28 outubro 2006

Transistor digital



Ao mesmo tempo que começa a transformar-se num monstro de culto, o Transistor Patuá vai, com mais regularidade, vivendo a quimera digital.

Naturalmente, onde ele está sempre é na Química FM, em 105.4. Aos sábados, entre as 16h00 e as 18h00.

Soul Defenders: "Still Calling"
Sugar Minott: "Vanity"
The Saints: "Sleeping Trees"
Tommy McCook & The Observers: "Zorro"
The Skatalites: "Coconute Rock"
The Skatalites: "El Pussy Ska"
Prince Mohammed: "Come Mek a Rub a Dub"
Michigan & Smile: "Rub a Dub Style"
Al Brown: "Here I Am Baby"
Blood Sisters: "Ring My Bell"
Jackie Mittoo: "Ranking King"
Horace Andy: "Night Nurse"
Don Carlos: "Blowin' in the Wind"
Devon Russell: "You Found Heaven"

Lee Perry + The Upsetters: "Dub Revolution (Pt. 1)"
Jah Lion: "Soldier + Police War"
I Roy: "Superfy (Extended Mix)"
Goldmaster All Stars: "Push Harder"
Gussie Clarke & King Tubby: "No No No"
Glen Brown & The A-Class Crew: "No Apology"
The Chantells & U-Brown: "Children of Jah / Time to Unite"
Jackie Edwarsds & The Aggrovators: "The Invasion (Version)"
Ernest Wilson: "Undying Love"
Ken Boothe: "Set Me Free"
Jay Tees: "Come to Me"
The Paragons: "On the Beach"
Della Humphrey: "Dream Land"

Surpresa das surpresas, está também AQUI. Sim, AQUI!

Mas isto pode ser do meu ouvido, que é 1 pouco mouco.

24 outubro 2006

Forum Quimica FM

Já existe, oh lá se existe, o Forum Química FM.

Tudo sobre a rádio mais independente do mundo ocidental está AQUI. AQUI também, por acaso.

Mas isto pode ser do meu ouvido, que é 1 pouco mouco.

23 outubro 2006

UM #1

Está já disponível em doses generosas, desde a passada quinta-feira, 19 de Outubro, o primeiro número a sério do jornal UM.

Gratuito, como se quer, e quinzenal, o UM chegou às lojas FNAC de todo o país com o propósito de devolver dignidade à coisa musical e às artes que a envolvem.

(Se os funcionários das lojas não souberem do que fala o estimado leitor, insista. É normal, é o primeiro número e essas coisas assim...).

Escrita decente e pensada, assuntos inusitadamente prementes e uma militante vontade de partilhar são alguns dos predicados da edição.

Passando à frente, diga-se que o signatário destas linhas, colaborador do UM, assinou para o primeiro número a entrevista a kode9 (a propósito do seu álbum a meias com Spaceape, Memories of the Future, documento já essencial na genealogia do dubstep) que dá o mote para a primeira página e uma dissertação crítica sobre Filhos do Tédio, documentário sobre os Tédio Boys que se prepara para ser exibido por todo o país.

Mas isto pode ser do meu ouvido, que é 1 pouco mouco.

21 outubro 2006

Foi por vontade de Deus...



É verdade. Este sábado, além da emissão convencional, ela cá estará em podcast. Só não sei exactamente quando, dada a inusitada lentidão presente do podOmatic.

Ora bem, afinal já está. Sim, AQUI mesmo. Maravilha...

Ao que parece, dizem. reza assim:

Norma Fraser: "The First Cut Is the Deepest"
Winston Wright: "Musical Date"
Shorty the President: "President Mash Up the Resident"
The Sharks: "How Could I Live"
Prince Jazzbo: "Mr. Harry Skank"
Dennis Alcapone: "Fever Teaser"
Jackie Mittoo: "James Bond"
Brigadier Jerry: "Ram Dance Master"
Delroy Wilson: "Funky Broadway"
King Tubby: "Channel One Is a Joker"
Horse Mouth: "Herb Vendor"
Roots Radics: "Time is Cold"
Alton Ellis: "You Make Me Happy"
The Observers: "Organ Satta"
Sugar Minott: "Love and Understanding"
Max Romeo: "War Ina Babylon"

Burning Spear: "Rocking Time"
Justin Hinds & The Dominoes: "Bad Minded People"
Errol Walker: "In These Times"
Black Uhuru: "World is Africa"
Althea & Donna: "Uptown Top Rankin"
Prince Buster: "10 Commandments"
Leroy Wallace (w/ The New Establishment): "Far Beyond"
The Heptones: "Choice of Color"
Jah Scotchie: "Man of Creation"
The Melodians: "Rivers of Babylon"
Dillinger: "Natty Kung Fu"
Tommy McCook: "Jamaica Bolero"
The Ethiopans: "Train to Skaville"
The Skatallites meet King Tubby: "Everyday I Pray"
Horace Andy: "Fever"

Estás a olhar?

