sábado, 29 de dezembro de 2007
Até para o ano
Ainda não fiz as malas e amanhã tenho que acordar cedo. Não dá para grandes divagações, badalhoquices ou seja o que for. Parte de mim que quer mesmo levar o computador atrás, mas resisti, pelo que estarei isolada da blogosfera 4 dias (mais a ressaca).
Uma passagem de ano é uma coisa artificial. Pelo menos tão artificial como o Natal, mas pelo menos não tem a conotação emocional deste, pelo que já me é mais pacífico dizer: divirtam-se muito. Ao menos o ano novo cheira a recomeço, o que é em princípio bom. Para mim será, creio.
Tudo de bom para vocês e "vemo-nos" daqui a 4 dias.
P.S: Não se esqueçam dos "discos pedidos": este blogue segue uma economia de mercado (mas não dá lucro).
sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
Piriquê???
Objectivos para 2008
Os meus balanços ficam comigo e 280 e tal postagens que esta mente perturbada deixou desde 20 de Junho de 2007... 20 de Junho de 2007??????? Pouco mais que meio ano? Carago, parece há mais tempo. Mas este é um blogue com uma lógica de mercado. Se bem que infelizmente sem fins lucrativos, que tanto jeito me davam. Fins, princípios, não fazia diferença!
Onde é que eu ia? Ah! Venho pois disponibilizar este espaço para apresentarem reclamações e sugestões para 2008, dado que o blogue é escrito com o objectivo de agradar claramente aos leitores. Amandem para aí!
NOTA: A dona do estabelecimento está longe do livro de reclamações, mas teve o cuidado de instalar uma Uzi alugada a um elemento da noite do Porto (que tipo de compras pensam que eu andei a fazer? Roupinha??? Malucos), devidamente ligada a um sensor de movimento. Não confundir então o livro de honra (o que usam para escrever elogios e assinalar a presença) com o livro de reclamações, senão... ratatatatatatatata... fffffffffffffffffffffff!
Bom Ano Novo!
O sentido da vida?
Isto começou como uma resposta ao Manuel Rocha, mas tornou-se longo demais (leia-se: seca), pelo que resolvi tirar da caixa de comentários e dar-lhe a dignidade de um post.
Discutia-se o sentido da vida, que parecia ser mais definido nos nossos antepassados. Ou seria simplesmente um sentido de sobrevivência a sobrepor-se a quase tudo o resto? Neste ponto escreve o Manuel:
"Será que cada um se via como elo de uma cadeia que não começara nem acabava no espaço da sua própria existência ?"
... não faço ideia! Às vezes penso que esta geração pensa demais, outras que pensa de menos... e ainda não cheguei a conclusões (nem sei se haverá conclusões para tirar). Nesse aspecto seremos iguais às gerações anteriores. Com a diferença que temos tempo livre e conhecimentos que estes não tinham: o quebrarmos o ciclo natural do dia tem as suas vantagens. Não estou a ver como poderia a minha avó filosofar à 1 da matina, quando se tinha que ordenhar a vaca às 5 e depois ir para o campo e por aí adiante. Nesse aspecto, rezar tinha as suas vantagens: era mesmo o pé que estava mais à mão.
Possivelmente a verdade indiscutível e inimutável de todos os seres vivos (nós incluídos) é que cada um de nós é um elo de uma cadeia. Quem a quebrar, morre verdadeiramente, de uma morte final, definitiva. Porque é um ramo que não deixa fruto nem memória.
Mas como tudo no Homem, nada é assim tão simples. E não somos só biológicos mas muito sociais: a nossa marca não é só genética, mas muito da influência que temos nos outros. Homens e mulheres sem descendência marcaram mais gerações inteiras (bem ou mal) que pais e mães de proles (necessariamente) finitas. As ideias e certas acções são assim mais fortes que muita reprodução pura e simples.
De modo que continuo na minha: os antigos seriam realmente mais concretos por convicção ou por falta de alternativa, conhecimento e tempo? Porque a história de serem mais felizes e mais solidários me parece uma falsa questão. Possivelmente a ambas a resposta é: vai pastar mais a pergunta, porque não podes fazer experiências com isso e não há observações suficientes que permitam concluir seja o que for.
Mas os antigos estão na minha memória (mesmo os que não deixaram descendência, que na minha família são uma minoria) e de lá não saem. A minha preocupação é com os meus contemporâneos: procuraremos ainda sentido para a vida (atenção que não escrevi "o" sentido da vida, porque não existe um mas muitos alternativos)... ou teremos uma massa de zombies que cedeu ao capitalismo/consumismo e alienação de entretenimento imediato? E se a resposta é a última escolha... isso é bom, mau ou não interessa?
A minha preocupação maior ainda é comigo: o que é que eu quero? E... estarei a questionar demais? Até que ponto esse questionar me impede de viver?
Bem, às vezes impede de dormir! Apetecia-me às vezes ter dias de 50 horas para poder fazer e viver tudo o que quero. Essas alturas são boas, especialmente em contraponto com outras em que trocaria de bom grado por dias de 2 horas (assim a correr bem), a ver se o dia seguinte traria algo melhor (pensamento mágico, com a correspondente validade e lógica). A natureza humana última é a de que somos finitos e limitados, pelo que não só não mando na duração dos dias como na minha duração de vida (e sobretudo da minha juventude). A natureza humana é ainda muito destrutiva: com facilidade consigo anular-me (ou aos outros, e com muita eficiência, que chega ao pleno se destruir alguém fisicamente), mas potenciar todo o meu ser e querer é... impossível. Quando muito, pode entrar-se em compromisso. Com as 24 horas do dia e com o qu e conseguimos fazer de uma vida delas.
