29 março 2007
MINI International Lisboa
Decorre hoje no Santiago Alquimista, em Lisboa, o lançamento da revista MINI International dedicada à capital portuguesa. Trata-se de uma edição da responsabilidade da MINI (automóveis) que, periodicamente, dá à estampa números preenchidos pelos mais diversos aspectos de cidades específicas de todo o mundo.
Aqui yours truly participou na coisa, bem como uma série de outros jornalistas e oficiais da escrita, como António Pires, Kalaf, Viriato Teles, Nuno Ferreira de Carvalho, Andrea Probosch ou Artur Soares Silva. E o que fizemos foi, de forma fácil e prazenteira de digerir, retratar Lisboa como epicentro da cultura lusófona. Cosmopolita, permeável e inspiradora.
De Alberto Pimenta a Henrique Amaro, da ZDB ao Ginjal, de Ricardo Araújo Pereira aos Storytailors, muitos são os pontos que se unem na edição #23 da MINI International para desenhar o retrato da Lisboa de 2007. Traduzida em diversas línguas, dizem-me que pode ser encontrada, pelo menos, na maravilhosa Tema dos Restauradores, em Lisboa. Fica o aviso.
Site: MINI International.
Mas isto pode ser do meu ouvido, que é 1 pouco mouco.
26 março 2007
Salada Mista Sem Tomate #6
Sabendo que o estimado leitor tem já dificuldade em começar qualquer semana sem a dose costumeira da Salada Mista Sem Tomate, aqui tem a sessão meia-dúzia.
É uma sessão bastante honrada e, desta vez, sem sobreposição musical. Está, digo eu, uma coisa bastante digna.
Entretanto, estimado ouvinte, parece que em Sacavém a Salada Mista Sem Tomate é também já um êxito rotundo. Não espere mais: escreva-me hoje para colocar este podcast nos lavabos da sua empresa.
Caro provedor José Nuno Martins: poderá este meu programa ser considerado de Serviço Público? Aqui lhe deixo o alinhamento para que possa pronunciar-se com mais propriedade. Obrigado pela atenção.
O alinhamento:
1. The Presets: “Steamworks” (Beams, 2006)
2. Beck: “Cell Phone’s Dead” (The Information, 2006)
3. Darkel: “At the End of the Sky” (Darkel, 2006)
4. Panda Bear: “Comfy in Nautica” (Person Pitch, 2007)
5. Love and Rockets: “So Alive” (Sorted!: The Best Of, 2003)
6. The Jesus & Mary Chain feat. Hope Sandoval: “Sometimes Always” (Stoned & Dethroned, 1994)
7. Ringo Deathstarr: “Some Kind of Sad” (Álbum a Editar, 2007)
8. The Shins: “Australia” (Wincing the Night Away, 2007)
9. Seafood: “Between the Noise Pt. 2” (Paper Crown King, 2006)
10. Maxïmo Park: “Our Velocity” (Our Earthly Pleasures, 2007)
11. Butthole Surfers: “The Shame of Life” (Weird Revolution, 2001)
12. Ian Brown: “Corpses in Their Mouths” (The Greatest, 2005)
13. The Hold Steady: “Chillout Tent” (Boys and Girls in America, 2006)
14. The Fall: “The Wright Stuff” (Post-TLC Reformation!, 2007)
15. The Holloways: “Dancefloor” (So This is Great Britain?, 2006)
16. Pop Levi: “Dollar Bill Rock” (Return to Form Black Magick Party, 2007)
Por último, o link para o que interessa: SALADA MISTA SEM TOMATE.
Mas isto pode ser do meu ouvido, que é 1 pouco mouco.
Diz-me em quem votaste...
Terminou agora mesmo a sessão final de Os Grandes Portugueses, da RTP, um concurso que felizmente não inclui provas de canto ou cultura geral.
Sinto-me, neste momento, na obrigação de anunciar para todo o mundo informatizado: não votei. Não admito que me peçam dinheiro (vulgo "chamada de valor acrescentado") para partilhar uma opinião.
Esclareço que não votei para que se saiba que não colaborei na eleição de Salazar como O grande português. Sei que, a partir daqui, olharei para todos os portugueses de soslaio, com a mais primária desconfiança, talvez mesmo com medo.
