D. sabia que nós íamos a caminho da A8 e telefonou-nos a avisar que tinha lido na internet que aquela auto estrada estava cortada na zona de Torres Vedras.
Nesse momento ainda estávamos na A17, a uns vinte quilómetro antes da possibilidade de desvio para a A1, em Leiria.
Tentámos contactar o 112 para para confirmar se o corte da A8 ainda se mantinha e se não iríamos encontrar situação semelhante na A1, para onde nos iríamos desviar se a A8 continuasse cortada.
Não obtivemos resposta porque a chamada, passados largos minutos, caiu.
Voltámos a ligar, e só então, fomos atendidos. Do outro lado da linha responderam-nos que no 112 não têm informações sobre cortes de estradas por causa de incêndios florestais e que devia ligar para a GNR, para o número 1820 (chamada de valor acrescentado ...).
Ligámos para o 1820, foi-nos confirmado, após alguma espera, o corte na A8 e dito que não havia notícias de corte na A1 a partir de Leiria. Agradecemos e sugerimos que informassem os meios de comunicação social, nomeadamente a Antena 1 da RTP, para conhecimento útil dos que circulavam aquela hora, uma vez que vínhamos a ouvir aquela rádio para saber notícias, pelo menos durante os noticiários, e nada havia sido referido a propósito do corte na A8 em Torres Vedras no noticiário das 18. Também nos quadros avisadores não havia qualquer informação útil, indicavam inutilmente apenas a hora naquele momento na A17.
Em conclusão: os meios de comunicação social, nomeadamente de rádio e televisão, que sugam até ao tutano as imagens dos fogos florestais em transmissões repetidas ad nauseam, ignoram e não informam os que circulam pelas estradas do país acerca dos perigos resultantes de incêndios florestais que os aguardam mais à frente.
O 112 limita-se a informar que não tem informação e remete-nos para a GNR;
Da RTP não há informação oportuna;
A GNR informa mas o utente paga a chamada de valor acrescentado;
Isto quando o país continua a ser violentamente assaltado por uma vaga de incêndios de dimensões nunca antes atingidas, mês e meio depois da tragédia de Pedrogão Grande.
E os militares? O que fazem 35 mil militares perante este inimigo que semeia o pânico de norte a sul e chegou mais uma vez à Madeira?
E a Justiça? Que eficácia tem a justiça na dissuasão dos criminosos?
E a senhora ministra da Administração Interna porque espera para retirar consequências políticas desta tragédia de que também é culpada? Porque ela mesma reconheceu já ter havido "descoordenação no posto de comando da Autoridade Nacional de Protecção Civil no teatro de operações em especial com outros agentes de protecção civil".
Houve, e continua a haver, senhora Ministra.