Possivelmente o sentido da vida (sim "o") é a tal outra sobrevivência à outra fome de que falei: a fome de saber, a fome de sentir-se parte do mundo. Pode ser o motivo porque pensamos Deus: o oposto de nós, ilimitado, sempre certo, infinito, omnipotente e omnipresente. Pode ser o motivo porque pensamos Ciência: compreender o mundo para se sentir parte dele. Como todas as fomes, comeremos até à saciedade ou a saciedade não existe? E qual é o ponto de saciedade? O que é que, em excesso, nos faz mal? Ou teremos um estómago anoréctico, que sabe que tem fome mas pensa dominá-la com a vontade? Às vezes até à morte.
Pode ser também que isto seja eu esteja a alucinar por ser tão tarde! Depois queixo-me que ando a tomar muito café!
Pior que isso, o badalhocómetro já há muito que não acusa fufas. Isso é grave. E não faz sentido na vida de ninguém (pelo menos de boa parte da minha audiência). Vou pensar nisso quando vier da minha viagem à Natureza. Ainda estive tentada a levar o computador, mas não vale a pena: às vezes é preciso saber parar. Ou parar só aparentemente, porque há vários aspectos da vida que merecem ser tocados para a frente. Não é só blogar!
quinta-feira, 27 de dezembro de 2007
Como blogar se torna perigoso no dia-a-dia
Ora a letra "v" é muito importante (a letra "L" também, mas isso é outra história, e há ainda as low cost que ainda não abordei mas não esqueci). Mas mesmo muuuuuuuuuuuuuuuuito importante... muita coisa muito importante passa pela letra "v". E pela "c"... ser bom de letras é... é bom...
Já agora, uma coleguinha aqui do estaminé tem de apelido... Rego...
Desafio à bolina
Para quem não está a par, é assim:
1. Este post é do Manuel Rocha.
2. O António não gostou do fim e foi desafiado a alterá-lo. E assim o fez, aqui.
3. Como tenho grande dificuldade em fechar a matraca, mandei o meu bitaite e encomendaram-me um final diferente. E aqui vai ele!
A azul está o texto original. A preto a continuação que lhe dei. E estendo o desafio a quem o quiser aceitar: alterar o final.
Na desdenhessssss da igrejinhaaaaaa...Q’ está sozinhaaaaaaaaAlém na serraaaaaaaaa….
Pôs aquela engreja éééé…a nossa fééé…na nossa terraaaa !!
As ra-pa-rigas prendadaaas…serããã bêjadaaas…naquela engrejaaaa….
há - um – di-tadeee – que - diiiz…serás feliiiiz…pa - toda a vidaa!!
A noite corria cerrada quando a cantilena me rompeu o sono. Percebi-a vinda de cima, do lado da Vila. Mais perto, o coro de vozes apressadas tornou-se inteligível. Mas poucos minutos depois, extinguiu-se para lá da curva da recta de Vale Deus.
Olhei para o mostrador luminoso do enorme despertador cujo tiquetaque me tinha martelado o sono naquela primeira noite algarvia. Marcava 4.45 de uma madrugada de Janeiro e geada.
Ainda meio estremunhado, percebi passos cuidadosos que deslizavam pela casa e uma luz tremeluzente, provavelmente do fogão a lenha que se acendera na cozinha. Afinal o dia ali começava ainda de noite. Se era essa a regra da casa, haveria que viver com ela e saltei para fora das mantas com a curiosidade sedenta pelas coisas misteriosas que se preparariam na escuridão.
Há quarenta anos, enquanto o meu avô araçoava o gado, a minha avó preparava-lhe à luz do petróleo as sopas de leite do mata-bicho e o cesto com a marmita dos carapaus alimados, a meia garrafinha de tinto e o restante avio para a jorna de poda que iria romper com o sol nas areias da Caramujeira, a uma hora de trote, Norte e solavancos da galera.
Ao romper do sol, teriam também as operárias conserveiras das fábricas de Ferragudo de pegar ao trabalho. Eram delas as vozes que cantavam sincopadas pelos passos apressados que saíam a pé de Lagoa a meio da madrugada, chovesse ou não, para percorrer os oito quilómetros da distância. Largavam ao pôr-do-sol, chegavam a casa noite cerrada e na madrugada seguinte voltavam ao mesmo, a menos que não houvesse peixe, e isso ninguém queria, pois nesse caso não havia trabalho e não havendo trabalho não havia dinheiro e sem dinheiro havia muitos dias em que o jantar era a única refeição do dia, com meia sardinha frita e um naco de pão a cada um e um prato de sopa de papas de milho para todos.
Nesse ano o tempo até andava a correr de feição, não faltara trabalho e embora a paga fosse a miséria do costume, não havia contas no prego e a consoada não se passara na míngua habitual.
Volvidos quarenta anos ecoam os cânticos das operárias conserveiras, mas desta vez só na memória de quem não esquece esses tempos. Não esquece as tormentas mas não as romanceia com uma nobreza maior que a de aguentar uma pobreza que era de tudo. Sobreviver, no fundo, e passar adiante mais uma geração que não morreu de fome ou de outra qualquer necessidade.
Os seus descendentes já não descem a estrada a pé e em grupo, cantando para espantar os fantasmas e coisas ruins que se adivinhavam debaixo de cada sombra. A geração seguinte desce a estrada no carro que deve ao banco e que rendimentos variáveis mantêm a rolar. A fome é outra: assegurada a sobrevivência e a abundância de alimento, não sabem o que lhes falta. E no entanto sabem que lhes falta, porque lhes ronca uma barriga que não está no mesmo sítio que há 40 anos, quando um senhor que não se dava bem com cadeiras ameaçava perpetuar as várias fomes por mais umas gerações.
Olham para o fundo da estrada iluminada por faróis e iluminação pública e o raiar do sol não se torna visível. O sol deixou mesmo de ter ser a única fonte de luz e calor. Deixou mesmo de ser importante e de marcar o ritmo dos dias. O ritmo é agora o do homem. Que não tem direção.
