A Casa do
Alentejo em Lisboa deu início no passado dia 26 de janeiro de 2023 às
comemorações do seu centésimo aniversário.
Será um ano
inteiro de atividades, com atividades culturais, grupos corais, gastronomia,
exposições e uma sessão solene para o dia oficial da fundação, a 10 de junho.
As
iniciativas têm o alto patrocínio da Presidência da República e da Comissão de Honra,
de que fazem parte mais de 100 personalidades, como historiadores, músicos,
escritores e empresários, autarquias alentejanas e da cidade de Lisboa, bem
como a Confederação Portuguesa das Coletividades de Cultura Recreio e Desporto,
e quatro coletividades convidadas para o efeito pela Casa do Alentejo (Lincemoz,
G.A.Olivença, N.A.Barrancos e Associação Aldraba).
A nossa
Associação ALDRABA considera uma grande distinção ter sido apontada para a
Comissão de Honra do Centenário da Casa do Alentejo, e vai dispor-se a toda a
colaboração que seja considerada útil.
A Casa do
Alentejo foi planeada por comerciantes, farmacêuticos e homens dos ofícios, que
tinham vindo do Alentejo para Lisboa, tendo sido formalizada como associação em
10 de junho de 1923. Funcionou primeiro em Alcântara, depois no Bairro Alto e
ocupou em 1932 o edifício que ainda é a sua sede de hoje, na Baixa de Lisboa.
Ao longo dos
100 anos, a Casa do Alentejo teve escola, posto médico, sapataria, barbearia, foi
onde muitos se conheceram e casaram, já que as casas regionais serviam mesmo
para isso: dar apoio a quem chegava de Évora, Beja ou Elvas, e a quem já estava
instalado em Lisboa iam encontrando soluções, nomeadamente de emprego.
A associação
comprou o edifício em 1982, iniciando um longo e oneroso processo de
recuperação do palacete, que pertenceu aos condes de Alverca e foi o primeiro
casino de Lisboa, antes de os jogos de fortuna e de azar terem sido proibidos
por Salazar, em 1928.
Com o 25 de abril
de 1974, a instituição abriu-se e teve "uma explosão", chegando a ter
mais de 3.000 sócios. Os jogos foram então proibidos, passando a existir mais atividade
cultural, mas, tal como então, continua a ser preciso ser alentejano para se
ser sócio-dirigente, com o objetivo de "manter a ligação à região".
"Desenvolveram-se
os grupos corais aqui, os bailes também nunca deixaram de existir, mas tiveram
outro significado e passaram a ser todas as semanas ao domingo, [destacaram-se]
a apresentação de livros e de mostras de artesanato e as autarquias do Alentejo
passaram a vir muito mais à Casa do Alentejo. Neste ano em que estamos, nós
prevemos que mais de metade dos municípios vão estar aqui na Casa do
Alentejo", disse o presidente da Casa do Alentejo João Proença, destacando
que para fevereiro está prevista a feira do Queijo de Serpa e uma iniciativa da
Câmara de Montemor-o-Novo.
Depois de
dificuldades sentidas durante a pandemia, em que esteve fechada por dois
períodos e teve de recorrer a ajuda da banca e aos apoios do Governo, a
instituição está ainda a pagar dívidas, mas "a funcionar
normalmente", assegura o presidente, tendo em permanência uma venda de
artesanato, um restaurante e uma taberna, com gastronomia regional.
JAF