Notas de um caderno de viagem VI
10/6/06 - Praia da Baleia - Itapipoca - Milton e Mary passaram
por aqui para irmos passar o fim-de-semana na Taíba. Mas encontramos uma Taíba
tão urbanamente bagunçada, que desistimos e fomos para a Praia da Baleia, em
Itapipoca. 178 km de Fortaleza. Gostei de cara.
Ficamos na Pousada Paraíso, de Paulo e
Isabel. Ocupamos duas suítes bem em frente ao mar. Era tarde, estávamos com
fome, Paulo e a mulher foram preparar uma peixada para nós. Beijupirá. Não sei
se era a fome, mas tudo me pareceu delicioso.
Lá
pelas quatro e meia saímos para conhecer (eu) Itapipoca, terra de Mary.
Visitamos alguns parentes dela. Lanchamos. Milton fez um tour pela cidade.
Paramos diante da praça principal. Visitamos a igreja, ouvimos o badalar dos
sinos, chamando os fiéis para a missa. Fotografamos uma escultura com os
slogans característicos da cidade dos três climas: jangada (mar), boi (sertão)
e serra. A distância entre a praia da Baleia e a Cidade é de cinquenta e cinco
quilômetros. Foi um bocado de chão rodado (233km) e Milton nem parece cansado.
Itapipoca quer dizer: pedra lascada. Ita=
pedra: pipoca:= lascada. Tem tudo a ver, pois na região serrana fica a Pedra
Ferrada com inscrições rupestres e materiais fósseis, datados de até dez mil
anos atrás. Os fósseis foram encontrados em Taboca, Lagoa do Juá, Mocambo de
baixo e Lagoa das Pedras. Estrigas esteve pesquisando por lá.
11/6/06 - A areia da praia é
escura e sólida, por isso os carros circulam por ela, livremente. Fizemos todo
o seu percurso: pousadas, mansões, barracas. A praia é manchada de algas. Aliás,
as algas são pescadas e tratadas para exportação. Japão. Segundo Paulo, há um
projeto do município para a utilização das algas na fabricação de cosméticos,
cordas especiais e tecidos.
Pena, na ponta da praia, coberta de dunas,
que dá um charme todo especial a orla, pois bem, os gringos estão adquirindo
lotes para construção nas partes mais altas dos morros. Transferindo o ponto de
vista de apreciação de sua beleza: hoje, de baixo para cima; amanhã, de cima
para baixo. Antes, de todos; amanhã, de uns poucos.
Almoço: a família foi de mariscada: peixe,
camarão, lagosta. Eu fui de grelhado, com arroz branco e batata frita. Peixe:
beijupirá. Muito bom. Saímos de lá, as 14h. Finalmente, Milton pagou sua
dívida: uma garrafa de mel do Curu, do apiário do irmão de Mary. É isso aí:
amigos, amigos, negócios a parte. Feliz aniversário!
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