Talvez se devesse agora pensar na distribuição, com a Lux ou a Flash, de serviços de loiça, pareos e panamás com a inscrição "Eu não votei em Salazar". Só assim imagino possível que os portugueses consigam voltar a viver em conjunto e a viajar em grandes quantidades em transportes públicos sem o desenvolvimento de condutas violentas.
Pela primeira vez, sinto algum alívio por um avô meu já não estar vivo, sendo poupado a assistir a isto. Ele tinha, para a Ponte 25 de Abril, uma designação alternativa bastante eloquente: Ponte do Povo Famélico.
Mas isto pode ser do meu ouvido, que é 1 pouco mouco.
PS: Queira o leitor desculpar a ausência de imagem deste post. É propositada.
Sinto-me, neste momento, na obrigação de anunciar para todo o mundo informatizado: não votei. Não admito que me peçam dinheiro (vulgo "chamada de valor acrescentado") para partilhar uma opinião.
Esclareço que não votei para que se saiba que não colaborei na eleição de Salazar como O grande português. Sei que, a partir daqui, olharei para todos os portugueses de soslaio, com a mais primária desconfiança, talvez mesmo com medo.
Talvez se devesse agora pensar na distribuição, com a Lux ou a Flash, de serviços de loiça, pareos e panamás com a inscrição "Eu não votei em Salazar". Só assim imagino possível que os portugueses consigam voltar a viver em conjunto e a viajar em grandes quantidades em transportes públicos sem o desenvolvimento de condutas violentas.
Pela primeira vez, sinto algum alívio por um avô meu já não estar vivo, sendo poupado a assistir a isto. Ele tinha, para a Ponte 25 de Abril, uma designação alternativa bastante eloquente: Ponte do Povo Famélico.
Mas isto pode ser do meu ouvido, que é 1 pouco mouco.
PS: Queira o leitor desculpar a ausência de imagem deste post. É propositada.
23 março 2007
Lusofonia a Alastrar
Boas notícias para o Clube de Fãs e Amigos do documentário Lusofonia: a (R)Evolução, de que aqui já falei mais do que uma vez.
Dizem-me da Red Bull Music Academy, a entidade que produziu o excelso documento, que o dito será ao longo de 2007 objecto de uma disseminação considerável. Exemplos: Centros de Língua Portuguesa e adidos culturais das delegações onde se encontra o Instituto Camões (países lusófonos, etc); África Festival (Lisboa) e Festival Mestiço (Porto); Programa Escolhas do ACIME, nas escolas do país; showcase da IMZ no Womex; Delegações locais da Red Bull Music Academy em 60 países.
A coisa não fica, porém, por aqui. No futuro realmente próximo, Lusofonia: a (R)Evolução passa na RTP 1 no dia 31 de Março, sábado, pela tarde, logo após o Top +. Está o benquisto leitor avisado.
Mas isto pode ser do meu ouvido, que é 1 pouco mouco.
22 março 2007
Eficácia
Ao fim de alguns visionamentos, apreendi a mensagem que o anúncio quer veicular: a Sagres Bohemia, "uma cerveja com muito bom gosto", é uma ferramenta invulgarmente eficaz para calar Luís Represas.
Mas isto pode ser do meu ouvido, que é 1 pouco mouco.
Salada Mista Sem Tomate #5
Epá, este está muito bom. Tem canções que nunca mais acaba. Dezasseis, para ser mais exacto. De Dick Dale aos Ripps. Valente.
O alinhamento:
1. The Ponys: "Double Vision" (Turn the Lights Out, 2007)
2. The Who: "The Seeker" (The Ultimate Collection", 2002)
3. The Bird and The Bee: "I Hate Camera" (The Bird and The Bee, 2007)
4. New Young Pony Club: "Get Lucky" (Get Lucky EP, 2006)
5. Apartment: "Fall Into Place" (Dreamer Evasive, 2007)
6. The Ripps: "Holiday" (Long Live The Ripps, 2007)
7. The Young Knives: "Loughborough Suicide" (Voices of Animals and Men, 2006)
8. The Rosebuds: "Cemetary Lawns" (Night of the Furies, 2007)
9. The Twang: "Wide Awake" (Wide Awake (single), 2007)
10. GoodBooks: "Leni" (Leni (single), 2006)
11. Dick Dale: "The Viktor" (King of Surf Guitar - The Best Of, 1995)
12. The Horrors: "Draw Japan" (Strange House, 2007)
13. Menomena: "Evil Bee" (Friend and Foe, 2007)
14. The High Llamas: "The Old Spring Town" (Can Cladders, 2007)
15. Wolfmother: "Joker and the Thief" (Wolfmother, 2006)
16. 120 Days: "Lazy Eyes" (120 Days, 2006)
O link, claro: SALADA MISTA SEM TOMATE.
