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Por total falta de tempo, não pude comentar assuntos do Pan durante a realização dos jogos. Até gostaria, como entusiasta de esportes que sou, e também pela vontade de deixar escorrer alguns veneninhos de leve. Passado o evento, já não me sinto à vontade para fazer piada, por exemplo, sobre a maquiagem das meninas do nado sincronizado. Fala sério, minha gente, o que é aquilo? Alguém pensa que lambuzar o rosto das moças com um make up de drag queen vai fazer alguém não notar que elas usam um vexatório prendedor no nariz?
Passou, abafa o caso, vamos em frente.
Mas não posso me furtar a comentar o comportamento da torcida. Tudo começou na abertura dos jogos, com aquela vaia contundente ao Presidente Lula. No mesmo dia, pulularam notícias e um vídeo dando conta de que o protesto contra o presidente havia sido encomendado e ensaiado com asseclas do prefeito César Maia, do partido dos Demos, adversário do governo federal. Ao longo dos jogos, aparentemente sem combinação e sem ensaio, a vaia ecoou solta pelos ginásios e estádios do Pan. Ali, já não havia protesto político, Lula já tinha ido embora fazia tempo e a "galera" parecia não escolher os alvos pela cor da bandeira. É adversário do Brasil, vaia.
O descontrole chegou ao ponto de alguns atletas não ouvirem o tiro de largada em provas de velocidade do atletismo, tamanha algazarra era feita na arquibancada. A dar mau exemplo, ex-atletas laureados de medalhas como Oscar Schmidt e Aurélio Miguel, um puxando os apupos nas competições de ginástica artística, o outro se pegando de tapa com cubanos durante as provas do judô. Fora do tatame, naturalmente.
Foi tanta grosseria junta que já começo a contestar - será que, na abertura, o povo vaiou Lula por ordem de César Maia ou por sua simples inclinação cultural de demonstrar grosseria quando algo o desagrada ou contraria? Se a maioria do público presente ao Maracanã, na abertura dos jogos, era contrária a Lula, acho possível que a torcida simplesmente tenha vaiado o presidente por não gostar dele, ainda que a ocasião fosse uma solenidade, não um ato político.
A falta de educação do povo brasileiro parece algo evidente e digno de discurso ideológico quando chegam as eleições. Não importa a inclinação política, parecemos todos convencidos de que os investimentos do governo seguinte devem ser prioritariamente destinados à educação. Isso ninguém discute. Quando essa falta de educação se manifesta na prática, nem todos parecem associar que manifestações desse nível são resultado da falta de educação. Não faltam eufemismos para os gestos exacerbados da torcida. Na avaliação de muitos, não somos grosseiros quando atrapalhamos um atleta em seu momento de concentração: somos "quentes", "espontâneos", "vibrantes". Se o atleta estrangeiro não consegue sequer ouvir o tiro de largada, problema dele, "estamos na nossa casa", "farinha pouca, meu pirão primeiro", "quem pode mais chora menos".
Não vejo diferença entre esse tipo de atitude e a do cliente que comete grosserias com o garçom porque seu pedido veio errado e ele, afinal de contas, "está pagando". Não se importa de ser deselegante, de levantar a voz, de chamar a atenção para si e de humilhar quem quer que seja para "fazer valer seu direito". Também não vejo diferença entre o torcedor que vaia o adversário e o cidadão que entra na contramão para garantir uma vaga para o seu carro. É a mesma lógica do "esperto" contra o "otário". Se vou atrapalhar o outro, problema do outro. Garanto o meu e o resto que se lasque.
Tenho lido e ouvido muitas opiniões acerca da atitude da torcida brasileira neste Pan, e muitas vezes a conclusão é a de que o país não tem envergadura para sediar a Copa do Mundo de 2014. Acho pouco, simplista e superficial tal conclusão. O problema não é nossa impossibilidade de sediar uma competição internacional. Drama, mesmo, é continuarmos a viver cotidianamente nesta falta de educação permanente.
Monday, July 30, 2007
Monday, July 23, 2007
Desliga o som
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Desde a terça passada, não coloco um CD para tocar. É rara uma abstinência tão longa, tenho a música como companheira, inspiradora, relaxante, estimulante. Meu carro precisa de gasolina. Eu, de notas soltas e de acordes. Mas não quis ouvir música tão cedo, ainda não quero. É uma razão fútil, quase ilógica e fortemente egoísta. Estou triste, abalada, emotiva, chocada, profundamente tocada pelo acidente com o avião da TAM. Acho que estamos, as pessoas, sofrendo demais com o ocorrido. Quero proteger minhas músicas, como se elas acabassem contaminadas pelo momento. Não quero, daqui algum tempo, ouvir algo que para mim tem o valor de um mantra – sei lá, “A day in the life” ou “Conversando no bar” – e no mesmo momento associar a música a essa tragédia sem fim.
Eu avisei que era egoísta, mas talvez seja a minha forma de lidar com essa monstruosidade. O sagrado reside em cada vida ali perdida. Música para mim é algo sagrado. Eventualmente não estou só protegendo minhas músicas e minhas lembranças no futuro. Estou vivendo o luto, privando-me de algo que para mim é quase vital. É nada perto de tanta perda, mas é minha forma de vivenciar isso, em silêncio.