À procura de matar a fome que não se sabe de onde vem e como se sacia andamos todos os dias. O culminar de gerações e gerações, nem sempre nos paramos para pensar na nossa condição de sobreviventes. Não pensamos na fome física dos antepassados, que lhes dava tempo para pensar em pouco mais que viver e rezar por dias melhores.
Hoje amaldiçoamos as nossas bênçãos e choramos por maldições pretéritas. Quando a vida era mais simples e pensar no sentido da vida era um luxo de ricos. Quando não teríamos que cumprir o nobre destino que nos encomendaram gerações de sobreviventes, mas simplesmente sobreviver e sonhar um sonho melhor para os que se nos seguiriam.
NOTA: Outras respostas ao mesmo desafio
Feitixeira
Ana Luar
quarta-feira, 26 de dezembro de 2007
Aviso de serviço
A Abobrinha fechará oficialmente de sábado a terça-feira. De preferência não antes de recuperar o bom humor (não tenciono ficar amarga muito mais tempo). Uns dias sem computador, sem internet, no meio da natureza devem fazer-me bem. Pelo menos mal não fazem (a não ser que chova calhaus e eu apanhe uma gripe).
O mau humor que destilei contra o Natal (o mais grave é que hoje em vez de querer apagar o post, acrescentei-o e quase mandei uma amiga para o caralho* por SMS) fez-me ao menos pensar que não vou desperdiçar mais 4 dias de preciosas férias (entre outras coisas porque é um desperdício de tempo do patrão). E se me fez pensar, só pode ser bom! Em vez disso vou aproveitá-los em boa companhia: a minha! Porque eu bem disposta não sou boa companhia: sou uma excelente companhia! E modesta!
Vou tentar preparar uns textos para manter o movimento do estabelecimento entretanto, mas hoje a inspiração não é muita...
* O blogue é meu, se quero praguejar por extenso é comigo! Quem quiser autografar o livro de reclamações tem que esperar porque se me acabaram as munições.
terça-feira, 25 de dezembro de 2007
Uma ferroada no Miguel Sousa Tavares
Pior: se se tivesse construído a barragem de Foz Coa, destruído as patadas de dinossauro ou não construído o "loboduto", estou em crer que o Miguel Sousa Tavares teria criticado o governo. E daí... na volta ele só pensa em Lisboa, no FCP (não confundir com o Porto) e nos livros e ego dele. Who cares?
Em contrapartida, quem manda uma ferroada no Miguel Sousa Tavares, ainda por cima com nível e ao ponto de me fazer rir está logo em vantagem! Luís, suponho que isto não fosse a minha prenda de Natal (e nem fosse para mim), mas gostei na mesma! Ah, valente!
Tenho uma ideia mais gira: escreve tu um livro e eu compro! Não compro os do Miguel Sousa Tavares e ando à procura de algo interessante para ler. Encontrei uns do Stephen Jay Gould na FNAC, mas tinham dois defeitos: estavam velhos em aspecto, mas novos em preço. É uma má combinação! Mas já me estou a dispersar!
Uma lista de coisas que detesto no Natal
1. Natal é tempo de família. Pode ser! Mas isso é só bom quando a família está "saudável". Aperceber-se que a família que se tem à mesa não é a que se queria (por excesso ou por defeito) pode ser extremamente deprimente e/ou angustiante e matar a pessoa por dentro às prestações por não caber no protótipo daquele ideal que se vende na televisão e nas lojas. Uma porra!
2. Natal é quando o homem quiser. Além de ser omisso em relação às mulheres, é uma grandecíssima treta: eu queria que não fosse nunca, mas essa não parece ser uma opção. Ou seja, além de tudo o Natal vem com pouco equipamento de série: uma má compra, sem garantia e com muitos quilómetros.
3. Natal é a celebração do nascimento de Jesus. Primeiro, celebra-se o nascimento e morte de Jesus quando se quer (e é mais conveniente no Verão, no quentinho). Depois, devia ser no dia zero de Janeiro do ano zero... pois... adiante! Depois, toda a gente sabe que o solestício de Inverno nem sequer é naquele dia (é no dia 21, não é?). O que me irrita ainda mais: porque não se festeja no solestício de Verão? Um espírito mais lógico diria: vai para o hemisfério sul. Ao que eu responderia: vai para o car*%#$o.
4. Não sei quem é o Pai Natal e este nunca me foi apresentado. Para mais considerações, ver a sequência de cartas que lhe enviei, especialmente esta última. Uma nota: ele não existe (ainda bem!).
5. O que é o espírito de Natal? Eu não sei! Pode ser a cachola com que fico, e cada ano pior e que me anda (contra a minha vontade) a tornar má companhia nestas alturas! E eu não sou, regra geral, má companhia (acho eu), pelo que qualquer evento que me torne má companhia é, à partida, um mau negócio. Já bastam as vezes em que me passo dos carretos só porque sim (eu não sou muito bem apertada do capacete).
6. A merda das prendas - parte 1. Eu tenho todo o gosto em dar coisas aos que me rodeiam. Das mais preciosas que tenho para dar é o meu tempo e a minha dedicação. De vez em quando também gosto de dar algo de valor comercial ou que me tenha saído das mãos e da minha imaginação. Posso é não ter tempo nem imaginação (ou dinheiro) para comprar alguma coisa nessa altura exacta!
7. A merda das prendas - parte 2. Se é para dar coisas por dar coisas não vale a pena. Prefiro que não me deem nada a darem-me uma merda que diz em epígrafe: "não tinhas valor comercial para mais que isto, por isso passei na loja dos 300 ou nos saldos da FNAC para te comprar esta porra. Aprecia se quiseres, mas se me deres uma merda dessas eu fico lixada e para o ano gramas com algo pior ainda". Felizmente não sou objecto de muitas prendas destas, mas também não as dou.
