Qual é o seu homem-fruta?


Atração sexual e apetite andam lado-a-lado. Comida e tesão vivem de mãos dadas e analogias, mais de mil, já foram feitas sobre estes dois assuntos. Então, já que é assim, passemos das cores às frutas. Falemos dos homens a partir desta apetitosa ótica.

Deus me livre um homem banana na vida. Deixemos este espécime às mandonas. Já repararam como mulher chata sempre tem o seu ao lado? Pois sim, homem banana tem para mais de mil. Claro, eles dão aos cachos! Apesar da personalidade de cor amarelo-apagada, o homem banana é indispensável para o bem da humanidade. Sem eles, as mulheres intragáveis estariam enchendo a nossa paciência.

A mulher melancia também tem a sua versão XY. Mas retaguarda avantajada, aqui, é indiferente. O homem melancia faz vista. É aquele cara que basta entrar em um lugar para já “causar”, é aquele alvoroço da mulherada. Parece levar a vida sem se preocupar com nada, feliz, feliz. No entanto, ao chegar mais perto, você vai perceber que ele causa azia (arrependimento), não tem nada dentro (só água) e ainda é cheio de “merda”. Afinal, tirar as sementes da melancia é ou não é um porre? Roubada, fuja dessa! :o/

O homem manga é aquele que gruda, faz questão de fazer parte da sua vida até depois que a história acaba. Possessivo, mala, difícil se desvencilhar. Para um manga, você eternamente ficaria com o cheiro dele, com vestígios dele, e ainda exibiria para toda a eternidade um sorriso amarelo, e cheio de fiapos que é para espantar qualquer outro target.

O homem lichia pode ser um bom investimento. É o famoso feio cheio de charme, aquele com um borogodó que faz toda a feiúra sumir em dois tempos. Na primeira impressão é o capeta, nada atraente para os parâmetros convencionais. Mas, debaixo daquela casca de dragão, está um cara envolvente, sedutor (suculento), quase viciante. Pena que na vida real não vendam caixa com 12 unidades destas criaturas... O homem lichia também pode ser aquele cara com visual meio gasto, a la Benicio Del Toro. Dá no mesmo, hummm...

Já o tipo morango é aquele que fica melindrado com qualquer coisa. Tudo pode virar ofensa grave. Qualquer mudança na situação, o cara já murcha e passa da validade. No ponto é uma delícia, mas tem que aproveitar rápido. Homem morango não dura muito não.

Poderia ficar aqui classificando vários tipos. Só que um deles, especialmente, me chama atenção. O homem figo.... É aquele cara na dele, que geralmente não se apresenta como primeira opção de nada. Se te perguntarem qual a sua fruta favorita, certamente o figo sequer será citado. Mas experimenta abrir e provar um. O cara é verde por fora e avermelhado por dentro. Lembram do post anterior? Quer combinação melhor para entrar de cabeça? Ou você acha que o Luis Figo é um charme à toa? O nome, neste caso, diz tudo.

A Solteira

* Mocinhas que, de futebol, só sabem que a bola é redonda: o lindão da foto no topo é o Luis Figo, tá?

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Procuro homem verde


A convidada especial da vez é uma amiga querida, parceira de todas as horas, leitora fiel do blog, 100% fofa e expert em risoto de camarão. E que prefere ser chamada de A Jornalista Separada que procura homem verde.


Seja bem-vinda, gatona.


Beijos,


A Divorciada



A razão por eu escrever esse post é que em uma sessão de terapia, em que o assunto “homem” veio à tona, encontrei uma divertida classificação para os homens, através das cores. A teoria tinha que ser dividida com vocês leitoras desse blog.

Descobri que procuro um homem verde. Você pode estar pensando, ok, poderia ser “X”, mas não é, é verde. Mas se quero o verde, porque acabo aceitando o azul ou flertando com o vermelho? Para causar uma verdadeira confusão mental? Se a minha energia é para procurar o verde, ficar com o azul ou amarelo, traz uma grande confusão. “Mas afinal: eu quero o verde ou o azul?” Nessa hora me sinto um pouco como a Fernanda da peça “Os homens são de Marte é para lá que eu vou”, personagem da Mônica Martelli. Mesmo assim, esclareço racionalmente: quero o verde, sério!

Ouvi de uma amiga uma frase que dei muitas risadas “talvez tu ache que se misturar o azul e o amarelo chegue no verde”. Isso rendeu muitas gargalhadas, mas posso dizer com experiência própria que isso não funciona e também que sempre fui péssima em química. Mas ok, vocês querem saber sobre as cores.

Vamos às classificações. O verde, que é o meu target, é um homem charmoso, bom papo, de 30 a 35 anos (média), bem posicionado profissionalmente, que goste de se divertir, viajar, que não seja controlador (sou traumatizada com isso), e também que seja “bom”, não vou entrar detalhes nesse último quesito, mas vamos dizer que esse aspecto é muito importante. OK, vocês acham que é mais fácil ganhar na loteria do que encontrar esse homem? Nem vou ouvir esse comentário, porque é o meu homem verde e eu digo que ele existe, apesar de ainda não tê-lo encontrado.

O homem azul é aquele que normalmente encontramos na baladinha, lindo, jovem, sarado, mas que não rende mais nada além de uma...., bom, em certos casos nem isso. Falta atitude, experiência, papo e um algo mais. Claro, que existem exceções e a nossa amiga “divorciada” já provou, mas vamos concordar que eles eram verdes e não azuis.

Os amarelos, ah...os amarelos, eles no primeiro momento até podem surtir um certo interesse, afinal nós trintonas gostamos de experiência, charme e um cabelo grisalho, mas eu sinceramente não quero esse perfil. Quero um verde, insisto! Não quero alguém para questionar o meu jeito de vestir ou agir ou cobrar maior maturidade, afinal, para quê? Imagine um homem amarelo comentando: “será que você pode ser vestir mais séria?”. Não, não dá. Eles estão excluídos da minha lista.