Mas isto pode ser do meu ouvido, que é 1 pouco mouco.

14 outubro 2006

Alegria! Excitação! Folia!


Antes de mais, tremenda vénia a quem ouviu e/ou descarregou a emissão anterior.

Desta vez não há versão online, mas há riddims non-stop num glorioso alinhamento para ouvir hoje a partir das 16h00 em 105.4 FM.

A saber:

Marcia Aitken: "I'm Still in Love"
Hopeton Lewis: "Boom Shaka Laka"
Phyllis Dillon: "Rock Steady"
Denise Darlington: "War No Right"
I Roy: "Hi Jacking"
The Melodians: "You Don't Need Me"
Scotty: "Clean Race"
Willi Williams: "I Man"
Burning Spear: "This Population"
Prince Lincoln: "True Experience"
Cornell Campbell: "Ten to One"
Soul Bros: "007"
Horace Andy: "Babylon You Lose"
Dennis Alcapone: "Home Version"
Sound Dimension: "Man Pon Spot"
Sly & Robbie: "Stone Age Dub"
Dub Specialist: "Gumbay Jump"

The Chosen Few: "Don't Break Your Promise"
Donovan Carless: "Be Thankful"
George Dudley: "Gates of Zion"
The Slickers: "Johnny Too Bad"
Jackie Mittoo: "Chicken and Booze"
Karl Bryan and The Afrokats: "Money Generation"
Sugar Belly: "Cousin Joe Pt. 1"
Dub Syndicate: "Wake Them Up"
Marcia Griffiths: "Feel Like Jumping"
Barrington Levy: "Living Dangerously"
Carlton and The Shoes: "Love Me Forever"
Johnny Clarke: "Don't Be a Rude Boy"
Papa San: "Give Her The Credit"
Kenny Dope featuring Shaggy: "Gunshot"
In Crowd: "His Majesty Is Coming"
Larry and Alvin: "Your Love"

Mas isto pode ser do meu ouvido, que é 1 pouco mouco.

07 outubro 2006

Bombastico! O Podcast Patua!

Jamaica

Por muito incrível que possa parecer, agora é verdade. Depois de décadas às voltas com o estudo dos podcasts, diria que talvez já consiga fazer um.

Vem isto a propósito de mais uma emissão do Transistor Patuá, na Química FM, emitido aos sábados entre as 16h00 e as 18h00 em 105.4. Aquilo que por aqui se encontrará mais tarde ou mais cedo é o podcast, em duas partes, da emissão de 7 de Outubro.

Para os mais enciclopédicos, que se diz existirem, fica aqui o alinhamento da coisa:

The Paragons: "Happy Go Lucky Girl"
Sly & Robbie: "Rasta Man Chant"
Prince Jazzbo: "Fool For Love"
Devon Russell: "You Found Heaven"
Horace Andy: "I Feel Good All Over"
The Skatalites meet King Tubby: "Heaven's Gate"
Lone Ranger: "Badder dan Dem"
The Heptones: "Ting a Ling"
Justin Hinds & The Dominoes: "Let Jah Arise"
Gregory Isaacs: "Top Ten"
Johnny Osbourne: "Ready or Not"
Capleton feat. Stephen Marley: "Sunshine Girl"
Sean Paul: "Infiltrate"
Jackie Mittoo: "Champion of the Arena"
Prince Lincoln: "True Experience"
Dillinger: "Headquarters"

Sir Lord Comic: "Jack of My Trade"
The Melodians: "Sweet Sensation"
Sister Charmaine: "The Body"
The Pyramids: "Train to Rainbow City"
I Roy: "African Descendent"
The Observers: "Boiling Over"
Junior Murvin: "Police + Thieves"
Culture & Don Carlos: "Rub a Dub Train"
Liberation Group: "Namibia"
Desdond Dekker: "Reggae Recipe"
Burning Spear: "Door Peeper"
The Eternals: "Queen of the Minstrels"
Randy's All Stars: "Guns in the Ghetto"
Claudette McLean: "Give Love Another Try"
Sugar Minott: "Jah Jah Children"
Tommy McCook: "Heatwave"
Hopeton Lewis: "Boom Shaka Lacka"

Edit: o podcast já aqui esteve. Agora estão outros, mais recentes.

Mas isto pode ser do meu ouvido, que é 1 pouco mouco.

05 outubro 2006

Quais negocios estrangeiros?



Bunnyranch
Club Mercado, Lisboa
4 de Outubro

Num destes dias desta mesma semana, vi José Sócrates, ufano, anunciar uma medida que, inserida no Orçamento de Estado para 2007, prevenirá que as empresas portuguesas a operar em mercados estrangeiros sofram aquilo a que se chama a dupla tributação. Na realidade, significa que essas empresas não serão, em matéria fiscal, taxadas pelo que lucram em Portugal e fora de Portugal. Serve isto, dizem, de incentivo às empresas arrojadas que contribuem para o lado bom da balança comercial, o das exportações.

