"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

segunda-feira, janeiro 30, 2006

Lugares para o Encontro





Começo e termino com uma imagem da casa do Alentejo. No meio, duas outras imagens, do Ateneu. São duas jóias do património, de entre as várias que existem na Rua das Portas de Santo Antão: Coliseu, Sociedade de Geografia...
Mas estas duas que fotografei têm muito a ver comigo: em qualquer delas, fundei associações, em ambas escrevi para os respectivos orgãos de informação e vi publicados textos meus.
Sábado passado vivi momentos associativos estimulantes no Ateneu, depois com alguns amigos, fui petiscar e ajudar a esvaziar uns jarrinhos de tinto. Como costumo dizer: uma déli!
(fotos de LFM)

domingo, janeiro 29, 2006

Viva Mozart!


Nasceu na bela Salzburgo, Áustria, há 250 anos, no dia 27 de Janeiro. Wolfgang Amadeus Mozart é um dos compositores que mais oiço, desde que me habituei, na adolescência, a sintonizar a Antena 2 e a saborear os concertos para Jovens dirigidos e comentados por Leonard Bernstein. Dos concertos de piano (interpretados por Maria João Pires) ao Requiem, que oiço muitas vezes, Amadeus é um amigo de todos os dias.
Nos seus 35 anos de existência, Mozart escreveu, além de outras obras, mais de 600 composições musicais ( de entre elas 41 sinfonias, 27 concertos de piano, 16 óperas e 19 sonatas de piano).
Como é habitual nos domingos, estou sintonizado na Antena 2, a rádio clássica.
Talvez esta revelação em país futebolístico, machistóide de cordel, habituado a tosgas de mau humor e arroto pútrido, incomode alguns caniches, para os quais não passo de um oceano de "peneiras", pois alguns seres (humanos?) não toleram que os outros apreciem e defendam a qualidade, em vez da javardice improvisada à portuga, rotulando quem se afaste da sua postura cavalar, de snobes.
Deliciado, a acompanhar, enquanto escrevo, os acordes imortalizados por Wolfgang, aqui fica o recado para os Salieri que abundam em Portugal, embora para desgraça deles ao invés daquele, não possuam qualquer capacidade criativa.
Viva Mozart!
(foto de LFM: realizada no Santuário de Nª Sª dos Remédios, em Peniche. A mão é de José Alberto Franco, que toca no sinete habitualmente usado em cerimónias religiosas)

155 Dias de Visitas de Todos os Continentes


Em 28 de Agosto passado, pelas 23,45h, instalei no "Águas do Sul" um sistema que me permite saber quem são e de onde vêm os leitores.
Passados 5 meses, 29 Janeiro de 2006, às 15,43h, verifiquei que 78,43% (5821 visitantes) daqueles que espreitaram ou se detiveram na leitura do blogue vivem em Portugal. Segue-se o Brasil, com 8,58% (637 visitantes). Ao todo foram 59 países do planeta e um satélite, que por aqui passaram.
Além dos dois primeiros mencionados, o "Águas" foi visitado por: USA (209), França (160), Espanha (87), Canadá (56), Inglaterra (52), Tunísia-em 8º lugar com 51 visitas, Bélgica (43) e México (35).
Também foram recebidas visitas da Alemanha (32) Itália e Holanda, ambas com 22, Suíça e Marrocos cada um com 21, Suécia, com 11, Líbano, Japão e Singapura com 9 visitas de cada um destes países, Argentina, Austrália e Chile, com 8 visitantes em cada um, com 6 visitas o Perú, a Áustria, o Luxemburgo e a Dinamarca. Com 5 visitas a Polónia, Macau e Angola. Com 4 visitas, Egipto, Roménia e Noruega. Com 3 visitas, Argélia, Irão, Hungria e Finlândia. Com 2 visitas, Taiwan, Venezuela, Turquia e Moçambique.
Finalmente e com uma única espreitadela, Nicarágua, Hong Kong, Mónaco, Malásia, Israel, Colombia, República Dominicana, Satélite Provider, Índia, Iralanda, Palestina, Filipinas, Cuba, Paraguai, Coreia, Indonéisa, El Salvador, Porto Rico, Belize e Grécia.
São mais de 7 mil visitas (7.427), a uma média de 47 visitantes por dia.
Geograficamente, a maioria é da Europa (6313-85,04%), as Américas estão em segundo lugar (América do Sul-663, América do Norte 300 e América Central 6= 969), segue-se a África com 86 visitas, a Ásia com 47 e a Oceania com 8.
Parabéns aos leitores pela escolha. Um abraço amigo, ainda que virtual, a todas as pessoas do mundo que privilegiam a paz, a sabedoria e a fraternidade.
(foto de LFM: forte de Peniche)