Os vermelhos, esses são realmente Amantes com “A” maiúsculo, isso mesmo. São experientes, dedicados, fogosos, mas infelizmente são raros e também, na maioria dos casos, só servem para deixar a gente com a aquela cara “o que aconteceu? por que ele sumiu?”. Claro que existem exceções. Melhor riscá-los da minha lista para não me confundir!

Os roxos, esses são uma mistura do azul e vermelho, ou seja, são bons, mas existe um, porém importante: sãos comprometidos (casados, noivos ou namorados). Esses realmente estão fora do meu target, afinal, eles não são perfeitos e misturar pode causar indigestão. Apesar de “roxo” ser a minha cor predileta, prefiro ela na minha parede ou nas minhas roupas, não na minha vida amorosa. Excluídos!

E existem ainda os monocromáticos, os pretos e os brancos, esses realmente não valem comentar, mas são aqueles que não escolhemos nem para amigo ou para pai! Afinal, papai também tem que ser charmoso, não é?

Então amigas, sejam trintonas como eu ou não, o importante é o foco. Agora já me decidi e deixo aqui o meu anúncio. “Procuro o verde”, não quero o azul, o amarelo, o vermelho ou o roxo. Verde! Então que venham os verdes de todas as tonalidades, do verde bandeira ao militar, desde que sejam verdes! .

A Jornalista Separada que procura homem verde


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O esconderijo da lajotinha

Descobri que Charlie* anda escondendo chocolates de mim! Isso significa que ele está levando a minha dieta mais a sério do que eu mesma (GLUP). Abri o armário dele para depositar algumas roupas passadas e o que eu achei lá? Lajotinhas Kopenhagen! Fiquei na dúvida se passava a mão no choco sem titubear ou se questionava o porquê daquele esconde-esconde. Não pensei muito. Ingeri as 256 calorias sem dó nem piedade (do meu corpinho). Só depois do crime é que considerei a possibilidade de ele estar guardando a lajotinha para outra pessoa...hum...melhor não pensar. Mesmo porque agora já foi. Mas uma coisa é certa: quando o marido começa a regular a quantidade de drogas que consumimos é porque o vício passou dos limites. Que ‘meda’.

A Casada viciada em lajotinhas

*apelido carinhoso dado pelas Panteras ao meu querido namorido

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São Paulo, meu amor



Falar mal de São Paulo é um esporte para muita gente tacanha que eu conheço. Coisa de quem não sabe que lugar bom é aquele que a gente escolheu para viver. E que pode ficar melhor a partir do gesto de cada um, já que reclamações vazias não levam a nada. Escolhi o dia de hoje, aniversário da maior metrópole brasileira, para expressar o meu repúdio a essas mediocridades. E dizer que para mim a capital paulista é tudo e mais um pouco. Inclusive (e principalmente) uma cidade romântica. Palco das minhas melhores memórias de amor.

Alagoana de Maceió e moradora do Recife (PE) entre 1996 e 2001, não me faltam registros sentimentais que incluam praia, pôr do sol, noites de lua cheia, paisagens de tirar o fôlego. Mas, querem saber? Nada se compara à intensidade que é ter uma paixão em São Paulo. Eu quero que alguém me diga o que é mais romântico do que tomar um chocolate quente numa madrugada fria, num café na Paulista, depois da balada. Ou jantar à luz de velas, num restaurante lindo, com ótima comida e música suave, ao vivo, em plena terça-feira à noite. Tomar champanhe sem olhar para o relógio mesmo que já se vão altas horas de um dia de semana, que em São Paulo a vida é para viver mesmo.

Românticas são as ruas do meu bairro, principalmente quando revisitadas em boa companhia. A vista do meu apartamento com o dia amanhecendo, depois de uma noite daquelas que a gente não esquece. Tem coisa mais bonita do que querer ficar em casa, bem acompanhada, com uma cidade tão grande e cheia de possibilidades fervilhando lá fora? Romântica demais essa Vila Mariana, eu diria.

I love you, São Paulo. E dessa paixão, tenho certeza, não me curo nunca mais.


A Divorciada


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Lembranças que nos fazem ser

Como as sinapses são rápidas. Acho que trabalham de forma aleatória, porém sempre acessam os arquivos certeiros. Foi o que acabou de acontecer comigo depois de ler o post da nossa leitora Paula; este que está aí embaixo sobre a Chiquinha Gonzaga. E meus neurônios varreram o porão da memória só por causa de uma única palavra. A que diz que a Paula é baiana.


Paula = baiana = Bahia = infância


Pronto! Acabo de ligar a chave do trem-bala rumo às memórias incríveis. Muitos sentirão inveja, mas tive o privilégio de morar por dois anos numa vila militar perto de Salvador, dos cinco aos sete anos de idade. Detalhe: a vila era um condomínio fechado e a casa dos meus pais era de frente para a praia. Isso mesmo. Era só atravessar a rua para ter areia debaixo dos pés. Como na Bahia a única estação do ano é o verão, vocês já podem imaginar o que eu fazia no período entre a escola e a hora de dormir. Vivia sempre na praia. Nesses dois anos, a minha cor mudou para jambo-eterno. Eu adorava.

Era começo dos anos 80, Michael Jackson era rei com seu “thriller” and “just beat it”, a Blitz era um fenômeno nacional com a Márcia Bulcão e Fernanda Abreu nos backing vocals, o disco do Balão Mágico não saía da vitrola (disse vi-tro-la), e o Raul Seixas fez o especial Pluct, Plact, Zum entrar para a história. Ahá! Quem tem mais de 30 sentiu os neurônios fervilharem também?

Deixei a Bahia no começo de 1984 e nunca mais voltei. Tenho a sensação de que vou me debulhar em lágrimas quando pisar lá novamente. Tenho os dois anos inteiros na minha cabeça, e nos mínimos detalhes.

Lembro do primeiro passeio na rua em frente a nossa casa. No asfalto, havia um tapete de cigarras. Eu teimava em pular uma a uma com minhas Melissas, mas era inútil. Eram milhares. Se alguém souber como se chama este fenômeno, me falem. Jamais presenciei algo assim desde então.

