Eu, Bruno e o Uruguai



Tem post romântico no ar. E fofo! Quem escreve é a Daniela, uma leitora muito querida, carioca e moradora da cidade maravilhosa. Na pauta, uma viagem a dois... Para o Uruguai. Fiquemos com a lindona da Dani, a quem eu agradeço muitíssimo o texto.

Beijos, baby, beijos gente,

Isabela – A Casada

Decidimos viajar juntos. Ele sugeriu conhecermos Punta Del Este, Uruguai.

Eu: “Punta Del Este? Hum...”. Ele: “Vamos jogar nos cassinos”. Eu (que não sei jogar nada...): “É... Então vamos...”. Mas eu precisava saber o que faríamos lá além de brincar  nos locais mostrados nos programas do Amaury Jr.

Pesquisando, descobrimos uma cidade que vai muito além do que é mostrado pelo apresentador. Um lugar com casas de jogos luxuosas, mas pessoas e histórias de vida dentro delas, com lindas praias e um artista que fez da beira-mar seu cenário para uma obra acessível a qualquer um: grandes dedos de pedra que surgem da areia representando a presença do homem na natureza. Isso além de uma vista incrível do pôr-do-sol.

Experimentamos o sabor do cortado, das medialunas, do chivito uruguaio e também a alegria de compartilhar tantos momentos juntos. Situações em que não entendíamos nada do que era falado em espanhol e nos divertíamos ao tentar nos comunicar por gestos e nos fazer entender em “portunhol”. Momentos em que atendentes de um famoso café começaram a cantar e dançar o hit “Ai se eu te pego”, nos levando a trocar olhares e sorrisos como duas testemunhas daquela cena. Em especial, o instante em que ouvimos uma música ao longe e, ao “seguirmos” o som, descobrimos uma orquestra tocando na Praça Artigas, com muita gente reunida em volta. Nos sentimos em casa ao ouvir a brasileira “Não tenho lágrimas”.

Cultivamos a grandeza das atitudes de respeito, carinho e companheirismo com que devem se tratar os namorados, sejam eles noivos, casados, ficantes, amantes ou qualquer outra definição. Se assim não fosse, certamente não estaríamos juntos.

Saímos pela orla e pelas avenidas de Punta (em poucas horas ficamos íntimos dessa cidade e já a chamávamos carinhosamente assim, pelo primeiro nome) sem planos, apenas para “deixar acontecer” e “viver o lugar”. Enquanto descobríamos as peculiaridades da cidade, eu descobria que não haveria companheiro (de viagem e de vida) mais divertido, animado, inteligente e gato (claro!) do que ele.

Jogamos nos cassinos de Punta e experimentamos a emoção e a adrenalina de apostar em números e combinações estranhas de figuras, aguardando ansiosamente o som que representava que havíamos vencido a máquina: barulho de moedas - muitas moedas - caindo. Exatamente há um ano e três meses, completados hoje, apostamos no sentimento que nos une, na vontade crescente de estar juntos, vivendo um relacionamento que nos proporciona paz, tranquilidade, segurança e, ao mesmo tempo, enche de cor a nossa vida.

E, mesmo quando no último passeio eu (teimosa que sou) subi nas pedras e, ao descer, uma poça de sangue se formou sob e ao redor do meu pé, ele, apesar de ter me avisado várias vezes que era perigoso, não disse: “Eu te avisei.” (essa frase era o que eu menos precisava naquele momento). Simplesmente me ajudou e me tranquilizou, ficando ao meu lado até o momento em que conseguimos ajuda.

Mas, para viajar não é preciso ir até outro país, estado ou até mesmo outra cidade, porque viajar é descobrir. Descobrir um novo lugar ou aquela pessoa que está ao seu lado. Descobrir nos mesmos lugares antes frequentados que eles podem ser vistos, vividos e sentidos de uma outra forma, descoberta pelo olhar do outro. Descobrir o quanto é importante viajar para o mundo do outro, mergulhando em seu universo. E, assim, descobrir que viajar para dentro é tão surpreendente quanto viajar para fora.