8. A alegria por decreto. Eu sou por norma uma pessoa alegre, mas esta quadra anda a pôr-me cada vez mais em baixo. Possivelmente por outra coisa que não sou: superficial! Sinto muito as coisas, com uma intensidade e sensibilidade que possivelmente não devia sentir. Ou que devia pôr na beirinha do prato de vez em quando para depois recuperar. Ou por outra, e vez em quando não me devia levar tão a sério e ser capaz de ser mais relaxada. É uma arte que ainda não domino e que tenho que dominar ou pôr-me na alheta nesta altura para não estragar o Natal a ninguém. A alternativa é ligar a quem sei que está mais carente nesta altura e partilhar uns momentos de absolutamente nada para abafar um pouco a solidão dessas mesmas pessoas.
9. Natal é solidariedade. Uma treta: não sobra dinheiro nem tempo nessa altura. Só para os totós da televisão que são pagos a peso de ouro para serem solidários e pouco mais.
10. A comida - parte 1. Eu não preciso de ajuda para engordar: preciso de ajuda para manter o peso e perder. Porque é que não se segue o exemplo dos muçulmanos e se faz um jejum sério nesta altura? Aí uns 3 dias, sem o forrobodó do comer depois do pôr do sol (olha, nesta altura é que dava jeito um Ramadão no Pólo Norte: era comer até cair para o lado!).
11. A comida - parte 2. O bacalhau está em extinção, os perús têm sentimentos e as pessoas têm colesterol excessivo. Querem um desenho ou isto já chega?
12. O bolo-rei. Quem é que disse que aquilo é de comer? Eu não estou convencida que aquilo não seja decoração!
13. As decorações de Natal. Ver posts anteriores.
14. Tudo pára. Quem pára fica ou com o vazio ou com o stress de não conseguir parar para cumprir com as suas obrigações natalícias. Quem não pára fica com a consciência pesada porque não consegue parar como toda a gente. Não parar nem sempre é uma opção, porque simplesmente toda a gente pára. E dependemos todos uns dos outros e... entramos em ciclo vicioso. Uma gaita!
15. A falta de produtividade. E não estou a falar de o patrão ter dado o dia de ontem de folga! Ora bem, o que é que eu fiz estes dias? Sábado e domingo não me lembro bem, mas houve uma componente de compras e eventos relacionados com o Natal. Ontem preparativos para o Natal. Hoje Natal. Digo eu que conseguia arranjar maneiras mais eficientes de passar 4 dias comigo mesma ou com a minha família, evitando todo este Carnaval e com menos calorias (e nem me estraguei muito)! Mas tem que ser, e o que tem que ser tem muita força (ou farsa?). Até ver, pelo menos!
16. As crianças. Eu amo os meus sobrinhos e isso não é negociável sequer. Eu adoro dar-lhes coisas, de preferência sem os estragar (embora tenha que reconhecer que estraguei a minha sobrinha de início, mas isso era coisa de tia novata, e o mesmo erro que toda a gente cometeu porque foi primeira sobrinha e primeira neta). Mas no meio da panafernália de coisas que lhes deram (porque tooooooooooooda a gente tinha que dar uma prendinha)... eles não se lembram de quem deu o quê. Além de que têm mais brinquedos do que aqueles com que conseguem brincar. Isto não é um "no meu tempo é que era bom" (mesmo porque não é verdade), mas é um disparate.
17. As mensagens. Se recebo mais uma mensagem a contar como não há presépio porque o menino Jesus foi entregue ao pai biológico, a vaca está louca e a Maria foi fazer testes de ADN e à Oprah testemunhar como se concebe sem pecado eu grito (mas fica a saber que as duas últimas patetices fui eu que inventei).
18. Só se lembrarem de mim nesta altura. Pessoas que eu tentei contactar repetidamente durante o ano e não me ligaram um caroço (literalmente: não me ligaram de volta!) e me mandaram mensagens de Natal, assim de cabeça conto 3. Aposto que se lhes ligar amanhã (ou se lhes tivesse respondido na hora) não me ligariam nenhum. Então porque é que me mandaram a porra da mensagem? Tinham avença com a rede de telemóveis? Parolos! Hipócritas! E isto para não falar de mensagens com belas palavras e significado nenhum. Natal é solidariedade? Não: é mesmo hipocrisia às vezes!
Por tudo isto um aniversário é mais pessoal, mais íntimo, mais familiar, mais autêntico e muito menos excessivo. Odeio esta época! Cada vez mais!
Por outro lado, uma das pessoas a quem eu liguei ontem (porque está completamente sozinho) defende que uma depressão leve de vez em quando é relativamente benévola. E tem a sua verdade: fez-me pensar numas coisas. Muita coisa boa vem de grandes alegrias, mas pequenas tristezas não radicais também têm as suas virtudes.
NOTA final: 4/5 do meu cérebro está de férias, portanto amanhã sou bem capaz de negar tudo isto ou simplesmente apagar o post. Mas deu-me ganas de o escrever. Por outro lado, dependendo de como acorde amanhã, sou capaz mas é de acrescentá-lo! Eu não ando muito certa!
Dois acrescentos ao que tinha dito já:
1. A gata que militava em casa dos meus pais foi morta por outro gato ontem à noite.
2. O Público noticia que um menino de 3 anos tipo Esmeralda menos a parte do sequestro foi retirado à família que o está a criar... na véspera de Natal para ser posto num CAT (centro de Acolhimento Temporário) durante a noite e com a mãe biológica durante o dia. Pensei que não tinha espírito de Natal, mas afinal ou a minha definição está mal ou eu sou muito boa pessoa. Isto há cada uma!