Eu estava no trabalho quando o acidente aconteceu. Dia de rodízio, programei-me para ficar até as oito da noite. Pouco depois das sete, informações desencontradas pelos portais da internet. Como sempre, como no outro acidente da TAM, em 1996, a coisa parece, em princípio, sempre menor do que é. Sucedem-se telefonemas, minha mãe passa a família em revista, celular em celular, checando o destino de todos. Encontra, para seu espanto e posterior alívio, meu irmão em pleno Aeroporto de Congonhas. Ele estava na avenida Washington Luiz, a mesma que o avião atravessou antes de atingir o prédio da TAM. Mas estava do outro lado, e ficou preso no trânsito logo interditado. Não entendeu o que havia, mas viu labaredas e um posto de combustíveis. Prudente que é, resolveu deixar o carro na rua e abrigar-se no aeroporto.
Cheguei em casa perto das nove da noite, liguei a TV. Pela Bandeirantes, a repórter Eleonora Paschoal, experiente profissional de telejornalismo, chora ao presenciar o resgate dos primeiros corpos. Tive vontade de abraçar a repórter, como forma de agradecer seu testemunho tão franco, tão humano, tão eu. Fui dormir perto da meia-noite. Dormi como uma pedra, sempre durmo. Nunca perdi o sono, jamais na vida, nem quando meu pai se achava em estado terminal. Acordei às cinco da manhã, com despertador, para voltar ao computador e escrever um texto do trabalho. Faço isso, às vezes: acordo na madrugada, escrevo, cabeça fresca me ajuda, telefone que não toca. Faço isso para correr, por que não faria para escrever? Sou meio louca, vocês já sabem.
Irresistível. Ao sentar diante da tela, recorri ao noticiário. A lista, disponível. Irresistível. Vasculho a longa fileira de nomes mortos. Entre eles, encontro o de Marcelo Marthe. Será o mesmo? Abro meus e-mails e encontro a mensagem triste de um colega da mesma turma. Parece ser o mesmo, contemporâneo da ECA, foi repórter da Veja por bastante tempo. Não deixa de ser incrível que ele, repórter que era, tenha vagado tanto entre os nomes sem uma referência concreta de sua pessoa. Do repórter faltou informação. Dias depois, um jornal de Sorocaba, sua terra natal, confirma. Era o mesmo que eu pouco conhecia, mas que freqüentou outras listas junto comigo, as de presença, nas aulas da faculdade.
Não gosto de voar, jamais gostei, pouco voei e gostaria de voar menos. Não me venham com estatísticas, que se morre mais no trânsito em São Paulo. Não gosto de voar, só isso. Uma vez, pousando em Recife, a trabalho, tive uma dor de dente como nunca havia tido. Relatei ao dentista, que cogitou estresse de voar. Deve ter sido, pois nunca mais tive nada parecido.
Não quero ver as fotos dos nomes mortos. Já me basta a lista. Não quero ver a fisionomia sorridente de quem só consigo imaginar nos instantes anteriores ao impacto. O pior, de tudo, devem ser aqueles segundos de certeza – “vamos morrer”. Não tenho horror à morte, não a considero um castigo, por isso não estou em júbilo porque Antonio Carlos Magalhães morreu. A morte nos pertence a todos, não escapará de nenhum. Mas algumas coisas estão doendo em mim.
Vivenciar o sofrimento alheio me entristece. Imaginar famílias ceifadas, jovens vidas interrompidas, corpos dilacerados, pais e mães esperando restos mortais de filhos que já não têm forma, tornaram-se fragmentos. E vê-los mergulhados em um universo que já tem pouco de humano, com facções políticas vibrando feito torcidas organizadas de um lado por uma falha da pista, do outro por um defeito da aeronave.
Desliga o som. Silêncio.
Desde a terça passada, não coloco um CD para tocar. É rara uma abstinência tão longa, tenho a música como companheira, inspiradora, relaxante, estimulante. Meu carro precisa de gasolina. Eu, de notas soltas e de acordes. Mas não quis ouvir música tão cedo, ainda não quero. É uma razão fútil, quase ilógica e fortemente egoísta. Estou triste, abalada, emotiva, chocada, profundamente tocada pelo acidente com o avião da TAM. Acho que estamos, as pessoas, sofrendo demais com o ocorrido. Quero proteger minhas músicas, como se elas acabassem contaminadas pelo momento. Não quero, daqui algum tempo, ouvir algo que para mim tem o valor de um mantra – sei lá, “A day in the life” ou “Conversando no bar” – e no mesmo momento associar a música a essa tragédia sem fim.
Eu avisei que era egoísta, mas talvez seja a minha forma de lidar com essa monstruosidade. O sagrado reside em cada vida ali perdida. Música para mim é algo sagrado. Eventualmente não estou só protegendo minhas músicas e minhas lembranças no futuro. Estou vivendo o luto, privando-me de algo que para mim é quase vital. É nada perto de tanta perda, mas é minha forma de vivenciar isso, em silêncio.
Eu estava no trabalho quando o acidente aconteceu. Dia de rodízio, programei-me para ficar até as oito da noite. Pouco depois das sete, informações desencontradas pelos portais da internet. Como sempre, como no outro acidente da TAM, em 1996, a coisa parece, em princípio, sempre menor do que é. Sucedem-se telefonemas, minha mãe passa a família em revista, celular em celular, checando o destino de todos. Encontra, para seu espanto e posterior alívio, meu irmão em pleno Aeroporto de Congonhas. Ele estava na avenida Washington Luiz, a mesma que o avião atravessou antes de atingir o prédio da TAM. Mas estava do outro lado, e ficou preso no trânsito logo interditado. Não entendeu o que havia, mas viu labaredas e um posto de combustíveis. Prudente que é, resolveu deixar o carro na rua e abrigar-se no aeroporto.
