Thursday, March 31, 2005
Segundo os jornais foram realizadas buscas a casa do Dr. Isaltino Morais, por causa de um processo que tem cerca de dois anos. É um gesto simpático. Com sorte, passados dois anos são capazes de encontrar alguma coisa. Talvez um par de óculos que o Dr Isaltino não sabia onde tinha posto.
Saturday, March 26, 2005
Geógrafo Amador
Numa semana lá se foi Amsterdam, Paris, Strasbourg, Alsácia, Floresta Negra, Heidelberg, Castelos do Reno, Achen, Maastricht e Leuven, estou de volta a Bruxelas. Depois conto.
Saturday, March 19, 2005
Mais velho
Há uns tempos a Ana Sá Lopes escreveu um post sobre o que se vai aprendendo quando se fica mais velho. Na altura lembrei-me de alguns acrescentos que não escrevi. Hoje lembrei-me de outro, na loja do museu judaico em Amesterdam. Não querer ser o Amos Oz, o George Steiner, o Churchill ou (tinha que incluir uma graçola) o Manel Monteiro, mas ser capaz de aproveitar muito bem o que cada um deles (com excepções, está bem de ver) fez.
Ser o Amos Oz deve ser bom. Mas ser capaz de o ler é quase tão bom. E ainda deixa tempo para se ser outras coisa.
Aproveitar o que os outros fazem, é uma boa ideia para quando se cresce.
Ser o Amos Oz deve ser bom. Mas ser capaz de o ler é quase tão bom. E ainda deixa tempo para se ser outras coisa.
Aproveitar o que os outros fazem, é uma boa ideia para quando se cresce.
Friday, March 18, 2005
Linkagem concluída. Parcialmente.
Com razoável sucesso, concluo a minha primeira fase de linkagem do blog. Ali ao lado, lá mais para baixo, por enquanto, estão links para vários blogs, escolhidos apenas com um critério: fazem parte dos meus "favorites", a maior parte deles há muito tempo.
Mais tarde virão outros. Para já, obrigado a quem me ajudou - que já estava incluído no post dos agradecimentos generalizados.
Mais tarde virão outros. Para já, obrigado a quem me ajudou - que já estava incluído no post dos agradecimentos generalizados.
Monday, March 14, 2005
Saudades do que não fiz
O emigrante com saudades.
Aqui é que eu gostava de ter ido. Fica um abraço aos famosos, em particular ao Cristovão,que ainda não tinha visto.
Aqui é que eu gostava de ter ido. Fica um abraço aos famosos, em particular ao Cristovão,que ainda não tinha visto.
Sunday, March 13, 2005
Outro que não aprende
Cinco ou dez anos depois, o ex-jovem Monteiro continua igual. Segundo o Diário Digital
o presidente do PND, que não se pode dizer que seja uma coisa com grande existência, depois de ter feito um partido só para ele diz que quer pôr o lugar de líder à disposição, talvez candidatar-se a brincar às presidenciais e, aposto, a uma Câmara também. Cinco ou dez anos depois, o Dr. Monteiro continua a não ter conteúdo ideológico nem substância intelectual, mas está convencido que tem imenso talento para tácticas. Cuidado com os cafés, fazem-lhe mal. A nós já nem tanto. Só à nossa paciência.
o presidente do PND, que não se pode dizer que seja uma coisa com grande existência, depois de ter feito um partido só para ele diz que quer pôr o lugar de líder à disposição, talvez candidatar-se a brincar às presidenciais e, aposto, a uma Câmara também. Cinco ou dez anos depois, o Dr. Monteiro continua a não ter conteúdo ideológico nem substância intelectual, mas está convencido que tem imenso talento para tácticas. Cuidado com os cafés, fazem-lhe mal. A nós já nem tanto. Só à nossa paciência.
Wednesday, March 09, 2005
Eles não aprendem
O que se está a passar no Líbano é, para gente razoável e pouco sectária, um bom efeito das recentes mudanças no Médio Oriente. Os jornais internacionais, mesmo os que foram contra a intervenção no Iraque reconhecem que o Líbano pode ser uma razão para os críticos de Bush pensarem duas vezes. Bom, mas há sempre uma aldeia gaulesa.