Eu desmascarei o Pai Natal
Tenho ainda uma coisa a reclamar ao teu patrão: quando cheguei a casa dei por falta dos meus talheres de prata, de um alfinete de ouro, de 5 000 euros em dinheiro e algumas peças de lingerie provocante. Fiquei surpreendida, mas depois dei-me conta que os meus vizinhos se queixavam de coisas semelhantes. Ora depois desta fotografia chego à conclusão que não entras em casa das pessoas para deixar coisas: entras em casa das pessoas para as roubar! Em plena luz do dia, pela janela e não pela chaminé, onde todos estariam a contar contigo!
Mas quando quiseres aparece cá em casa.. mas avisa antes, que é para eu não estar! Não leves a mal, mas é preferível mantermos esta relação só por e-mail ou SMS... assim como assim a comunicação parte só do meu lado, por isso não vejo que diferença te faça. Para o ano só não te evito se não for mesmo capaz!
domingo, 23 de dezembro de 2007
Por falar em parolos...
http://www.youtube.com/theroyalchannel
Azar do carago, estes vídeos não permitem comentários! Viva a República!
Carta ao Pai Natal - parte 9
Isto é mais um SMS que uma carta. É só para dizer que no dia de Natal... ... ... vou-te desmascarar! Vou dizer a toda a gente o que andas a fazer na noite de Natal, quando toda a gente pensa que andas a distribuir prendas! Nunca me enganaste!
Joaquim, o crítico de arte com um grão na asa
"Abobrinha:
Para atenuar a ressaca de uma semana de stress e assim melhor poder entrar no espírito das Aventuras da Abóbora Minorca no País da Badalhoqueira, nada como o efeito de um almoço tardio de sábado regado por um bom tinto de Palmela, rematado por um quadradão de chocolate preto do Equador, a acompanhar um café de pacífica estirpe arábica."
Bom gosto (não bebo álcool, mas parece-me bem).
"Na sequência do que, entrando na boémia que este preliminar requer, aqui te deixo o comentário que te salvará, a ti e ao resto do mundo."
Acho que é um bocado tarde: já estou perdida!
"A partir de hoje já poderás escrever sobre arte e fufas com muito mais segurança e propriedade."
Não era preciso: eu escrevo sem propriedade mesmo. A malta prefere a badalhoquice! Mas vamos a ver o que há para dizer em segurança e propriedade!
"Começo, como a manutenção das aparências recomenda, pelas artes, embora já se saiba onde a coisa, como sempre, irá dar. Desde sempre que a tradição ocidental, via tradição ariana, da visão como o sentido nobre me cheirou mal."
A minha não é assim muito nobre: sou um bocado pistoga. À meia-luz ainda sou mais. E não percebo um boi de arte, no que sou igual a muita gente que é das artes. Mas disfarço bem!
"Nenhuma visão idílica de um Paraíso, com ou sem odaliscas, supõe que jamais nele se possa passear ou frui-lo no meio de odores a esgoto ou a lixeira. Daí que a máxima surrealista de que “a beleza é para comer” me tenha feito imediatamente sentido quando a li pela primeira vez."
Aha! Comer! Agora já estamos a falar do mesmo! Acho eu...
"O problema é que gente como o Andy Warhol promoveu a comida sopa enlatada e menus do McDonald’s, que isto, para sacar os carcanhóis necessários a ter um apartamento prateado no centro de NY, vale tudo. E como, além disso, nada nele se projectava para as mulheres, até a pobre da Marilyn misturou naquela caldeirada (em lata). Se calhar foi esse o motivo mais fundo que levou a tal célebre lésbica profissional do jet-set a entrar-lhe pela casa dentro e a meter-lhe umas quantas balas no canastro…"
Concordo: as fufas têm bom gosto e a fulana sentiu-se no direito de dizer isso mesmo a tiro! E olha que depois de ver o filme "Factory girl", eu mesma senti vontade de lhe ir às trombas! OK, estar morto torna a coisa operacionalmente mais complicada! Mas já vi desculpas piores! E um apartamente prateado é motivo sólido para um tiro!
"A partir daí, promovida a fast-food a comida respeitável, instalou-se uma cadeia que vende de tudo como tal, aproveitando mesmo o lixo sem qualquer tratamento, assim, ao natural, para alimentar os espíritos ávidos da nova droga: a cultura, uma espécie de mistura entre o Prozac e o Viagra, que lhes promove a auto-estima e proporciona momentos de profundo convívio, poupando-lhes a desorientação e o pânico que sentem perante o vazio que são."
Respeitinho pelo Prozac, que ninguém está livre de precisar de um bocadinho! E o Viagra é muito útil na recuperação de jet lag de ratos. Ora ratos... lixo... arte! Aha! Isto está tudo ligado!
"Experimental tornou-se sinónimo, em 95% dos casos, de burla qualificada feita pelo mais puro matarruanismo genuinamente urbano ou pelo provincianismo desesperado pela falta de estatuto cosmopolita, com a agravante de já não terem consciência nem dela nem de que o são, tal o abuso que fizeram do produto. Espíritos vestidos de ecológica lã ou de duro cabedal sintético, que colocam indispensável e cientificamente a tradição em pratinho de barro e a servem com colheres de pau, convictos de isto tenha sido, para o povinho, alienado da cultura (deles), pau para toda a obra. E que associam Florbela Espanca ao arcaísmo da indústria corticeira, a qual só adquire significado enquanto produto biológico se associada ao formalismo mutante do metro-sexualismo. Numa palavra e parafraseando o Nietzsche, gente que se quer profunda quando ainda nem plana consegue ser."
Isto é muita sabedura!
"Ora isto de beleza comestível leva, inevitavelmente, às gajas, que aí ninguém, a começar pelo Freud, tem pejo em usar o termo comer."
À mão! Já ando a ensinar o meu sobrinho que mulher e frango se come à mão! Mas acho que ele já sabe (apesar de treinar várias maneiras de sarnar a paciência à irmã, com um pormenor sadico-científico!).
