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quarta-feira, junho 29, 2005

Será dia primeiro de julho (sexta-feira) às 18:30min.

Conto com a presença de todos vocês no lançamento da revista Oroboro número 4 e dos livros: figuras metálicas (poesia, ed perspectiva) de Claudio Daniel, distância (poesia, ed 7letras) de Virna Teixeira, nós da província: diálogo com o carbono (contos, ed 7letras) de Carlos Machado. Será dia primeiro de julho (sexta-feira) às 18:30min, na livraria dario vellozo, rua são francisco 325 - largo da ordem. Espero por vocês!

segunda-feira, junho 27, 2005

hackeando catatau

O Octávio Camargo prepara um espetáculo sobre a obra do Paulo Leminski. Fora as pesquisas em livros, livros, bibliotecas e mausoléus diversos, Camargo também montou a sua esquadra na internet. Para conferir em que pé anda este audacioso projeto, vocês podem entrar no blog hackeando catatau, que me impressionou logo de cara: eles REALMENTE estão discutindo o catatau. Vale a pena entrar.

domingo, junho 26, 2005

e o título é:

"toda mulher merece ser despida". Vamos lançar os pockets todos lá na FLIP, em parati. Eu, Leprevost, Koproski, Sandrini e Lia...Bárbara Lia (heheheh). Vai ser uma loucura poética, etílica, taumatúrgica, demiúrgica e cirurgicamente estratégica - depois iremos lançar em São Paulo e finalmente em Curitiba. Estou inteiramente empolgado. Mas mudando de assunto, Luiz Felipe, que história é esta de "Leprevost e as Lepravadas"? Fiquei ultra curioso.

Seda

Apareçam lá no site do Lobão, pois esta rolando um mp3 de uma música inédita dele com o Cazuza chamada "Seda".

sexta-feira, junho 24, 2005

frase da semana (para os que acham que eu não deveria escrever sobre a solidão)

"se não posso mudar o mundo, tampouco permitirei que o mundo me mude a mim, arrancando-me esse câncer de mistérios e heresias que é toda a minha riqueza e que faz com que minha voz não seja apenas o grunhido de um porco, nem meu olhar apenas o olhar de um peixe dentro do aquário".

campos de carvalho

quarta-feira, junho 22, 2005

tudo que você não me disse

Espalhei as coisas na estante e num instante sua mão escreve "oi" e a minha "eu também" como um babaca, sozinho num boteco, ao virar o rosto para o crime, ao ouvir um nome parecido com o seu, ao pegar na pistola, ao ser acusado injustamente, ao molhar as mãos com o sangue alheio, ao perder a ypioca prata e a cerveja largada naquela mesa de canto, de escuro, de esquina para o nada, de buraco, de perdedor, de nada a perder e nada a jogar, pois uma só palpitação dos seus olhos já é um bom motivo para eu me acusar e sair berrando o seu nome e o seu estado civil e a sua residência e o seu RG, suas manias e hobbies, seus retratos de menina, de bebê, sua roupa preferida, seu filme preferido, sua frase preferida, já que nada, agora, pode me calar, pois acredito piamente na frase que você não escreveu e nunca disse, nem o vento da madrugada sonolenta terá este poder, nem as janelas apagadas, nem os prédios demolidos, nem a falta que a sua poesia me faz, nem o relógio timex que a muito não funciona, desde a sua partida.

domingo, junho 19, 2005

só falta o nome do livro!!!