As caminhadas noturnas eram costumeiras. Pai, mãe, irmão e eu. Até amizade com um caranguejo fizemos. Demos a ele o nome de João. Hoje, imagino que não deve ter sido o mesmo sempre. Quanto tempo será que vive um caranguejo? Duvido que sejam dois anos...Enfim, João sempre estava lá, andando de lado pelo meio-fio da calçada.

Aprendi a boiar na água lá na Bahia. Tem até uma foto. Nossa! É a síntese do relax. Toda a vez que visito minha mãe, eu esqueço de tirar a tal foto do álbum. Ela merece um lugar de destaque na cabeceira ou na mesa de trabalho. Quando o estresse ou tristeza pintar, é só olhar para aquele instante que as coisas ficarão melhores.

A vila tinha tudo que uma criança mais quer na vida: meninos e meninas da mesma idade, árvores, ruas largas para andar de bicicleta, turma, desafetos, tombos, brigas, pazes, queimadura de água-viva, pique-pega, pique-esconde, ladeira para descer de bicicleta a mil por hora e até casa mal-assombrada.

Lá, comi o melhor peixe frito do mundo e o melhor acarajé do mundo. Descobri que a sala de visitas, que ficava trancada “porque é só para as visitas”, podia ser invadida. E, sim, acontece de cair Nescau no sofá branco, dar a maior merda e ficar de castigo. Aprendi uma penca de palavrões no ônibus escolar, durante as idas e vindas de Salvador. A usá-los nas horas certas e a não usá-los de forma alguma na hora errada, por exemplo, quando o pai está por perto. Ops! :o/

Também aprendi a ler e escrever no método baiano. Infelizmente, não peguei aquele sotaque. Conheci a pobreza em seu estado mais brutal, quando acompanhei minha mãe numa visita à casa da nossa lavadeira, a Rosa. Ficava numa favela bem na beira de uma estrada. A casa era de sapê, armação de madeira com barro preenchendo os buracos.

Como era numa ladeira, a chuva forte veio e levou uma parede inteira. Ela não tinha o que comer. Por isso, seguimos até lá para levar comida para a Rosa e seus filhos. Lembro que entrei pela porta, ela fez questão de nos receber na entrada da casa, mesmo faltando uma parede inteira. Não entendia como alguém poderia viver daquele jeito. Não entendo até hoje.

Qualquer lugar no mundo com cheiro de maresia me envia de volta para a Bahia no mesmo instante. Sinto uma saudade porreta de lá. Mais ainda, do tempo que vivi lá. Não é à toa que dizem que as nossas lembranças da infância nos acompanham e fazem da gente, para sempre, o que somos.

A Solteira

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Mulheres que amamos amar: Chiquinha Gonzaga


O Mulheres que Amamos Amar de hoje foi escrito pela nossa leitora e blogueira Paula Dultra. Paula tem 28 anos, é publicitária e mora em Salvador, Bahia. Nas horas vagas, ela arrasa com o blog Mulherzinha, que a gente super recomenda.

Com vocês, Paula e Chiquinha.

Beijos,

A Divorciada


Nos dias de hoje, como seria uma mulher considerada “à frente do seu tempo”? Sinceramente, não sei dizer. Só sei que acho incrivelmente interessante saber mais sobre aquelas mulheres que eram consideradas assim numa época totalmente adversa. No início do século então, esse tipo de coisa era considerada impossível. Dá para imaginar o que é quebrar regras, padrões, costumes... Quando praticamente NINGUÉM fazia isso?

Um dia, por acaso, me chegou às mãos o livro de Dalva Lazaroni Sofri, Chorei e tive muito amor! (Ed. Nova Fronteira), sobre Chiquinha Gonzaga. Depois de ter visto a minissérie da Globo, resolvi me aprofundar na vida dessa mulher incrível. Não conhece? COM CERTEZA você já cantarolou ou ouviu alguém cantarolar a marchinha de carnaval “Oh, Abre Alas que eu quero passar / Oh, abre alas que eu quero passar / Eu sou da lira, não posso negar / Rosa de Ouro é quem vai ganhar...”

Hoje, eu acho que não vai existir outra mulher igual à Francisca Edwiges Neves Gonzaga, ou Chiquinha Gonzaga (Rio de Janeiro, 17 de outubro de 1847 — Rio de Janeiro, 28 de fevereiro de 1935). Vou explicar aqui o motivo desta afirmação: ela foi uma compositora, pianista brasileira e pioneira em muitas coisas - a primeira pianista de choro, autora da primeira marcha carnavalesca (Ô Abre Alas, 1899) e também a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil. Fora isso, ela brigou com todos e contra tudo para encontrar sua felicidade.

Apesar de ser filha de mãe mulata, Chiquinha foi criada numa família tradicional e aristocrática. Só que desde cedo, demonstrava sua predileção pela ala dos escravos: frequentava rodas de lundu, umbigada e outras músicas populares típicas do povo negro.

Aos 16 anos, foi obrigada a se casar com o oficial da marinha, Jacinto do Amaral, e teve dois filhos com ele. Alguns anos depois, por não suportar as imposições do marido e a ordem de se afastar da música, Chiquinha fez o que era inadmissível para as mulheres da época: separou-se. Rompeu relações com a família e saiu de casa, levando seu filho mais velho.

Em 1867, envolveu-se com o engenheiro João Batista e teve uma filha. Outra vez, rompeu padrões ao viver com um homem que não era seu marido. Mesmo assim, continuou se impondo e dando exemplo do que é ser uma mulher de fibra: Por não aceitar as aventuras extraconjugais de João Batista, separarou-se mais uma vez.

Sozinha, arregaçou as mangas e foi trabalhar – outra coisa rara nas mulheres da época. Passou a viver como musicista independente, tocando piano em lojas de instrumentos musicais e dando aulas de piano. Musicista de grande sucesso, tornando-se também compositora de polcas, valsas, tangos, cançonetas, operetas para teatro, entre outros. A necessidade de adaptar o som do piano ao gosto popular valeu a Chiquinha Gonzaga o título de primeira compositora popular do Brasil.

