Thursday, May 28, 2009

Vai, Pedro, ser gauche na vida

As voltas tantas que a vida dá me levaram para perto e para longe do jornalista Pedro Alexandre Sanches. Nunca estive com ele pessoalmente, mas ele tem responsabilidade por muita coisa na minha vida. Por este blog, por exemplo.

Há uns quatro anos, mais ou menos, assisti a uma entrevista dele no extinto programa "Saca Rolha", do Canal 21, que era apresentado por Marcelo Tas, Mariana Weickert e Lobão. Foi lá que fiquei sabendo do blog do Pedro, e no dia seguinte, comecei a acessá-lo.

Virou hábito diário. Sua caixa de comentários, em fundo vermelho, com letras brancas, ficou conhecida entre seus frequentadores como "janelinha vermelha". Rapaz, como eu li, escrevi, refleti, aprendi, divergi, convergi naquele espaço!

Conheci blogueiros de lugares e propostas tão diversas entre si: Idelber Avelar, professor em New Orleans, extraordinário conhecedor das letras que, do alto de sua humildade, parece preferir ser conhecido como o maior atleticano do planeta, Henrique Bartch, adorável biógrafo da minha adorada Rita Lee, Marcia Bechara, a multitarefas que se desdobra no jornalismo, na literatura, nas artes cênicas (e, last but not least, no cuidado de seus cachorros), Milton Ribeiro, craque da pena do Sul do país, Márcia W., enviando suas good vibrations e visão diferente do mundo, lá da Holanda, Vange Leonel, com seu texto ótimo e afiadíssimo e pontos de vista tão ricos.

Tudo lá, na janelinha vermelha do Pedro, ou PAS, sigla que o marcou desde os tempos da Folha, quando eu já era sua leitora. De tanto escrever na janelinha vermelha, percebi o óbvio - que eu também deveria criar meu próprio blog. Em seus comentários, Pedro vez por outra me incentivava a isso. Criei o espaço em janeiro de 2006 e cá estamos.

Pedro é, sem exagero nenhum, um dos jornalistas que mais influenciaram minha forma de pensar - o jornalismo, o mundo, a vida. Se eu me restringir ao tema música, no qual ele militou com mais frequência nestes últimos anos, daí então eu diria que Pedro é um dos dois jornalistas que mais me influenciaram na vida - o outro é Zuza Homem de Mello.

Ler Pedro e depois, com o blog, debater com ele e com seus leitores, foi abrir uma janela na mente. Revi conceitos - música boa é só a que eu gosto? artista bom é só o que estudou com o Kolreuter? o que é brega? - derrubei preconceitos (ou, honestamente, vou tentanto derrubá-los, mas pelo menos já os detecto no meu discurso, o que não é tudo, mas já é algo).

Nos últimos anos, outro hábito recorrente: esperar pela matéria do Pedro na revista Carta Capital. O melhor, normalmente, vinha depois: no blog, Pedro generosamente lançava mão da íntegra da matéria, em versão sem os cortes necessários para "fazer caber" o texto nas páginas impressas.

A novidade dos últimos dias: Pedro saiu da Carta Capital. Pena. Perdi uma parte do ritual, mas estou feliz por ele. Há doze anos, tenho a sorte de viver solta, sem emprego, sem patrão. Tem suas desvantagens, mas há muito a celebrar. Trabalhar por conta própria é como virar adulto e não precisar mais dar conta do que vai comer para a mãe. Se quiser comer onze biscoitos antes do almoço e estragar meu apetite, eu posso, sou adulta, sei que não corro o risco de perder todos os meus apetites. Atrás de um, sempre vem outro.*

Assim é a vida fora da redação, Pedro. Fazer o que quiser é muito bom. Curta!

(*sim, isto é uma citação mundana do seriado "Seinfeld")

Wednesday, May 27, 2009

Button no túnel do tempo


Há pouco menos de quatro anos, no auge das discussões sobre o "Mensalão", escrevi a coluna abaixo no GPTotal. O personagem principal, vejam só, era Jenson Button. Mas não o Button piloto, habilidoso. O Button dos bastidores, que guerreava na Justiça para poder pilotar para a Williams, e depois para não pilotar mais.

Convido os leitores a ler esta coluna e a refletir, quatro anos passados, sobre algumas questões por ela levantadas.

