DOM DO CONSELHO
O Dom do Conselho corresponde à Virtude da Prudência e ao
pecado mortal (para a alma) da Avareza.
O Dom de Conselho aperfeiçoa a Virtude da Prudência,
fazendo-nos julgar prontamente e com segurança, por uma espécie de intuição
sobrenatural, sobre o que convém fazermos, especialmente nos casos difíceis.
O objeto próprio do Dom de Conselho é a boa direção das
ações particulares, pois é um Dom de Governo, de Orientaçao das almas pelo
Espirito Santo, conduz as almas por inspirações pesssoais e secretas mas também
as leva a deixarem-se dirigir, a confiarem-se às Luzes de quem tem a Graça para
decidir e ordenar.
O livro da Sabedoria diz que “Deus tudo faz com número, peso
e medida”, Deus é providente, Ele providencia os meios para que cada criatura
chegue rectamente ao seu fim devido.
Quando estamos diante de uma tarefa difícil ou mais exigente
o processo de decisão é mais difícil e mais consciente; a mente se esforça mais
para buscar a solução mais adequada. Então é necessário recorrer ao conselho de
outra pessoa mais experimentada.
O Dom do Conselho permite tomar as decisões oportunas sem o
cansaço e a insegurança que muitas vezes experimenta nas horas difíceis da
vida, especialmente para que se comporte à altura da sua vocação de filho de
Deus.
Isso às vezes exige audácia ou coragem.
Então, pelo Dom do Conselho o Espírito Santo
inspira a reta maneira de agir no momento oportuno.
A Escritura diz que “Todas
as coisas têm o seu tempo, e tudo o que existe debaixo dos céus tem a sua
hora…” ; fora desse momento preciso, o que é oportuno pode tornar-se
inoportuno; nem sempre é fácil discernir se é oportuno falar ou calar, ficar ou
partir, dizem sim ou dizer não.
É precisamente para superar estas dificuldades
que o Espírito nos move pelo dom do conselho.
O Dom do conselho nos orienta instantaneamente de forma
perfeita.
Por ele, o Espírito Santo nos fala ao coração e nos faz compreender o
que devemos fazer.
Agimos sem timidez ou incerteza.
Pelo Dom do conselho,
falamos ou agimos com toda confiança, com a audácia dos santos.
O Dom do Conselho está relacionado com o 'caminho certo'.
É
uma espécie de 'voz' que nos encaminha (aconselha) pelo caminho certo.
Tal como os outros Dons do Espírito Santo, atua na sequência
da Virtude correspondente, neste caso a Virtude da Prudência.
Da seguinte forma: quando somos prudentes e observamos Bem
uma situação, quase automaticamente surge-nos a resposta para qual é o caminho
certo a seguir.
Se observamos Bem uma situação, a resposta surge quase por
si própria, sem termos necessidade de estarmos a 'inventar' ou 'descobrir' uma
solução.
Há diversos graus de abertura ao dom
do conselho:
No primeiro grau, consegue-se fazer com rapidez e segurança
tudo o que é da vontade de Deus nas coisas necessárias para a vida espiritual.
No segundo grau, o dom do conselho nos conduz também nas
coisas que não são obrigatórias, mas que são convenientes e úteis para nos
levarem a Deus.
No terceiro grau, o dom do conselho nos faz caminhar com
segurança, sem tropeços ou timidez, pelos caminhos do Senhor.
Meios de o cultivar
Ter sempre um sentimento profundo da nossa impotência e
pedir continuamente ao Espirito Santo que nos indique os melhores caminhos.
Invoquemos o Espirito Santo de manhã para todo o dia, no começo
das nossas principais acções e em especial nos casos mais dificeis.
Habituemo-nos a prestar atenção à voz do Espirito Santo e a seguir
suas orientações sem nos deixarmos influenciar pelas considerações humanas, com
desapego da nossa maneira pessoal de ver e dos caprichos da nossa vontade,
dispostos a alterar os nossos projectos e a renunciar às nossas próprias
inclinações sempre que a inspiração interior o exigir.
“Nega os teus desejos e encontrarás o que deseja o teu
coração”. São João da Cruz
Assim encontrando nossa alma aberta e maleável, Ele
falar-nos-à mais frequentemente.
Ó Divino Espirito, eu invoco-te para me guiares, descobre-me
as grandezas divinas e os seus mistérios para eu os adorar e reconhecer, descobre-me
as ameaças do demónio e do mundo para eu as evitar, descobre-me as minhas
misérias e fraquezas, erros, obstinações e artificios do amor próprio para que eu
os deteste e corrija.
Sobretudo, ilumina a minha alma para que conheça o que queres
de mim, o que devo fazer para merecer os efeitos benéficos da Tua bondade e ampara-me
para a eles corresponder fielmente até à morte”.
Novena de Pentecostes
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