Mas ela não parava de escandalizar: andava com um grupo de homens – músicos de choro - usava calças compridas e fumava charutos. Ela participou ainda, ativamente, da campanha abolicionista e da campanha republicana, sendo fundadora da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais. Ao todo, compôs músicas para 77 peças teatrais, tendo sido autora de cerca de duas mil composições em gêneros variados.

Nesse meio tempo, ela passou por muitas humilhações, foi discriminada, traída, sofreu, mas não teve medo. Venceu e ficou conhecida no mundo, principalmente em Portugal.

Nada para Chiquinha foi fácil. No auge do seu sucesso, ela apaixonou-se mais uma vez. João Batista Fernandes Lage, na época, tinha 16 anos e ela, 52. Para evitar o escândalo, adotou-o como filho para viver esse grande amor. Foi ao lado dele que Chiquinha morreu, em 1935.

Contei essa história para apresentar uma mulher que eu amo amar. Depois de conhecê-la um pouco, olhe para sua vida e responda: você tem medo de quê?



Paula Dultra (A Solteira que admira mulheres à frente de seu tempo)



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As mulheres que eu penso que teria sido



Se eu tivesse nascido...

...no Egito Antigo, teria sido RP da Cléo(patra)

...na Grécia Antiga, teria sido uma ninfa

...na Roma Antiga, teria sido amiga de Maria Madalena

...na Idade Média, teria sido bruxa e morrido queimada

...no Renascimento, teria sido uma atriz rechonchuda que teria posado para Botticelli

...no Iluminismo, teria sido a secretária de Adam Smith e anotado suas idéias para A Riqueza das Nações

...na Revolução Industrial, teria sido uma operária agitadora contra as péssimas condições de trabalho

...no começo do século XX, teria sido uma comunista maleta e feminista. Ou o oposto: uma dançarina de cabaré

...nos anos 50, teria sido uma menina que sonhava com os Beatles e que teria se recusado a casar

Mas como eu nasci em 1979, vim ao mundo com a liberdade pela qual as mulheres que vieram antes de mim tanto lutaram. Moças da minha geração não conseguem entender, por exemplo, porque Leila Diniz causou tanto furor com seu barrigão na praia – como já escreveu a amiga Divorciada. Simplesmente não faz sentido. Claro que o mundo ainda deve muito às mulheres. Temos muito pelo que brigar. Mas nem se compara a vida que temos hoje com a que nossas avós tiveram.

Eu nasci no final da ditadura, sou filha de pai-preso-político. Por causa desse histórico e de mais alguns "defeitos" de criação, virei uma "discursadora". Sou mister em defender o amor livre, a opção sexual, em desconfiar da monogamia extrema e em condenar o modelo de casamento que nossos pais nos deixaram.

Mas na real, na real meeesmo – apesar de toda a liberdade que me cabe - sou é uma pacata cidadã, respeitada que ganha 4 mil cruzeiros por mês. Esposa dedicada, dona de casa exemplar, lavo louça, faço comidinha, faço supermercado duas vezes por semana. Gosto de tudo limpinho (descobri até que tenho TOC). E a-do-ro essa vida!

Por que eu acho que teria sido essas mulheres todas aí acima se, hoje, nesse mundo solto que Deus me deu (na verdade, que as mulheres me deram), sou mesmo é uma mulherzinha de trinta para lá de comum?

Será que, no fundo, ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais?

A Casada - fazendo do blog o seu divã

PS: na foto acima, o trio do 3x30 em sua versão renascentista!

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Reflexões de uma trintinha

Frase dita por uma leitora-amiga do blog, ouvida pela Casada e pela Divorciada no último sábado:

"Eu não entendo esses homens de hoje! Você propõe sexo e eles querem casamento. Você propõe uma vida de aventuras e eles querem filhos!!"

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Sobre o amor-próprio

Nossa leitora e blogueira Fabíola Melo nos pediu, em comentário nesse blog, que falássemos sobre amor-próprio, sobre o fato de existir tanta mulher mal-amada por aí. Seu pedido é uma ordem, Fabíola. Vamos lá: li certa vez, não me lembro onde, me desculpem, que só pode estar feliz com o outro quem se sente bem consigo mesmo primeiro, quem gosta da própria companhia.

Para mim, esse é o princípio básico do amor-próprio, a capacidade de se curtir. Uma sensação que eu descobri quando saí da casa dos meus pais, em Maceió (AL), para estudar Jornalismo no Recife (PE), aos 18 anos. Eu não morava sozinha, dividia apartamento com uma amiga, mas adorava quando ela estava fora. E eu não tinha ninguém por perto. Lembro até hoje da paz que eu sentia quando, depois de um sábado solitário de faxina, almoçava a lasanha que mainha mandava de Maceió de banho tomado, cabelo molhado, ouvindo João Gilberto e vendo o Rio Capibaribe da minha janela. Amor-próprio: eu me amava e amava a minha vida, em primeiro lugar.

Tem outra coisa: conheço mulheres incríveis que são incapazes de perceber que há muitas fontes possíveis de amor. Mulheres bem-amadas sim, rodeadas por pai, mãe, irmãos, amigos de todas as horas, mas que se sentem mal por não ter, naquele momento específico, o amor de um homem para chamar de seu. All you need is love, é fato, mas, vamos combinar, o amor está em todo lugar. A gente tem que se amar primeiro para que o resto aconteça. E nunca esquecer de uma lição que eu aprendi hoje, num texto do jornal A Tribuna do Sol, de Teresina (PI), quando tentava esclarecer uma questão ortográfica: “Para os que ainda têm dúvida, amor-próprio é com hífen- para que nunca se separem.”

Um beijo, Fabíola.


A Divorciada

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Mulheres que amamos amar: Amy Winehouse


Amy Winehouse ainda não morreu, embora esteja desafiando a paciência de Dona Morte faz tempo. Quem sabe, com esta cartinha, ela não resolve parar de insistir em dar no pé daqui tão cedo?

