justo que ela esteja vivendo em algum lugar porque ela era uma pessoa muito sábia e sempre dizia coisas inteligentes para todo mundo repetir depois. Minha avó Cida puxou essas duas coisas da minha bisa. Pois ela é muito sábia e também é espírita. Um dia, enquanto acompanhávamos um enterro, ela me olhou e me disse bem assim: "tão natural quanto o nascimento é a morte, mas isso não quer dizer que a gente se acostume". Achei essa frase bem inteligente e muito verdadeira eu mesma nunca me acostumei nem com o nascimento nem com a morte.
Meu avô João, casado com minha avó espírita, é ateu. Eu acho que ele não conseguiu acreditar em Deus sendo comunista e lutando contra desigualdade.Quando eu era bem pequena e minha mãe me contou que meu vô era ateu eu fiquei curiosa: 'mãe o que é isso de ser ateu?' minha mãe disse 'é quando uma pessoa não acredita em Deus!' mais curiosa ainda questionei... 'Nãaaaaaaao? E acredita em que então?' e nunca vou me esquecer da resposta da minha mãe - 'Acredita em só em pessoas filha'. Na época me pareceu justo. E hoje me parece uma missão bem difícil.
Não entendo muito de religião ou na verdade nunca consegui me identificar com nenhuma mas já frequentei um bocado de templos. Fui a centros espíritas, centros de umbanda, igrejas evangélicas, pequenas capelas e até grandes catedrais! Geralmente procuramos Deus em algum momento de desespero... Comigo não foi diferente. Em uma busca frenética por respostas a um sofrimento, que hoje vejo, era meu e era inevitável, acabei me lançando sedenta por fé e é claro não obtive conforto algum nessa busca.
Mario Quintana dizia que gente que reza tem pouca fé, porque nosso senhor bem sabe o que reserva para nós. Na minha vida isso reflete algo muito verdadeiro, porque foi quando eu mais rezei e quando eu mais esperei que me senti mais desesperada e tive menos fé na vida e em mim mesma.
Hoje tenho a certeza que Deus habita dentro de mim, faço minhas orações e medido sobre um futuro melhor. Acho que estou mais calma e serena no meu caminho e isso me faz bem e consequentemente aos que me cercam. Não acredito em um destino pronto e moldado, acredito que estamos moldando nosso dia e nosso futuro, brigando por cada sorriso e de certa forma cuidando de cada suspiro que damos ou provocamos nas pessoas. E é importante que cada um tenha a exata noção do quanto uma atitude ou uma palavra influencia na sua vida e na vida de tantos.
Admiro a fé das pessoas, e é muito bom que possamos escolher livremente o que nos salvará do nosso destino certo que é a morte. Porque religião nada mais é do que uma tentativa de apaziguar a morte salvando almas e cuidando do eterno, mas é preciso ver além...
O mundo é enorme e nossa galáxia é ínfima perto de todo um universo, não entendo como as pessoas conseguem acreditar em uma verdade imposta nas paredes de um pequeno templo sem considerar a grandeza dos seres humanos e nem a complexidade dos sentimentos de todas as pessoas que habitam esse planeta, não entendo como em um mundo lotado de possibilidades e expectativas as pessoas consigam se julgar melhores do que outras por entenderem Deus de uma forma diferente. E por fim não entendo e nunca vou entender a intolerância e a arrogância, dois sentimentos tão burros e tão desastrosos em sua vaidade.
Eu no meu minúsculo mundo convivo diariamente com pessoas incríveis com as mais diversas opiniões acerca do planeta que habitam, das pessoas que lhes cercam e do Deus que idolatram. E posso dizer serena e sem medo de ser convertida em outra pessoa : Que bom que é assim! Tomara que nunca se invertam... Ou que nunca se convertam!
domingo, 13 de novembro de 2011
Confissão
Eu ter me feito
Refém dos teus caprichos
E quando não me toca viro lixo!
Destino cruel
Que me traz teu mel na boca
Toda vez que te penso meu
Não sei bem o que me acometeu
Ou o que te deu para ficar assim
Desfilando perverso e lindo
Em meus pensamentos,
Sei que me atormento na duvida
Entre te querer com minha alma
E perder a calma toda vez que procuro te esquecer
Destino traçado
De te ver sem te tocar
De te ter e não poder te contar!
domingo, 6 de novembro de 2011
Do bolor que se sente
Esbarro sem querer
domingo, 30 de outubro de 2011
sábado, 22 de outubro de 2011
Acordo
“fica muito bem em cinema... só vamos então deixar combinado aqui a vida é real!”