Adianto que, mesmo distante das discussões sobre ética, tão em moda na época do "Mensalão", continuo pensando como naquela época. E adianto mais uma conclusão minha: Button talvez não imaginasse que sua batalha para ficar na então BAR seria a senha para ele se tornar campeão tanto tempo depois.

Divirtam-se!

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A ética segundo Jenson Button

Talvez seja só fruto do desencanto. Ou porque muito se tem falado de ética ultimamente. Vai ver estamos todos desiludidos, achando que está tudo errado e nunca terá jeito. Mas, lembrando do passado recente, vejo-me tentada, no final de 2004, a escrever sobre Jenson Button. Não o fiz porque o enfoque não era Button como piloto, mas uma circunstância extra-pista, deixei para lá. Ele, agora, volta à carga. E talvez porque todos estejamos indignados, refletindo e dados a desabafos, acho que inglês Button cabe no contexto e chamo a discussão sobre a ética, a ética na Fórmula 1.

Button assinou contrato com a Williams em 2004, estando preso por outro compromisso à BAR até o final de 2005. O piloto e a nova equipe queriam passar por cima do atual empregador, efetivando a troca de time já neste ano. Chegaram a anunciar a mudança, a BAR quis valer seus direitos e a troca de argumentos e interpretações terminou na Justiça. Ganho de causa para a BAR, que manteve o piloto.

A briga do inglês com a BAR foi pública. Ele trocou acusações e insultos com o então chefe do time, David Richards. Mas, como decisão de juiz não se discute, Button reintegrou-se à equipe. Foi nesse momento do contencioso, no ano passado, que me assanhei a escrever sobre a ética segundo Jenson Button. Naquele momento, saltou-me aos olhos a naturalidade com que o piloto e a BAR deram continuidade às suas relações. Insatisfação, rompimento, brechas legais, ações judiciais, uma briga! E, no fim da conversa, Button ficou na equipe e até parecia bem contente. Deve ter contribuído, no armistício, a saída do desafeto Richards da BAR.

Mas, na minha visão algo provinciana e muito idealista do mundo e das relações humanas, essa naturalidade soou estranha. Imaginei-me naquela circunstância em um ambiente profissional, e não consegui absorver a perspectiva de continuar trabalhando em uma empresa contra a qual eu tivesse uma contenda. Coloquei-me na pele do empregador e tive certeza de que não gostaria de ter, em meus quadros, um colaborador insatisfeito que foi à Justiça para não trabalhar mais para mim.

Essa, admito, é a visão de uma pessoa idealista. É claro que acima das convicções pessoais está o interesse financeiro que rege o negócio, e a Fórmula 1, emoldurada como esporte, é na essência um grande negócio. Button deve ser gente boa, tem cara disso, pelo menos. Mas, como todo grande jogador ou aspirante a tal, eventualmente deve dobrar-se às circunstâncias e ir contra seus sentimentos mais íntimos. No fundo, ele queria ir para a Williams. No fundo, deveria estar constrangido por ter de ficar. Na prática, não há nobreza de sentimentos que vença os argumentos dos contratos e o veredicto dos tribunais.
Mas eis que a temporada de 2005 consolida-se como um grande e retumbante fracasso para a Williams. Na pista e nos negócios, a Williams vai mal, conseguindo pódio em Mônaco – a sempre imprevisível Mônaco – mas patinando no resto do mundo. Pior que o presente é a perspectiva de futuro, diante da ruptura com a BMW e a longínqua perspectiva de ter motores Toyota em 2007. Até lá, vai de Cosworth, vislumbrando uma temporada cumpre-tabela.

Não que Button e a BAR estejam em situação muito melhor. A equipe levou suspensão por duas corridas, abandonou qualquer aspiração ao título logo no começo do campeonato, por conta desse gancho. Mas a perspectiva da BAR – praticamente o braço esportivo da Honda – é muito mais alvissareira que a da Williams. Livre em 2006, Button pode concretizar o sonho de correr para a equipe de Frank. Pode, mas não deve ir. “Ser campeão vale mais do que ganhar muito dinheiro”, disse o inglês recentemente, explicando porque deve ficar onde já está.