Daniela - A Divorciada e A Namorada do Bruno há um ano e quatro meses

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33 coisas que aprendi até hoje


(Porque alguma coisa a gente aprende nessa vida)

1- A fazer um franguinho cozido incrível! (Isso foi ontem)
2- Entender que nem todo mundo tá no clima da farra quando você está...
3- Ouvir meu corpo e suas vontades
4- Comer com hashi (também atende por palitinho japonês)
5- Escrever um pouco melhor
6- Comer sementes e grãos
7- Correr sem me machucar
8- Comer sem me empanturrar
9- Limpar minha casa sozinha
10- Voar em kotegaeshi (algo como nesse vídeo)
11- Passar base e blush
12- Entender que o caminho do meu pai não foi fácil
13- Entender o jeito da minha mãe lidar com a vida
14- Respeitar o tempo dos outros
15- Respeitar o meu tempo
16- Que as coisas simplesmente acontecem
17- Que sincronicidade existe
18- Que ouvir Gil me acalma

(Calma, já foi quase metade)

19- Meditar! (still learning)
20- Fazer a postura da vela na yoga retinha!
21- Ouvir mais que falar
22- Falar sempre que desejar
23- Respeitar minha espontaneidade ruidosa
24- Respeitar a timidez alheia
25- Cuidar dos meus, mesmo quando difícil...
26- Escolher o chocolate certo para não desperdiçar calorias à toa
27- Ser autônoma
28- Mimar meus amigos que amo muito
29- Que cuidar do meu amor não é ser mulherzinha frágil

(Ufa, ta acabando!)

30- Que a impermanência é a única certeza
31- Que o amor é pura entrega
32- A levar a sério as minhas crenças
33- Não me levar nada a sério

Débora - A Divorciada

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All you have to do is call...



Em plena programação de posts para as férias, o calendário me mostra o 26 de maio como mais uma data em que eu estarei fora. Por que o destaque? Gente, é aniversário da Debs, nossa Divorciada, minha amiga, minha irmã. É claro que eu queria deixar algo fofo, pronto para ela. Mas, o que escrever? Como fazer diferente em relação ao ano passado?

Do nada, enquanto pensava, comecei a cantarolar:

You just call out my name,

and you know wherever I am

I'll come running, oh yeah baby

to see you again.

Winter, spring, summer or fall,

all you have to do is call

And I'll be there, yeah, yeah, yeah

You've got a friend.

Taí o seu happy birthday, amiga. Essa canção (You’Ve Got a Friend, de James Taylor) tem tudo a ver conosco, acabo de descobrir. É assim que somos uma para a outra. Te amo, te admiro. Só me chamar que eu vou.  Parabéns!!! Aproveite o dia, se jogue, comemore!!! 

Muita saúde, muito amor,

Isabela – A Casada 

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Boicotes


Sabe quando tudo que você sonhava de repente está perto de virar realidade, mas você passou tanto tempo não acreditando, que coloca um monte de pedra no caminho só para poder dizer que tinha razão em não acreditar?

Sabe quando a felicidade bate à sua porta e você, por ter propagandeado tanto que ela não apareceria novamente, agora fica constrangido de admitir que ela existe, então você fica boicotando tudo?

Sabe quando a melhor pessoa do mundo aparece dizendo que quer ficar do seu lado para sempre e você não acredita, porque achava que isso só acontecia em novela?

Eu já tinha ouvido falar sobre isso. Que quando a gente almeja muito alguma coisa na vida, tende a fugir quando esta coisa realmente acontece. Porque é ver o sentido que a existência antes tinha se perder: a de perseguir este ideal. Louca demais a mente humana.

Só sei que colocar pedras no caminho da felicidade não me parece algo sensato. Mas o que fazer com aquela sensação de querer fugir diante de uma coisa muito boa? Já aconteceu isso com vocês?