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
Ódio Arretado
Porque meu sangue é nordestino e arretado,
E só de te lembrar cínico do seu jeito
Me vem um despeito
E me da, bem muita, vontade de morder...
Me aboleta essa dor bruta
Bem mermo no osso da minha fuça
E pronto!
Te quero dilacerado...
Morto e estilhaçado
Moído feito farinha
Você bem preso em boca minha.
terça-feira, 13 de setembro de 2011
FELICIDADE
Minha mãe acaba de completar 51 anos. E essa madrugada me parece muito mais longa! Comecei a pensar em nossa história enquanto fazia orações mil tentando resumir em pedidos esse imenso amor que me preenche a vida inteira.
Sabe aquela sensação de que “eu era feliz e não sabia”? Nunca aconteceu comigo! Sabe aquele céu azul cheio de tirinhas brancas de nuvens como se o céu tivesse talhado? Sabe aquela brisa fresca? A lua cheia? Eu noto! Eu noto sempre!
E eu sinto... As primeiras gotinhas do chuveiro na pele cansada do dia ... eu sinto! O cheiro da manhã molhadinha de orvalho (melhor cheiro do mundo)... eu respiro, e respiro fundo!!!
E aqui a lista é grande de tudo que me deixa enamorada: jabuticabeira florida, bossa nova de tardezinha, pés descalço, a batida de pé do flamenco, poesia mansa de Mario Quintana, lavar o cabelo com shampo cheiroso.
Por muito tempo me achei Poliana demais, Alice exagerada, acomodada até, com mania besta de felicidade curtida!
Hoje eu sei que isso tudo é herança e isso tudo me manteve desperta ainda que sempre avoada. Foi ela, minha mãe e meu verdadeiro elo com o mundo, quem me deixou nesse estado de sonho induzido e com isso me manteve viva!
Aos 41 anos minha mãe sofreu um acidente vascular cerebral que acabou a deixando em estado permanente de dependência física e psicológica (nesse ultimo ponto não tão diferente de qualquer ser humano). Um crime! Um absurdo, uma violência, mas acima de tudo um desperdício. Desperdício pro mundo!
Eu aqui quase morro de saudades... Saudades das crises de riso na hora do almoço que acabavam interrompendo nossas refeições a medida que o xixi escorria solto por debaixo da mesa. Saudades das crises existenciais seguidas de choro dramático e deboche da própria cara! Saudades da loucura da faxina aos domingos às dez da noite! Saudades da pureza e do abrandamento como se o mundo fosse feito de amor e como se tudo fosse sempre claro e bom! Saudade do nosso bolo de maconha e nossos delírios com Anne Frank! Saudades dos banhos de chuva, saudades da lasanha suculenta e do pão de queijo borrachudo!
Quase morro é eufemismo da minha parte, a verdade é que já morri um bocado e um pouco. Morri para o natal e para esperança, morri para o final feliz e morri para o eterno. Hoje quase nunca fico triste, não me permito, e isso me dói anestesiado.Vivo o momento por não acreditar no futuro. Sei que isso é duro de se ler mas o caso é que o presente me basta e acaba me completando, o passado me alenta e sou feliz. Não consigo emagrecer e não ligo pra juntar dinheiro, gosto do mundo de mim e dos amigos que conquistei pela vida e é simples assim.
Aprendo todos os dias com minha mãe que é minha razão de vida e não me canso de dizer o quanto ela é exemplo. Mamãe ri o dia todo e nunca se lamuria ou se penaliza, claro que as vezes suspira fundo e exausta e isso me corta um bocado, mas são só hiatos, segundos de um descanso merecido.
Nós passamos um tempo incrível juntas e por esse tempo sou imensamente grata, porque é como se a nós tivessem sidos concedidos acréscimos de um segundo tempo conturbado de vida e temos que aproveitar ao máximo cada minuto dessa união que é mágica! E estamos aproveitando... amamos ouvir musica e chupar picolé de coco.
domingo, 4 de setembro de 2011
Do meu sertão seco
Meus cabelos quebraram, minhas unhas caíram todas e minha pele está opaca... Meus olhos não têm cor nenhuma! Minha boca rachou, meu nariz goteja sangue escuro, minha língua está seca, trincada e minhas mãos são ásperas! Sou só terra, terra seca e vermelha! Terra e silencio, meu elemento sou eu fincada... Sou terra, sal e mais nada!
domingo, 21 de agosto de 2011
The End
De repente ninguém teve culpa
Ou foi minha boca...
Que ficou lúcida demais
Ou fui eu quem procurou o chão
Porque tive medo
Porque te chamei em vão
E você nunca veio de verdade
De repente não foi nada
Fui eu quem fiz alarde!