Mas isto pode ser do meu ouvido, que é 1 pouco mouco.
PS: Perdoai o estimado ouvinte, mas detectará certamente uma sobreposição sonora entre os Young Knives e os Rosebuds. Não era suposto. Transforma-se, portanto, numa valiosa raridade para todo o sempre.
16 março 2007
É um festival (elogio)
Se, na altura em que o prezado leitor se cruzar com estas linhas, toda esta informação estiver já desactualizada ou incompleta, não se preocupe. Ela será, com toda a certeza, aumentada a conta-gotas em diversas publicações (online e offline), com recurso à provecta estratégia de divulgar aos bochechos para nunca perder espaço mediático.
Ora bem: há já tempo considerável que em Portugal se realizam festivais de música de todos os formatos e em praticamente todas as épocas do ano. Dentro de portas, ao ar livre, de rock, de jazz, de world music, o diabo a quatro. Numa perspectiva puramente pessoal, alicerçada somente no meu gosto, os que mais me interessam são, por assim dizer, os que se mexem dentro da coisa pop com alguma atenção sobre a coisa dita alternativa. Pelo menos hoje.
Nesse sentido, não é de hoje que considero ser o Festival de Paredes de Coura o mais consistente de todos os que se assemelham com a descrição acima colocada. Vê-se que há naquela organização quem gosta de música e sabe onde ela nasce, por onde se desenvolve, onde desagua e dá frutos. Que o diga quem todos os anos para lá se desloca em Agosto com a certeza de que vai, entre outras coisas, descobrir música nova, daquela que 98,7% do espectro radiofónico não pondera difundir.
Outros festivais, maiores do que o de Paredes de Coura, piscam amiúde o olho ao universo dito alternativo, bastando para isso, por exemplo, lembrar duas passagens inesquecíveis pelo Sudoeste: os Portishead e os Franz Ferdinand. No entanto, há sempre aquele ponto em que um cartaz resvala para o chinelo, numa óbvia cedência à ideia pré-concebida daquilo que significa dinheiro fácil. Exemplo? Jamiroquai.
Acontece que, nestes primeiros meses de 2007, volto a entusiasmar-me com um festival realizado abaixo do rio Douro. Obviamente, o Super Bock Super Rock. Descontado o bizarro formato em dois actos (concorrendo directamente com o Rock in Rio nessa matéria), o 13º Super Bock Super Rock parece, visto daqui e a esta distância, um acontecimento praticamente histórico. No tal universo dito alternativo, mesmo com uns flirts atrás do biombo que nos separa do mainstream, esta edição tem uma consistência assinalável no cartaz.
No momento em que escrevo estas linhas, o site da Música no Coração (aquele que aqui tomo como o veículo oficial) anuncia: Metallica (28 Junho); Arcade Fire, Bloc Party, Klaxons, Magic Numbers, The Gift, Bunnyranch (3 Julho); Maximo Park e LCD Soundsystem (4 Julho); Scissor Sisters, Interpol, Underworld (5 Julho). O que me faz lembrar alguns eventos do tipo que se realizam na Europa civilizada. Com alguma dose de risco e aparente apego pelos trilhos mais acutilantes da produção musical popular. Haverá, com toda a certeza, quem tenha opinião totalmente contrária a esta ("É só música que ninguém conhece...", ecoa nos tímpanos). Talvez esses se desloquem meses depois a um Coliseu dos Recreios para ver uns Klaxons.
Mas isto pode ser do meu ouvido, que é 1 pouco mouco.
Salada Mista Sem Tomate #4
Muitas são as pessoas - milhares, talvez mesmo centenas... - que diariamente me abordam na rua com uma questão comum. Perguntam-se, além de tentarem desesperadamente levar-me para colocar sobre o napron em cima do televisor das avós, se actualmente nada mais tenho para partilhar com o mundo do que esta Salada Mista Sem Tomate. Se, além do podcast, eu não poderia escrever aqui "daquelas" coisas, "das minhas" coisas. Pelo ar diabólico com que perguntam isto, presumo que querem ler discursos sanguinários, maledicência e humor duvidoso.