Patrícia, A Solteira

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Inferno menstrual

Essa semana é porreta para mim. Junta meu inferno astral com meu período pré-menstrual, carinhosamente apelidado como a fase TPM. Poderia ser um inferno menstrual. Mas eu não quero não. Decidi que vai ser diferente. Vou fazer meus ajustes, me recolher um pouco, comer menos porcaria e simplesmente aproveitar o que a vida me trouxer. Comecei a trabalhar esse climão bão já nesse fim de semana, com mais uma maratona de meditação sábado e domingo. Durante a semana, me dou de presente duas massagens e minhas aulinhas de yoga. Se minha lombar falida e judiada deixar, vou também ao aikido. E, na sexta, faço a minha última sessão de um looongo e delicioso tratamento/coaching com a Melissa, que tem me ajudado a trilhar um novo caminho.


Não quero que a minha semana de despedida dos 32 anos seja chata, irritada e dolorida. Talvez ela até seja um pouquinho, afinal, astros e hormônios têm lá seu poder. Só que tudo tem seu lado bom. Um inferno astral pode trazer grandes insights sobre nós mesmos. E a fase luteal, o nome oficial da fase menstrual, é uma ótima fase para plantar sonhos, adubar projetos e semear ideias. Nada mal, hein?

Que meus 33 cheguem serenos e cheios de ideias para o próximo ano que vai nascer.

Ótima semana para todos!

Que seja infernal de boa =D

Débora - A Divorciada

ps: Meu Deus...33!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!




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Tão bom às vezes ficar sem assunto

Está certo que as grandes histórias normalmente são escritas nos momentos de extremo desespero ou incontrolável felicidade. Mas confesso que às vezes é até saudável perder a inspiração para escrever histórias incríveis justamente por estar com o coração mais manso. Ai ai... fazia um tempão que não passava por um período assim de calmaria.

Uma vida emocionante nos traz muitas experiências sensacionais, mas ter paz de espírito e sentir o coração leve de vez em quando faz um bem danado também. Foram uns oito anos de turbilhão e vida na gangorra, me mudando pra lá e pra cá, me aventurando aqui e ali, sem eira nem beira, sem rotina. Claro que não me arrependo nem um tiquinho, porque foi graças a este período frenético que consigo ter serenidade e menos ansiedade para tocar meus dias agora.

No momento, portanto, sinto vontade de injetar emoções no espírito de outras formas, sem precisar trocar todas as peças do tabuleiro. Pode ser uma viagem incrível, um curso inusitado, um desafio profissional, uma rebeldia aqui e ali... Ou (por que não?) ter paz e tranquilidade para escrever uma história de tirar o fôlego?

Patrícia, A Solteira

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A Parisiense



Este post é dedicado a todos aqueles que, como eu, sempre sonharam com a cidade luz (Dorinha, sinta-se citada!). Li e amei o livro A Parisiense, de Ines de la Fressange, na verdade um guia de dicas, compras e programas na capital francesa. Na obra, a ex-modelo e chiquérrima (nascida no pais de Catherine Deneuve, claro) vai além e divide com os leitores um pouco do estilo de vida das mulheres que moram por lá. E aí entram referências de beleza, elegância, atitude, moda. Fofo, prático, leve, bom de ler. Me lembrou Danuza Leão, outra diva cujo texto e as opiniões me interessam muito.

Para deixar um gostinho, divido com vocês alguns trechos particularmente encantadores do trabalho de Ines:

“Para ficar sempre bela:
(...) Sorrir
Ser indulgente
Ser descontraída e esquecer a idade
Ser menos egoísta
Estar apaixonada por um homem, um projeto, uma casa. Isso tem o efeito de um lifting.
Só fazer o que tem a ver com a gente. A perfeita atitude zen.
Aceitar que existem dias ruins. E aproveitar os dias bons!”