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Sarcófago
Socorro!!! Estou presa e trancafiada dentro de mim, minha pele faz margem e não consigo mais transbordar, e é quando eu mais te quero que fico assim, muda e sem ar. Me busca?
Socorro... balbucio ao vento enquanto tento te alcançar com alguma doçura! Frescura de moça boba que só quer te tocar!!!
Socorro... Meu corpo se arrepia e minha alma desfalece exausta, travo por dentro uma luta, quase física. Tento romper minha própria carne mais ela é dura!Não me lembro bem quando foi que endureci , o que sei é que já não decoro mais poemas e nem os declamo em uma cena imaginária de amor, claro que às vezes ainda fecho os olhos, mas ali fico só... sozinha fabricando o nada, me cobrindo de escuro e pressentindo alguma luz. Sou bedel cruel, carrasca de mim, e meu cárcere é privadíssimo!
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
Apática
Faço minhas orações antes de dormir,
amanha é outro dia
que vai parecer o mesmo
não sei se alguém vai ouvir...
estou derretendo
e agora são meus olhos
os primeiros que escorrem!
Minha pele vem murchando
E minhas plantas morrem!
sábado, 23 de julho de 2011
Contração (in)voluntária
Era uma vez um alguém bem covarde que de tanto medo escondeu o coração no meio do estômago e o pobre do órgão perdeu o som... escorregou devagar, ficou bem preso, e hoje resta todinho enrolado no meio das tripas.
domingo, 17 de julho de 2011
Enfim trinta...
Às vezes fico olhando bem no fundo dos meus olhos no espelho até conseguir passar pro outro lado só pra ver se me enxergo melhor... e me pego dizendo ‘bom dia’ para mim mesma todas as manhas enquanto vasculho meu rosto com uma pinça num ritual bobo, que logo é interrompido por minha própria resposta agora mais encorpada e decidida de ‘bom dia Aline’.
Agora já me reconheço! Cheguei aos trinta!
E a má notícia é que, ao contrario do que eu mesmo previ aos quinze, eu ainda não estou rica, não encontrei o amor da minha vida e já tenho tufos de cabelos brancos... pior do que isso meu cabelo se mostrou vingativo além de ralo e fino justamente em protesto aquela adolescente que o maltratava com chapinhas, presilhas, luzes e parafernálias da moda, novidades de um novo século que estava por vir, e que a essa altura me parece quase o século passado.
Já no pacotão das boas novas incluem-se principalmente minhas pequenas sardas nos ombros e no busto. Simplesmente adoro minhas pintinhas! Me lembro de passar minhas mãos ainda miúdas nessas pequenas marcas no colo da minha mãe e desejá-las pra mim... E tenho orgulho de dizer que elas chegaram, e chegaram do da noite pro dia, talvez resultado de descuido com protetor solar, a questão é que não as senti nascendo e de repente aqui eu estava amadurecendo por fora.
Hoje eu sei que cada um inventa a própria receita de felicidade de acordo com seu autoconhecimento e conseguindo discernir o que julga útil e bom para sua própria vida.
Sei que eu não preciso ser rica para me sentir realizada, nem mais acredito no amor de uma vida inteira, acredito sim em amizades eternas em amores verdadeiros e em paixões de tirar o fôlego, e que (ainda bem) passam depressa... Também aprendi a aceitar e a gostar do meu corpo e dos meus cabelos precocemente grisalhos, e nós três convivemos em paz tentando nos enquadrar no que meu desejo julga necessário para nosso bem estar.
A verdade é que estou me adaptando perfeitamente aos meus trinta anos, que até agora me parecem macios e confortáveis, e se hoje eu os comemoro tanto é porque eles me trouxeram a sensação de segurança e juventude ao mesmo tempo, porque trabalho no que gosto sabendo onde estou e de onde vim, porque sei até onde o sexo pode me levar , porque aprendi a valorizar as pessoas e os pequenos momentos, porque já aprendi como meu corpo gosta de se vestir e de como meus cabelos gostam de ser tratados, porque aprendi que o orgulho quase sempre é burro e principalmente porque ainda tenho um monte de coisas pra aprender e finalmente entendi isso.
Claro que eventualmente pode até surgir uma crise dos trinta, um medo de crescer, uma “paura” de perder tempo e de gastar vida, mas nesse caso sempre vou ter minhas lindas sardas me lembrando quem sou e como cheguei até aqui.Benditas marquinhas deixadas pelo tempo.
domingo, 10 de julho de 2011
...