Naturalmente, respondo que sim. Que não deixei, overnight, morrer um espírito verbalmente terrorista e francamente céptico. Simplesmente, a era presente - talvez por ser a do Porco - é de produzir. Terei, estimado leitor, chegado a uma preocupante maturidade: se a rádio como a conhecemos em Portugal é maioritariamente preenchida por excremento intelectual e musical, então mais vale que eu mostre que era eu quem lá - na rádio, entenda-se - devia estar. Reconhecerá nestas palavras o benquisto leitor alguma arrogância. É natural. Há quem confunda auto-confiança com arrogância.
Assim, e no intervalo de deambulações escritas intelectuais, fique o prezado freguês com mais uma edição da Salada Mista Sem Tomate. Uma edição especialíssima, vou já avisando. É que o signatário destas linhas tem uma predilecção secular pelo número quatro e por uma vasta miríade de simbologias que se lhe podem atribuir. E esta é a sessão - ou episódio, como gostam de chamar-lhe, em jeito de sitcom - número quatro. Esmerei-me, meu caro receptor. E o resultado é, digo eu, uma categoria.
Confira desde já o gentil leitor o alinhamento desta sessão:
1. The Horrors: "Count in Fives" (Strange House, 2007)
2. !!!: "All My Heores Are Weirdoes" (Myth Takes, 2007)
3. Wolf & Cub: "This Mess" (Vessels, 2007)
4. The Longcut: "Transition" (Call & Response, 2006)
5. The May Onettes: "Lost" (Lost EP, 2006)
6. The Rakes: "Suspicious Eyes" (Ten New Messages, 2006)
7. The Bluetones: "Head On a Spike" (The Bluetones, 2006)
8. Guillemots: "Trains to Brazil" (Through the Windowpane, 2006)
9. The Smiths: "This Charming Man [NY Vocal]" (CD Single, 1992)
10. The Boyfriends: "Brave Little Soldiers" (The Boyfriends, 2006)
11. Datarock: "Fa-Fa-Fa" (Datarock, reed. 2006)
12. The Aliens: "The Happy Song" (Astronomy for Dogs, 2007)
13. The Earlies: "When the Wind Blows" (The Enemy Chorus, 2007)
14. Los Campesinos!: "We Throw Parties, You Throw Knives" (MySpace, 2007)
Como habitualmente, e para que nada lhe falte, o link para a coisa, se não quiser ouvi-lo directamente nesta página no player lá para cima do lado direito: SALADA MISTA SEM TOMATE.
Já agora, nos sanitários públicos do seu bairro já se ouve a Salada Mista Sem Tomate? E na sua estação de rádio nacional preferida? Tome o poder nas suas mãos, estimado leitor. Revolte-se contra o silêncio que o ruído provoca.
Mas isto pode ser do meu ouvido, que é 1 pouco mouco.
13 março 2007
Paulo Arraiano a Alastrar
Eu não tenho Sport TV. Diz que é caro. E eu gosto de coisas caras quando são oferecidas ou quando me sinto rico, ambas verdadeiras raridades. Por isso encontro formas tão tradicionais quanto alternativas para ver os jogos do meu Benfica na Sport TV. Ontem, por exemplo, fui ver o jogo a casa dos meus pais e deliciar-me com uma alheira.
Adiante, para encerrar a partilha da intimidade. Tinha, quando lá cheguei, à minha espera um envelope dos correios, daqueles almofadados e com um conteúdo, ele próprio, deliciosamente fofo. Sei, por experiência própria, que quando chega um envelope deliciosamente fofo o mais provável é que lá dentro venha uma t-shirt. Só mais um nadinha de intimidade: gosto muito de t-shirts e do que elas representam ou podem representar enquanto veículo de comunicação, muitas vezes mais do que do seu lado estético.
No caso presente, o assunto envolve estética e comunicação, o que é uma insuperável maravilha. A t-shirt foi-me gentilmente oferecida pelo Paulo Arraiano, que as concebe e as comercializa. Como tive a ousadia de elogiar esta criação (a da foto) num mail que lhe enviei após receber a sua mais recente mailing list, pediu-me as medidas (XL, obviamente) e a morada e pôs o objecto no correio, sem mais nem menos. Como sou imperfeito, agora é que venho elogiar o seu trabalho.