A lógica é irrefutável: assumir o compromisso com a Williams certamente fará com que o inglês encha os bolsos de libras esterlinas, mas não lhe dará a mais remota chance de ser campeão. A Williams, que já subiu e desceu a montanha russa da Fórmula 1 por diversas vezes, parece ter encontrado o caminho definitivo da ladeira abaixo. Button, tido e mantido como potencial campeão nas últimas temporadas, começa a ver sua carreira entrar na zona perigosa da estagnação. Ou realiza as previsões logo ou se torna um piloto comum, entre tantas promessas que viraram fumaça depois de causar furor em suas primeiras aparições.
O limiar entre um campeão e um piloto comum não está necessariamente na habilidade ao volante, mas nas decisões acertadas. Quem viu o francês Jean Alesi desafiar Ayrton Senna no GP dos Estados Unidos de 1990 não pode duvidar de sua capacidade técnica. Alesi, no entanto, virou um piloto comum ao dar um mau passo na carreira: em vez de ir para a Williams, preferiu o caminho da Ferrari. Histórias como essa devem povoar a mente de Button quando ele se vê diante da encruzilhada de sua vida. Ir para a Williams – e manter o compromisso firmado – provavelmente vai lhe custar a carreira. É jovem, tem talento, quer vencer, rasguem-se os papéis. Quem pode culpá-lo?

Em um determinado momento de sua carreira, Button quis anular seu compromisso com a BAR. Agora, é a palavra dada à Williams que se desmancha no ar. Na essência das duas atitudes, o desejo de ganhar – dinheiro e títulos. Pela glória e pela grana, é isso que rege o mundo, por que esperar algo diferente na Fórmula 1? Como atacar um jovem piloto que se forjou esportista de elite ouvindo preceitos como “o segundo colocado é o primeiro entre os perdedores”?

Criamos nossos jovens repetindo, em casa ou nas universidades, que o importante é vencer. O bom executivo é um “rolo compressor”. O atacante que faz muitos gols é um “matador”. O competente, em qualquer área, é “fera”. Aquele que passa por cima, mata ou ataca suas presas é o vencedor. Como esperar o cumprimento da palavra dada, se isso contrasta tanto com a definição própria do conceito de vencedor, aquele que tudo pode, que não tem limites?

Sunday, May 24, 2009

Quem ri por último


Mônaco e Indianápolis no mesmo domingo. Tem sido comum a coincidência e, sinceramente, haja traseiro para aguentar tanto sofá. Quase duas horas de Fórmula 1 pela manhã e mais de três horas de Indy à tarde... Neste 2009, outra coincidência: as duas provas consagraram dois pilotos considerados, em momentos diferentes, cartas fora do baralho.

Button, cinco vitórias em seis corridas na atual temporada da Fórmula 1, parecia caminhar, até o ano passado, pela mesma trilha que levou várias ex-promessas da categoria à frustração permanente. No GP do Brasil do ano passado, seu combalido Honda pegou fogo ao final da prova. Seu pai, o já folclórico John Button, teria dito, entre jocoso e resignado: "Deixa queimar essa m...".

Se, naquele momento, alguém dissesse que Button teria o desempenho arrasador deste ano, a bordo de um carro da Brawn GP, o interlocutor perguntaria: "O que é Brawn GP?". Se soubesse que Brawn GP seria a sucessora da Honda, a incredulidade poderia dar lugar ao deboche.

Enquanto os supostos oponentes da Brawn se revezam (Red Bull, Toyota, agora Ferrari), a equipe de Button e Barrichello vai somando pontos. Uma lavada no Mundial de Construtores (86 pontos da Brawn contra 41 da Red Bull, 26,5 da Toyota e 17 da Ferrari). Ainda faltam onze corridas, mas nada, por enquanto, faz pensar que a Brawn possa ser ameaçada. E, Button, cinco em seis, deve rir por último bem antes do fim do campeonato.



Poucas horas depois da consagração de Button em Monte Carlo, o brasileiro Helio Castroneves viveu uma virada histórica. 37 dias após ser julgado inocente das acusações de sonegação de impostos nos Estados Unidos, Helinho venceu as 500 Milhas de Indianápolis pela terceira vez em sua carreira. Subiu no alambrado, como nas primeiras vezes, o que lhe rendeu o apelido de Homem Aranha, bebeu o tradicional leite da vitória (tenho certo nojinho dessa cena recorrente), e desabou no carro, chorando. Para quem já era dado como presidiário, por grande parte da imprensa, com a perspectiva de cumprir 35 anos no xadrez, foi mais que uma vitória. Foi uma verdadeira redenção.