Assembleia Geral da Aldraba










Decorreu na tarde de ontem, sábado 28 de Janeiro, a terceira Assembleia Geral da Aldraba. Esta sessão destinava-se a discutir e votar o relatório e contas. Não só foi aprovado por unanimidade pelas duas dezenas de associados presentes no magnífico salão do Ateneu Comercial de Lisboa que nos acolheu, como motivou por parte do associado João Coelho (ex-presidente da direcção da Casa de Pedrógão Grande, ex-membro da direcção da Federação Portuguesa das Colectividades de Cultura e Recreio e actual vereador da oposição no Executivo da sua terra natal) um voto de reconhecimento à actividade da direcção no primeiro ano da associação.
(fotografias de LFM)

sexta-feira, janeiro 27, 2006

Orlando Costa


Recebi agora mesmo a notícia. Com lágrimas, porque foi dos sorrisos mais bonitos que vi. Encontrei-o uma única vez na vida, mas tocou-me.
A Sónia Frade, minha colega da direcção da Aldraba, enviou-me estas palavras:
"É com muita tristeza que vos envio a notícia de que o escritor Orlando da Costa faleceu esta manhã. Tinha 76 anos. Ainda no mês passado em minha casa no final de mais uma reunião do Grupo de Trabalho Adeodato Barreto, a Dina telefonou-lhe a fim de marcarmos um encontro para conversar sobre o Adeodato. O Orlando da Costa foi uma simpatia ao telefone e respondeu que tinha todo o prazer. Ficamos de combinar então uma tarde pelo mês de Janeiro ou Fevereio, na Casa de Goa (lugar sugerido pelo próprio) para uma pequena tertúlia. Infelizmente esse encontro não se chegou a concretizar. Espero que agora se encontre em paz, esteja onde estiver."
Ser humano de excelência, Orlando Costa não teve tempo de voltar a ver-nos.
Naquele dia dei-lhe poemas e ele sorriu, dizendo que o meu nome lhe era familiar. O sorriso iluminou-se ainda mais, quando acrescentei: "É provável. Sou seu camarada!"
A vida derrama-se assim na estupidez dos dias. E os sorrisos esvaiem-se, sem retorno.
(fotografia de LFM: jardim das Necessidades, perto da Casa de Goa)

quinta-feira, janeiro 26, 2006

Comentador Anónimo, morador no concelho de Almada


Invejoso e cheio de ódio, porém incauto, pois desconhece que em alguns blogues os anónimos podem ser apanhados à má fila, um visitante indesejado, cujo IP registei, insultou-me esta noite por volta das 23.35.45 (tenho a sua visita registada!) obrigando-me a inserir mecanismos, para impedir a conspurcação, que parece motivar as pulsões da aberrante criatura. E fico-me por aqui, porque não quero divulgar a sua identificação. Vá ao psiquiatra, que o seu mal é dor de cotovelo. Ou de corno. Você enganou-se: o seu curral fica longe daqui...
(foto de LFM, realizada em Faro, no início deste mês)

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Duas Exposições em Loulé








Uma é permanente e está patente no Museu Municipal. Na sua essência, é uma mostra arqueológica, que atravessa séculos. O espólio é muito importante, no que concerne aos romanos e árabes que por ali deixaram rasto, na cultura, nos comportamentos, no subsolo...
Porém, falta aos magníficos obsjectos, bem expostos, um olhar que os traga até nós, que os faça sair do mutismo em que estão arrumados nas vitrines, com um enquadramento arquitectónico belíssimo, em duas antigas dependências da Alcaiadaria do castelo de Loulé. Efectivamente, os objectos podiam contar a história dos mouros e romanos que naquele concelho algarvio respiraram, muito antes de nós chegarmos...
Na revista do Arquivo Histórico Municipal de Loulé,"al'-ulyã", nº 4, de 1995, pp.161 a 163, Manuel Pedro Serra explica que o Museu, inaugurado em Maio desse ano, é resultado de recolhas provenientes de escavações arqueológicas, assumindo que "o período islâmico" é, "talvez a colecção mais coerente que de momento o Museu possui, provenientes das campanhas de escavação realizadas nas ruínas do antigo Castelo de Salir", "sob a orientação de Helena Catarino, desde 1987".
Perto dali, num outro espaço, dentro da zona histórica da cidade de António Aleixo, até 18 de Março, é possível admirar outra exposição de Arqueologia:"Paisagens de Loulé O Mar, Os Campos e A Cidade."
O visitante admira objectos e imagens do Litoral, da Cidade: de Al'-Ulyã a Loulé, do Barrocal e da Serra. Aqui houve a preocupação de facultar um excelente catálogo, cujos textos têm a autoria de Isabel Luzia, integrada numa vasta equipa técnica, que trabalhou com qualidade, como é o caso da concepção gráfica, vídeo e multimédia de Susana Leal.
Da visita que fiz a estas exposições, recordo um testemunho delicioso de uma guardiã desta segunda mostra, que confessou a satisfação enorme de andar nas escavações a ajudar a desenterrar estes tesouros.
Quando os funcionários sentem que estão a ser úteis à Comunidade, percebe-se que têm chefias inteligentes, que sabem planear e envolver todos aqueles que com eles trabalham, para fazer da cidade um lugar melhor. Nessa urbe, afinal possível, o passado não é um caco velho (embora possam ser mais enriquecidas, quiçá com o olhar de um antropólogo, as citadas exibições de objectos) e o presente é acima de tudo o respeito por quem trabalha, para que o empenho seja festa e a alegria transborde no dia a dia colectivo.
Noutros sítios deste país, que ostenta tantas vezes uma desmedida pequenêz mental, sente-se na face das pessoas que nos recebem, o ar de casa mortuária, o cheiro a mofo que sai de objectos e de posturas, impelindo a não voltar, e claro,apetece fugir daquelas trevas para o sol da rua.
Porque qualquer lugar da função pública, onde os indivíduos sejam reduzidos a Alliens, está condenado ao definhamento, à doença e à queda, a médio prazo, do cérebro que engendrou o fenómeno, certamente mais preocupado com o seu curriculum e o dos amigos, não se importando de sugar toda a energia daqueles que deveria coordenar para o bem estar da Comunidade.
Ao apreciar as peças que estão em exposição na Galeria de Arte do Convento do Espírito Santo, com as palavras felizes de uma funcionária, em fundo, senti que em Loulé os Museus têm um segredo.
Vão até lá, para descobrir!
Parabéns ao engenheiro Luís Guerreiro, que dirige a Divisão da Cultura e do Património Histórico de Loulé!
(fotografias realizadas no início do mês em Loulé, por LFM. As duas últimas imagens pertencem à referida segunda mostra)