Conheci-o como designer das revistas SLANG e MAGNÓLIA, que fecharam as portas depois do desaparecimento dos proprietários Zézé Adão da Fonseca, Bruno Ribeiro dos Reis e Eduardo Storino. Além de designer gráfico acutilante, inspirado e inspirador, desenvolve a marca PALM, de t-shirts com as suas criações. São essas que agora aqui me trazem. Já há muito que tenho um link para o seu site aqui na barra à direita, mas esta recente oferta impeliu-me a retribuir (como posso) e destacar devidamente o que faz.
Assim, aqui ficam os links importantes para o caso:
- Paulo Arraiano
- PALM Shirts
- Add Fuel To The Fire
Mas isto pode ser do meu ouvido, que é 1 pouco mouco.
Um regresso
É, digamos, um regresso. Depois de natural e saudável (para os telespectadores, naturalmente) afastamento dos estúdios da Valentim de Carvalho em Paço d'Arcos, aí estarei na próxima 5ª feira, dia 15, numa das edições do Curto Circuito da SIC Radical.
A coisa permanece no ar, em directo, entre as 15h30 e as 18h30. No meu caso, devo ser chamado a intervir a partir das 17h00, digo eu. Vamos falar, discutir, aplaudir ou crucificar o fenómeno de impacto musical mais importante desde os despedimentos em massa nas editoras disccográficas: o MySpace.
Os leitores (e não apenas visitantes) regulares deste estabelecimento terão uma vaga ideia do que penso sobre o assunto. Como é previsível encontrar quem pense exactamente o contrário, promete-se coisa gira na 5ª feira à tarde. Se assim não acontecer, não terei com toda a certeza qualquer responsabilidade sobre o assunto.
Mas isto pode ser do meu ouvido, que é 1 pouco mouco.
12 março 2007
Salada Mista Sem Tomate #3 (Agora a serio)
Hoje já não viria aqui se o caso não fosse importante. De relevância maior para o presente da Humanidade, praticamente.
Depois de uma noite brutalmente mal dormida, um dia consequentemente abananado, uma vaga má disposição e uma futebolada extenuante com dois golos para a conta pessoal de yours truly (o que seria irrelevante se eu não fosse guarda-redes), vir a este estabelecimento juntar letras e palavras é duro. Mas inevitável.
Porquê? Porque está finalmente disponível a terceira sessão da Salada Mista Sem Tomate, o tal podcast adorado por dois terços das donas de casa do eixo Moscavide - Portela de Loures. Andava desde quarta-feira a forçar sem sucesso o upload. Até que hoje, recorrendo à internet com marca Tele 2 que anima o lar de pai e mãe Gonçalves, a coisa fez-se. Com alguma resistência do serviço podOmatic, é certo, mas fez-se.
E é por isso, adorado leitor e ouvinte, que aqui venho vagamente combalido fazer esta muito aguardada comunicação ao universo. Agora só falta dar-lhe o alinhamento da coisa e, mais abaixo, o link. Se não quiser ocupar espaço precioso do disco rígido com esta horita da mais estonteante galhardia, experimente, por exempo, carregar no play deste útil player aqui à direita.
O alinhamento, então:
1. Brett Anderson: "Love is Dead" (Brett Anderson, 2007)
2. The Pipettes: "Pull Shapes" (We Are The Pipettes, 2006)
3. The Format: "Dog Problems" (Dog Problems, 2006)
4. Pixies: "Wave of Mutilation (UK Surf)" (The Complete B-Sides, 2001)
5. Jamie T: "Salvador" (Panic Prevention, 2007)
6. Just Jack: "I Talk Too Much" (Overtones, 2006)
7. Rock Plaza Central: "I Am an Excellent Steel Horse" (Are We Not Horses, 2006)
8. Dean & Britta: "Words You Used to Say" (Back Numbers, 2007)
9. Get Cape. Wear Cape. Fly: "Call Me Ishmael" (Tales of a Bohemian Teenager, 2006)
10. Grinderman: "Chain of Flowers" (Grinderman, 2007)
11. Inspiral Carpets: "She Comes in the Fall" (Life, 1990)
12. Teddybears feat. Iggy Pop: "Punk Rocker" (Soft Machine, 2006)
13. The Stooges: "She Took My Money" (The Weirdness, 2007)
14. The Long Blondes: "Giddy Stratospheres" (Someone to Drive You Home, 2006).
Para que nada lhe falte, estimado amigo, aqui está: SALADA MISTA SEM TOMATE.