Cheguei em casa perto das nove da noite, liguei a TV. Pela Bandeirantes, a repórter Eleonora Paschoal, experiente profissional de telejornalismo, chora ao presenciar o resgate dos primeiros corpos. Tive vontade de abraçar a repórter, como forma de agradecer seu testemunho tão franco, tão humano, tão eu. Fui dormir perto da meia-noite. Dormi como uma pedra, sempre durmo. Nunca perdi o sono, jamais na vida, nem quando meu pai se achava em estado terminal. Acordei às cinco da manhã, com despertador, para voltar ao computador e escrever um texto do trabalho. Faço isso, às vezes: acordo na madrugada, escrevo, cabeça fresca me ajuda, telefone que não toca. Faço isso para correr, por que não faria para escrever? Sou meio louca, vocês já sabem.
Irresistível. Ao sentar diante da tela, recorri ao noticiário. A lista, disponível. Irresistível. Vasculho a longa fileira de nomes mortos. Entre eles, encontro o de Marcelo Marthe. Será o mesmo? Abro meus e-mails e encontro a mensagem triste de um colega da mesma turma. Parece ser o mesmo, contemporâneo da ECA, foi repórter da Veja por bastante tempo. Não deixa de ser incrível que ele, repórter que era, tenha vagado tanto entre os nomes sem uma referência concreta de sua pessoa. Do repórter faltou informação. Dias depois, um jornal de Sorocaba, sua terra natal, confirma. Era o mesmo que eu pouco conhecia, mas que freqüentou outras listas junto comigo, as de presença, nas aulas da faculdade.
Não gosto de voar, jamais gostei, pouco voei e gostaria de voar menos. Não me venham com estatísticas, que se morre mais no trânsito em São Paulo. Não gosto de voar, só isso. Uma vez, pousando em Recife, a trabalho, tive uma dor de dente como nunca havia tido. Relatei ao dentista, que cogitou estresse de voar. Deve ter sido, pois nunca mais tive nada parecido.
Não quero ver as fotos dos nomes mortos. Já me basta a lista. Não quero ver a fisionomia sorridente de quem só consigo imaginar nos instantes anteriores ao impacto. O pior, de tudo, devem ser aqueles segundos de certeza – “vamos morrer”. Não tenho horror à morte, não a considero um castigo, por isso não estou em júbilo porque Antonio Carlos Magalhães morreu. A morte nos pertence a todos, não escapará de nenhum. Mas algumas coisas estão doendo em mim.
Vivenciar o sofrimento alheio me entristece. Imaginar famílias ceifadas, jovens vidas interrompidas, corpos dilacerados, pais e mães esperando restos mortais de filhos que já não têm forma, tornaram-se fragmentos. E vê-los mergulhados em um universo que já tem pouco de humano, com facções políticas vibrando feito torcidas organizadas de um lado por uma falha da pista, do outro por um defeito da aeronave.
Desliga o som. Silêncio.
Sunday, July 22, 2007
Eu disse
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Lewis Hamilton terminou o GP da Europa em nono.
Nick Heidfeld enroscou-se com Ralf Schumacher durante a corrida. O incidente será julgado após a prova. Heidfeld terminou em sétimo.
Eu digo: a Fia vai punir Heidfeld e Hamilton herdará um ponto, ficando em oitavo.
A Fia, como o resto do mundo, adora Hamilton.
Lewis Hamilton terminou o GP da Europa em nono.
Nick Heidfeld enroscou-se com Ralf Schumacher durante a corrida. O incidente será julgado após a prova. Heidfeld terminou em sétimo.
Eu digo: a Fia vai punir Heidfeld e Hamilton herdará um ponto, ficando em oitavo.
A Fia, como o resto do mundo, adora Hamilton.
Friday, July 20, 2007
O Maracanaço da Bahia
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Você já foi à Bahia, nega, não? Então, vá!
O início desse clássico de Dorival Caymmi quase me faz largar tudo e correr para Salvador. Não que eu precise de pretexto para querer de novo estar lá, mas desta vez o motivo é especial.
Meu grande-e-querido-e-especial-e-tudo-de-bom amigo Silvio César Tudela Vieira defende, na próxima sexta-feira, dia 27 de julho, às 10h, sua tese de mestrado na Universidade Federal da Bahia. É um trabalho de fôlego sobre a narração radiofônica da final da Copa do Mundo de 1950, perdida pelo Brasil para o Uruguai, em pleno Maracanã.
Quem estiver por Salvador no período e tiver especial interesse por jornalismo ou por futebol, não perca.
Eu, infelizmente, não poderei ir.
Mas fico daqui mandando todo o meu axé para o Silvio.
Você já foi à Bahia, nega, não? Então, vá!
O início desse clássico de Dorival Caymmi quase me faz largar tudo e correr para Salvador. Não que eu precise de pretexto para querer de novo estar lá, mas desta vez o motivo é especial.
Meu grande-e-querido-e-especial-e-tudo-de-bom amigo Silvio César Tudela Vieira defende, na próxima sexta-feira, dia 27 de julho, às 10h, sua tese de mestrado na Universidade Federal da Bahia. É um trabalho de fôlego sobre a narração radiofônica da final da Copa do Mundo de 1950, perdida pelo Brasil para o Uruguai, em pleno Maracanã.