No Causa Nossa o anti-ciclone Ana Gomes compara a Síria aos Estados Unidos e acha que os americanos deviam seguir o exemplo sírio e abandonar o Iraque.
De resto, e fazendo de conta que a coisa é debatível, porque razão é que, sendo semelhantes, a senhora nunca participou em manifestações contra a intervenção síria?
Decididamente a senhora não é séria. E manifestamente é muito menos inteligente do que se pensava.
No Causa Nossa o anti-ciclone Ana Gomes compara a Síria aos Estados Unidos e acha que os americanos deviam seguir o exemplo sírio e abandonar o Iraque.
De resto, e fazendo de conta que a coisa é debatível, porque razão é que, sendo semelhantes, a senhora nunca participou em manifestações contra a intervenção síria?
Decididamente a senhora não é séria. E manifestamente é muito menos inteligente do que se pensava.
Eu fiz uma pergunta sobre segurança social e recebi umas resposta assim: "Em princípio trabalhando nas Comunidades já lhe devem ter dado o E 103.
Só após sabermos da situação em concreto se poderá saber se ele necessita
do E101 - do E 106 ou do E 111".
Concordo.
Só após sabermos da situação em concreto se poderá saber se ele necessita
do E101 - do E 106 ou do E 111".
Concordo.
Was Bush right after all?
Leiam isto e depois digam que a intervenção no iraque, blá, blá, as eleições no Iraque, blá blá, as eleições na Palestina blá blá. Pois é, alguma coisa está a mudar.
Alguns agradecimentos e outras referências
Por razões várias, porque foram simpáticos, porque mandaram mails, porque me ajudaram, ou só porque pegaram num post e o discutiram, e porque ainda não tive tempo de agradecer ou referir, aqui vão os meus mais elevados protestos de consideração extrema ao Adolfo; ao Notas; aos Imperiais que agoram que aprenderam a fazer links estão uns espevitados; ao some like it hot or not; ao João Carvalho Fernandes que já não vejo há uns vários anos ; a outro emigrante, mas de sucesso; ao grande Jean-Paul; à Galinha da vizinha; ao pintoff e companhia e, finalmente, ao queimado que me ensinou um truque simples que ainda não usei.Lá chegarei.
E pronto, acho que dos mais urgentes é tudo. As linkagens permanentes seeguem em breve.
E pronto, acho que dos mais urgentes é tudo. As linkagens permanentes seeguem em breve.
Tuesday, March 08, 2005
Ficar mal na fotografia
O episódio do envio da fotografia do ex-Professor Freitas do Amaral - ou do Sr. Amaral, como diria Alberto João - para o Largo do Rato é ridículo porque faz parecer uma daquelas namoradas enjeitadas que devolve fotos, cartas e outros pertences; é negativo porque mudou o centro da discussão, em vez de ser o cavalheiro a ter de explicar a sua curiosa viagem política, é o CDS a ter de explicar que "querida, isto não é o que estás a pensar"; e sobretudo é mau porque se é verdade que ninguém obrigava os senhores a terem de esbarrar na fotografia de um ministro no (eu disse mesmo no) PS de cada vez que entrassem no Caldas, quererem que a fotografia que ali estava como símbolo do fundador de um partido passe para o património do PS não tem nem justificação, nem razão de ser, nem explicação história. A história não se envia por correio nem é posta restante. E o presente é um lugar transitório, coisa que alguns parecem não saber. Lamento.
De resto, tanto trabalho a dar um ar sério e composto para agora se fazer uma infantilidade.
De resto, tanto trabalho a dar um ar sério e composto para agora se fazer uma infantilidade.
Friday, March 04, 2005
A questão cultural - mais um post longo. Qualquer dia faço como o Acidental e crio a versão long play
O Franciso José Viegas escreveu no JN de quarta feira passada que o dr. Portas teria dito no discurso de demissão que "a ascensão da Esquerda deve-se ao seu domínio sobre a cultura". E diz o Francisco que isto é uma queixinha da direita. Não só não concordo como acho que o Francisco ou não está para discutir o que é importante, ou apetecia-lhe escrever aquele texto e inventou um pretexto.
Sendo mais sério, limito-me a achar que o Francisco não tem razão. E que é pena que não tenha falado mais a sério sobre o assunto.