Mas isto pode ser do meu ouvido, que é 1 pouco mouco.
09 março 2007
Salada Mista Sem Tomate #3
Ainda não é o estimado podcast, benquisto leitor. Estou há dois dias a tentar fazer o upload do terceiro episódio do seriado Salada Mista Sem Tomate. Uma de duas coisas está a funcionar a uma velocidade e eficácia criminosas: ou a minha ligação à internet ou o serviço podOmatic. Seja o que for, está a irritar-me com alguma veemência. Tinha que vir fazer o aviso.
E já que aqui estou, e completamente fora de contexto (talvez não), uma banda. Uma só cujo nome e música está a apetecer-me imenso partilhar. Assim imenso, sei lá. São de Glasgow, chamam-se The Cinematics e, obviamente, têm uma página... AQUI. Já anda pelas lojas normais (leia-se Amazon inglesa) o primeiro álbum, Strange Education. Parafraseando um(a) anónimo/a numa comunidade de ouvintes de música, aquilo anda ali entre os Cure, os Television, os Magazine, os Wire, os Smashing Pumpkins, os Talking Heads, os Smiths (aí alto e pára o baile, naturalmente) e Jeff Buckley.
Desculpe lá o estimado leitor. Estava a sair daqui quando me lembrei desta. São outros gajos que estão a dar-me um prazer assinalável. The Horrors, de seu nome, revelados a partir de Londres. São, digamos, uns Cramps com uma vertente gótica "séria" (aqui, "séria" faz a sua diferença), umas costeletas punk muito mal passadas e uns conhecimentos aparentemente apurados em coiffure e make-up. Como toda a gente capaz de fazer som com uma campainha de bicicleta, têm página... AQUI. Nos tais locais onde a música dita alternativa ainda se vende (justiça se faça também à loja iTunes), encontra-se o álbum de estreia, Strange House.
Agora reparo na ligação entre os títulos dos dois álbuns...
Mas isto pode ser do meu ouvido, que é 1 pouco mouco.
Food for thought
It is obvious that disc-jockeys, as a class, are essentially parasitic. We are, with lamentably few exceptions, neither creative nor productive. We have, however, manipulated the creations of others (records) to provide ourselves with reputations as arbiters of public taste. There is no more reason (nor no less) why I should be writing this column than you -- however I am in this unmerited position and you're not. I believe very much in radio as a medium of tragically unrealised possibilities and also the music i play. Therefore accepting the falseness of my own precarious position I will do what I can, wherever I can, to publicise these good things I hear around me. These musicians have made you aware of, and appreciative of, their music -- not J. Peel.
John Peel, Disc and Music Echo, 1969
Até dói de tão lúcido.
Mas isto pode ser do meu ouvido, que é 1 pouco mouco.
02 março 2007
Salada Mista Sem Tomate #2
NOTA: Esta emissão deixou de estar disponível online por limite de capacidade do servidor.
Volta a ser verdade. Bem poderia ser mentira, mas é novamente verdade. Está feita e disponível a segunda sessão da Salada Mista Sem Tomate, um podcast vagamente alternativo com periodicidade incerta (não, isto não vai ser à razão de dois por semana).
Com reacções e estatísticas galacticamente acima das expectativas, a Salada Mista Sem Tomate é já um sucesso no eixo geográfico Portela de Loures-Moscavide. Ainda não o ouvi, porém, em lavabos públicos, pelo que se justifica que insista em fazer episódios.
Fique o excelso leitor com o alinhamento da segunda emissão:
1. Cansei de Ser Sexy: "Pretend We're Dead" (February 5th BBC in-studio session, 2007)
2. LCD Soundsystem: "North American Scum" (Sound of Silver, 2007)
3. Amy Winehouse: "Rehab" (Back to Black, 2006)
4. Shirelles: "Will You Love Me Tomorrow?" (The World's Greatest Girl Group, 1995)
5. Los Campesinos!: "You! Me! Dancing!" (MySpace, 2007)
6. Clap Your Hands Say Yeah: "Satan Said Dance" (Some Loud Thunder, 2007)
7. Kaiser Chiefs: "My Kind of Guy" (Yours Truly, Angry Mob, 2007)
8. Midlake: "Young Bride" (The Trials of Van Occupanther, 2006)
9. The Broken West: "Brass Ring" (I Can't Go On, I'll Go On, 2007)
10. The Go! Team: "Ladyflash" (Ladyflash, 2004)
11. Larrikin Love: "Edwould" (Freedom Spark, 2006)
12. Kings of Leon: "Ragoo" (Because of the Times, 2007)
13. RJD2: "Sweet Piece" (The Third Hand, 2007)
14. The Earlies: "No Love in Your Heart" (The Enemy Chorus, 2007)
Já agora, o link. Está aqui: SALADA MISTA SEM TOMATE.