Quem estiver por Salvador no período e tiver especial interesse por jornalismo ou por futebol, não perca.
Eu, infelizmente, não poderei ir.
Mas fico daqui mandando todo o meu axé para o Silvio.
Tuesday, July 17, 2007
Eu recomendo
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Um grande texto, um grande estudioso da história do automobilismo, um grande apreciador de música, um grande cara. Se você ainda não conhece Luis Fernando Ramos, o Ico, vá até seu recém-inaugurado blog. Ico só tem dois grandes defeitos: ser são-paulino e morar com sua doce Claudia muito longe daqui.
Bem vindo à blogosfera, colega!
Um grande texto, um grande estudioso da história do automobilismo, um grande apreciador de música, um grande cara. Se você ainda não conhece Luis Fernando Ramos, o Ico, vá até seu recém-inaugurado blog. Ico só tem dois grandes defeitos: ser são-paulino e morar com sua doce Claudia muito longe daqui.
Bem vindo à blogosfera, colega!
RádioGP no ar
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Fui convidada, mais uma vez, a participar da RádioGP, o podcast do site Grande Prêmio. O programa desta semana teve como anfitrião o mordaz Victor Martins. Espalhados pelo mundo, Rafael Sola, de São Paulo, Ivan Capelli, de Porto Alegre, Luis Fernando Ramos, de Viena, e a estréia do novo colunista do Grande Prêmio, Carlos Cintra Mauro, o Lua, que apesar do apelido astronáutico falou daqui mesmo, da capital paulista. Para baixar o link, é só clicar aqui.
Fui convidada, mais uma vez, a participar da RádioGP, o podcast do site Grande Prêmio. O programa desta semana teve como anfitrião o mordaz Victor Martins. Espalhados pelo mundo, Rafael Sola, de São Paulo, Ivan Capelli, de Porto Alegre, Luis Fernando Ramos, de Viena, e a estréia do novo colunista do Grande Prêmio, Carlos Cintra Mauro, o Lua, que apesar do apelido astronáutico falou daqui mesmo, da capital paulista. Para baixar o link, é só clicar aqui.
Thursday, July 12, 2007
O cavaleiro solitário na ilha isolada
Faz tempo que tenho vontade de comentar sobre meus tempos de Folha de S.Paulo. Um período relativamente curto, dois anos e pouco, mas intenso e marcante, por vários aspectos. Foi meu primeiro emprego, iniciei lá antes de terminar a faculdade, contratada pelo então editor Flavio Gomes, que depois se tornou um grande chapa. Esta atual efervescência da mídia em torno dos Jogos Panamericanos me fez lembrar de uma cobertura histórica. Não minha, mas de um grande repórter de Esportes – Edgard Alves.
O Pan de 1991 foi a primeira grande competição que encarei na Folha. Realizado em Havana, visto de hoje o evento parece ter acontecido não no século passado, mas no retrasado, pelas dificuldades de comunicação. Edgard era o único repórter do caderno de Esporte da Folha no Pan de Cuba.
Naqueles tempos, o jornal tinha um hábito esdrúxulo. Mandava para uma cobertura política, por exemplo, um repórter de Ciências. Da mesma forma, às vezes pedia ao editor de Esporte uma crítica sobre a novela mexicana em cartaz no SBT. Isso não é força de expressão, acontecia de fato e revelava um “conceito” do jornal, o de colocar profissionais que não entendiam nada daquele assunto para dar “uma outra visão” à cobertura. E assim a equipe de repórteres da Folha no Pan de Cuba tinha um repórter fera em Esporte, nosso Edgard, e um outro grande jornalista, que viria a se tornar biógrafo respeitado, mas que de esportes parecia saber bem pouco.
Claro que um único repórter não faria a cobertura de todas as competições. Desta forma, a redação ficou responsável pela retaguarda que deveria, em grande proporção, produzir de São Paulo o noticiário acerca do que se passava nas quadras, pistas, piscinas e campos de Havana. Eu era foca, o nome que se dá ao jornalista em início de carreira, por isso delegaram a mim esportes menos destacados, como esgrima e pólo aquático. Nem liguei. Estava toda pilhada de fazer minha primeira cobertura de um Pan, ainda que à distância.
Falar com Edgard direto de Havana era um episódio raro, normalmente reservado ao editor, em uma ou duas conversas telefônicas diárias. O resto da equipe tinha de se comunicar com o repórter por meio de um aparelho hoje de museu, o telex. Para a moçada que nunca esteve à frente de um, vou descrevê-lo. Era uma espécie de máquina de escrever grandona, na qual se digitava normalmente. Só que a mensagem era transmitida por meio de uma fita lateral, que ia se preenchendo de furinhos à medida que se digitava. Essa fita era o que continha a mensagem e sua transmissão permitia que se lesse o texto no outro aparelho conectado, em qualquer parte do mundo. Textos longos eram produzidos desta forma: o jornalista digitava o texto, a fita era gravada e um operador transmitia a fita para o telex de destino. Textos curtos podiam ser transmitidos diretamente, como uma espécie de Messenger pré-histórico, mas não era possível manter longas conversações dessa forma, pois a transmissão era feita por linha telefônica. Além de cara, a conversa poderia ser interrompida a todo tempo, em função da má qualidade das linhas.
