Banco de Portugal está a investigar Armando Vara
O Banco de Portugal está a investigar os contornos da situação que envolve o primeiro vice-presidente do Millennium BCP Armando Vara no processo “Face Oculta”, soube o Negócios. A iniciativa tem como objectivo avaliar se existe matéria para abrir um processo. As características do caso limitam a actuação do supervisor, o que não acontece com o próprio banco e com os seus accionistas.
O Banco de Portugal está a investigar os contornos da situação que envolve o primeiro vice-presidente do Millennium BCP Armando Vara no processo “Face Oculta”, soube o Negócios. A iniciativa tem como objectivo avaliar se existe matéria para abrir um processo. As características do caso limitam a actuação do supervisor, o que não acontece com o próprio banco e com os seus accionistas.
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Quem manda nesta sucata?
No Natal de 2007, quando se soube da nova administração do BCP, aqui escrevi: "Leiam estas linhas: Santos Ferreira pode fazer parte da solução do BCP mas Armando Vara representa um novo problema." Vara devia suspender o seu mandato na administração do BCP.
Quem manda nesta sucata?
No Natal de 2007, quando se soube da nova administração do BCP, aqui escrevi: "Leiam estas linhas: Santos Ferreira pode fazer parte da solução do BCP mas Armando Vara representa um novo problema." Vara devia suspender o seu mandato na administração do BCP.
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"a própria essência da máfia que são os bancos em Portugal"
Caro António,
Não serei eu a defender a ética bancária, em Portugal ou em qualquer outra parte do mundo. Também tenho as minhas razões de queixa mas, no caso em questão, o que está em causa não é um banco mas a suspeita lançada sobre o vice-presidente de um banco, suspeita essa que, ao que parece, não se correlaciona com a sua actividade bancária.
O caso Vara é exemplar quanto à diferença que caracteriza a decisão entre o sector público e o sector estatal numa situação de suspeição de corrupção.
No sector privado, um gestor suspeito de um acto de corrupção, se não for patrão, mesmo que tal acto não decorra das suas actividades na empresa, será, pelo menos, convidado a afastar-se das suas funções até que a suspeita seja esclarecida. Custar-me-ia a acreditar que uma situação semelhante pudesse ocorrer num banco como o BES ou o BPI, por exemplo.
Acontece, e aconteceu antes, de forma muito mais escandalosa no BCP, porque nele prevalece uma conivência táctica entre alguns dos principais accionistas e o partido que recomendou a eleição do presidente e do vice-presidente do banco após o escândalo que levou à queda da anterior administração.
Vara, por razões que estão por esclarecer, tem o condão de, com alguma frequência, se ver obrigado a reclamar a sua inocência. É um relapso inocente que conta com o conforto dos camaradas que não o deixarão cair por um deslize notável quanto mais por uma ninharia de dez mil euros.
Entretanto, o inquérito do Banco de Portugal seguirá o seu curso em meandros que o tornarão interminável ou inconsequente. Os camaradas são, como se sabe, para as ocasiões. Os principais accionistas não deixarão de cobrar em devido tempo os juros da sua complacência. Os outros, a arraia miúda, entreter-se-á com as sobras.
Caro António,
Não serei eu a defender a ética bancária, em Portugal ou em qualquer outra parte do mundo. Também tenho as minhas razões de queixa mas, no caso em questão, o que está em causa não é um banco mas a suspeita lançada sobre o vice-presidente de um banco, suspeita essa que, ao que parece, não se correlaciona com a sua actividade bancária.
O caso Vara é exemplar quanto à diferença que caracteriza a decisão entre o sector público e o sector estatal numa situação de suspeição de corrupção.
No sector privado, um gestor suspeito de um acto de corrupção, se não for patrão, mesmo que tal acto não decorra das suas actividades na empresa, será, pelo menos, convidado a afastar-se das suas funções até que a suspeita seja esclarecida. Custar-me-ia a acreditar que uma situação semelhante pudesse ocorrer num banco como o BES ou o BPI, por exemplo.
Acontece, e aconteceu antes, de forma muito mais escandalosa no BCP, porque nele prevalece uma conivência táctica entre alguns dos principais accionistas e o partido que recomendou a eleição do presidente e do vice-presidente do banco após o escândalo que levou à queda da anterior administração.
Vara, por razões que estão por esclarecer, tem o condão de, com alguma frequência, se ver obrigado a reclamar a sua inocência. É um relapso inocente que conta com o conforto dos camaradas que não o deixarão cair por um deslize notável quanto mais por uma ninharia de dez mil euros.
Entretanto, o inquérito do Banco de Portugal seguirá o seu curso em meandros que o tornarão interminável ou inconsequente. Os camaradas são, como se sabe, para as ocasiões. Os principais accionistas não deixarão de cobrar em devido tempo os juros da sua complacência. Os outros, a arraia miúda, entreter-se-á com as sobras.
E a CMVM assobia para o ar, como é seu hábito.