sexta-feira, 12 de abril de 2013
quarta-feira, 10 de abril de 2013
Pequena pausa, sem compromissos
Perante a indecência do que estão a fazer ao Sporting, fica desde já aqui o que tenho a dizer: se os sportinguistas decidirem avançar para a refundação do clube, mesmo que isso implique recomeçar da 3.ª divisão, terão da minha parte toda a admiração possível. Um clube é muito mais do que o seu palmarés, o seu símbolo, o seu estádio ou os seus presidentes. O clube é uma personalidade comunitária, uma entidade espiritual partilhada por quem lhe é devoto. E, numa hora destas, é importante que essa personalidade se revele, que venha ao de cima e que demonstre que o Sporting não é escravo de ninguém; é, antes e sempre, o resultado de uma massa, de uma história e de uma ideologia que são maiores do que qualquer não sei quantos barbosa e a sua banca, por mais ou menos garoto carvalho que seja o novo presidente. Um bom rival quer-se digno.
Peço desculpe pela intromissão, mas estas coisas revoltam-me um bocado.
quinta-feira, 4 de abril de 2013
Investir no póquer é importante
Ontem, o treinador do Newcastle veio dizer que o Benfica é tão forte, que, em Inglaterra, «ficaria nos 8 ou nos 10 primeiros lugares». Não invalidando, com esta afirmação, a possibilidade de o Benfica lutar pelo primeiro posto, Pardew deixa sub-entendido, no entanto, que temos equipa ao nível do Fulham, do West Bromwich ou do Swansea. Jesus enervou-se com a história e A Bola diz que ele hoje quer ajustar contas. Alto, Jesus: deixa que eu faço. Quando o Lima meter o terceiro, não o tires para o aplauso. Deixa-o terminar a tarefa.
Milan, o amor e os amigos
Existia por lá um cão chamado Karenine. Deveria chamar-se Karenina, como Anna. Porém, sendo macho, Teresa - penso que era este o nome da personagem - masculinizou-lhe o nome. A determinada altura, Milan Kundera, o autor, discorre, pela voz de Teresa (ou seria de Tomas a pensar na relação de Teresa com o cão?), acerca da singularidade do amor desinteressado que se estabelece entre uma pessoa e o seu cão, por oposição ao amor sempre exigente e crítico que os humanos desenvolvem entre si. No caso concreto, Teresa dava festinhas e comida a Karenine; este, por seu lado, fazia-lhe companhia e pedia-lhe comida e festinhas e pronto, aí estava o amor. E era um amor puro, só de estar e de ser um para o outro, um com o outro.
Recordei-me deste episódio enquanto terminava a leitura d' A Possibilidade de uma Ilha, de Michel Houellebecq, uma espécie de apocalipse pós-humano que recorda os humanos com alguma ternura e que, de uma maneira muito crítica e não encontrando nunca uma explicação aceitável para o fenómeno, acaba por revelar-se uma espécie de apologia do amor entre os humanos - eu, pelo menos, entendi-o assim: no amor, e apesar do que o amor implica, comporta e provoca, existe uma espécie de redenção para o absurdo injustificado da nossa existência. Mas isto já sou eu a especular. Voltando à passagem que importa: um neo-humano - são uma espécie de humanos geneticamente modificados, superiores e que não nascem nem se reproduzem - sai para o mundo pós-apoclíptico tentando entender algumas das particularidades dos humanos. São ascetas, lógicos e vazios de emoções estes neo-humanos. Mas este tinha um cão. Um daqueles iguais aos da Rainha de Inglaterra que custam um balúrdio. Durante uma pausa na sua caminhada, o cão desaparece. Quando o neo-humano o reencontra, o bicho está morto, trespassado por uma flecha. E então esse neo-humano sente a possibilidade residual do amor, ali, no momento da perda do seu cão.
É curioso verificar esta espécie de glorificação minimalista do amor entre homens e cães, como que assumindo que existe ali uma relação que, de tão simples e tão desinteressada, só pode ser pura. Aceito perfeitamente esta visão. Acho que o amor recíproco entre o homem e o seu animal merece a sua glória, sobretudo se esta chegar pela escrita de dois senhores que me merecem respeito.