Produzíamos o noticiário na alameda Barão de Limeira, com o auxílio dos telex das agências internacionais, da transmissão das TVs (só tinha TV aberta naqueles tempos, viu?) e enriquecíamos as notícias com declarações colhidas pelo Edgard, em Havana, ou com impressões e fatos por ele transmitidos, diretamente da ilha. Aquele que se sentava ao telex para falar com o enviado especial, nos breves momentos do dia em que ele conseguia fazer isso, ficava responsável por transmitir aos colegas as informações de outros esportes que o repórter enviava naquele instante.
O Pan de 91 foi especial para o esporte brasileiro principalmente por três acontecimentos. Foi nessa competição que o nadador Gustavo Borges conquistou suas primeiras medalhas em Panamericanos (duas de ouro, duas de prata e uma de bronze). É também dessa competição o surgimento da vitoriosa geração de ouro do vôlei masculino. Ouro que só viria um ano depois, na Olimpíada de Barcelona, mas a prata conquistada pela geração de Tande, Giovane, Maurício e Marcelo Negrão, naquele Pan, foi uma espécie de ensaio.
Mas a grande conquista brasileira naquele Pan, indiscutivelmente, foi o ouro da seleção feminina de basquete, coroando a geração de Hortência e Paula, “condecoradas” pelo próprio Fidel na cerimônia de premiação. Edgard, um grande especialista em basquete, estava lá.
Fiquei muitos anos sem ver Edgard pessoalmente. Há uns dois anos, estive na redação da Folha para um compromisso profissional e fui falar com ele. Como eu estava bem diferente, quis ver se ele me reconheceria. Não disse quem eu era e pedi para adivinhar. Não adivinhou e ficou mais vermelho que uma bandeira do PT quando me “apresentei”.
Edgard está no Rio, com uma grande equipe da Folha, para a cobertura do Pan, que começa nesta sexta-feira. A todos, desejo boa sorte. E ao Edgard, em especial, esta lembrança daquela que talvez tenha sido sua mais heróica cobertura.
Em tempo: Edgard não é meu parente. A família Alves é que é grande pacas.
O Pan de 1991 foi a primeira grande competição que encarei na Folha. Realizado em Havana, visto de hoje o evento parece ter acontecido não no século passado, mas no retrasado, pelas dificuldades de comunicação. Edgard era o único repórter do caderno de Esporte da Folha no Pan de Cuba.
Naqueles tempos, o jornal tinha um hábito esdrúxulo. Mandava para uma cobertura política, por exemplo, um repórter de Ciências. Da mesma forma, às vezes pedia ao editor de Esporte uma crítica sobre a novela mexicana em cartaz no SBT. Isso não é força de expressão, acontecia de fato e revelava um “conceito” do jornal, o de colocar profissionais que não entendiam nada daquele assunto para dar “uma outra visão” à cobertura. E assim a equipe de repórteres da Folha no Pan de Cuba tinha um repórter fera em Esporte, nosso Edgard, e um outro grande jornalista, que viria a se tornar biógrafo respeitado, mas que de esportes parecia saber bem pouco.
Claro que um único repórter não faria a cobertura de todas as competições. Desta forma, a redação ficou responsável pela retaguarda que deveria, em grande proporção, produzir de São Paulo o noticiário acerca do que se passava nas quadras, pistas, piscinas e campos de Havana. Eu era foca, o nome que se dá ao jornalista em início de carreira, por isso delegaram a mim esportes menos destacados, como esgrima e pólo aquático. Nem liguei. Estava toda pilhada de fazer minha primeira cobertura de um Pan, ainda que à distância.
Falar com Edgard direto de Havana era um episódio raro, normalmente reservado ao editor, em uma ou duas conversas telefônicas diárias. O resto da equipe tinha de se comunicar com o repórter por meio de um aparelho hoje de museu, o telex. Para a moçada que nunca esteve à frente de um, vou descrevê-lo. Era uma espécie de máquina de escrever grandona, na qual se digitava normalmente. Só que a mensagem era transmitida por meio de uma fita lateral, que ia se preenchendo de furinhos à medida que se digitava. Essa fita era o que continha a mensagem e sua transmissão permitia que se lesse o texto no outro aparelho conectado, em qualquer parte do mundo. Textos longos eram produzidos desta forma: o jornalista digitava o texto, a fita era gravada e um operador transmitia a fita para o telex de destino. Textos curtos podiam ser transmitidos diretamente, como uma espécie de Messenger pré-histórico, mas não era possível manter longas conversações dessa forma, pois a transmissão era feita por linha telefônica. Além de cara, a conversa poderia ser interrompida a todo tempo, em função da má qualidade das linhas.
Produzíamos o noticiário na alameda Barão de Limeira, com o auxílio dos telex das agências internacionais, da transmissão das TVs (só tinha TV aberta naqueles tempos, viu?) e enriquecíamos as notícias com declarações colhidas pelo Edgard, em Havana, ou com impressões e fatos por ele transmitidos, diretamente da ilha. Aquele que se sentava ao telex para falar com o enviado especial, nos breves momentos do dia em que ele conseguia fazer isso, ficava responsável por transmitir aos colegas as informações de outros esportes que o repórter enviava naquele instante.