Ouvintes do Blues, é o seguinte: mais uma vez, utilizo deste espaço para pedir a opinião de vocês a respeito do nome do meu novo trabalho que sairá no mês que vem pela Kafka Edições Baratas. Lembram-se que eu havia deixado o nome "complexo de orfeu", certo? Pois é, agora surgiu uma outra sugestão de nome: "toda mulher merece ser despida". Mais rodriguiana, mais direta, mais longa e "pop". Esta frase ("toda mulher merece ser despida") faz parte da prosa poética que abre o livro. E então, qual dos dois títulos você preferem?
1) complexo de orfeu
2) toda mulher merece ser despida
Por favor, me ajudem a decidir, já que eu tenho menos de uma semana para escolher o nome deste "trem".

quarta-feira, junho 15, 2005

chove!

a chuva me queimou depressa à noite.
cada pingo uma célula.
milhares de gotas desabam cada pedaço de sentido.
milhares de moças acodem o meu pedido.
sacodem a minha libido. e o meu corpo em círculos
(línguas, dialetos e bocas derramadas)
eram trovões de desgosto sussurrados em meus ouvidos.
eram moscas de todas as espécies procurando a minha carne.
era um massacre. a violência das nuvens me massacrava.
mastigava e me cuspia.
eu era a saliva de Deus a respingar nos arbustos.
eu era a chuva.
eu era a enchente e seu afogamento.
eu era Curitiba em dia de neblina, a minha capa era a rua XV inteira.
eu era a corrida no temporal. a minha vida corria no temporal. eu só gritava no temporal.
ninguém me escutava.
eu era definitivamente a chuva
e a sua falta de sono.

segunda-feira, junho 13, 2005

Preparar para o mergulho!

Largue esta vergonha que o incomoda. Tire toda esta roupa, trague este cigarro e relaxe. Nada o pode incomodar, a não ser você mesmo. Esquece esta ilusão chamada vida. Quem foi que disse que a vida é para ser vivida? A vida é para ser usada. Utilizada pedaço à pedaço, célula à célula, descarga à descarga. Largue agora a minha mão, você não precisa mais de ninguém. Ninguém precisa de ninguém quando descobrimos a nós mesmo. Chupe toda a alma que a sua carne pode absorver. Chupe todos os sentidos, engula devagar os sentidos, sinta a sua mente se espreguiçar, a poesia surgindo, a vida sendo plenamente utilizada, a mão não resistindo à escrita, a caneta trabalhando, os sistemas em seu pulmão, em seu intestino, nada o pode parar, nem o seu inútil desejo de não entrar nesta nova pira de fogo, de lodo, de útero, de mágma, de lava, de luz. Você não precisa mais do papel, quando você viu você já desabou neste buraco branco e cego, completamente cego e ignorou o resto. O mundo esfarelou dentro do papel. Esquece as festinhas de aniversário, as noitadas em karaokê, as danceterias, as boates retrôs (hoje em dia, super na moda), os bailes de formatura, os casamentos, os chás de bebê, o poker de fim de semana, o parque de fim de semana, a trepada de fim de semana, a leitura de fim de semana, os velórios, os velórios, os velórios. Você já está em outro caminho. Esquece este mundinho medíocre que algum medíocre, mediocremente, chamou de vida. A sua vida agora é outra. Tire logo esta roupa e mostre a você até aonde você pode ir. Você já pode escrever o primeiro verso.

sexta-feira, junho 10, 2005

Compus esta canção junto com o Troy, um dia antes dele ir para o Rio de Janeiro (ou seja, ontem).

diz pro Luiz

amigo não me deixe aqui sozinho
o outro já foi lá para ficar
sem vocês eu sou mais um perdido
cantor neste bar de província

a Dani já me esqueceu
nem beijos de língua eu tenho para dar
e os abraços alguém escondeu
nesta passagem só de ida

a vida segue em frente
à Gávea ou Palácio Avenida
ah se viesse um abraço de brinde nesta poesia