Escrevo por necessidade de escapar de mim e assim me desfaço em dez mil rabiscos, porque ainda preciso fugir daquilo que grito aos quatro cantos e balbucio aos cinco ventos. Hoje quero ser só silêncio ... silêncio e reticências...
sábado, 25 de junho de 2011
Perdendo o Fôlego
Tenho medo de que o vazio acabe me ocupando
Preenchendo minha vida inteira
Não tenho tempo, não tenho nada
Ou tudo me escapa
Tudo me passa
Me ultrapassa
E fico assim
Passada...
Queria arrumar meu jardim
Terminar esse livro
Ler aquele texto
Responder seu email
Testar a receita nova
Mas não dá
Nada atrasa
Tudo se adianta
Não tenho tempo
Não tenho nada
Queria deitar na minha rede
Queria sentir o sol
Queria beber um vinho especial
Mas não posso
Me ocupo e não sei de que
Eu não tenho tempo e não tenho nada
O tempo me escapa
Vida não me alcança
Corro sem tempo
E o pior...
Minhas flores já estão murchando
Quase não se sente mais o perfume
Estou seca
Quase sem jardim
E não tenho nada!
segunda-feira, 6 de junho de 2011
Aviso...
domingo, 5 de junho de 2011
Amor Paupável
Busco seu cheiro
em uma lembrança vazia
tela em branco,
noite fria
Paixão louca
Febre oca
quase sem razão
pura emoção
procuro você
creio sem ver
só vejo o que eu sinto
e não minto ao dizer
que me faço sua
e me entrego nua em tuas mãos.
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Poema Vazio
De um universo paralelo
De pessoas paralelas
Sentimentos perpendiculares
Vontades que se chocam
E recuam...
No medo do balançar do outro
Na inconstância de um
Na mesmice do outro
Esse é um poema sem sentido
E quase triste
Na verdade esse poema nem existe
Pálido
Insosso
Sem gosto
Sem doce
Nem um amarguinho que fosse
Os personagens prostados
Lado a lado
É a sina
De tanta educação
Nunca disseram que sim
E nunca questionaram o não
Esse é o poema do infinito
Não do amor bonito
Mas do covarde
Que nunca arde
Porque nunca foi chama
E nem sequer foi
De medo ficou
Emudeceu
Esperou demais
Caducou
Prescreveu
Não serve mais.
sábado, 21 de maio de 2011
sábado, 7 de maio de 2011
obra nova
Corro os dedos nas paredes
comparo feridas com fissuras
e estas quase já não são
quase nem me doem
não tanto...
temo meu presente sem marcas,
paredes lisas,
piso liso,
teto frio,
tremo casa branca,
transformo...
concreta que quase me torno!
quarta-feira, 27 de abril de 2011
Mulher deposite aqui sua lamúria V : Dando de cara comigo!
Quando a “Vida” muda, quando tento ressurgir de mim.A sensação é de que uma bomba explodiu nos alicerces do meu eu e balançou minhas estruturas causando danos irreversíveis ao edifício da razão.E sempre me encanto mais do estrago do que da construção, e não querendo mais restaurar coisa tão mal acabada, faço obra nova dentro de mim, derrubo paredes velhas e ordeno a remoção imediata dos sentimentos entulhados!
Há pouco tempo entrei em obras, aproveitei o gancho de tantas novas coisas e novas pessoas em minha vida e comecei a quebradeira interna... de lá pra cá dei de cara com mil fases de mim, revivi fotos, desencaixotei lembranças e soprei o pó pra cima, ri de uma menina que queria ser professora na quarta serie e até ganhou concurso de redação por isso, e quase morri de saudades de uma garota romântica que aos 14 se apaixonou por Vinicius de Morais e aos 17 anos que queria ter uns seis filhos e decretava em seu diário, em página marcada por pétalas secas de girassol, com letras garrafais:“HOJE FOI A NOITE MAIS MÁGICA DA MINHA VIDA!” E acreditem as aspas se fazem necessárias.
Acabei encontrando meu equilíbrio assim mesmo desequilibrada que sou. No fim posso dizer que eu, minha forte personalidade e aquela que preciso (por vezes) representar estamos em paz. E se nosso corpo é mesmo a casa da nossa alma, acredito que a minha casa, já tenha se tornado centro de convivência. É muita mulher pra pouca pele e muito pulmão para pouco oxigênio! Ultimamente... respiro ofegante! Cansativo e muito bom sermos eu, é o que podemos concluir por hora!
( Obrigada Ivan Bueno pelas fotos deformadas =/ sabia que um dia as usaria ! rsrsrs...)