O Pan de 91 foi especial para o esporte brasileiro principalmente por três acontecimentos. Foi nessa competição que o nadador Gustavo Borges conquistou suas primeiras medalhas em Panamericanos (duas de ouro, duas de prata e uma de bronze). É também dessa competição o surgimento da vitoriosa geração de ouro do vôlei masculino. Ouro que só viria um ano depois, na Olimpíada de Barcelona, mas a prata conquistada pela geração de Tande, Giovane, Maurício e Marcelo Negrão, naquele Pan, foi uma espécie de ensaio.
Mas a grande conquista brasileira naquele Pan, indiscutivelmente, foi o ouro da seleção feminina de basquete, coroando a geração de Hortência e Paula, “condecoradas” pelo próprio Fidel na cerimônia de premiação. Edgard, um grande especialista em basquete, estava lá.
Fiquei muitos anos sem ver Edgard pessoalmente. Há uns dois anos, estive na redação da Folha para um compromisso profissional e fui falar com ele. Como eu estava bem diferente, quis ver se ele me reconheceria. Não disse quem eu era e pedi para adivinhar. Não adivinhou e ficou mais vermelho que uma bandeira do PT quando me “apresentei”.
Edgard está no Rio, com uma grande equipe da Folha, para a cobertura do Pan, que começa nesta sexta-feira. A todos, desejo boa sorte. E ao Edgard, em especial, esta lembrança daquela que talvez tenha sido sua mais heróica cobertura.
Em tempo: Edgard não é meu parente. A família Alves é que é grande pacas.
Duas perguntas
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Há dois mistérios atormentando minha cabeça nestes últimos dias.
1) Não é estranho haver um caso ruidoso na Fórmula 1 - com sabotagem, espionagem e outras modalidades de sacanagem - sem que Flavio Briatore esteja envolvido nele?
2) Quantos fios de cabelos brancos nasceram na cabeça de Dunga, de ontem para hoje, enquanto ele pensa sobre quem vai marcar Lionel Messi no jogo de domingo?
Há dois mistérios atormentando minha cabeça nestes últimos dias.
1) Não é estranho haver um caso ruidoso na Fórmula 1 - com sabotagem, espionagem e outras modalidades de sacanagem - sem que Flavio Briatore esteja envolvido nele?
2) Quantos fios de cabelos brancos nasceram na cabeça de Dunga, de ontem para hoje, enquanto ele pensa sobre quem vai marcar Lionel Messi no jogo de domingo?
Wednesday, July 11, 2007
Caminhante noturno*
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Doni pegou dois pênaltis e o Brasil se classificou para a final da Copa América. Viva Doni, o herói da classificação.
Mas alguém contou quantos passos o goleiro deu antes de pegar o chute do uruguaio Lugano nesta noite de terça-feira? O que fazia Doni no meio da pequena área quando processou a façanha?
É coisa feita para agradar todo mundo: a galera, francamente favorável ao Brasil no estádio venezuelano, a Confederação Sul-Americana, que deve estar esfregando as mãozinhas por uma final entre Brasil e Argentina, e a torcida são-paulina, que enfim pôde ver como seria Rogério Ceni no gol da seleção... (ô, veneno...)
* Título de uma canção dos Mutantes, de 1968.
Doni pegou dois pênaltis e o Brasil se classificou para a final da Copa América. Viva Doni, o herói da classificação.
Mas alguém contou quantos passos o goleiro deu antes de pegar o chute do uruguaio Lugano nesta noite de terça-feira? O que fazia Doni no meio da pequena área quando processou a façanha?
É coisa feita para agradar todo mundo: a galera, francamente favorável ao Brasil no estádio venezuelano, a Confederação Sul-Americana, que deve estar esfregando as mãozinhas por uma final entre Brasil e Argentina, e a torcida são-paulina, que enfim pôde ver como seria Rogério Ceni no gol da seleção... (ô, veneno...)
* Título de uma canção dos Mutantes, de 1968.
Tuesday, July 10, 2007
Um sonho
Esta noite, sonhei que Kimi Raikkonen será o campeão da temporada 2007 da Fórmula 1. O sonho tinha toques lisérgicos, como o fato de o chefe da equipe dele, que não era a Ferrari, ser um cliente meu, que por acaso é médico.
Isto, sem dúvida, é um sinal.
Sinal de que penso muito em Fórmula 1.
Há alguns meses, sonhei que a final do Mundial Interclubes, este ano, seria disputada entre Santos e Manchester United. Como todos sabemos, será entre Milan e Boca Juniors. Mas, neste caso, justifica-se: deve ter sido meu desejo de ver Cristiano Ronaldo mais uma vez...
Isto, sem dúvida, é um sinal.
Sinal de que penso muito em Fórmula 1.
Há alguns meses, sonhei que a final do Mundial Interclubes, este ano, seria disputada entre Santos e Manchester United. Como todos sabemos, será entre Milan e Boca Juniors. Mas, neste caso, justifica-se: deve ter sido meu desejo de ver Cristiano Ronaldo mais uma vez...
Saturday, July 07, 2007
Paixão e dúvida
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Amigos, estou apaixonada. Já nem tento resistir a ele, desta vez sinto que me rendi incondicionalmente. Fico encantada com seu sorriso, tentando adivinhar quais serão seus próximos atos, enamorada de tudo o que ele faz. Como todo ser apaixonado, tenho certeza de que meu amado é perfeito, não faz nada errado, é um semi-deus, ou um deus por inteiro. Minha boca fica seca, minhas mãos ficam úmidas ao prenúncio de sua chegada.