Confesso que não sei de cor o discurso de Portas, mas parto do princípio de que quando falou de uma cultura de esquerda não estava a falar da Sra D. Simone de Oliveira a fugir de um jantar de apoiantes ao dr. Lopes nem da lista de apoiantes culturais da esquerda ou da direita. E mesmo que não, seja como for acho que há uma questão cultural que não tem nada que ver com artes e espectáculos e que vale a pena discutir. Ou seja, eu acho que o Francisco José Viegas resolveu escrever sobre o fácil e não disse nada sobre o importante.
A questão cultural, como eu prefiro chamar-lhe, não tem nada que ver com artistas, cinema, teatro ou sequer o Chapitô. A questão cultural tem que ver com o ambiente dominante, com a cultura dominante e, aí sim, o dito Portas tem razão.
Começando a discussão com um exemplo, a semana passada na RTPi a Grande Entrevista foi com um padre que não recordo quem seria. A certa altura Judite de Sousa resolveu dizer que o Papa João Paulo II parecia ser um homem de esquerda e de direita. De esquerda quando "defende os direitos humanos", disse a senhora. De direita quando outra coisa qualquer que nem retive. É esta a questão cultural.
Há muito que a esquerda domina a agenda - odeio esta importação linguística - política, e há muito que a esquerda conseguiu impor como dogma a bondade das suas propostas. E essa, sim, é a questão cultural.
É-me indiferente que a maioria dos cantores, palhaços, escritores e eventuais filósofos seja de esquerda. Sinceramente acho que até pode fazer sentido. O que me incomoda é que as discussões políticas tenham sempre como pressuposto as posições da esquerda.
O que me incomoda é que Israel ataque sempre primeiro e só depois se diga que na véspera houve um atentado; o que me incomoda é que se diga impunemente que defender os direitos humanos é ser de esquerda; o que me incomoda é que se afirme que o presidente dos Estados Unidos é burro porque é Republicano; o que me incomoda é que se discuta se a Igreja pode participar na discussão sobre o aborto - admitindo sempre que pode se for a favor. Em suma, o que me incomoda é esse ambiente cultural que transformou as causas de alguma esquerda em verdades absolutas. Ora, aqui é que está a questão cultural.
A direita e o centro-direita ganharam o mais importante do combate económico mas perderam o combate cultural. A agenda política que a comunicação social valoriza é de esquerda, os temas que se discutem nos programas tipo forum são de esquerda, a visão dominante sobre os problemas é de esquerda. E é aqui que a questão do combate cultural se coloca.
Mas se quem é de direita se ficar por este lamento, então sim o Francisco tem razão e a direita limita-se a ser queixinhas, o que além de ridículo é inútil.
Resta, então, admitir que o combate cultural se tem de fazer em algum lado. E para isso, basta olhar para o efeito que teve na discussão política - num meio restrito, note-se - a quantidade e qualidade de vários blogs de direita (ou geograficamente próximos). Qualquer pessoa razoável concordará que comparando a blogosfera com a comunicação social, a diferença de relevância da "agenda" política da direita é enorme. E sendo de centro direita ou de direita, reconhecerá que há claras vantagens neste cenário.
Acontece que o mundo dos blogs não sendo reproduzível fora da blogosfera, pode ser um exemplo a seguir. Ou seja, a ideia de que vale a pena participar, insistir, discutir e procurar espaço para passar estas ideias produz resultados, como se nota.
Mas, noutro plano, como é que isso se faz? Com coragem para exigir uma educação mais plural, com disponibilidade para produzir intelectual e ideologicamente, com a criação de capacidade de intervenção. Sem querer reproduzir o modelo ideológico, que não partilho, olhando para o exemplo americano, olhando para o que são instituições como a Heritage Foundation ou o American Enterprise Institute (não me interessa agora discutir o conteúdo programático de cada uma destas instituições, fazendo como se fez na era de Reagan - foi aí que este processo começou. Ao mesmo tempo que é necessário constantemente combater as ideias feitas, o acantonamento ideológico em que é colocado cada comentador, político ou simples desgraçado que diga: autoridade, liberdade individual, conservadorismo ou liberalismo. É por aí que se vai, se se for.
Sendo mais sério, limito-me a achar que o Francisco não tem razão. E que é pena que não tenha falado mais a sério sobre o assunto.