Victor Martins fez uma excelente cobertura das 500 Milhas deste ano. Vale a pena visitar o blog do jovem repórter. As fotos deste post são de duas feras das lentes brasileiras. A de Button, do Luca Bassani. A de Helinho, do Beto Issa.

Thursday, May 14, 2009

A versão


Alguns posts atrás, comentei que a gravação original de "Sobre todas as coisas", com Gilberto Gil, era pior que a regravação de Zizi Possi. É o que eu acho mas, sei lá, falar mal de Gil é coisa que dói no coração. Então, dia desses, ouvi no rádio novamente a versão que o ex-ministro fez para "I just called to say I love you", de Stevie Wonder. Traduziu, literalmente, para "Só chamei porque te amo".

Boy, que bela versão!

A música de Stevie Wonder é praticamente uma "list song", aquelas músicas que vão listando objetos, cenários, situações, para definir personagens, sentimentos. "These foolish things", exemplo clássico de "list song". "Meu bem, meu mal", exemplo brasileiro de "list song". Stevie Wonder listou um monte de situações que poderiam justificar uma ligação pelo telefone. Ano novo, primeiro dia da primavera, Halloween, negando-as todas, para afirmar que só ligou para dizer "eu te amo".

Gil respeitou o sentido original da canção, traduzindo-a literalmente em alguns trechos, como no refrão, e "tropicalizando-a" em outros, como na citação das festas de São João, no lugar do Halloween.

Houve um tempo em que versões eram muito frequentes na música brasileira. Talvez a fase mais profícua nessa prática tenha sido a Jovem Guarda, que brindou o público com uma série de traduções de músicas dos Beatles, por exemplo. Beatles, aliás, é coisa que não se verte hoje assim, ao bel prazer. Quando gravou um CD só com músicas dos Beatles, Rita Lee descobriu que só poderia gravar letras em português para as músicas dos Fab4 se a letra traduzida respeitasse o sentido da obra original, segundo regras estabelecidas pelos atuais detentores dos direitos autorais. Por isso, acabou gravando várias delas em inglês mesmo e só verteu algumas poucas, como "Tudo por amor" (ótima versão de "Can´t buy me love") e "Minha vida" ("In my life").



Gil seguiu essa mesma linha ao fazer a versão de "I just called to say I love you". Alguns trechos das letras, primeiro a original, seguida da versão de Gil:

No new years’s day
To celebrate
No chocolate covered candy hearts to give away
No first of spring
No song to sing
In fact here’s just another ordinary day
No april rain
No flowers bloom
No wedding saturday within the month of june
But what it is
Is something true
Made up of these three words that I must say to you

Não é Natal
Nem ano bom
Nem um sinal no céu
Nenhum armagedom
Nenhuma data especial
Nenhum ET brincando aqui
No meu quintal

Nada de mais
Nada de mal
Ninguém comigo
Além da solidão
Nem mesmo um verso original
Pra te dizer
E começar uma canção

E você, lembra de boas versões feitas para o português? Ou você é do tipo que tem aversão a versão?

Sunday, May 10, 2009

Plano B, Piloto 1B


GP da Espanha, Circuito de Montmeló, Catalunha. Rubens Barrichello faz uma largada perfeita e assume a liderança da corrida. Liderava folgado quando seu engenheiro lhe diz, pelo rádio: "Você ainda tem mais cinco ou seis voltas na liderança."

No ar, pelas rádios Bandeirantes/Band News FM, acusei minha estranheza. "Será que a equipe está dizendo para ele aproveitar enquanto é líder, por já imaginar que Button assumirá a ponta depois?". Primeiro pit stop, Barrichello faz uma parada ultra rápida, três segundos a menos que a parada de Button. A equipe foi mais esperta com Rubens do que na parada de Jenson? Não, naturalmente. A equipe colocou menos combustível no carro de Barrichello, sugerindo que ele faria uma parada a mais que o companheiro de equipe.

Depois da corrida, o boss Ross Brawn revelou que a estratégia escolhida pela equipe, antes da prova, era de três paradas, e que Button teria mudado para duas paradas - o Plano B da Brawn - já com a corrida rolando. As palavras de Barrichello também confirmaram o acerto prévio, e a mudança:

"Achei que a corrida estava ganha na primeira curva. Quando a equipe me falou que o Jenson havia mudado a estratégia, teria de acelerar muito".

E mais:

"O terceiro jogo de pneus não tinha o mesmo rendimento, mas mantive tudo o que tinha de manter, e não foi o suficiente. Preciso bater palmas para a vitória dele (Button). Hoje foi mais a gente perdendo do que ele ganhando", explicou.