Pensava eu em todas estas questões ao mesmo tempo que um amigo meu se preparava para partir para o Brasil. Não para ir de férias: o plano dele é mesmo ficar lá a trabalhar. E não tem, para já, uma ideia de quando volta. Ou mesmo se voltará para ficar por cá. E, um dia antes de este meu amigo partir, outro amigo meu chegava da Inglaterra, esse sítio aonde o sol nunca chega, mas que ele, mesmo assim, escolheu para viver. Com os meus amigos que estão longe - sobretudo com esses; com os que estão mais perto, sou um bocadinho desleixado, confesso (nota mental: cuida melhor dos teus amigos que estão perto, Diego) -, gosto de ter um comportamento de absoluta disponibilidade e transtorna-me quando não tenho a disponibilidade total, como desejava ter e estar com eles sempre que eles estão por cá. No fundo, extrapolando um bocadinho, tenho com esses meus amigos uma relação semelhante à que existia entre Teresa e Karenine ou entre Daniel25 e Fox. Gosto de estar com eles porque gosto de estar com eles, ao pé deles, porque é bom que eles estejam por perto. E isso basta-me. Basta-me imensamente.
Nos últimos tempos, foram muitos os amigos que fui perdendo de vista ou que passei a ver uma vez por ano ou até de dois em dois anos, quando não menos ainda. E todos eles me fazem muita falta.
Um deles, o Vareta Funda, foi a pessoa que me ensinou que, por vezes, «o mais importante é estar lá». Ora, o que é isto senão a tal maneira desinteressada e pura de dar amor? «Estar lá» é uma coisa fortíssima. E foi com ele que compreendi a importância deste ensinamento num caso muito concreto, experimentando a realidade. Estávamos em 2005 e o Sporting estava a começar a conhecer da pior maneira o significado de "peseirismo". Era quarta-feira e o Sporting jogava em casa com o CSKA de Moscovo. Já sabemos o desfecho desta história. O Vareta Funda, sportinguista tão convicto quanto digno, ligou-me passado talvez uma hora sobre o final do jogo e disse-me «shôr Diego... epá, não queres vir ver um concerto comigo? Não me apetecia mesmo estar sozinho». O concerto era do Momus, um songwriter escocês, salvo erro, com uma pala num dos olhos. Foi um concerto intimista, com muito pouca gente a assistir. Tudo isto no Santiago Alquimista, sala onde 200 pessoas parecem poucas. O Vareta pagou-me o bilhete - mas nem precisava, teria ido quantas vezes fossem precisas e pagando do meu bolso (se pudesse, o que, na época, não era uma coisa segura). A seguir fomos beber uns copos. Comportei-me com dignidade, fiz-lhe companhia, do jogo falámos pouco e nunca com profundidade: ele estava triste e eu estava ali a acompanhá-lo. Era apenas isto.
É bom ter amigos que nos fazem companhia. Por exemplo, amanhã (hoje, na verdade) um amigo meu sportinguista vai comigo ver o jogo à Luz. E paga ele o seu próprio bilhete. Ele vai porque gosta de futebol. Mas, seguramente, porque também gosta de acompanhar este seu amigo. Neste caso muitíssimo específico, no entanto, a minha relação com ele não é cemporcentozinho desinteressada, devo confessar - já o levei duas vezes comigo esta época a ver jogos europeus e, das duas vezes, ele deu sorte: o Benfica ganhou 2 a 1 e o Ola John marcou o primeiro golo da partida. Por isso, insisti para que ele viesse. Mas, fora isso, também tenho muito gosto em que me acompanhe e gostava de lhe agradecer aqui pela sua generosa companhia.
terça-feira, 2 de abril de 2013
Nota informativa irrelevante enquanto não escrevo um texto que começa com Milan Kundera
Como Benfiquista dos pés à cabeça, não posso deixar estes leitores acidentais à deriva pelo Google, sem sucesso, numa demanda vã pelo esclarecimento das suas dúvidas. Assim, acerca do bigode, o meu conselho é o seguinte: responda que não tem. Mesmo que tenha, basta que o corte logo de seguida e fica o assunto resolvido. Se, no entanto, pretender marcar presença no Jamor e fizer questão de apoiar o Benfica com preceito, opte por responder um profundo e orgulhoso «claro que sim, e dos grandes!». Mesmo que não tenha, daqui até 29 de Maio falta muito tempo. Não entre em pânico.
