A vida é como uma corda
De tristeza e alegria
Que saltamos a correr
Pé em baixo, pé em cima
Até morrer
Não convém esticá-la
Nem que fique muito solta
Bamba é a conta certa
Como dança de ida e volta
Que mantém a via aberta
Dançar na corda bamba
Não é techno, não é samba
É a dança do ter e não ter
É a dança da Corda Bamba
Salta agora pelo amor
Ele dá o paladar
Mesmo que a tua sorte
Seja a de um perdedor
Nunca deixes de saltar
Se saltares muito alto
Não tenhas medo de cair
De ficar infeliz
Feliz a cem por cento
Só mesmo um pateta feliz
Dançar na Corda Bamba
Não é techno, não é samba
É a dança do ter e não ter
É a dança da Corda Bamba
Termina hoje o prazo de candidatura para algo que poderá ser muito importante para os meus próximos anos de vida.
Depois de encerrar a questão, dei por mim à espera de que uma qualquer sensação me assaltasse. Nada! Que aridez, porra! Ao menos um pouco de alívio para compensar o empenho...
E lá me ensaiei outra vez, qual perdigueiro de focinho no ar, a tentar perceber, a tentar adivinhar qualquer coisa. Nada... esperem... não... nada mesmo.
Estou como o artista de trapézio: depois de tantos anos a fazer mortais encarpados, a rede é-lhe indiferente. Cada salto é isso mesmo: apenas mais um salto.
E de salto em salto, saltou-me à memória esta letra do Carlos Tê: Dançar na Corda Bamba. A memória é algo de híbrido. Estranhos os mecanismos através dos quais lhe acedemos.
E assim sigo, dançando na corda bamba.
Saltar na corda Bamba
Clã
27 junho 2011
23 junho 2011
Em cascata
As palavras precipitam-se em cascata.
Gotas dispersas em explosões de grafia, de semântica, confundindo a sintaxe deste feriado obtuso e estúpido.
Aborreço-me com o uivo das hienas, tão ao longe mas tão estrondosamente ensurdecedor. Aborreço-me e... aborreço quem me rodeia.
A esta hora do dia, tudo se me apressa, como que a querer fugir ao crepúsculo. O copo esvazia-se como se estivesse furado, as andorinhas voam em frenesim e, sobre elas, as gaivotas, sem saber o que fazer, sabendo apenas... ser.
Os gomos de lima mirram na ausência de álcool.
Bocejo. Tamanha a frustração deste final de tarde.
Mas não! Não me apetece deixar ir. Hoje sou eu quem manda.
Vou acabar este post, levantar-me do banco, erguer os olhos para um céu entrecortado pelo verde viçoso das árvores que balançam e ululam, e pensar em algo altamente sofisticado como, por exemplo, o que fazer para o jantar. É isso!
Até já!
Até sempre!
Gotas dispersas em explosões de grafia, de semântica, confundindo a sintaxe deste feriado obtuso e estúpido.
Aborreço-me com o uivo das hienas, tão ao longe mas tão estrondosamente ensurdecedor. Aborreço-me e... aborreço quem me rodeia.
A esta hora do dia, tudo se me apressa, como que a querer fugir ao crepúsculo. O copo esvazia-se como se estivesse furado, as andorinhas voam em frenesim e, sobre elas, as gaivotas, sem saber o que fazer, sabendo apenas... ser.
Os gomos de lima mirram na ausência de álcool.
Bocejo. Tamanha a frustração deste final de tarde.
Mas não! Não me apetece deixar ir. Hoje sou eu quem manda.
Vou acabar este post, levantar-me do banco, erguer os olhos para um céu entrecortado pelo verde viçoso das árvores que balançam e ululam, e pensar em algo altamente sofisticado como, por exemplo, o que fazer para o jantar. É isso!
Até já!
Até sempre!
... eu finjo que não existo.
Sibila de Delfos Miguel Angelo (Pormenor do tecto da Capela Sistina) |
somos de tanta água que te faço fonte para sempre. acolhe-me, escolhe-me. resguardo-te. sem a alquimia dos milagres. com a prata que é o meu sangue.
pode o excesso ser belo na cegueira da luz perguntava o pastor ao rio que não corria. e das sementes pascoalinas apenas um grito. que não. nada do que é infinito se fica pela esfera que sendo centro é variação em linha recta. também. parábola das assimetrias convergentes apenas por um golpe de ouro.
somos peregrinos de um refúgio. tatuamos a água no dorso.
e o pastor seguiu pela estrada do mar. divinamente cego.
(...) como um rumo impossível, comungo-te. em curva. que sou mais anel que vocação.
e que me importa a desorganização da semântica se lá fora o juízo é sátiro e o mês um vocábulo insuficiente e insano. não uso o vazio como sinistro nem os lábios como crepúsculo. esta é a minha terra. estes os meus dedos. geográficos e litigantes sobre a palavra. em que me devolvo à terra.
e à água. qual sibila entre os muros ascensionais vestida de rasgões a serem passos ou beijos radiantes. parto. mais perto da terra o assobio é brasa e o braço ponte. margem. nunca ácidos os dedos que legitimam esta água.
um dia os anjos serão tantos que adormecer será uma vaga narrativa de correspondências amplas e cruas. renasce o caminho por entre as urtigas e as rosas como vegetais estruturas de uma vida em suspenso. um dia a tua mão será epígrafe imperturbável. e eu apenas a memória de uma travessia. tão ao longe que todo o perto será abismo.
As Lágrimas Estão Todas na Garganta do Mar
Isabel Mendes Ferreira
Sem Cor
Dr1ve
02 junho 2011
Sons
To Build a Home
The Cinematic Orchestra ft. Patrick Watson
...Out in the garden where we planted the seeds
There is a tree as old as me.
By the cracks of the skin I climbed to the top
I climbed the tree to see the world
When a gust of wind came to blow me down
I held on as tightly as you held onto me
I held on as tightly as you held onto me......
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