Querem mais? Pois aqui vão dois dos vários “lembretes” espalhados pela autora ao longo dos capítulos:

“A frivolidade é a chave da eterna juventude”. (Achei o máximo!!!) e “Mais vale passar uma hora dormindo ou fazendo amor do que ir a um dermatologista aplicar botox”. (Muito sábio!!!)

Não é demais? Eu achei. E recomendo muito.

Beijos a todos, estilosas e estilosos do meu coração,

Isabela – A Casada que terá acabado de conhecer Paris quando esse texto for publicado

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Dez coisas (muito) simples que me fazem feliz


1. Ouvir Edith Piaf cantando La vie en rose, uma das minhas canções prediletas, tudo a ver.

2. Comprar chocolate. Nas Americanas, na Kopenhagen, na Padaria Esplêndia, onde for. Eu sempre fico feliz quando estou prestes a abrir um.

3. Conseguir ir para academia quatro vezes por semana. Para compensar o item anterior, hahaha!!! É raro, sendo bem honesta, mas já aconteceu. 

4. Ler os comentários que vocês deixam aqui no blog (a gente adora, de verdade).

5. Tomar café da manhã com Guarda Belo, na nossa casa, numa boa, ou na Esplêndida, sempre ela, a minha padaria.

6. Sonhar com as viagens que eu ainda vou fazer.

7. Almoçar filé à parmegiana, tentação das tentações, um dos meus maiores pecados à mesa.

8. Descobrir uma nova combinação a partir de peças que já estejam no meu armário.

9. Esperar Mainha chegar cheia de guloseimas para me visitar em São Paulo, trazendo Painho – O Fofo, junto.  

10. Dormir com lençóis limpinhos, macios, passados, com cheiro de amaciante. Sonho de consumo: adotar o sistema Clodovil de roupa de cama em casa, trocando tudo duas vezes por semana e tendo as peças passadinhas todos os dias. Luxo é pouco, adoro, almejo.

E você? No melhor estilo propaganda do Pão de Açúcar, o que faz você feliz?

Isabela – A Casada 


PS:  Depois de programar esse post, fiquei com a impressão de que já escrevi algo nessa linha aqui. Fiz? Alguém lembra? Bom, se fiz, tudo bem. É sempre tempo de lembrar daquilo que nos faz bem. Beijos! 

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A Bonequinha



Eu tenho uma bonequinha assim
Ela veio de Paris para mim
Ela tem um bom chapéu
Que é da cor daquele céu

Com muita frequência, geralmente quando estou sozinha, eu consigo te ouvir cantarolar os versos acima. E isso me esquenta o coração.

Obrigada por me fazer sonhar com Paris antes de saber o que isso significava. Por me dar asas e me mandar sair correndo para ver o mundo. Tenho seguido os seus conselhos. Eu te ouço muito, você sabe. Sorte minha, muita sorte, ser a sua bonequinha.

Te amo. Feliz Dia das Mães!!!

Para mainha e para as mamys de vocês todos.

Beijos, beijos, muito amor,

Isabela – A Casada e  A Filha  

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Nossos pais estão morrendo

Quem tem mais de 30 já percebeu: nossos pais estão morrendo. Não o meu ou o seu especificamente. Os pais da nossa geração. Em dezembro, fui ao velório do pai de um amigo. Eu não o conheci, mas é sempre triste e tocante ir a um velório segurar a mão de um amigo. Você fica imaginando como foi aquela relação, como era a vida daquela pessoa que partiu. Hoje, vou abraçar uma amiga muito querida, mas de quem me afastei faz uns anos. É minha xará, minha primeira amiga no jornalismo. O pai dela faleceu ontem. Só o conheci de vista. Sei que essas últimas semanas foram um sofrimento para ela e para a família. Não há nada mais difícil de lidar do que com a morte. Nada. Separação chega perto. E é sempre um pouco constrangedor ir a um velório de alguém que você sequer conheceu, mas que é parente de alguém que você adora. A gente não sabe o que dizer. Eu só faço abraçar.