quarta-feira, junho 08, 2005

Sobre o show do Carlos Careqa

Esqueci de mencionar o fato de que fui ao show do Carlos Careqa e gostei muito. O cara além de cantar bem demais, possui uma postura cênica no palco que deixaria até o governador Roberto Requião rolando de rir. Depois de descrever o fenômenopastiche social da "Paranização" (uma coqueluche no mundo inteiro, que tem como característica principal um transe paranístico, no qual as pessoas repetem o mantra "eu não sou gato de ipanema sou bicho do Paraná") Careqa entoa o clássico "eu gosto de cu...ritiba, eu quero ir fundo, no meio do mundo, aqui é o lugar. Olhar as meninas da praça osório, pela janela do meu escritório (...) a noite é fria, mas coração é quente, eu quero ir fundo, eu quero ver gente". Enfim, não vou me estender, até por que estou escrevendo de uma lan. Mas gostaria de dizer que com certeza presenciei o show de uma das maiores expressões da atual música popular brasileira (com direito a falar mal de Curitiba e tudo).

segunda-feira, junho 06, 2005

A humanidade do meu universo (para Fer)

Hoje à tarde eu sumi. Procurei-me pelas paredes, mas não me achava. Simplesmente sumi. Apesar de lhe ver curtindo lágrimas, apesar dos meus braços abraçarem as páginas do seu mundo, apesar da maresia do seu hálito, apesar de, em calda, o tempo escorrer em meus lábios: sumi. A culpa não é sua, eu um dia sumiria sem rastro de passos ou café passado na hora. Eu não ligaria o cérebro com as coisas de ligar o olhar, não desligaria a tv nas tardes de domingo, não consumiria o espelho nas noites sujas de depressão. Sumi e estou aqui, a espreita de mim. Escrevendo à revistas de variedades, morto a tiros da prata de meu próprio nome estampando na seção de cartas. Branco de desaparecimento. Pálido de transparência. Oco das máculas que um dia provaram os meus crimes contra a humanidade do meu universo.

domingo, junho 05, 2005

poema da semana

II / Rain Towards Morning

The great light cage has broken up in the air,
freeing, I thing, about a million birds
whose wild ascending shadows will not be back,
and all the wires come falling down.
No cage, no frightening birds; the rain
is brightening now. The face is pale
that tried the puzzle of their prison
and solved it with an unexpect kiss,
whose freckled unsuspect hands alit.

Elizabeth Bishop

sábado, junho 04, 2005

NEWS

Ouvintes do Blues, tenho em minhas mãos a revista Oroboro número 4 deste mês, na qual poemas inéditos meus foram publicados. A Oroboro é uma revista de arte e poesia, editada pela Medusa do poeta Ricardo Corona e da artista plástica Eliana Borges. Para quem se interessar pelo meu trabalho fora deste espaço virtual, é uma boa oportunidade.