Já sobre as roldanas que chiam muito, aconselho a utilização de WD40 ou produto semelhante. Se o ruído persistir, o melhor será retirar as cordas e verificar o estado das roldanas, que poderão ter de ser ajustadas ou até substituídas. De qualquer modo, enquanto a situação não se resolve, por que não recorrer ao tradicional estendal interior, hum? O tempo está chuvoso até, pelo menos, domingo que vem, pelo que a perda com a troca não será significativa.
Espero ter-vos sido útil. Qualquer dúvida, já sabem: disponham.
Breve constatação sobre Peseiro
quarta-feira, 27 de março de 2013
Ir sozinho ao Estádio
Eu gosto do Benfica. O Benfica é muito bonito. Gosto muito de ir ao Estádio da Luz porque o Estádio da Luz é muito grande e muito bonito e é lá que joga o Benfica e eu gosto muito do Benfica. Mesmo que eu vá sozinho ver o Benfica ao Estádio da Luz, fico muito feliz porque gosto muito do Estádio da Luz e do Benfica porque são os dois muito bonitos. E muito grandes.
Foi o que se arranjou e aproveito para deixar aqui uma pequena nota ao cuidado do engenheiro de Azevedo: a mão de obra barata e pouco qualificada não traz só benefícios - gastei eu um balúrdio em Oreos para isto. Quanto ao texto em si, percebe-se a ideia fundamental que, enfim, resume o meu sentir e a minha forma de estar. No entanto, ficaram aqui coisas por dizer. Por exemplo, a palavra "encarnado" não surge uma única vez, o que é, no mínimo, grave. Não sei que raio de educação dão às crianças lá nas Filipinas, mas isto para mim é muito pouco.
Eu dantes ia ao Estádio com o meu pai. Foi assim que tudo começou, numa bela tarde de domingo de mil novecentos e oitenta e picos, em que ganhámos por não sei quantos ao Vitória de Setúbal. O meu pai tentava, a custo, explicar-me o que era "o golo". Na minha cabeça, nada daquilo fazia muito sentido: na altura, considerava bem mais meritório um bom pontapé para cima. Um chutão que fizesses cócegas na estratosfera era, para mim, muito mais impressionante e digno de euforia do que a colocação de uma bola no fundo das redes. Poderíamos analisar calmamente o assunto, abordar o tema pela origem ancestral do belo desporto, cuja génese se partilha com o bonito râguebi. No entanto, pouco tempo depois entendi que gostava muito mais de ver o Maradona driblar, em velocidade estonteante, cerca de duas dezenas de ingleses do que de assistir ao pontapeamento bruto e rude do esférico por esses mesmos ingleses, porventura ainda demasiado próximos da tal génese do futebol, já para não falar da proximidade geográfica à Irlanda, país cujo desporto-rei se chama "futebol gaélico" - quem não conhece: procurem, vale a pena.
Continuei a ir ao Estádio com o meu pai durante alguns anos e fui indo cada vez menos, fruto da desilusão que a implosão pelas mãos sujas do Artur Jorge veio a provocar. O retomar das idas mais ou menos regulares aconteceu em 1998, depois de me mudar para Lisboa. Normalmente, ia ao Estádio com o meu irmão, nessa altura. Mas não era fixo, às vezes era diferente.
O hábito de ir à Luz é irreversível, inexorável. De cada vez que lá vais, fortaleces o apelo do Santuário. Por cada golo que lá festejas, aumentas o poder que o Anfiteatro tem sobre ti. Por cada derrota a que lá assistes, potencias a responsabilidade que sabes que tens no meio daquela multidão crente. Se lá entras, não mais lhe poderás fugir. O Estádio da Luz é o teu mestre e tu serás cada vez mais um seu acólito.
Com o passar do tempo, os amigos com quem fui partilhando as idas ao Estádio foram sendo cada vez mais variados. Ao princípio, ia, na maior parte das vezes, com o meu amigo Tolan, mas depois quebrei essa fidelidade quase exclusiva e passei a ir também com ilustres Benfiquistas de Alfama - com alguns dos quais ainda tenho o prazer de ver a bola na Típica, quando o Benfica joga fora; outros, infelizmente, já não os vejo há muito. Mais recentemente, tive o privilégio de assistir à bola com a 191036 e ainda com o Norberto Roberto Adalberto Gilberto, que acabou por me oferecer de presente de aniversário o kit sócio que veio a dar origem ao distinto número que dá nome a este blogue.