Nem ligo por dividir seu amor com os outros. E os outros formam uma legião de milhares de fãs em todo o mundo. Não me importo nem mesmo de ele não saber da minha existência.
Diga, você também, se não está entregue a Lewis Hamilton.
De março até hoje, o piloto inglês já foi chamado de quase tudo: robô, fabricado, sortudo, perfeito, perfeito, perfeito. A Fórmula 1 não perdoa os erros e ele, até agora, simplesmente não errou nos momentos cruciais. Abro bem os olhos quando ele aparece, sedenta de guardar nas retinas outra cena que há de entrar para a história.
Hamilton tem outra virtude inequívoca: começou a correr no ano seguinte à aposentadoria de Michael Schumacher.
Estou apaixonada por Hamilton, mas sou uma mulher madura. E entre retinas encantadas e mãos molhadas, minha mente fervilha com uma dúvida.
Se passamos vários anos ouvindo que "se Senna não tivesse morrido, Schumacher não seria tão vitorioso", a lógica vale para o presente momento? Sempre achei essa inadagação uma chatice inominável, mas será que alguém, em algum rincão da Alemanha, não está se fazendo essa pergunta? Se Schumacher não tivesse parado, este campeonato estaria tão equilibrado e Hamilton estaria brilhando tanto?
Amigos, estou apaixonada. Já nem tento resistir a ele, desta vez sinto que me rendi incondicionalmente. Fico encantada com seu sorriso, tentando adivinhar quais serão seus próximos atos, enamorada de tudo o que ele faz. Como todo ser apaixonado, tenho certeza de que meu amado é perfeito, não faz nada errado, é um semi-deus, ou um deus por inteiro. Minha boca fica seca, minhas mãos ficam úmidas ao prenúncio de sua chegada.
Nem ligo por dividir seu amor com os outros. E os outros formam uma legião de milhares de fãs em todo o mundo. Não me importo nem mesmo de ele não saber da minha existência.
Diga, você também, se não está entregue a Lewis Hamilton.
De março até hoje, o piloto inglês já foi chamado de quase tudo: robô, fabricado, sortudo, perfeito, perfeito, perfeito. A Fórmula 1 não perdoa os erros e ele, até agora, simplesmente não errou nos momentos cruciais. Abro bem os olhos quando ele aparece, sedenta de guardar nas retinas outra cena que há de entrar para a história.
Hamilton tem outra virtude inequívoca: começou a correr no ano seguinte à aposentadoria de Michael Schumacher.
Estou apaixonada por Hamilton, mas sou uma mulher madura. E entre retinas encantadas e mãos molhadas, minha mente fervilha com uma dúvida.
Se passamos vários anos ouvindo que "se Senna não tivesse morrido, Schumacher não seria tão vitorioso", a lógica vale para o presente momento? Sempre achei essa inadagação uma chatice inominável, mas será que alguém, em algum rincão da Alemanha, não está se fazendo essa pergunta? Se Schumacher não tivesse parado, este campeonato estaria tão equilibrado e Hamilton estaria brilhando tanto?
Thursday, July 05, 2007
Barcelona, 5 de julho de 1982
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Já escrevi muito sobre este dia, especialmente quando da morte de Telê Santana. Quem viu aquela seleção brasileira jogar nunca se contentou com Dunga. Nunca há de se contentar. Mil vezes aquele título perdido... Hoje, faço da data uma homenagem a Reginaldo Manente, autor da foto que melhor traduziu o sentimento de derrota que invadiu todos os corações brasileiros.
Tive a honra de trabalhar com Reginaldo Manente, grande figura, apesar de palmeirense. Esta foto, estourada na capa do Jornal da Tarde de 6 de julho de 1982, rendeu prêmios ao jornal e ao fotógrafo. Perguntei a ele como tinha acontecido o registro. Ele me contou que o jogo tinha acabado, ele havia feito vários filmes do jogo e dos jogadores brasileiros, rendidos em campo, após a derrota. Mas sentia que não tinha "a" foto. Começou a vasculhar a arquibancada com os olhos e viu o menino chorando. Apontou a teleobjetiva e fez uma seqüência do garoto.
Sem palavras. Pra quê?
Já escrevi muito sobre este dia, especialmente quando da morte de Telê Santana. Quem viu aquela seleção brasileira jogar nunca se contentou com Dunga. Nunca há de se contentar. Mil vezes aquele título perdido... Hoje, faço da data uma homenagem a Reginaldo Manente, autor da foto que melhor traduziu o sentimento de derrota que invadiu todos os corações brasileiros.
Tive a honra de trabalhar com Reginaldo Manente, grande figura, apesar de palmeirense. Esta foto, estourada na capa do Jornal da Tarde de 6 de julho de 1982, rendeu prêmios ao jornal e ao fotógrafo. Perguntei a ele como tinha acontecido o registro. Ele me contou que o jogo tinha acabado, ele havia feito vários filmes do jogo e dos jogadores brasileiros, rendidos em campo, após a derrota. Mas sentia que não tinha "a" foto. Começou a vasculhar a arquibancada com os olhos e viu o menino chorando. Apontou a teleobjetiva e fez uma seqüência do garoto.
Sem palavras. Pra quê?
Tuesday, July 03, 2007
RádioGP no ar
Atendendo ao convite do pessoal do Grande Prêmio, participei ontem da Rádio GP, o podcast do site. Sob o comando do multimídia Flavio Gomes, debatemos o GP da França de F1, o GP da Holanda de Motovelocidade, as corridas de GP2 em Magny Cours e muito mais.
