Tudo o que sirva o impulso do consumismo expande-se como uma praga.
É bom que assim seja, defendem uns, com isso se anima o comércio e, com a animação do comércio, a economia. Com isso, cresce o PIB, a senha e o salvo conduto para o bem da humanidade.
Há dias aconteceu o Halloween, o dia das bruxas, os supermercados enfeitaram-se com esqueletos, teias de aranha, bruxas a voar. Um hábito de importação recente a que os portugueses mais novos aderem de ano para ano com notável entusiasmo. A bem do comércio, da economia do PIB.
Hoje, quarta quinta-feira de Novembro é dia de Thanksgiving, Dia de Acção de Graças, nos Estados Unidos, Canadá, e em mais alguns países, entre os quais o Brasil!
Durante este fim-de-semana prolongado, entre ontem e domingo, mais de 46 milhões de norte-americanos, vd. aqui, atravessam o país para estar com a família e os amigos. Uma celebração com dimensão idêntica à que no mundo cristão têm o Natal e a Páscoa, que, nos Estados Unidos são menos mobilizadores da reunião das famílias.
Em todo o caso, o Halloween, o Thanksgiving, a Páscoa, e, daqui a dias, o Natal e o Fim do Ano, têm em comum um efeito de enorme relevância no crescimento imparável do consumismo.
Tendo os portugueses aderido tão entusiasticamente ao Halloween é esperável que, mais ano menos ano, estejam alegremente a celebrar o Thanksgiving. Entretanto, enquanto o Thanksgiving não chega, já chegou o Black Friday, a Sexta-Feira Negra, no dia seguinte ao Thanksgiving, isto é, amanhã.
E, neste caso, não há justificações históricas nem religiosas: a Sexta-Feira Negra é mesmo para comprar mesmo sem se saber porquê. Muitos compram o que não precisam, outros vêm pechinchas onde estão truques de marketing.
No fim, cresce a economia portuguesa?
Os que vêm no crescimento do consumismo uma alavanca do crescimento económico, a ala esquerda do trio que apoia o Governo, não querem reparar no desequilíbrio da balança comercial com o exterior, no crescimento do endividamento do Estado e das famílias. O que lhes importa, sobretudo, é o crescimento dos votos que se entusiasmam com as suas promessas.
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A propósito do Thanksgiving: As suas origens nos EUA deram lugar à congeminação de histórias que, geralmente, deturpam, invertem ou obscurecem alguns factos nada merecedores da celebração nacional em que se tornou o Dia de Acção de Graças.
O Economist desta semana explica aqui, de forma sucinta, porque acontece o "Thanksgiving".
Durante este fim-de-semana prolongado, entre ontem e domingo, mais de 46 milhões de norte-americanos, vd. aqui, atravessam o país para estar com a família e os amigos. Uma celebração com dimensão idêntica à que no mundo cristão têm o Natal e a Páscoa, que, nos Estados Unidos são menos mobilizadores da reunião das famílias.
Em todo o caso, o Halloween, o Thanksgiving, a Páscoa, e, daqui a dias, o Natal e o Fim do Ano, têm em comum um efeito de enorme relevância no crescimento imparável do consumismo.
Tendo os portugueses aderido tão entusiasticamente ao Halloween é esperável que, mais ano menos ano, estejam alegremente a celebrar o Thanksgiving. Entretanto, enquanto o Thanksgiving não chega, já chegou o Black Friday, a Sexta-Feira Negra, no dia seguinte ao Thanksgiving, isto é, amanhã.
E, neste caso, não há justificações históricas nem religiosas: a Sexta-Feira Negra é mesmo para comprar mesmo sem se saber porquê. Muitos compram o que não precisam, outros vêm pechinchas onde estão truques de marketing.
No fim, cresce a economia portuguesa?
Os que vêm no crescimento do consumismo uma alavanca do crescimento económico, a ala esquerda do trio que apoia o Governo, não querem reparar no desequilíbrio da balança comercial com o exterior, no crescimento do endividamento do Estado e das famílias. O que lhes importa, sobretudo, é o crescimento dos votos que se entusiasmam com as suas promessas.
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A propósito do Thanksgiving: As suas origens nos EUA deram lugar à congeminação de histórias que, geralmente, deturpam, invertem ou obscurecem alguns factos nada merecedores da celebração nacional em que se tornou o Dia de Acção de Graças.
O Economist desta semana explica aqui, de forma sucinta, porque acontece o "Thanksgiving".
Neste quadro, pintado entre 1912 e 1915, aparecem colonos britânicos, bem ataviados e nobre aspecto oferecendo comida aos autócones que encontraram após o desembarque em terras do outro
lado do atlântico.
A provável realidade terá sido totalmente inversa: aos colonos, exauridos pelos tormentos da viagem, famélicos e sequiosos, ofereceram os locais comida e água. A esta recepção de boas vindas seguiram-se lutas e contágios que dizimaram praticamente toda a população indígena. Cerca de meio século depois, os colonos celebraram o Thanksgiving, empalando a cabeça do filho do chefe da tribo que os havia recebido depois de terem derrotado os indígenas numa batalha ocorrida em 1676.