Transformado em sócio efectivo, transformei-me igualmente em adepto assíduo e insaciável. Só não vou à bola quando não posso. Ou quando não devo - às vezes detecto na expressão da Lady Verde um certo «compras esse bilhete, eu meto o divórcio» e sou homem para abdicar de uma eliminatória da Taça da Liga, por exemplo. E, às tantas, vou à bola com toda a gente e com qualquer um - isto, não desfazendo da boa companhia que invariavelmente tenho tido; quando digo "qualquer um" é no sentido de que o critério para ir à bola convosco é bastante lato: ir à bola é condição mais que suficiente - se forem à bola, podemos ir juntos.
Sucede que a dependência de companhia não é compatível com a dependência de ir à Luz. Uma pessoa vai à Luz porque vai à Luz, porque tem de ir, porque não há maneira de não ir, porque é o Benfica que joga. Não se vai à Luz porque se tem companhia: se ela existir, tanto melhor - mas não passa daí.
Partilhar um jogo no Estádio com amigos é uma experiência gratificante, um ritual que está, para mim, entre as coisas que me fazem feliz. Mas em Novembro passado tive uma experiência reveladora. Um amigo ofereceu-me (mais ou menos...) bilhete para o Benfica - Spartak. Supostamente, eu iria ficar no lugar dele, no meio dos amigos dele. Não vi lá ninguém. Toda a fila estava por minha conta. Aliás, o sector estava quase deserto. A pessoa mais próxima, uma rapariga dos seus vinte anos, também sozinha, estava duas ou três filas acima de mim, num lugar bem mais para o lado direito. E foi então que eu senti o que de mais esmagador existe naquela entidade, fundida entre Estádio e Benfica: a maravilhosa e austera solidão de um Benfiquista.
No domingo, antes de comprar bilhetes para os jogos com Rio Ave, Newcastle e Paços de Ferreira, tive a tentação de mandar mensagens para amigos a perguntar se iam, para onde iam, se queriam ir comigo, se eu podia ir com eles. Mas depois disse para mim «não, Diego. Tu vais mas é sozinho». Menos para ver o Newcastle, que eu para esse levo um amigo "de outras cores" que tenho levado aos jogos da Europa este ano e que tem dado sorte - já se sabe, em equipa que ganha não se mexe. E já me ia esquecendo de escrever "encarnado".
terça-feira, 26 de março de 2013
Comunicado da administração
O senhor administrador-em-chefe aproveita para declarar, muito brevemente, a sua decisão quanto à matéria em apreço:
«Não, não vou apagar isso. Houve três moços que consideraram o material "divertido" e ainda um anónimo esquisito que o classificou de "interessante e fantástico". Eu nem nunca tinha reparado que esses botõezinhos existiam, pelo me parece que há aqui fundamento para considerar que se trata de um texto de utilidade pública. Conserve-se o texto.»
A administração confessa ainda o seu espanto e, de certa forma, alguma preocupação para com as pessoas que se deram ao trabalho não só de ler até ao fim como de ainda carregar nos tais botõezinhos de que fala o administrador-em-chefe. Quanto ao anunciado texto acerca das "idas solitárias ao Estádio", está em progresso, tendo a empreitada sido entregue a um bando de crianças filipinas que dantes trabalhavam para a Nike, a coser as bolas oficiais da liga espanhola, e que agora aprenderam a escrever. Logo que esteja pronto, será publicado para acabar com o tom bizarro que tem marcado estas últimas horas.
Frank. Foda-se, Frank.
O que eu tinha para dizer não é particularmente importante. Sobretudo gostaria dizer que estou a ouvir o Frank Zappa enquanto falo convosco. E por vosco já não quero dizer nada, na verdade. Quero que se fodam os voscos. Ouçam o Zsappa. Sem s a seguir ao z. É do caralho. Não posso beber whisky que digo asneiras. Amanhºã vou a+agar este texto. Hum. Não,. até que é fix.