Oi Amy,
Tudo bem? Você não me conhece, mas sou sua fã. Nada muito original, este mundo está cheio de gente que curte a sua música. Menina, você é um diabo! Como canta bem, como é charmosa e como sabe escolher onde colocar a sua voz incrível. Tento me lembrar de uma música sua que eu não goste e... não tem! São todas um grude nos ouvidos, daqueles que dá vontade de ouvir o dia inteiro.

Até quando você fala do cara que lhe deixou, faz isso com uma classe que vale ser seguida. Nada de gritos, cabelos desgrenhados ou socos no ar. Isso é coisa de mulher mal...você sabe muito bem o quê e é coisa que você não parece ser. Seu visual é retrô, porém você consegue ostentá-lo de uma forma tão pessoal que, por isso, torna-se inimitável e inédito. Pôxa, qual a cor do seu batom vermelho? E aqueles sapatos? Não deixe de me encaminhar o endereço onde é possível comprá-los, combinado?

Só que nem tudo é perfeito, né? Vira e mexe, sai uma notícia sua com uma foto lamentável, na qual está lá descrito seu mais recente vexame. Até nariz sangrando, com um pó muito suspeito, e um colo todo vomitado já foram banquete dos paparazzi. Isso tudo mesmo você pagando rodada de cerveja para os fotógrafos que fazem vigília na sua casa. Eles não aliviam nem umazinha, né Amy?

Quase fico com raiva de você cada vez que essas tentativas de apagar o seu talento acontecem, e são justamente obras suas!!! Ô Amy, isso é sacanagem! Pára com essa merda e vai se tratar. Fica boa, cuide-se. Não se preocupe que a caretice não vai lhe fazer menos criativa. Só vai ajudar a domar os seus monstrinhos. Porque, hoje, são eles que estão no palco. Mas, Amy, eles não sabem cantar e, para piorar, são extremamente sem-graça. Para este show, eu não pago o ingresso não.

E tem mais: faça-me o favor de vir logo ao Brasil. E venha cantar na cidade onde eu moro. Vou ficar muito chateada se você partir sem ter me dado a oportunidade de lhe ver e ouvir ao vivo.

E então, temos um trato?

A Solteira
**Da série "Mulheres que amamos amar", leia também sobre: Leila Diniz

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Na necessáire: misturinhas mágicas

Como aquela história de esmalte deu pano pra manga, ou melhor, tinta para as unhas, resolvi botar aqui no blog as misturebas que mais curto quando bate a Diva em mim. Meninas, revelem as suas também. Vamos trocar nossos segredinhos de alquimia quando o assunto é esmaltes.

Misturinhas mágicas:

Ameixa + Escarlate: esse "escarlate" é um "rebu" mais fechado. Curti! Acho que vai bem com tudo.

Café + Escarlate: ainda vou experimentar, acho que vai dar pé;

Ameixa + Rebu: combinação clássica. No inverno, fica lindo;

Volúpia + Rebu: vermelho para dias poderosos;

Flashdance (Risqué) + Paris (branco da Colorama): rosinha com branco para dias discretos;

Cyber + Rebu: roxão dos bons;

Beijo + Rebu: vermelhaço. Beijo é vermelho-bombeiro. Pode ir sozinho. Aliás: pelo menos quando o assunto é esmalte, Beijo - quando solteiro - fica também incrível;

Viena + Rebu: violeta escuro. Chique!

Quinta avenida + Rebu: fica bem legal, bacana também. O Quinta Avenida é uma espécie de Cherry in the Snow, só que permite parceria. Cherry é lindo demais para misturar com qualquer coisa.

Desejo (vermelho-alaranjado Risqué) + Rebu: para o meu gosto, só muito Rebu faz Desejo sair da necessáire. Sozinho, Desejo é cafonérrimo;

Cereja + Rebu: fica bacana. O Cereja é um vernizão da Coloroma. Desta linha, estou com o Vinho Reserva ainda em test-drive.

Além das misturebas, gosto de uns vidrinhos solteirões. Estes sempre estão presentes na necessaire. Acaba um vidro, outro já é providenciado no mesmo instante: Nude, um bege-chic da Colorama, Rosa Antigo, outro clarinho legal da Colorama, e Cherry in the snow, sempre, da Revlon.

Beijos,

A Solteira

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Para Mariana

Eu já ia desligar o telefone. Tinha acabado de desejar parabéns para ela mais uma vez, terminando a minha fala mandando um beijão. Foi quando, do outro lado da linha, ela respondeu: ‘Beijo. Te amo’. Assim, do jeito mais inesperado e mais doce do mundo, a menina mais doce do mundo, dona do sotaque alagoano mais encantador que eu já ouvi na vida, disse que me amava. Eu já sabia disso. E tenho por ela todo o amor eu também. Mas nunca tinha dito. Pelo menos assim, com todas as letras, com esse desprendimento.

Minha prima Mariana é a menina mais linda e mais fofa que eu conheço (menina sim, não quero nem saber se ela já fez 15 anos e, num piscar de olhos, terá 20 e estará na faculdade arrasando corações). E, naquele dia, me ensinou que a vida é melhor (e maior) quando a gente deixa transbordar bons sentimentos.

Eu te amo, Mari. Tenho saudades de você.

Um beijão,

A Divorciada (sua prima)

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A palhacitos date

Or... a day which it is impossible to enjoy... :o(

Tinha levado um pé na bunda daqueles. Estava fechada para balanço, nada a fim de ninguém, querendo ficar sozinha. Precisava digerir o revés, que tinha quase 1,80m, olhos azuis profundos e foi apaixonado por ela. É dose levar cartão vermelho de alguém que já pegou um avião por sua causa. Vamos chamar esta menina de Mafalda.