"Daí às fufas é um pequenino passo, bem como ao mistério dos transportes espirituais experimentados pela “esmagadora maioria” da homenzarrada ao ver o mulherio noutros arroubos que não aqueles que a sagrada religião e a sagrada ciência lhe determinaram. O que é visto como um sector obscuro da natureza humana que a dita ciência virá um dia a iluminar; um mistério da queda da vontade dos crentes e dos divinos desígnios para o senhor prior; e um forte recurso eleitoral para louçãos exemplares do já referido urban matarruanism ou para tipos armados de Machados para acabarem de vez com o pensamento - porque eles não o têm e não querem discriminar ninguém -, repito, o que parece um mistério não é, para mim, porém, mistério nenhum."
Carago, eu usei um dia destes a expressão "urban chic", mas "urbam matarruanism" é mais potente! E tudo o que seja bater no Louçã para mim é bom (ele mesmo um padreco dos mais bafientos).
"Assim, numa rapidinha:
Como diziam os empoados senhores do século XVIII, quis a sábia natureza que o ser humano se distinguisse dos restantes seres vivos pela posse da consciência de si e correspondente linguagem;
Quis também a sábia natureza, ao contrário de quase todas as restantes espécies, que os atributos de maior sedução e beleza se concentrassem no representante feminino da nossa;
Quis, em consequência, a sábia natureza que, tomando consciência de si e, portanto, da sua beleza, as mulheres pudessem avaliar os seus próprios atributos;
Para os poder avaliar, é necessário sentir a sua força - que a sedução não é meramente quantitativa, mas qualitativa e a qualidade não se mede, sente-se, prova-se;
Não existe, portanto, mulher alguma que não saiba quando ela ou a “outra” estão desejáveis, “comestíveis” e, por isso, as mulheres sempre se detestaram ou aconselharam umas às outras nesse sentido;
Daí até ao resto, fez-se a evolução das espécies num salto de passarinha, até porque não foram só os homens que apreciaram devidamente as glândulas mamárias das suas mãezinhas, as mulheres também;
Portanto, quando um macho vê aquele molhinho de concentrado de sedução, assim tudo em duplicado e a ferver, bem, como é que querem que ele resista?! Aquilo é puro êxtase de beleza e um gajo, se é artista, só pode amandar-se e chamar-lhe caldeirada (mas o Warhol não percebia nada desta)."
Ah, pois! Mas olha que o Tim Crow disse que as fêmeas é que escolhiam o tal macho humano moderno com elevadas virtudes comunicacionais. Em contacto com o seu lado feminino, portanto (seria gay?). Mas acho que provei que o Tim Crow, entre outras coisas, não sai muito. Gostava de saber de que é que o Andy Warhol percebia. Além de que as mulheres são como as sardinhas: as pequeninas são as melhores. E o Andy não devia comer sardinhadas regularmente (nem mais nada, para falar verdade).
"Do ponto de vista científico e filosófico, pouco mais haverá a dizer. Do ponto de vista religioso, aconselho os crentes a falarem com Deus, porque só Ele os poderá esclarecer sobre se interpretaram correctamente a doutrina."
Acho que a parte das fufas é omissa na Bíblia e no Corão. Há quem diga que a Bíblia fala de homens homem-sexuais, mas eu também acho que há gente com pouco que fazer e que vê homem-sexuais em todo o lado.
"Eu limito-me aos factos.Já estou a ouvir uns zunzuns acerca dos amores masculinos. Pois, gajo que é gajo também se apaixona por gajos. Apaixona-se, mas gajo que é gajo apaixona-se pelo car…ácter do outro, pelo grau de consciência do outro, pelo seu grau de dignidade como ser humano, porque do resto não dotou a sábia natureza o outro e aquilo não há ali nada que o entusiasme, a começar pelo cheiro. Do que daí se segue, já o Mário de Sá-Carneiro falou n’ A Confissão de Lúcio, é só lerem, que o rapaz merece, e escuso eu de estar para aqui a perder tempo."
Bem... é assim... eu gosto de gajos! E acho que alguns gajos têm o direito de gostar de gajos: os feios, os pouco interessantes e os que cheiram mal. Fora isso, devia ser proibido! Além disso, acho que acabaste de chamar às fufas superficiais... who cares?
"Então mas os outros, os que se entusiasmam mesmo com esse pouco? Amigos, o ser, como lembrava o Aristóteles, diz-se de muitas maneiras e não apenas de uma, e nem ninguém é ou tem que ser igual a ninguém, nem temos que eliminar as classificações por causa disso. As classificações são instrumentos de orientação, de correlatividade, tal como o termo maioria é correlativo do de minoria. Uma amiba, uma ténia ou um caracol são, do ponto de vista do modo como são sexuados, diferentes do ser humano e de outros seres. São o ser que são e desejáveis por quem os considerar atraentes para o seu próprio modo de ser. Não podemos é entrar na paranóia monstruosa da normalização e dizermos que eles são assim pela atribuição de papéis porque, no fundo, somos todos iguais e chamar a ASAE para higienizar tudo."
Mmmm... OK, os amibas também podem fazer parte da lista. O tamanho não é tudo, mas não exageremos. Ténias e caracóis também passo. ASAE tem dias (mas a maioria são dias não).
"Eu, como gosto mais da diversidade da superfície do que da amálgama informe das profundezas, digo que eles são assim porque são, e pronto! É apenas o ser dito daquela maneira! Não lhes atribuo é a classificação de gajos, enquanto mais marcadamente machos, porque o não são!
O mesmo em relação àquelas desgraçadas que, complexadamente e por efeito da tirania do pensamento politicamente correcto, acabam por se travestir de camionistas ressabiadas, quando, em circunstâncias normais, seriam seres sem aqueles trejeitos ridículos, apenas com um lado feminino menos predominante, comendo mais da beleza que lhes seria devida do que acabam deste modo por comer."
