O Penedo da Meadinha, rompe da terra para o ar em pleno Parque Nacional da Peneda - Gerês.
Era urgente fazer uma visita à verticalidade para carregar pilhas para o dia-a-dia.
Tínhamos várias propostas para o fim-de-semana prolongado, espiel, corno de bico, sagres, etc. Decidimos o destino que mais medo nos mete, mas com a salvaguarda que iríamos fazer apenas primeiros largos e coisinhas fáceis.
Sexta
Pelo trajecto sinuoso entre arvoredos, montanhas e penedos. Riachos, musgo e poios de gado Barrosão e dos cavalos selvagens, demos conta que estávamos sem "gasoil", numa inverneira perguntamos onde havia. "- É melhor ir a espianha que fica mais barato e mais perto..." lá fomos, chegados à gasolineira, vimos o letreiro que não aceitavam "tarjeta", contamos os trocos e conseguimos juntar quase 3 euros, o que deu para ir a Lobios levantar mais guito para atestar. Passamos por Castro Laboreiro onde abastecemos de pão, de lá finalmente para o santuário, onde já estavam mais duas cordadas Carlos&Pisco e Daniela&Roxo.
Para começar fomos à "corre caminhos" uma placa equipada.
Há vários meses que não exercíamos a "miragem do abismo", isto de andar a dar chapadas nas pedrinhas até é bonito e tal... mas depois à que aguentar o pátio. Fizemos só o primeiro largo.
Natália a fazer du rapel
Depois desta experiência de dor e medo. Fomos provar nova dose:
"Escaleras al Cielo"
1º Largo, fartamo-nos de divertir, movimentos giros, fluidos e protegidos à bomba.
Natália no 1º largo das "Escaleras al Cielo"
2º Largo, aZero, fenda molhada, aZero, "estou a ficar sem água", "estou a ficar com pouco material", "é pá", aZero, "acho que vou destrepar...", "...é melhor poupar forças porque ouvi dizer que logo à festa."
2º largo das "Escaleras al Cielo"
E havia, festa do vinho alvarinho e do enchido em Melgaço.
Já não havia cabrito, lá comemos um prato de feijão com arroz e outro de arroz com feijão, provamos umas pataniscas e a lampreia.
Pisco, Carlos , Daniela, Sesa, Taia e Roxo - depois das pataniscas.
Na dormida, em lamas de mouro, uns domingueiros tunning, ficaram chateados porque as namoradas viram malta a dormir no mato, e eles de camizinha engomada e cama alugada.
Sábado
Estávamos em dúvida entre a "Z" e a "Meadinha", meteram-nos um Camalotão nº 5 nas mãos, obrigado Pisco, e pelo que diziam com aquele bichinho não há problemas.
Decidimos "meadinha".
1º Largo, 50 metros de diedro com fenda, o problema é que a fenda é muito larga. E tive que arrastar o nº5 pela fenda acima... fazia 2 passos agarrava no friend dos pés e colocava acima da cabeça, mais dois passos repetir a operação... deu para meter mais 2 ou 3 pontos pelo meio, largo espectacular e compridinho - fica-se quase ao nível da 2º reunião da "s", a Taia rompeu os Bad Rock, e eu agravei os buracos dos meus gatos, aquilo parece lixa de skate com grunhos - muito bom.
1º largo da "Meadinha"
o escalador "local" da via "Meadinha"
Natália no 1º largo da "Meadinha" - Foto: Carlos Alheiro
reunião do 1º largo - Foto: Carlos Alheiro
Carlos e Pisco no 2º largo da "S"
Natália no 2º largo da "Meadinha"
2º Largo, muito tranquilo até debaixo do tecto. A partir daqui é artif, e como não estávamos chipados para andar em tectos a muitos metros de altura rapelamos.
Carlos no 3º Largo da "S"
Voltamos a Melgaço e desta vez havia cabrito assado no forno, bacalhau com broa, alvarinho fresquinho, tudo muito bom.
Domingo
Acordamos cedo e fomos à "z",
fizemos o primeiro largo da "escaleras al cielo", uma travessia para a esquerda e entramos na via, uma fissura diagonal para a esquerda, um patamar para a direita e novamente uma fissura diagonal para a esquerda, escalada atlética.
1º largo da "Z"
A via está toda equipada, o que não compreendemos porque trata-se de fissuras perfeitas. Saímos por cima em mais 2 ou 3 largos em ensamble.
Estivemos a ver a vista, descemos e miramos o Carlos e o Pisco no Artif da "Meadinha".
Carlos e o Pisco no Artif da "Meadinha"
Para acabar decidimos ir ao primeiro largo da "come cocos", a entrada estava molhada, pelo que entrei pela "Roy", passados uns metros aquilo começou a comer-me o coco, a fissura apertava e eu com a desculpa dos pés de gato todos rotos decidi evacuar... ainda pensei em descer a "tirar o ponto e voar, tirar ponto e voar", mas reparei que só tinha dois pontos... então lá "desescalei" tudo de mansinho.
Viemos embora com ganas de voltar.
Ainda nos ofereceram janta em Ponte de Lima, obrigado Brígida e Hélder.
Um fim-de-semana memorável em óptima companhia com um granito perfeito. A repetir.