Eu teria ido se soubesse o que dizer. Não fui embora porque era mais fácil ficar e botar a culpa nela.
Acordava todos os dias e pensava onde seria o melhor lugar. O que me deixava ali não era a covardia, mas a culpa que me consumiria se estivesse só comigo, em qualquer parte. Eu teria de encarar o fato de que não haveria mais ninguém a quem culpar. A culpa foi toda minha.
Quando a conheci, já sabia quem eu era. Passei pela Rua das Palmeiras e a vi. Que sorte a minha, ficava ali o cartório do Seu Antônio Bento e ficava ali a casa dela. Desde o primeiro dia, me mostrei e vi que ela reparou. Eu me mostrava, ela olhava e sorria.
Ela saiu da janela de madeira da casa dos pais para a prisão que eu criei para nós, à Rua João de Almeida Campos. 17, no bairro do Laranjal. Eu me apaixonei por ela, eu a amei desde o segundo instante, porque no primeiro tudo ficou confuso com a sua beleza.
Foi no dia 23 de março de 1958. Entramos pela porta da frente da nossa casa, eu a carreguei no colo, como tinha que ser – tanto que fizemos isso duas vezes. A minha vontade era levá-la no colo pelo resto da vida. Tê-la era garantia de felicidade, eu a queria sempre perto e só pra mim. Com ela tinha toda a certeza, mas medo de tudo.
Eu fui capaz de enfrentar o mundo para que pudéssemos viver o nosso o amor. Só não fui capaz de me libertar do ciúme. Não consegui perceber que aquela mulher extraordinária era do mundo, quem nasce como ela, com alma de artista nunca é de uma pessoa só. Gente assim tem que espelhar arte por aí. Infelizmente, não fui capaz de entender que se a deixasse dançar para todo mundo, ela seria cada vez mais minha.
Desde o começo eu sabia quem eu era. Hoje, sete anos depois de sua morte, sei mais ainda quem eu sou. Eu sou Maria Antonieta de Andrade que amou por toda a vida Margarida Peçanha da Costa. Perdão por ter te amarrado com o meu ciúme. É por isso que hoje escrevo, para contar ao mundo da nossa história. Para que todos saibam… Para que todos saibam quem são, para que todos ajudem a propagar a voz de toda forma de Amor. Em memória do dia em que nos carregamos no colo para entrar na nossa casa.
Acordava todos os dias e pensava onde seria o melhor lugar. O que me deixava ali não era a covardia, mas a culpa que me consumiria se estivesse só comigo, em qualquer parte. Eu teria de encarar o fato de que não haveria mais ninguém a quem culpar. A culpa foi toda minha.
Quando a conheci, já sabia quem eu era. Passei pela Rua das Palmeiras e a vi. Que sorte a minha, ficava ali o cartório do Seu Antônio Bento e ficava ali a casa dela. Desde o primeiro dia, me mostrei e vi que ela reparou. Eu me mostrava, ela olhava e sorria.
Ela saiu da janela de madeira da casa dos pais para a prisão que eu criei para nós, à Rua João de Almeida Campos. 17, no bairro do Laranjal. Eu me apaixonei por ela, eu a amei desde o segundo instante, porque no primeiro tudo ficou confuso com a sua beleza.
Foi no dia 23 de março de 1958. Entramos pela porta da frente da nossa casa, eu a carreguei no colo, como tinha que ser – tanto que fizemos isso duas vezes. A minha vontade era levá-la no colo pelo resto da vida. Tê-la era garantia de felicidade, eu a queria sempre perto e só pra mim. Com ela tinha toda a certeza, mas medo de tudo.
Eu fui capaz de enfrentar o mundo para que pudéssemos viver o nosso o amor. Só não fui capaz de me libertar do ciúme. Não consegui perceber que aquela mulher extraordinária era do mundo, quem nasce como ela, com alma de artista nunca é de uma pessoa só. Gente assim tem que espelhar arte por aí. Infelizmente, não fui capaz de entender que se a deixasse dançar para todo mundo, ela seria cada vez mais minha.
Desde o começo eu sabia quem eu era. Hoje, sete anos depois de sua morte, sei mais ainda quem eu sou. Eu sou Maria Antonieta de Andrade que amou por toda a vida Margarida Peçanha da Costa. Perdão por ter te amarrado com o meu ciúme. É por isso que hoje escrevo, para contar ao mundo da nossa história. Para que todos saibam… Para que todos saibam quem são, para que todos ajudem a propagar a voz de toda forma de Amor. Em memória do dia em que nos carregamos no colo para entrar na nossa casa.
Antonieta Andrade Peçanha da Costa
de 11 de julho de 2005 para todo o sempre de
um amor verdadeiro.
de 11 de julho de 2005 para todo o sempre de
um amor verdadeiro.