Eu não quero saber se as gajas são assim ou não: quero é que sejam muitas, que é para diminuir a concorrência! Por outro lado, se toda forem tipo camionistas ressabiadas, diminui a possibilidade de atrairem outras mulheres, o que pode dar mais concorrência para este lado. Fufa que é fufa deve, portanto, ser o mais atraente possível.
"Pronto, já acabei!
(O whisky era a única coisa de má qualidade e fez efeito por pouco tempo)"
Amen! Agora tenho que fazer pesquisa para as fufas low cost e as fast food! Conceitos bestiais!
Já agora, isto é uma dream girl ou má escolha de lingerie? De qualquer modo, justifica-se porque está dentro do tema Natal.
NOTA: A parte do grão da asa foi liberdade artítisca, legitimado pelas minhas más intenções e pela observação do wisky e do tinto de Palmela.
Carta ao Pai Natal - parte 8
Agora que até já ganhamos uma certa familiaridade (apesar de não existires e saberes que eu sei que não existes)... sei lá, até acho que nos podemos considerar amigos, não achas? E os amigos às vezes tomam a liberdade de dizer pequenas ou grandes verdades porque são amigos precisamente. Claro que há sempre os que tomam a liberdade de nos pretender dar chá enquanto tomam chá connosco para depois nos dei”xá”rem sem tacto nenhum nem uma mentirinha piedosa sozinhas quando a expectiva era fazer um upgrade para um jantarinho e uma noite de gajas. Mas isso agora não interessa nada, que isto é conversa de gaja que de vez em quando se passa dos carretos e diz e faz coisas perfeitamente inconvenientes porque não bate bem da moleirinha. Nem sequer era disso que estávamos a falar... de que é que estávamos a falar mesmo? Ah, já sei.
Olha, rapaz, é assim... senta-te e respira fundo, que precisamos de conversar... estás gordo! Obviamente se graduasses esse cinto horrível ter-te-ias apercebido que o teu perímetro abdominal te candidata a doenças cardio-vasculares e falta de sexo crónicas. Mesmo não existindo devias aperceber-te disso! E dado o exemplo a todas as criancinhas que se sentam no teu colinho (indevidamente, mas voltaremos a esse assunto amanhã).
Na verdade há quem pense que não passas de um macaco num fato ridículo.
Se queres que te diga, não se deve insultar os macacos (sobretudo porque acho que isto é um orangotango, mas não tenho a certeza), mas essa não é a questão essencial: a questão essencial é que vivemos num mundo cão.
Num mundo que vive de aparências, que atribui uma importância desmedida ao aspecto físico e nenhuma à poesia desesperada de uma declaração de amor inflamada e tresloucada (possivelmente por bons motivos não se dá atenção a essas coisas) nem à generosidade de quem corre a noite toda a dar prendas. E entrar pela chaminé? Pois num total desrespeito pela figura do Pai Natal, as casas modernas ou não a têm ou não a limpam. No fundo, não és mais para a sociedade ocidental (e, como há duas cartas se viu) também oriental mais que um mísero... cãozinho de estimação, peludo, com um ar afável e um aspecto natalício!
Tens que te modernizar! Dar colinho a públicos mais diversificados e marginalizados da sociedade. Dá aquele aspecto sensível e ainda podes perfeitamente candidatar-te a ter uma gaja a tentar converter-te. E há quem leve muito a sério essa conversão.
Tem que entrar em forma, tornar-te mais apetecível. Nessa altura sentir-te-ás mais confortável sem roupa e em frente de uma objectiva. Uma barba tanto pode proteger uma identidade como esconder uma cara bonita. Se o objectivo é manter-te anónimo, podes puxar o chapéu para a frente do rosto. De qualquer modo, oculta a tua outra face, porque há aí muita mulher sensível.
Podes mesmo arranjar uns ajudantes e dar um passinho de dança de vez em quando. O mundo do espectáculo parece ser o teu elemento, e já tens um nome forte no mercado. Uma imagem mais sensual só te ajudava.
Sabes, o que eu queria mesmo para o Natal era um menino jeitoso, sensível aos apelos de uma Abóbora apaixonada e louca. Se encontrares um desses, manda embrulhar e deixa ao pé da minha lareira, está bem? Quanto abrir os meus presentes, hei-de estar a ouvir aquele famoso tema do Joe Cocker: you can leave your hat on. Nem que seja um barrete horroroso daqueles que tens sempre enfiado, está bem?
Olha, desculpa a seca, mas hoje estou a ter dificuldades em adormecer. A sorte é que segunda não trabalho, mas amanhã tenho uma pilha de roupa (mmmmm... a importância do "h"!) para passar a ferro e a casa para arrumar. Sim, as amiguinhas do chá deixaram-me sozinha que nem um cão abandonado, mas mesmo assim fui passear para o centro do Porto. O resto não te interessa saber (OK, comprei dois livros e não eram prenda para ninguém mas para mim mesma. É crime, por acaso?). Vi também a árvore de Natal do BCP e as iluminações de Natal. E montes de gente na rua, o que é bom mas pode ser solitário. Daí, quando a pessoa está em baixo, qualquer coisa serve para a deitar ainda mais para baixo. Inclusive a própria estupidez e falta de juízo (ou serão mesmo essas as causas principais?).
Mas estávamos a falar de ti: se não te pões em forma e não te modernizas, acho que estás condenado à extinção. Pelo menos assim o espero. Mas sabes que vozes de burro não chegam ao céu!
Com os melhores cumprimentos
Abobrinha
sábado, 22 de dezembro de 2007
Carta ao Pai Natal - parte 8
Bom, vou dar uma volta. Arejar. Laurear a pevide.