sexta-feira, junho 03, 2005

a arte brega para reacionários acadêmicos

Estes dias ouvi uma música do Magal que me encantou. Pela despretenção, pelo desprendimento e pela criatividade. Por que geralmente o brega é assim: criativo ao tentar ser compatível com padrões de beleza retrógrados, que eles assim não os consideram (ou fingem não considerar). Acabam escorregando em clichês mal ajambrados, que para um esteta refinado, seria mais uma amostra do mal gosto popular. É parecido com uma coisa Kitch, porém é escrachado, assumido, exótico e principalmente divertido. Não sei se vocês conhecem a canção, mas é uma que sempre toca num clipe da Mtv, na qual aparece a atriz Débora Fallabela. Sorri de uma forma despreocupada quando a ouvi e tentei cantar em voz alta aquela pérola brega...quer dizer, até aparecer um elemento, com a frase "você gosta disto?!" no tambor de sua pistola pseudo-intelectual. Reconheci na hora. Só poderia ser um indivíduo macho de uma raça que nunca foi analisada pelos acadêmicos de plantão e que só agora eu coloco nesta roda de Blues: trata-se dos "reitorias". Como reconhecer um "reitoria", pergunto eu, vestido com as minhas singelas "sandálias da humildade"? Simples, primeiro puxe um papo com o espécime. Se ele o desprezar por no mínimo 10 minutos, há uma boa chance de se tratar de um sujeito reitoria. Muito embora, escritores fracassados estravazem a mesma falta de tato social, com a desculpa esfarrapada de que não podem perder tempo com conversas banais e sem utilidade, já que Virgílio precisará de uma tradução a altura de um mestre da arte de versar (sim, estou falando daqueles que tem como um patuá da sorte falar mal de Paulo Leminski). Insista até ele lhe dar bola. Se no auge da conversa, ele começar a discordar de tudo o que você fala, ops, então as chances são extremamente grandes. Apesar de que, artistas "que estão no começo da carreira" (como Alexandre França, por exemplo) tem a mesma pentelha mania de mostrar serviço intelectual discutindo até o porquê de se ir ao banheiro depois de se tomar um galão de cerveja (como assim porque ir ao banheiro? Por que eu quero porra! Não me encha o saco França) Enfim, se o nosso exemplo, no auge de sua sabedoria e depois de uma hora de conversa, citar alguma frase de um escritor desconhecido, marginal, maltrapilho e mal curado, para encerrar o assunto com chave de ouro, aí sim! Parabéns! Você acaba de conhecer um reitoria. Eles estão em todas as partes, mostrando que você é um alienado, que você tem mal gosto, que você é um pária do capitalismo e que você, apesar de tudo, não tem culpa de nada, mesmo que concorde com o neo-liberalismo norte-americano. Antes nem tivesse ouvido a música do Magal, não é mesmo? Fico pensando se estas pessoas não se divertem, se elas vestem a carapuça do mártir incompreendido quando encontram uma pobre vítima como eu de suas picuinhas e que à noite batem uma punhetinha para a vadia "alienada" (porém gostosa e norte-americana) da Britney Spears, rebolativa e suntuosa, num porche vermelho e conversível. O que estou querendo dizer com tudo isto é: que culpa tenho eu de achar a música do Magal divertida e exótica? Resumo da ópera: fui para casa, com uma culpa filha da puta. Tranquei-me no quarto, peguei o violão, fechei os olhos e toquei o foda-se ao cantar de uma forma gritada "linda, você é muito formosa, você é maravilhosa, lá lá lá lá lá lá lááááááá..."

quinta-feira, junho 02, 2005

Insônia

Tenho sonhos com dor no estômago. Gástricos, líquidos, brasas de carne efervecendo no copo d'água do dia seguinte. Insistentes, meus sonhos pululam em purulentas contrações de resignação e olhar. Suspendem a dor da alma a um nível físico, sobrevivem no esgoto do espírito, incomodam a elite dos sistemas do corpo. Eles estão à espreita quando estou acordado, quando não se chamam mais "sonhos" e me desiludem ainda de manhã, numa única e total falta de anoitecer.

quarta-feira, junho 01, 2005

Ironias de um pobre machista à beira de um ataque de nervos (rascunho de um conto inédito)

(em algum lugar do Boqueirão)
Acostumei a visão ao profundo. Não adianta querer resumir, eu gozo quando é fundo, e eu sei que a sua tentação é de simplificar; de jogar-me na cara: "é tudo tão simples". Eu não sou simples, porra. Se quiser ser comum, que seja, eu não tenho vocação para sumário, folha de rosto, subtítulo. Agora, cá entre nós, se você quiser pular este papo aranha para finalmente transarmos bem forte e fundo...como assim "eu é que estou resumindo agora"? Querida, já passa das quatro e nada. Nem uma mãozinha na virilha, nem um beijo no cangote...nem uma chupadinha. Hahahahah, lembrei de uma cachaça que tomei em Morretes chamada "Chupadinha". Eu?! Eu não estou sendo grosso! É você que esta me irritando com está sua mania de simplificar tudo! Se você não gosta de me ouvir falar então procure um outro idiota para lhe servir de banco! Sim, por que eu banco todas as suas noitadas de vadia! Agora pára de chorar! Não...eu não sou uma pessoa simples, eu já falei, porra! Pára! Cala esta boca Bárbara!

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