Jazz is not dead it just smells funny.
O Zappa é tão o número dez que eu gostava de ver no Benfica. É maravilhopso. Um Mestre. MESTRE!
Eu ia escrever um texto sobre ir sozinho ao Estádip. Escrevo amanhã. Hhhmmpteemmpommptridah.
segunda-feira, 18 de março de 2013
Miguel
Não pretendendo anunciar grandes novidades, cabe-me informar que faltam 7 jogos, ou seja, há ainda 21 pontos por disputar. O campeonato não está ganho, da mesma maneira que não estava perdido há duas semanas, quando em vez de um Porto fraco, sem ideias e cansado o nosso rival era um Porto esplendoroso, fortíssimo, dominador e asfixiante, que meteu o Málaga no saco, «goleando-o por um a zero», enquanto o Benfica ganhava jogos com muita timidez, muita sorte e por poucos golos. Não goleámos o Bordéus, por exemplo, nem o Beira-Mar, nem outras equipas de que agora não me lembro, e não fomos fantásticos nem deslumbrantes. Fomos ganhando, e tal, numa sequência magrinha de serviços mínimos e algum esforço.
Duas semanas, em futebol, pode ser muito tempo e quem hoje ler os jornais percebe que, no mínimo, se tratam de equipas diferentes, este Benfica e este Porto, agora que os primeiros trataram de fazer 9 golos em dois jogos para o campeonato, eliminando, pelo meio, um Bordéus que mal deu para aquecer (marcando 3 golos fora, já agora), ao mesmo tempo que o Porto, esmagador e esplêndido, se deixou eliminar pelo insurrecto Málaga da mesma maneira que voltou a perder pontos no campeonato: tendo muita bola mas não sabendo muito bem o que fazer com ela quando chega a hora da verdade. É curioso que já em Fevereiro eu havia comentado com um amigo portista que o Porto jogava muito bem à bola, mas que lhe faltava "golo" - e isto apesar do extraordinário Jackson lá na frente (não estou a ser irónico: pode falhar penalties, mas é um avançado extraordinário, com uma série de argumentos e talentos que são de impor respeito).
Enfim, mas todo este discurso não passa de uma introdução para o assunto fulcral que me trouxe aqui: o sonho que tive na noite de sábado para domingo. Foi um pouco assustador. Vou resumir: Luís Filipe Vieira fazia um anúncio oficial no qual declarava explicitamente que a renovação com Jorge Jesus dependia do resultado com o Vitória de Guimarães. Caso não ganhasse, não havia renovação para ninguém. Até aqui, tudo é mais ou menos aceitável - embora tremendamente injusto, digo eu. O pior vinha a seguir. O presidente declarava o seguinte: «caso Jorge Jesus falhe na sua missão, já temos treinador para a próxima temporada, um homem da casa: Miguel, que já nos deu tantas alegrias como jogador, passará a liderar a equipa técnica». Foi nesse momento que acordei, calcei os chinelos do Benfica, coloquei 4 cachecóis do Glorioso ao pescoço, montei o altar com as Digníssimas Encarnadas e pus água a ferver para fazer um chá de camomila.
sexta-feira, 15 de março de 2013
Lima. Isaías. Vata. Artur.
-Precisamos de um nome assim rebelde... com graça. Tens alguma ideia?
-Hum... "Diego".
-"Diego"?!
-Sim, "Diego" parece-me um bom nome.
-"Diego"... é o TEU nome.
-E então? Não deixa de ser um bom nome.
-Oh, por favor...
-"Diego"... é assim... moderno, forte, fica no ouvido
-Isso nem é um nome português.
-É latino... tem carisma...
-Diego... vá lá, "Diego" é o teu nome... não vamos dar o teu nome ao cão, ok?
-"Diego"... "Diego" podia ser nome de tudo... Praça do Diego, Avenida do Diego, Diegolândia, os nossos presid
-Diego, vá lá... chega...
-Humpf... Tacuara.
-Não. Não vou dar um nome de um jogador do Benfica ao meu cão.
-Matic.
-Diego... tu deves pensar que eu não vejo os nomes dos jogadores do Benfica nessa merda dessa pilha de Bola's que está na casa-de-banho. Eu sei quem é o Matic, ok?