Mafalda tinha amigos bacanas. No entanto, as amigas gostavam de lhe dizer "que ela deveria sair mais", "conhecer alguém", discurso que sempre terminava do mesmo jeito: "Tem que sair pra pegar uns gatinhos, Mafalda!" Ela, mesmo ainda aos vinte e poucos, já era ciente de que é coisa complicada traçar planos afetivos com dia, hora e data marcada para conhecer alguém. Enfim, fazia pouco caso dos conselhos de revista feminina das amigas.

Até que um dia, uma delas deu nome aos bois. Ao boi, melhor dizendo. Vamos chamá-lo de Bozo. Afinal, começa a se desenhar aí uma das maiores roubadas a que uma solteira pode se submeter: o Palhacitos Date.

"Putz, tenho um amigo muito bacana, super gatinho, super inteligente, super fofo!!" Opa! Perigo! A amiga disse "fofo" e colocou "super" em todos os adjetivos sobre o cara. "E ele tem uns olhos azuis maravilhosos. Não entendo porque está sozinho. O Bozo é muito gente boa! Eu adoro o Bozo! Aliás, falei de você pra ele e ele quer te conhecer", disse à Mafalda sua amiga empolgada.

Mafalda fez pouco caso. Em seguida o celular da amiga tocou. Era o Bozo. "Ele quer falar com você!", decretou a amiga já metendo o celular na orelha de Mafalda. À nossa palhacita, só restava dizer...."Alô?!?"

Bozo: Oi Mafalda, sou eu, o Bozo!

Mafalda: Oi Bozo, tudo bem? Tudo certo?

Enquanto isso, dentro da cabeça de Mafalda: Tudo alguma coisa? Puta falta de assunto...ok!? Acho que o cara fala meio fino, pensou Mafaldinha ao mesmo tempo. Neste momento, a intuição da palhacita apitava: Vai dar merda! Acaba com esse assunto! Joga esse telefone na parede! Mafalda não deu ouvidos.

B: Pôxa, Mafalda, só ouço falar bem de você. Vamos sair para jantar hoje?

M: Jantar? Hoje?
Imediatamente, a amiga empolgada começa a pular e a falar só com os lábios "Vai! Vai jantar com ele! Anda, diz que sim!"

M: Ok? Você me pega na minha casa então?

B: CLARO! TE LIGO PARA PEGAR SEU ENDEREÇO!!! QUAL O SEU TELEFONE???
Sim, Bozo respondeu gritando, super empolgado. As pernas de Mafalda tremeram neste momento...

Palhacitos date marcado, Mafalda foi para casa. Bozo ligou pontualmente para pegar o endereço, e aproveitou para tecer mil elogios à pobre. Nossa palhacita achava tudo muito, muito estranho. Ele nunca a tinha visto mais gorda, como poderia estar tão "interessado"?!?!

"Acho que esse cara tá encalhado, só pode ser. Que desespero!", pensou Mafalda. Mas, agora, a Inês (ou melhor, Mafalda) já era morta. Não cometeria a indelicadeza de desmarcar o date. A voz do palhacito a incomodava profundamente. "Pode ser o telefone", repetia Mafalda dando aquele descontão na situação.

Antes tivesse sido indelicada. Mafalda jamais esquecerá aquele par de faróis se aproximando, era um Chevrolet. Carro parando, parando, até a janela do motorista ficar exatamente diante de Mafalda. Um rostinho se aproxima da porta, o quadro da dor. Bozo tinha bochechas enormes, com plaquinhas rosadas, parecia um ursinho. Numa das orelhas, um pontinho luminoso de adorno. Chamou a atenção, pois a quebrada de cabeça do palhacito, para ver Mafalda, fez brilhar o tal pontinho como estrela no céu. Quase um farol, capaz de cegar. "Oi, eu sou o Bozo!", exclamou empolgado. Sim, Bozo tinha a voz fina. Não era o telefone. Ferrou!

À Mafalda só restou entrar no carro e rezar para que aquilo tudo acabasse logo, e sem ela mandar o cara pastar. Já Bozo viu e gostou. Escolheu um japonês onde Judas perdeu as botas e lá Mafalda passou a noite fitando as carpas do aquário. Teve inveja delas. Na volta, Bozo botou Djavan. E logo a música que lembrava o ex. Nem sem querer, palhacito acerta. "Mas porque a surpresa?!", perguntava-se Mafalda em pensamento... Itálico

Seguiu-se a este date, dias e dias de Bozo a ligar para Mafalda. A ponto dela deixar de atender o telefone por alguns dias em casa. As ligações transformaram-se em recados jamais retornados. Que grude! Recados jamais retornados se transformaram em um e-mail de Bozo. Mafalda agradeceu o interesse, mas educadamente declinou a proposta afetiva. Simplesmente, não dava.

De lá para cá, Mafalda já viveu histórias bacanas, já gostou de alguns garotos. De alguns mais, de outros menos. E nunca precisou lançar mão de um palhacitos date para encontrar quem valesse a pena.

A Solteira

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Sexo: a oitava prioridade da mulherada

Eu estava curiosíssima para ler a matéria de capa da Época desta semana - "Amor e Sexo por toda vida" - quando entrei no site da revista e dei de cara com a coluna da Ruth de Aquino com o seguinte título: "O valor do sexo para eles e para elas".

Diz ela que segundo uma pesquisa feita pela USP, o sexo é a oitava prioridade na vida das brasileiras. Só ganha de “exercícios regulares” e “férias regulares”. Já para os homens, é a terceira (achei que era a segunda!). Como diz a Ruth, que existem diferenças entre o desejo sexual dos homens e das mulheres todo mundo sabe, mas...oitava prioridade? Ruth questiona se a razão disso é a falta de homem ou de imaginação. Eu não sei não. Acho que nem uma coisa nem outra. Acho que ainda rola um medo muito grande de admitir para nós mesmas - e em uma pesquisa - que sim, gostamos de sexo!!! A-do-ra-mos! Pre-ci-sa-mos! Duvido que seja a oitava. Mas deixamos lá pelo último lugar do ranking apenas para não nos sentirmos assim frívolas, vazias, vagabundas. Como se o sexo fosse sinônimo de tudo isso.