Confesso que não sei de cor o discurso de Portas, mas parto do princípio de que quando falou de uma cultura de esquerda não estava a falar da Sra D. Simone de Oliveira a fugir de um jantar de apoiantes ao dr. Lopes nem da lista de apoiantes culturais da esquerda ou da direita. E mesmo que não, seja como for acho que há uma questão cultural que não tem nada que ver com artes e espectáculos e que vale a pena discutir. Ou seja, eu acho que o Francisco José Viegas resolveu escrever sobre o fácil e não disse nada sobre o importante.
A questão cultural, como eu prefiro chamar-lhe, não tem nada que ver com artistas, cinema, teatro ou sequer o Chapitô. A questão cultural tem que ver com o ambiente dominante, com a cultura dominante e, aí sim, o dito Portas tem razão.
Começando a discussão com um exemplo, a semana passada na RTPi a Grande Entrevista foi com um padre que não recordo quem seria. A certa altura Judite de Sousa resolveu dizer que o Papa João Paulo II parecia ser um homem de esquerda e de direita. De esquerda quando "defende os direitos humanos", disse a senhora. De direita quando outra coisa qualquer que nem retive. É esta a questão cultural.
Há muito que a esquerda domina a agenda - odeio esta importação linguística - política, e há muito que a esquerda conseguiu impor como dogma a bondade das suas propostas. E essa, sim, é a questão cultural.
É-me indiferente que a maioria dos cantores, palhaços, escritores e eventuais filósofos seja de esquerda. Sinceramente acho que até pode fazer sentido. O que me incomoda é que as discussões políticas tenham sempre como pressuposto as posições da esquerda.
O que me incomoda é que Israel ataque sempre primeiro e só depois se diga que na véspera houve um atentado; o que me incomoda é que se diga impunemente que defender os direitos humanos é ser de esquerda; o que me incomoda é que se afirme que o presidente dos Estados Unidos é burro porque é Republicano; o que me incomoda é que se discuta se a Igreja pode participar na discussão sobre o aborto - admitindo sempre que pode se for a favor. Em suma, o que me incomoda é esse ambiente cultural que transformou as causas de alguma esquerda em verdades absolutas. Ora, aqui é que está a questão cultural.
A direita e o centro-direita ganharam o mais importante do combate económico mas perderam o combate cultural. A agenda política que a comunicação social valoriza é de esquerda, os temas que se discutem nos programas tipo forum são de esquerda, a visão dominante sobre os problemas é de esquerda. E é aqui que a questão do combate cultural se coloca.
Mas se quem é de direita se ficar por este lamento, então sim o Francisco tem razão e a direita limita-se a ser queixinhas, o que além de ridículo é inútil.
Resta, então, admitir que o combate cultural se tem de fazer em algum lado. E para isso, basta olhar para o efeito que teve na discussão política - num meio restrito, note-se - a quantidade e qualidade de vários blogs de direita (ou geograficamente próximos). Qualquer pessoa razoável concordará que comparando a blogosfera com a comunicação social, a diferença de relevância da "agenda" política da direita é enorme. E sendo de centro direita ou de direita, reconhecerá que há claras vantagens neste cenário.
Acontece que o mundo dos blogs não sendo reproduzível fora da blogosfera, pode ser um exemplo a seguir. Ou seja, a ideia de que vale a pena participar, insistir, discutir e procurar espaço para passar estas ideias produz resultados, como se nota.
Mas, noutro plano, como é que isso se faz? Com coragem para exigir uma educação mais plural, com disponibilidade para produzir intelectual e ideologicamente, com a criação de capacidade de intervenção. Sem querer reproduzir o modelo ideológico, que não partilho, olhando para o exemplo americano, olhando para o que são instituições como a Heritage Foundation ou o American Enterprise Institute (não me interessa agora discutir o conteúdo programático de cada uma destas instituições, fazendo como se fez na era de Reagan - foi aí que este processo começou. Ao mesmo tempo que é necessário constantemente combater as ideias feitas, o acantonamento ideológico em que é colocado cada comentador, político ou simples desgraçado que diga: autoridade, liberdade individual, conservadorismo ou liberalismo. É por aí que se vai, se se for.