Mas isto pode ser do meu ouvido, que é 1 pouco mouco.
Eterno balizeiro
Vi-o jogar durante muitos anos. Vi-o deixar de jogar no México, em 1986. Era um ídolo. Mesmo.
Morreu ontem, 1 de Março, sem que nada o fizesse prever. Não deambularei aqui em torno das recordações de Manuel Galrinho Bento.
Está tudo muito mais "objectivo" aqui. Ou, com todo o benfiquismo do meu grande amigo João Gonçalves, aqui.
Infelizmente isto não é do meu ouvido, mesmo sendo 1 pouco mouco.
01 março 2007
Video Maria 6
Este é um caso sério. Ia precisamente colocá-lo online e eis que uma pesquisa no YouTube resulta num resultado maravilhoso.
Explicando, esta é a short version do imperdível documentário Lusofonia, A (R)Evolução. Apresentado na edição 2006 do DocLisboa e aplaudido de pé, por aqui foi na ocasião esmiuçado nas páginas do finado UM.
O problema, digo eu, é que este filme devia ter uma visibilidade muito maior. Que este singelo gesto possa alimentar a vontade de levar o objecto a toda a parte onde se fale português. Ou mais longe, porque está muito bem legendado em inglês.
O serviço foi cumprido pela delegação portuguesa da Red Bull Music Academy e tem em João Xavier e Artur Silva os autores do guião. Respect.
Mas isto pode ser do meu ouvido, que é 1 pouco mouco.
"Legendary"...
O seu primeiro álbum, Frank, nem chegou a passar-me pelos ouvidos. Se o facto tem ou não importância, é coisa que por agora me ultrapassa.
Importante é, na realidade, confessar publicamente o fascínio por esta personagem inglesa de escassos 23 anos. É impossível ouvir "Rehab", o propalado single que apresenta o álbum Back to Black, e sair da experiência como se nada fosse.
Causa alguma estranheza ouvir a canção em causa, rejubilar com o trabalho que Winehouse e Mark Ronson tiveram para criar aquele som devedor das Shirelles e de Phil Spector e perceber que a menina diz, na canção, não ter querido fazer a desintoxicação que lhe aconselharam.
É como se de repente nos dissessem que Popeye é, afinal, agarrado à marijuana e não aos espinafres. Nada contra, seria apenas perturbador.
Aos 23 anos, Amy Winehouse expõe-se que nem gente grande. Fala e canta sobre namorados ("Rehab" terá, alegadamente, surgido na sequência de uma separação), divaga sobre as suas momumentais e recorrentes bebedeiras e blackouts, explica por que fumava 200 libras de erva por semana.
Tem um código musical de intocável bom gosto e ainda tem aquela postura vagamente desalinhada. Camden, o seu bairro, pode ter alguma coisa que ver com isto.
Amy Winehouse é, actualmente, o retrato perfeito do artista pungente e dilacerado, inteligente e jocoso, charmoso num universo dito decadente.
Dedico-me a ler a entrevista que Amy Winehouse dá a Sylvie Patterson para a edição de Março da revista The Word. Talvez apenas outra mulher fosse capaz de iniciar a prosa com dois parágrafos tão irresistíveis:
"She's in her natural habitat, in what she calls "a proper pub", at 1am in New York, drinking Jack Daniels and coke and playing pool to the Sound of The Specials' A Message to You Rudi just like the "boy's boy" she'll tell you she is.
Amy Winehouse is wearing extra-low-rise skinny denim jeans and a miniscule sleeveless black T-shirt, a galaxy of tattoos across her arms and midriff including a huge new anchor and the words "Hello Sailor". The hair is big, backcombed and black, half doo-wop '60s bee-hive, half Morticia Addams ghoul, while the golden-lettered pendant swinging round her neck spells "Legendary"".
Parece ter o mesmo efeito devastador em dois parágrafos de um Eça em dois capítulos.
Mas isto pode ser do meu ouvido, que é 1 pouco mouco.
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