O que concluo do episódio: a equipe resolveu mudar a estratégia de Button depois que ele perdeu a liderança na largada e da entrada do safety car na pista, percebendo que a estratégia inicial já não era a mais eficiente. E resolveu jogar com duas opções, uma para cada piloto. Afinal, se acontecesse mais algum acidente e houvesse a necessidade de mais um safety car, Barrichello poderia ter se beneficiado com a estratégia de três pits stops. Para a Brawn, era garantir a vitória para o time, com um ou com outro piloto.

Depois da corrida, Barrichello estranhou a troca de estratégia do companheiro de equipe e disse que pediria explicações ao time. Ross Brawn talvez diga a ele o que disse à BBC: que esperava melhor desempenho de Rubens em seu segundo trecho, abrindo maior distância do que conseguiu...

É cedo, faltam doze corridas para acabar a temporada, mas a sensação de que Barrichello de novo ostenta a condição de segundo piloto ficou ainda mais forte depois da prova da Espanha. Segundo, não, desculpem. 1B, como ele gosta.

A foto deste post é do fotógrafo Luca Bassani, do Tazio.

Friday, May 08, 2009

Fase de crescimento



Dois personagens que estiveram muito na mídia nos últimos dias. De um lado, Ronaldo, pela final do Campeonato Paulista e pelos dois gols que classificaram o Corinthians na Copa do Brasil. Do outro, Rubens Barrichello, alvo de um gracejo infeliz da ex-jogadora Hortência, que disse que o piloto tem estrela mas, nas palavras dela, o problema é que "ele tem a estrela na bunda e, quando senta no cockpit, ela se apaga."

Ronaldo, em sua mais recente etapa de superação, é tratado com respeito pela mídia e carrega a simpatia até de torcedores que não gostam do Corinthians. E isso mesmo depois de ter se metido em muita encrenca na vida. Já Barrichello, que poderia unir todas as torcidas, uma vez que não representa time nenhum, apenas o Brasil, continua sendo alvo de chacota na mídia e nas rodas de bar.

Por que será?

Deixo o tema aberto para o debate, mas acrescento uma visão do assunto.

Ronaldo deixou de ser Ronaldinho, Barrichello continua sendo Rubinho.

Tuesday, May 05, 2009

Ronaldos




Dois registros fotográficos desta terça-feira. Na Inglaterra, o Manchester United eliminou o Arsenal em uma das semifinais da Champions League. De novo, Manchester na final. De novo, show de Cristiano Ronaldo, que marcou dois gols na vitória por 3 a 1. Depois, uns e outros não sabem porque o gajo é o melhor do mundo, atualmente.

Por falar em melhor do mundo, Ronaldo recebeu o ator Hugh Jackman, o Wolverine de X-Men, durante o treino do Corinthians, no Parque São Jorge. Como não tenho me ligado muito em cinema, para mim Hugh Jackman não quer dizer muita coisa. Ronaldo, eleito na noite de segunda-feira o craque do Campeonato Paulista, quer dizer muito mais. Me chamou a atenção, na noite de homenagens, a falta de expressão facial de Ronaldo, enquanto, no palco, um vídeo feito para emocionar mostrava imagens dele durante a competição. A mulher do jogador parecia bem mais emocionada que ele. Não me espanta. Depois de três cirurgias, convulsão, uma Copa do Mundo perdida de forma humilhante, outra Copa do Mundo vencida de maneira incontestável, de ser eleito o melhor do mundo três vezes, de se tornar o maior artilheiro da história das Copas, pouca coisa deve abalar o Fenômeno.

Sunday, May 03, 2009

26 vezes Corinthians


- Mãe, amanhã vai ser legal ver as caras dos santistas, sãopaulinos e palmeirenses.

- Não se importe com ele, filho. Eles dirão que nós, corintianos, só sabemos mesmo ganhar o "Paulistinha".

- Ué, mas eles não queriam ganhar também?

- Queriam.

- E se tivessem ganho, iam chamar de "Paulistinha" também?

- Não, iam tirar sarro da nossa cara de qualquer jeito.

- Ah, então o que a gente faz?

- Faz assim: depois que eu parar de buzinar, você abre a janela e grita: "É campeão!"

Friday, May 01, 2009

Afinidade



Por isso, também, eu gostava dele.