Abobrinha
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
O meu Guru
Para mais tarde recordar
Mas depois há acasos felizes como este, do blogue do Henrique Monteiro. No estaminé dele, refila contra a "notícia" de um casamento encenado do de duas fufas. E o comentador "userEX165563," faz um comentário aparentemente inócuo e nada relacionado com o assunto. Vai daí, um outro usa de um estratagema comum em blogues: chama-lhe camelo. A resposta é sublime!!! E contém a seguinte pérola:
"Ás vezes tenho esta mania de falar em coisas importantes, como a segurnaça rodoviária. Não volta a contecer, prometo. Da próxima, e para chamar a atenção, falarei de lésbicas low-cost e de aviões que pretendem casar. (Ou será ao contrário?) "
LÉSBICAS LOW COST??? CASAMENTO DE AVIÕES?? Genial!!! Já tenho assunto para uns tempos, junto com as de alta manutenção!!! Fica aqui, para mais tarde recordar! Agora tenho as bananas e a sua vida sexual (para além do mais que óbvio) e o Natal. GENIAL!!!
Numa nota completamente diferente, o blogue do Jorge Fiel desapareceu...
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
Carta ao Pai Natal - parte 7
Tenho uma dúvida: as canções de Natal são todas parolas ou são só os parolos que as cantam? Não consigo decidir, mas doses maciças de RFM durante o dia mais música de centro comercial estão a pôr-me os nervos em franja. Eu sabia que devia ter despachado as compras em Novembro (e daí, talvez Setembro não tivesse sido pior). A possível excepção a esta regra é a "All I want for Christmas" da Maryah Carey, mas isso era se não tivesse aqueles sininhos horríveis. Baaaaaaaaaaaah!
Sinto-me inclinada para dizer que o Natal é uma época de parolice por definição! Senão repara nas imagens que te apresento. E aprende, que eu não duro sempre! Tu também não: como não existes, não tens propriamente prazo de validade! Às vezes é uma vantagem, estás a ver?
Olha, gajas de mini-saia, ar provocante e pernas de 3 metros não é receita automática para uma imagem sexy! Mesmo que algumas não tenha a certeza se é o look Mãe Natal, Capuchinho Vermelho ou Miss Esquina mais concorrida de monsanto (assegura o Herr Krippmeister que é zona de má fama, e possível origem de uma moça muito peculiar que anda sempre com a mão na massa).
O look avózinha púdica (se possível) ainda é pior! E aquele batom vermelho com um vestido tão castrador... sinceramente não entendi! E o colar de pérolas... ai o colar de pérolas!
No rol de queixas de parolices tenho ainda que acrescentar fitas horrorosas de hiper-mercado para colocar em árvores de Natal, bolas do mais kitsh possível e iluminações domésticas perfeitamente lamentáveis e escusadas. Isso para não mencionar a feira de vaidades na televisão de "galas" e "galos" com os mesmos do costume a fazerem as mesmas figuras tristes. Com o problema que com o passar da idade ficam cada vez mais chechés e teriam obrigação de ter juízo (e de chechés estou a falar de trintões a trintões vezes 2). Mas isso agora não interessa nada. Já agora, o Natal dos Hospitais ainda é vivo? Credo, não consigo pensar em melhor motivo para se ficar bom!
Claro que Natal não é só parolice, e junto com estas... coisas... há outras fantásticas como as iluminações de Natal do Porto e a árvore que está nos Aliados (não posso falar de mais nenhuma cidade por falta de conhecimento de causa). A minha primeira tentação foi dizer que a árvore era uma piroseira, mas isso foi antes de a ver! E antes de gostar dela já tinha visto a animação que trouxe à baixa (no dia em que a árvore foi acesa eu fui a única pessoa a passar por ela e não a ver). Só por isso já valeu a pena fazê-la. Além de que foi dos poucos casos em que grande coincidiu com grande coisa. Tenho que ir ao Porto à noite para apreciar as iluminações devidamente, mas isso só deve acontecer depois do Natal. Não contes com fotografias: o meu nick é Abobrinha, não é Allanah. Para tirar más fotografias é melhor estar quieta!
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terça-feira, 18 de dezembro de 2007
Carta ao Pai Natal - Parte 6
Hoje senti um amor e uma compreensão muito grandes pelo mundo (acho que foi de comer muitas bananas), pelo que te peço desculpa se tudo isto cheirar muito a lamechice. Mas é o que me vai na alma. Se é que as abóboras têm alma.
Sabes, Pai Natal, há gente que passa muita necessidade neste mundo. E não só fisicamente: há quem engula sapos vivos todos os dias e ainda assim sorria com todos os dentes que tem! Há empregos lixados! Com "f" grande!
E há verdadeiras víboras que estão sempre a morder-nos os calcanhares para onde quer que nos viremos.
Sei que és muito sensível a estas questões, especialmente depois de as tuas renas se terem sindicalizado e reivindicado folga na noite de Natal (olha que raio de dia para pedirem folga!). Como o engarrafamento de ambientalistas nús nas montanhas, não sei como é que vais fazer snowboard. Fica a questão de como é que entregas prendas nos trópicos, mas isso agora não interessa nada: se queres que te resolva esse problema, paga-me (olha que na volta foi isso que chateou as renas).
Mas olha que acho que já achei os responsáveis pelo degelo! O que é mau para o planeta pode por vezes não ser catastrófico para os homens. E depois, o mundo aguenta com mais uns ambientalistas descongelados e com alergia à roupa.
Toda a gente precisa de um colinho de vez em quando. Seu maroto, isso estás tu fartinho de saber, e dás colinho a toda a gente. Já agora, foste tu que lhe deste esse chinelos horríveis? Pior que isso só mesmo os crocs! POrque é que ela está com o dedinho nos lábio? Esqueceste-te do telemóvel no bolso, foi?
Bem, cada qual dá o que pode e a mais não é obrigado!
Desculpa de novo se te macei com as minhas divagações filosóficas. Dito isto, se não existes não vejo o inconveniente. Se existes e ainda me aturas, deves ser mesmo boa pessoa.
Abobrinha