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Um Morábito em Peniche?





Integrado no conjunto arquitectónico da capela de Santo António, encurralado por várias construções, parece existir um morábito frente ao forte de Peniche.
Dedicado a um eremita do Islão, que naquele espaço viveu, reflectindo e praticando a sabedoria contida na filosofia sufista, o morábito designa o conteúdo e o continente, caso esteja enterrado no seu chão o santo (Sidi) da religião muçulmana.
Adalberto Alves escreveu em "A Herança Árabe em Portugal" que "Para além das mesquitas, havia, no âmbito da construção, ligada a aspectos religiosos, as arrábidas, as azóias e os morábitos.
Apenas se conservaram em número significativo exemplares de morábitos, que eram ermitérios, encimados por uma cúpula, onde os ascetas sufis tinham a sua morada ou eram enterrados.São conhecidos desde o norte do Tejo até ao Algarve.
Alguns terão já sido construídos no período cristão, como ermidas, imitando o modelo muçulmano."
Em Alvor, Monsaraz, Ferreira do Alentejo, Mértola, Évoramonte e Murfacém, só para citar alguns exemplos, existem ainda testemunhos desta arquitectura.
Será que a construção asfixiada em Peniche é um morábito?
À atenção dos nossos arqueólogos!
(fotografias de LFM)

O Choque Tecnológico


De certeza que é noutro país, longínquo...
(fotografia de LFM)

domingo, janeiro 22, 2006

No Forte de Peniche, com António Dias Lourenço - Segunda Parte












O espaço do forte de Peniche, percorrido pelos vistantes, conduzidos por um militante comunista nonagenário, preso e torturado várias vezes, ao longo do regime fascista, foi idealizado como estalagem, por anteriores autarcas. O actual presidente, presente no encontro de ontem referiu-se a esse compromisso.
A verdade é que o espaço precisa de uma regeneração e o museu de uma intervenção multimédia que acompanhe a visão museológica dos tempos modernos. O que nos é dado ver é uma arrecadação de materiais ainda que importantes, no sítio certo, mas sem o adequado tratamento para partilhar com as novas gerações uma parte da história do nosso país que não pode ser ignorada.
(fotografias de LFM)

No Forte de Peniche, com António Dias Lourenço - Primeira Parte












António Dias Lourenço, é o mais velho preso político vivo. Foi ele que ontem de manhã, guiou uma visita muito especial ao Forte de Peniche, na qual me integrei, participando com vários colegas da direcção e amigos associados da Aldraba, numa iniciativa organizada pelo Albano e pela Bárbara, coordenadores de um outro grupo que existe desde Maio de 1982-o Atrium.
Informaram-me previamente que os associados desta associação, coordenada trimestralmente por dois dos seus membros, são, felizmente, adeptos de uma diversidade de opções. A minha amiga Clarinha de Alpedrinha, costumava dizer-me que um jardim só com flores da mesma cor e do mesmo género é uma monotonia.
Mas foi com imensa atenção e emoção que todos, novos e velhos, seguiram as descrições e o testemunho impressionante do antigo director do "Avante".
(Fotografias de LFM)