Ora se a realidade cultural fosse idêntica a esta nova realidade económica, em Portugal só Mariza estaria, provavelmente, em posição de ser beneficiada pela medida. Por uma razão ou por outra, Portugal não produz, musicalmente falando, produto exportado. Em boa hora se convenceu todo o interveniente no chamado "meio" de que a "internacionalização" era coisa de gente pobre (de graveto e de espírito) a sonhar alto ou a armar ao pingarelho. O que não faz sentido é que essa quimera tenha caído no esquecimento dos próprios criadores, mesmo assimilado o facto de que, dentro destas fronteiras, fazer música esteticamente relevante seja tão dignificante quanto vender time sharing na Rua Augusta.

Os Bunnyranch fazem-me pensar nisto, como mais uns quantos o fazem. Aos próprios costumo dizer que "esta merda deste país não interessa a ninguém". Aqui, neste espaço mais formal, não me ocorre nada melhor para dizer. Porque os Bunnyranch embrulham na sua música História e histórias tão pulsantes que não cabem no entendimento médio de uma gigante mole movida a Gouchas, Preços Certos e tablóides escrupulosamente imbecis. Em Portugal, os Bunnyranch têm habilitações a mais. O que é um problema comum a outros domínios.

"Luna Dance" é o novo álbum dos Bunnyranch e é, simultaneamente, um álbum de crescimento (passe o paternalismo). Pelo que no Mercado se viu e ouviu, sobretudo por quem, como eu, ainda não tinha ouvido o novo disco, tem canções que não servem só para se perder num emaranhado de intenções e muito "estilo". São canções a sério, cada vez mais bem interpretadas por Kaló, ele próprio cada vez mais capaz de afastar-se da imagem redutora do rocker abrutalhado em prol da comunicação. Nunca se pensa nisto, mas a música serve para comunicar.

Estrearam ao vivo o alinhamento de "Luna Dance" e, quase tão importante do que isso, estrearam o hábil e mui solicitado João Cardoso nas teclas. Nada a obstar. Falta, como se diz noutros domínios, os "automatismos", ou pelo menos algumas subtilezas decorrentes da empatia. Não é difícil imaginar que chegarão com o tempo, com os concertos, com o próprio desenvolvimento do rock'n'roll. E nessa altura já terá dado para elevar canções como "Flip Flop", "The Dog" e "We Got This Thing" ao estatuto que estão mesmo a pedir. E ainda "Can't Stop the Ranch", obviamente talhada para ser um hino berrado por multidões. Mas isto talvez fosse mais fácil se os Bunnyranch fossem apenas Mariza.

Os Bunnyranch são, cada vez menos, um sucedâneo de uma qualquer cultura norte-americana de geração beat e sob o eterno abutre dos blues. São, cada vez mais, a mistura disso com referências, por exemplo, resgatadas a uma Inglaterra dos anos 60 à margem dos Beatles. E mantêm, deliciosamente, aquele tom que evoca Booker T. A questão é só uma: o que é que José Sócrates pensa fazer em relação a isto?

Mas isto pode ser do meu ouvido, que é 1 pouco mouco.

04 outubro 2006

Quimica FM: Quem sou eu?


A quem possa interessar, aqui fica por via oficial a informação daquilo que este humilde servidor faz na Química FM, em 105.4 para a Grande Lisboa:

PANELA AO LUME
Segunda a sexta-feira, das 10h00 às 13h00

Como diz o indicativo, "três horas a refogar música de fazer inveja à vizinha". Uma lista de canções (outras não o são) que cresce diariamente como um monstro em desenvolvimento espontâneo. De A (Asobi Seksu) a Z (The Zutons), de I (I'm From Barcelona) a Y (Yeah Yeah Yeahs), de F (de Fratellis) a O (Orson), de C (Clap Your Hands Say Yeah!) a K (Kasabian). Sempre a pensar no almoço.

TRANSISTOR PATUÁ
Sábado, das 16h00 às 18h00

Enquanto muitos pensam que o reggae nasceu há meia-dúzia de anos na Alemanha, no Transistor Patuá faz-se a contra-cultura. Mesmo que na música o purismo seja nefasto, Transistor Patuá é purista. Por ali só passa música jamaicana (ou por ela influenciada) do mais fino gabarito. Do ska ao rocksteady, do reggae ao dub, todos os clássicos e os menos clássicos têm espaço nas tardes de sábado. Exceptuando Gentleman e Patrice. A música jamaicana é um dos fétiches do autor de Transistor Patuá.

Mas isto pode ser do meu ouvido, que é 1 pouco mouco.