Leia a coluna de Ruth de Aquino aqui e dê sua opinião.

Já sobre a matéria de capa, vou ter que comprar a revista para entender porque, afinal, alguns relacionamentos duram para sempre - coisa que eu ainda pago para ver. No site tem um resumo bobo que não diz nada :-(

beijos e ótima semana!

A Casada

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Mulheres que amamos amar: Leila Diniz


Eu sempre quis saber mais sobre Leila Diniz. Mais do que todo mundo sabe: que ela foi um marco da liberação da mulher no Brasil porque falava palavrão, ficava com os homens que bem entendia e foi a primeira grávida a mostrar a barriga na praia (sinceramente, nunca vou conseguir entender como isso possa ter sido um escândalo, mas tudo bem). Foi quando ganhei de presente, da minha amiga Casada, o livro Leila Diniz – Uma revolução na praia, de Joaquim Ferreira dos Santos. Super recomendo a leitura e divido com vocês algumas razões pelas quais essa atriz de Niterói se tornou uma grande inspiração para mim.


Professora de uma escola para crianças na década de 1960, Leila admitiu, em sua turma, uma menina com síndrome de Down. Alegando pressões das outras mães, a diretora do colégio pediu que a menina fosse desligada do grupo. Diante do preconceito, Leila pediu demissão. E deixou a instituição ela também.
Era a rainha das tiradas deliciosas. Como essa aqui, dita depois de falar “caralho” na frente de Yoná Magalhães (e, claro, espantar a amiga, já que mulheres não falavam palavrão naquela época): “Você sabe o que é Yoná, só não está ligando o nome à pessoa”. Morro de rir imaginando a cara da Yoná Magalhães depois dessa...
Teve todos os romances que quis ter, sem nunca negar o próprio desejo. “Quebro a cara a toda hora, mas só me arrependo das coisas que não fiz, do que deixei de fazer por preconceito ou neurose”.
Disse, em sua mais famosa entrevista, ao Pasquim, que para ela amar e ir para a cama não necessariamente eram a mesma coisa. “Eu acho bacana ir para a cama. Eu gosto muito, desde que dê aquela coisa de olho e pele. (...) Você pode amar muito uma pessoa e ir para a cama com outra”.
Teve um affair com aquele gaaaaaaaaaato do Tarso de Castro, diretor do Pasquim, pouco depois da tal entrevista. Cubra-se de glórias por isso, Leila. Arrasou.
Como todas nós (todos, melhor dizendo, que nós também somos lidas por meninos), era forte, mas não de aço. E desmoronou no dia em que uma senhora olhou para a sua barriga de fora em Ipanema e a chamou de “vagabunda”. Naquela ocasião, ela entrou no atual Garota de Ipanema, ex-bar Veloso, e chorou muito por causa do preconceito.
Nas conversas com outras mulheres, sempre surpreendia pela leveza com que via as coisas e pela capacidade de olhar para a frente. Certa vez, num diálogo com Irene Ravache, que havia acabado de se separar, mandou o seguinte conselho: “Pára com esse número de infelicidade, seja você mesma e reconheça. Ficamos melhor com a separação”. Não é perfeito?


Grandes lições. De Leila Diniz para mim. Para nós.


Um beijo,


A Divorciada

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Vidrinhos mágicos e seus nomes ridículos


Unhas vermelhas são capazes de provocar uma revolução na vida de uma mulher. Tudo bem, vou baixar a bola, uma revoluçãozinha então... Minha amiga Casada que o diga. Pintou-as de vermelho para o Ano Novo e adorou. Eu constatei ao vivo e ficou bom mesmo. Acho que ela acaba de entrar para o clube. A pantera Divorciada já é associada do Loucas por Vidrinhos Mágicos de Nomes Ridículos faz tempo. E curte vermelhos. Eu também não nego meu vício. Meu guarda-roupa é lar de uma necessáire que implode em vidros de esmaltes de tal forma que o zíper já virou peça decorativa.

Não, este não é um post para alquimistas. E, sim, estamos falando de esmaltes, assunto de mulherzinha, mas que guarda um dos maiores mistérios universais: porque os nomes destas tintas de unhas são tão esdrúxulos? E porque curtimos tanto? Ora, porque é muito broxante passar uma "Cor número 35" nas unhas. Não tem graça. Agora, se ela ganha o nome de "Volúpia" e você ainda cobre com um "Rebu" por cima não fica demais o resultado?

E um vermelhão "Deixa Beijar"? É ou não é engraçado? Esse é Deixa Beijar com Rebu! Aí a outra diz: Pois eu gosto é de Café com Rebu. Quem ouve e não está por dentro do Compêndio de Códigos dos Vidrinhos Mágicos - geralmente são os espécimes com DNA xy, claro - vai achar que uma curte sacanagem em alto grau, enquanto a outra quebra tudo na cafeteria toda a vez que o garçom atrasa o pedido.

Só que tem vezes que os nomes ultrapassam as raias do ridículo, e então nos resta rir, rir e rir. Mas compramos os vidrinhos mesmo assim, porque afinal o que importa é a cor. Eu mesma tenho alguns exemplos que são de matar na tal necessaire. Um deles está entre meus vermelhos favoritos. Atende pelo singelo título de Cherry in the snow. Acho que eles quiseram passar a idéia de que a cor é, assim, meio cheguei. Afinal, o que seria um pontinho vermelho na neve senão uma cereja?! Uma cereja vermelha no meio da neve branca é capaz de ser vista até do espaço sideral, não é mesmo?

Outro do time, roxão dos bons, atende pelo chique e misterioso nome de Wine with everything. Raios, o que é wine with everything? Tudo o quê cara-pálida? Agora, o mais sem noção era um que chamava Toast in New York. Juro que era apenas um esmalte de cor violeta. Ao passá-lo, nunca tive a sensação de ter sido teletransportada para Tribeca e brindar a vida por isso.