-Roderick.
-...
-Pacheco.
-Opá...
-O que é? Pacheco é bom, é português e tudo.
-Esse não é aquele que até jogou no Sporting?
-É... pois, esse não. Ainda mordia no dono.
-Ah, pois, do Sporting já não pode...
-Chalana.
-Ai pá, que porra, sempre Benfica, sempre Benfica em tudo, em toda a parte, nos chinelos, Benfica no escritório, Benfica no estúdio, Benfica nos pratos... chega! O cão não se vai chamar Chalana nem Matic nem Tacuara nem Luisão nem Garay. Ok?!?! Não vai.
-Yuran.
-Ai olha, sabes? Desisto. Chama-lhe Eusébio, chama-lhe... chama-lhe Diego, faz o que tu quiseres, chama-lhe João Pinto. Quero lá saber... Olha quero um gato, pronto, porra...
-Gaitán.
Ainda não pensei muito no assunto...
quinta-feira, 14 de março de 2013
É que não há outra maneira de pôr as coisas
segunda-feira, 11 de março de 2013
Bis! Bis! Bis!
Ontem o Benfica ganhou de vitória magrinha, uma vez mais. Não é piada. Num dia bom - e eu esta época já vi muitos jogos bons - poderíamos ganhar pelos mesmos 5 a 0, mas criando oportunidades para 22, 23, 24 golos. Ontem marcámos 5 com oportunidades para fazer não mais que 3. O primeiro golo, por exemplo, só consegui festejá-lo já estávamos nós a marcar o segundo, ou seja, quando o riso abrandou para dar lugar à estupefacção. «O Salvio contornou muito bem os pinos», comentou então um amigo meu sportinguista, com alguma amargura. «Se houvesse uma Champions League de pinos, este Gil Vicente não passava da fase de grupos», completou. Discordei. Seria equipa para atingir os oitavos-de-final, «pelo menos!», defendi eu.
Ao terceiro, finalmente, fizemos um golo digno do nome: Melgarejo e Ola John trabalharam bem e o homem que se inaugurou na Luz com um autogolo conseguiu, por fim, aquilo que há tanto tempo merece. E fê-lo com pinta. Teve muita classe ao picar bola por cima do jovem que eles tinham na baliza a fazer de guarda-redes. O Paulo Alves achou que era demais, revoltou-se com uma garrafa e, aparentemente, terá decidido: «acabou-se! Na segunda parte, jogamos com um guarda-redes mesmo». O certo é que nos outros dois golos que o Benfica marcou a baliza também estava deserta. Houve uma clara tendência para "desocupar aquele espaço nos momentos cruciais", como diria o Freitas Lobo.
Mas a segunda parte teve dois momentos que eu classificaria de "aristocracia futebolística" - e acabaram por resultar nos tais dois golos do Benfica. Primeiro, a abertura do Tacuara no lance do golo do Lima; segundo, a temporização, a leitura, a certeza e a simplicidade de passe nos pés de Aimar, no lançamento de Salvio para o último golo da noite. Ambas as jogadas foram bonitas, bem trabalhadas, eficientes e precisas. Mas estes dois gestos foram dignos de futebolistas superiores. Depois de uns dias agitados e num momento em que se debate a poupança, a magreza e outras desgraças que, enfim, eu diria que estão por acontecer - já que ainda não aconteceram, apesar das repetidas profecias - a esta equipa, sabe bem observar dois lances assim. Espero que os nossos rapazes ganhem alento para quinta-feira irem à França fazer aquilo que ficou por fazer na primeira mão: terminar o jogo sob uma chuva de merecidos e Gloriosos aplausos.
quinta-feira, 7 de março de 2013
Musika agression!
O meu dia não tem corrido muito bem. Às vezes, ouvia na televisão falar sobre aquelas pessoas que nem conseguiam dormir, tal era a fome. Compreendo-as bem: acordei às dez e não voltei a dormir. Umas ganas de comer mesmo daquelas. Mas depois dava-me preguiça, ao mesmo tempo, e não me apetecia ir fazer o pequeno-almoço. Resultado: não comi nem dormi. Esta situação deixou-me um pouco mais agressivo do que é habitual. Isso e não poder ir à Luz logo à noite. Haja música!