Em setembro, meu pai teve um troço e foi parar no hospital. Lá, eu e minha irmã mais nova ouvimos do médico que ele teria poucos meses de vida normal. Que em seis meses ele estaria usando balão de oxigênio e que, dali em diante, as coisas piorariam. Já se passaram oito meses e, apesar de evidentemente mais cansado e mais envelhecido, meu pai continua tocando a vida normalmente. De forma até mais estressante do que deveria. Cada vez que o pai ou mãe de um amigo morre eu penso que esse dia impreterivelmente vai chegar - a não ser que por obra do destino eu me vá antes. Pensar na finitude daqueles que me deram a vida dói, assusta e angustia. Mas me faz querer ter momentos de pura paz e felicidade quando estou com eles.

Débora - A Divorciada

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Eu escolhi ter tempo


Eu não me identifico com as mulheres citadas nas revistas femininas. Eu não acordo de madrugada para malhar antes de ir para o trabalho. Não estou cercada por uma legião de babás e empregadas. Aliás, eu sequer tenho filho. As mulheres das revistas sempre têm. Também não tenho que rebolar para manter a “chama acesa da paixão” no meu casamento. Até porque não sou casada. Não sigo aqueles manuais de como conquistar mais espaço, e aumento, no trabalho porque já não tenho mais emprego. Não visto aquela calça incrível de R$ 500 que a Lola publica em um lindo editorial de moda coloridérrimo porque com R$ 500 eu pago meu aluguel. Eu não sou essa mulher enlouquecida, multitarefa, workaholic que se orgulha de ser assim e que adora pontuar as conversas com a frase: “É que eu não tenho tempo”.

Eu já quis ser assim. Porque me parecia o único caminho possível, o certo a se fazer. E o único digno de admiração. Mas, de uns quatro anos para cá, eu fui percebendo o que eu queria. E eu queria ser amiga do relógio. Meu mantra é o reverso do chavão: dinheiro, para mim, é tempo.

Descobri que apesar de aparentemente agitada e afobada, gosto é de fazer as coisas devagar. Não me entendo com a boiada que anda frenética pelas estações do metrô de São Paulo. Acho minha vida social suficientemente intensa – e acho que poderia até reduzi-la. Gosto de tomar café da manhã com calma, parar para almoçar e jantar. De preferência com boas companhias. Faço minha própria faxina, preparo a minha comida, pago minhas contas, resolvo as pendengas da minha empresa e, duas vezes por semana, paro tudo para fazer yoga ao meio-dia. Ah, sim, e também trabalho. Evito pegar muita coisa ao mesmo tempo para não pifar. Para tudo isso é preciso ter tempo. E, mesmo assim, às vezes me atraso.

Vivo com pouco, mas com conforto. Vivo sozinha, mas sempre acolhida. Não tenho muito dinheiro, mas não tenho dívidas. Não sou magra, mas sou saudável.

Às vezes me questiono se não escolhi a rota errada. Se não era para ser mais. Mais ambiciosa, mais poderosa, mais gostosa e mais rica. Se já era hora de ter meu próprio apartamento e manter o padrão de vida alto, como um dia já foi. Se os outros não acham que eu sou uma grande preguiçosa, afinal, eu prezo o tempo.

Esse pensamento, ainda bem, passa rápido.

Talvez um dia eu tenha que voltar a correr contra o relógio. Talvez eu só consiga fazer academia de manhã. Pode ser que eu tenha filhos e, com eles, venham as babás e afins. Pode ser.

Por hora, no entanto, vivo a vida que escolhi para mim.

Débora - A Divorciada

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UFC: Eu vi



Sim, crianças, eu confesso que vi. Foi num sábado à noite, depois de ouvir Guarda Belo anunciar, por dias e dias, que haveria uma luta imperdível na ocasião, naquele card (é como eles chamam os conjuntos de disputas, creo) até os nomes dos lutadores, Jon Jones e Rashad Evans, ambos poderosos e bombados, eu aprendi, vejam bem (será mais um sinal de que o apocalipse virá em 2012? Não me espantaria se fosse).