Tem umas cores novas circulando por aí, como uns amarelos, verdes, azuis e laranjas, que ganharam os nomes das próprias cores. Coisa mais sem-graça. Porque não Vixe!, Cruz-credo, Belzebu, Afe, Maria!, Oxente e Encosto? Ia fazer o maior sucesso. As cores, muito cá entre nós, são pavorosas, mas gosto não se discute...

Menina, uma mão de Cruz-credo em cima do Belzebu fica lindo.

Ah, mas eu curto mesmo um Oxente por cima da Afe, Maria!

Quem adora esse universo manicurado sabe o que é entrar num salão e ver aquelas torres de esmaltes das profissas. Ou, numa dessas lojas de departamento, ser atraída tal como um ímã até a gôndola dos vidrinhos hipnóticos. Ainda mais porque tem uma onda de dar nome de cidades às cores. Imagina quem gosta de viajar? É capaz de pintar um dedo de cada cor para ter um circuito Elizabeth Arden do polegar ao mindinho: Paris, Londres, Madri, Barcelona e Roma.

E pensar que tudo isso começou com um singelo Misturinha das nossas mães e avós.

A Solteira

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3x30 informa

Uma amiga do blog está fazendo uma reportagem sobre relacionamentos para uma revista feminina e está buscando pessoas dispostas a contar suas histórias.

O tema da matéria é: "Não namoro/não casei com o príncipe encantado". A idéia é mostrar mulheres que sabem que não estão com "os homens de seus sonhos" - mesmo porque eles não existem-, mas sim com os homens com quem elas têm afinidade. Ou seja, apesar de um defeitinho aqui e outro ali, eles são os homens por quem elas se apaixonaram e com quem elas toparam ficar.

É matéria com foto e tudo.

Alguém se habilita?

Se sim, mande um e-mail para a gente no 3xtrinta@gmail.com

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E ela continua rezando...

Filha de Madalena, neta de Maria, ela já nasceu assim, um misto de santa e pecadora. Namorou Paulo, ficou com Pedro. Mas foi o evangelho de João que ela rezou inteirinho. Foram sete anos tratando o homem tal qual santo. E no dia em que ele virou Judas, ela não teve outra opção se não seguir adiante. Mas em vez de maldizer a bíblia e desdizer os homens de Deus, ela preferiu conhecer outros apóstolos ou simplesmente homens divinos. E veio Thiago, e veio Lucas. E veio André. E quanto mais ela reza, mais santo aparece.

A Casada - fazendo historinha com a vida alheia

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Homens que vão dominar o mundo

“Consegui passar da faixa dos 30!”. “Ele não era um moleque”. “Esses gurizinhos não estão com nada, eu preciso é conhecer um cara mais velho”. É assim, com um pouco de desprezo, que muitas amigas balzacas se referem aos mais homens mais jovens. Não concordo muito com essa postura e venho, aqui, dar o meu depoimento sobre esse assunto.

Para começo de conversa, os homens incríveis não esperam fazer 30 anos para agirem como tal, eles são assim desde sempre. Ficam melhores com o tempo? Não tenho a menor dúvida. Como diria o meu amigo e guru espiritual Nivaldo, a maturidade confere a eles um certo “ziriguidum”. E eu também prefiro os trintões. Mas, insisto: boas surpresas podem estar escondidas para nós em algum lugar entre os 20 e os 25.

Vamos aos fatos: em minha carreira de divorciada, já tive o prazer de estar acompanhada por dois homens mais jovens (não ao mesmo tempo, hahaha!). Um tinha 23 anos. O outro, 22. Querem saber? Em ambos encontrei ótima companhia, bom papo, gentileza, sedução y otras cositas más. Em nenhum momento me senti fazendo bico numa creche. Tenho a impressão de que eles são mais corajosos, desencanados, insistentes. Que têm atitude, vão lá e fazem. E não é exatamente isso que a gente procura nos homens? Os meus dois vintões são figuras especiais, homens que vão dominar o mundo daqui a uns dez anos, tenho certeza. Mas que já mostram a que vieram.

Homens mais jovens normalmente não têm filhos, ex-mulheres, batalhões de ex-namoradas loucas rondando na área. Livres para voar, eles adoram quase tudo o que nós, mulheres mais experientes, fazemos. Sem falar no fôlego que têm esses moços de 20 e poucos anos... Se joga se você tiver também!


A Divorciada

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Vicky Cristina Maria-Elena

Queridas Angels,


Em primeiríssimo lugar: um 2009 cheio de amor (e mais ainda sexo, ou vice-versa, ou na ordem em que preferirem).

Para o Ano Novo, tenho uma nova missão para vocês: Vick Cristina Maria-Elena (vamos deixar Barcelona de lado, por ora).

O assunto está um pouco velho, não é mesmo? De fato, eu demorei a assistir ao filme de Woody Allen. Mas não pude deixar de relacionar o trio da tela ao da web - a Solteira, a Casada e a Divorciada.

Não, eu não acho que cada uma daquelas três seja um reflexo de vocês, embora seja tentador pensar em conexões como Vicky-Casada, Cristina-Solteira, Maria Elena-Divorciada... ou Cristina-Divorciada etc. O delicioso é pensar que cada uma de vocês pode ter uma porção daquelas (maravilhosas) mulheres: Vicky, ansiosa por segurança; Cristina, faminta por experiência; Maria Elena, carente de excessos (ou desejosa de relações "neuróticas").

A última cena do filme (acho que não entrego nada importante a quem ainda não o viu) traz uma das mais bem-acabadas demonstrações de que, na vida, avaliar apenas o saldo de nossas aventuras é uma forma incorreta de medir a qualidade do que se viveu: Vicky, conta o irônico narrador, deixa Barcelona (eis ela de volta) certa do que buscava; Cristina, com a certeza do que não queria. Sim, é exatamente a mesma descrição feita no início do filme, na chegada a Barcelona. Mas, entre um e outro momento, Cristina viveu tanto! Difícil dizer o mesmo de Vicky...

A missão de vocês, queridas Angels, é saber o quanto levam de cada uma delas - Vicky, Cristina e Maria Elena.

Charlie

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