A chuva caindo molhando o ventre da cidade
O sol descambado para
o ocaso da tarde
Os pássaros de regresso a solidão dos ninhos
O rumor dos automóveis , monstros de aços,
envenenando as ruas
com seus escapamentos infames,
o tempo escravizando as horas na arena do relógio
a vida se explicando em teoremas
e na penumbra do quarto de sonhos e fantasias
os seios da mulher amada saltando da seda da camisola
com encanto e ousadia,
enquanto a tarde em anemia profunda
morre abatida por um simples poema.