Os comentários são de Victor Martins, Bruno Vicária e Ivan Capelli.
É possível baixar o programa por aqui.
Sunday, July 01, 2007
Que bonito é...
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Neste final de semana, o esporte abusou do direito de ser espetacular. Começou na manhã do sábado, com o GP da Holanda de Motovelocidade. Um duelo de arrepiar entre o superstar Valentino Rossi e a nova sensação Casey Stoner, com vitória de Rossi no final da prova.
Logo depois da moto, veio a corrida da GP2, em Magny Cours, na França, com um acidente de apavorar com o venezuelano Ernesto Viso. Depois de decolar literalmente, o jovem piloto passou a poucos centímetros do mesmo muro que matou o brasileiro Marco Campos em 1995. Um milagre, ou talvez um santo forte danado desse Hugo Chavez.
Domingo cedinho, mais adrenalina, mas esta para poucos. Quer dizer, poucos se comparados à massa de espectadores que acompanha transmissões esportivas pela TV. Falo da XII Corrida dos Bombeiros da Corpore, que aconteceu pelas ruas do Ipiranga e reuniu cerca de sete mil atletas. Estive lá, completando os dez quilômetros em 50min31, que considerei um bom tempo em função da longa subida que se estende do quilômetro seis e meio até o oito.
Assim que der, coloco fotos do evento aqui.
Cheguei a tempo de ver ao vivo pouco menos da metade do GP da França de Fórmula 1, pouco emocionante em si pela vitória correta de Kimi Raikkonen, mas espantoso pelo conjunto da obra deste mundial. Oito corridas, duas vitórias de cada um dos pilotos da McLaren e da Ferrari. Expresso 2222. Duas de Kimi, duas de Massa, duas de Alonso, duas de Hamilton. Este inglesinho carismático parece ter tanta sorte que já não parece sorte. Primeiro, parecia que o cara era "fabricado". Depois, que tinha o traseiro virado pra lua. Cada vez mais fica evidente: o homem é bom mesmo!
Para terminar, o jogo da seleção brasileira contra o Chile pela Copa América. Por coincidência, foi depois da saída de Elano que o Brasil deslanchou. Acho lamentável que Elano se torne o Dunga de Dunga, o símbolo do mau futebol desta atual seleção. E ele não é mau jogador. O que me pareceu certa teimosia do técnico Dunga foi demorar tanto em colocar a vitoriosa dupla de volantes do São Paulo de outrora - Josué e Mineiro. Esta simples mudança organizou o meio-campo, fez a bola chegar ao ataque, e nos brindou com um belo segundo gol, fruto de uma eficiente troca de passes entre Wagner Love e Robinho.
E, sobretudo, nos presenteou com um gol de placa de Robinho, com drible da vaca e tudo, consolidano a goleada.
Neste final de semana, o esporte abusou do direito de ser espetacular. Começou na manhã do sábado, com o GP da Holanda de Motovelocidade. Um duelo de arrepiar entre o superstar Valentino Rossi e a nova sensação Casey Stoner, com vitória de Rossi no final da prova.
Logo depois da moto, veio a corrida da GP2, em Magny Cours, na França, com um acidente de apavorar com o venezuelano Ernesto Viso. Depois de decolar literalmente, o jovem piloto passou a poucos centímetros do mesmo muro que matou o brasileiro Marco Campos em 1995. Um milagre, ou talvez um santo forte danado desse Hugo Chavez.
Domingo cedinho, mais adrenalina, mas esta para poucos. Quer dizer, poucos se comparados à massa de espectadores que acompanha transmissões esportivas pela TV. Falo da XII Corrida dos Bombeiros da Corpore, que aconteceu pelas ruas do Ipiranga e reuniu cerca de sete mil atletas. Estive lá, completando os dez quilômetros em 50min31, que considerei um bom tempo em função da longa subida que se estende do quilômetro seis e meio até o oito.
Assim que der, coloco fotos do evento aqui.
Cheguei a tempo de ver ao vivo pouco menos da metade do GP da França de Fórmula 1, pouco emocionante em si pela vitória correta de Kimi Raikkonen, mas espantoso pelo conjunto da obra deste mundial. Oito corridas, duas vitórias de cada um dos pilotos da McLaren e da Ferrari. Expresso 2222. Duas de Kimi, duas de Massa, duas de Alonso, duas de Hamilton. Este inglesinho carismático parece ter tanta sorte que já não parece sorte. Primeiro, parecia que o cara era "fabricado". Depois, que tinha o traseiro virado pra lua. Cada vez mais fica evidente: o homem é bom mesmo!
Para terminar, o jogo da seleção brasileira contra o Chile pela Copa América. Por coincidência, foi depois da saída de Elano que o Brasil deslanchou. Acho lamentável que Elano se torne o Dunga de Dunga, o símbolo do mau futebol desta atual seleção. E ele não é mau jogador. O que me pareceu certa teimosia do técnico Dunga foi demorar tanto em colocar a vitoriosa dupla de volantes do São Paulo de outrora - Josué e Mineiro. Esta simples mudança organizou o meio-campo, fez a bola chegar ao ataque, e nos brindou com um belo segundo gol, fruto de uma eficiente troca de passes entre Wagner Love e Robinho.
E, sobretudo, nos presenteou com um gol de placa de Robinho, com drible da vaca e tudo, consolidano a goleada.
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