Como eu aguentei ficar das 23h até umas 2h e pouco nessa função? Vendo porradas em série? Bem, na verdade nem foi tão difícil assim. Para começar, os combates são rápidos, o que confere um certo dinamismo à coisa. Além do que eu tenho lá os meus truques, como me encarregar de preparar os petiscos para ver diante da TV e, depois, devorar eu também todos os salgadinhos, azeitonas e pãezinhos a que tenho direito, o que me permitiu desviar licitamente a atenção da pancadaria por uns minutinhos. Sem falar que eu virei o rosto e me recusei a ver as cenas mais desagradáveis. E sem ouvir protestos do telespectador ao lado, claro. Com algumas taças de vinho por perto, acreditem, não foi nada complicado.

Muito pelo contrário. Foi mais uma noite de sábado na companhia do meu marido, na nossa casa, sempre um programão para mim. E o que fazer a não ser dizer sim quando ele me pediu, todo fofo, para ver as lutas com ele? Foi o que eu fiz. E não me arrependo jamais. Amar é ver UFC de vez em quando também.

Beijos a todos, lutadoras e lutadores,

Isabela  - A Casada

PS: Léo, foi lutaço nenhum o embate Jones x Evans. Duas mocinhas no octógono, uma com medo da outra. Hahaha!!! 

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Quem inventou o “coxinha” foi minha amiga Dane

Há duas semanas, foi a vez da Folha especular sobre o que é e como surgiu o termo “coxinha” para definir certos tipos de homens. Achei engraçado a gíria ser pauta em um grande jornal. Porque, para mim, quem inventou o termo “coxinha” foi a minha amiga de infância Dane Morato, de Praia Grande. A matéria diz que o termo começou a ser usado em São Paulo por volta de 2002. Até parece... Era comecinho dos anos 1990, ou seja, já há mais de 20 anos, e nós já nos divertíamos na escola rotulando os amigos (bullying, diriam hoje). “Esse cara é muito coxinha, não quero namorar com ele não”, “Deixa de ser coxinha e vamos para a festa”.

Também questiono a definição trazida na matéria, que tem mais a ver com almofadinhas cobertos de roupas de grife. O “coxinha” original é outra coisa. O que é? Nem sei explicar muito bem, confesso, mas não é isso que falaram lá.

Para entender, é só pensar no formato do quitute e transferir a ideia para definir um traço de personalidade. Ele não é arrogante, apenas certinho demais (não necessariamente tímido). Não está preocupado em ter tudo de marca cara, mas dificilmente você o verá de roupa suja. Também não está preocupado em ter o cabelo na moda, mas suas madeixas raramente se encontram desgrenhadas, normalmente estão lambuzadas de gel. O “coxinha da Dane” tampouco é um chato. Ele apenas faz questão de rir de tudo para não perder os amigos e tem uma forte tendência a contar piadas meio sem graças, rindo muito ao final. Enfim, o nosso coxinha era um cara que estava sempre por perto e que parecia adorar ser chamado assim só para se sentir parte da turma. A Dane mesma nunca explicou direito esta história. Quando questionada sobre o que queria dizer, só fazia com as mãos o formato de uma coxinha, dando a entender que se tratava da definição mais óbvia do mundo.

Mais uma evidência da autoria é que a Dane lançava mão de todo o cardápio de festinhas de aniversário para adjetivar estados de espírito ou definir pessoas. “Estou encroquetada hoje”, por exemplo, quer dizer: “Não estou a fim de sair de casa, quero ficar sem fazer nada debaixo do edredon”. E também: “O cara é mó empada”. Aí sim uma definição de mala, chato, arrogante. E por aí sua criatividade ia... Ah Dane, que saudades de rolar de rir com suas piadas gastronômicas. E que reconheçam de uma vez por todas seus direitos autorais.

Patrícia, A Solteira

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